Bula do Dicloridrato de Betaistina para o Profissional

Bula do Dicloridrato de Betaistina produzido pelo laboratorio Eurofarma Laboratórios S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

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Bula do Dicloridrato de Betaistina
Eurofarma Laboratórios S.a. - Profissional

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BULA COMPLETA DO DICLORIDRATO DE BETAISTINA PARA O PROFISSIONAL

 

dicloridrato de betaistina

Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999

Comprimido

USO ADULTO

USO ORAL

FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÕES

Cada comprimido contém 16 mg ou 24 mg de dicloridrato de betaistina em

embalagens com 30 ou 60 comprimidos

Cada comprimido de 16mg contém:

dicloridrato de betaistina................................................................. 16,00 mg

Excipientes q.s.p. ............................................................................1 comprimido

Cada comprimido de 24mg contém:

dicloridrato de betaistina................................................................. 24,00 mg

Excipientes q.s.p. ...........................................................................1 comprimido

Excipientes: celulose microcristalina, manitol, ácido cítrico, talco e

dióxido de silício.

INFORMAÇÕES AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Este medicamento é indicado para:

- Tratamento da Síndrome de Ménière caracterizada pela tríade de sintomas

vertigem (com náuseas e vômito), perda de audição e zumbido.

- Tratamento sintomático da tontura de origem vestibular.

 

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Estudo duplo-cego, controlado com placebo, no modelo “crossover”, foi

conduzido em 18 clínicas de otorrinolaringologia com 82 pacientes que

apresentavam vertigem de várias origens. No primeiro período de tratamento,

os pacientes receberam betaistina (48 mg/dia) ou placebo por cinco semanas.

No segundo período de tratamento, houve inversão da medicação que cada

grupo receberia nas cinco semanas seguintes. Durante o primeiro período de

tratamento, o grupo que recebeu betaistina demonstrou uma melhora

estatisticamente significativa na frequência das crises quando comparada com

o grupo placebo. Quando os pacientes deste grupo inverteram a medicação

com o grupo placebo, houve um pequeno aumento na frequência de crises.

Entretanto, quando os pacientes que começaram no grupo placebo e passaram

a receber betaistina, uma melhora ainda melhor ocorreu. O dicloridrato de

betaistina apresentou resultados significativamente melhores que o placebo na

redução da severidade das crises1

.

Em estudo multicêntrico, controlado com placebo, 144 pacientes recrutados em

11 centros e que apresentavam vertigem recorrente decorrente de Doença de

Ménière ou vertigem paroxística posicional, receberam 16 mg de dicloridrato de

betaistina, 3 vezes ao dia ou placebo por 3 meses. O número mensal de crises

de vertigem em pacientes com Doença de Ménière foi significativamente

reduzido pelo dicloridrato de betaistina (de 6,70 crises para 2,06 crises depois

de 3 meses), quando comparado com o placebo desde o primeiro mês e

durante o estudo (p< 0,05). As escalas de auto-preenchimento para

mensuração da intensidade das crises, duração e sintomas associados à

vertigem (tinnitus, plenitude aural, náusea, vômito) mostraram uma melhora

significativamente maior no grupo tratado com dicloridrato de betaistina,

quando comparado ao grupo tratado com placebo (p< 0,001 – p< 0,02).2

Não foram observados efeitos adversos após administração por três meses de

doses orais de até e acima de 250 mg/kg de dicloridrato de betaistina em

cachorros e ratos, respectivamente. Efeitos colaterais sobre Sistema Nervoso

foram verificados em cachorros e babuínos após administração intravenosa de

doses de e acima de 120 mg/kg. Observou-se emese após doses orais e

 

intravenosas de de 300 mg/kg e 120 mg/kg, respectivamente, em cachorros e

esporadicamente em babuínos. Betaistina demonstrou não ter efeitos

mutagênicos.

Referências bibliográficas

1. OOSTERVELD, W.J.; BLIJLEVEN, W.; VAN ELFEREN, L.W.M. Betahistine

versus placebo in paroxysmal vertigo; a double-blind trial. J Drug Ther Res., 14,

p. 122-126, 1989.

2. MIRA, E.; GUIDETTI, G.; GHILARDI, P.L.; FATTORI, B.; MALANNINO, N.;

MAIOLINO, L.; MORA, R.; OTTOBONI, S.; PAGNINI, P.; LEPRINI, M.;

PALLESTRINI, E.; PASSALI, D.; NUTI, D.; RUSSOLO, M.; TIRELLI, G.;

SIMONCELLI, C.; BRIZI, S.; VICINI, C.; FRASCONI, P. Betahistine

dihydrochloride in the treatment of peripheral vestibular vertigo. Eur Arch

Otorhinolaryngol, 260(2), p. 73-77, 2003.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Farmacodinâmica

O mecanismo de ação exato da betaistina encontra-se parcialmente

esclarecido. Existem várias hipóteses plausíveis suportadas por dados de

estudos em animais e humanos:

 Betaistina afeta o sistema histaminérgico:

Betaistina apresenta uma ação agonista parcial sobre os receptores

histamínicos H1 e antagonista sobre os receptores H3 em tecido neuronal, e

tem atividade negligenciável sobre os receptores H2. A betaistina aumenta o

turnover e liberação de histamina através do bloqueio de receptores pré-

sinápticos H3 e indução da regulação do receptor H3.

 Betaistina pode aumentar o fluxo sanguíneo tanto para a região

coclear como para todo o cérebro:

Testes farmacológicos realizados em animais demonstram que dicloridrato de

betaistina melhora a circulação sanguínea do ouvido interno, provavelmente

por ação relaxante nos esfíncteres pré-capilares da microcirculação do ouvido

interno. Betaistina também demonstrou aumentar o fluxo sanguíneo cerebral

em humanos.

 

 Betaistina facilita a compensação vestibular:

A betaistina acelera a recuperação do vestíbulo após neurectomia em animais,

promovendo e facilitando a compensação vestibular. Este efeito, caracterizado

por uma regulação no turnover e liberação de histamina, é mediado por

antagonismo dos receptores H3. Em humanos, o tempo de recuperação depois

de uma neurectomia vestibular foi reduzido quando tratados com betaistina.

 Betaistina altera a ativação neuronal no núcleo vestibular:

Determinou-se, também, que a betaistina apresenta um efeito inibitório dose-

dependente na geração do pico neural nos núcleos vestibulares lateral e

médio.

As propriedades farmacodinâmicas demonstradas em animais podem contribuir

com o benefício terapêutico da betaistina no sistema vestibular.

A eficácia da betaistina foi demonstrada em estudos com pacientes com

vertigem vestibular e com a Síndrome de Ménière pela melhora da severidade

e da frequência dos ataques de vertigem.

Farmacocinética

Absorção: Oralmente administrado betaistina é prontamente e quase

completamente absorvido por todas as partes do trato gastrointestinal. Após

absorção, a betaistina é rapidamente e quase totalmente metabolizada em

ácido 2-piridilacético (2-PAA). Os níveis plasmáticos de betaistina são muito

baixos. Todas as análises farmacocinéticas são, portanto, baseadas em

medidas de 2-PAA no plasma e urina.

A concentração máxima (Cmax) de betaistina após a ingestão de alimentos é

menor do que a observada quando em jejum. Entretanto, a absorção total de

betaistina é semelhante nas duas condições, indicando que a ingestão de

alimentos somente retarda sua absorção.

Distribuição: A porcentagem da betaistina que é ligada à proteína plasmática

sanguínea é menor que 5%.

Biotransformação: Depois de absorvida, a betaistina é rapidamente e quase

totalmente metabolizada em 2-PAA (que não apresenta atividade

farmacológica). Depois da administração oral de betaistina a concentração

plasmática máxima (e urinária) de 2-PAA é observada após uma hora da

administração e declina com meia vida de eliminação de aproximadamente 3,5

horas.

Excreção: 2-PAA é rapidamente eliminado na urina. A dose de betaistina varia

de 8 mg a 48 mg e cerca de 85% da dose original é encontrada na urina. A

excreção renal ou fecal de betaistina é mínima.

Linearidade: A taxa de recuperação é constante, ao longo da dose oral de 8-

48 mg, indicando que a farmacocinética da betaistina é linear e sugerindo que

as vias metabólicas envolvidas não são saturadas.

Dados de segurança pré-clínicos

Toxicidade Crônica

Reações adversas no sistema nervoso foram observadas em cachorros e

babuínos depois de doses intravenosas de aproximadamente 120 mg/Kg.

Estudos sobre toxicidade oral crônica de dicloridrato de betaistina foram

realizados em ratos por um período de 18 meses e em cachorros por 6 meses.

Doses de 500 mg/Kg em ratos e 25 mg/Kg em cachorros foram toleradas sem

causar alterações nos parâmetros clínicos hematológicos e químicos. Não

existem achados histológicos relatados sobre o tratamento com essas

dosagens. Depois de aumentar a dose para 300 mg/Kg os cachorros

vomitaram. Em um estudo de investigação com betaistina e ratos durante 6

meses com 39 mg/Kg hiperemia em alguns tecidos foram reportados na

literatura. Os dados apresentados na publicação são limitados. Portanto, o

impacto desses achados nesse estudo não é claro.

Potencial mutagênico e carcinogênico

Betaistina não tem potencial mutagênico.

Estudos especiais de carcinogenicidade não foram realizados com dicloridrato

de betaistina. Entretanto, em estudos de toxicidade crônica de 18 meses em

ratos não houve indicação de tumor, neoplasias ou hiperplasias nos exames

histopatológicos. Portanto, dicloridrato de betaistina até a dose de 500 mg/Kg

não demonstrou nenhuma evidência de potencial carcinogênico neste estudo

limitado de 18 meses.

Toxicidade na reprodução

Dados limitados são disponíveis para betaistina na reprodução. Em um estudo

de uma geração em ratos, a dose oral de 250 mg/Kg/dia de betaistina não

causou efeito adverso na fertilidade de machos e fêmeas, implantação de fetos,

parto e viabilidade de filhotes durante a lactação. Nenhuma anormalidade foi

observada em ratos desmamados. Em coelhas prenhas tratadas oralmente

com 10 ou 100 mg/Kg de betaistina, não foram observados efeitos adversos

nas implantações, vitalidade ou peso dos fetos e anormalidade no esqueleto

fetal ou no tecido mole. Pode-se concluir com esses estudos que não foram

detectados efeitos nos parâmetros relevantes de reprodução em ratos e

coelhos nos estudos descritos. Betaistina não é teratogênica. Contudo, devido

ao caráter investigacional dos estudos o risco não pode ser totalmente

excluído.

4. CONTRAINDICAÇÕES

O dicloridrato de betaistina é contraindicando para uso por pacientes com

hipersensibilidade conhecida à substância ativa ou a qualquer um dos

excipientes, e com feocromocitoma.

5. ADVERTÊNCIAS

Pacientes com asma brônquica e com história de úlcera péptica precisam ser

cuidadosamente monitorados durante a terapia.

Gravidez e Lactação

Gravidez

 

Não há dados adequados sobre o uso da betaistina em mulheres grávidas.

Estudos com animais são insuficientes com respeito aos efeitos na gravidez,

desenvolvimento embrionário/fetal, parto e desenvolvimento pós-natal. O risco

potencial para humanos é desconhecido. Betaistina não deve ser usada

durante a gravidez, a não ser que seja claramente necessário.

O dicloridrato de betaistina está enquadrado na categoria de risco B.

Lactação

Não está estabelecido se a betaistina é excretada no leite humano. Não há

estudos em animais sobre a excreção de betaistina no leite. Antes de iniciar o

tratamento com betaistina, recomenda-se avaliar os possíveis benefícios do

tratamento com betaistina em mulheres amamentando e os possíveis riscos à

criança.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem

orientação médica.

Efeitos na habilidade de dirigir ou operar máquinas

Betaistina é indicada para Doença de Meniere e vertigem. Ambas as doenças

podem afetar negativamente a habilidade de dirigir e operar máquinas. Em

estudos clínicos desenhados especificamente para investigar a habilidade de

dirigir e operar máquinas a betaistina mostrou não ter efeito ou ter efeito

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Não há dados de interação medicamentosa em estudos “in vivo”. Baseados em

dados de estudos “in vitro”a inibição das enzimas do citocromo P450 “in vivo”,

não é esperada.

Dados “in vitro” indicam a inibição do metabolismo da betaistina por drogas que

inibem monoamina-oxidase (MAO), incluindo MAO subtipo B (por exemplo, a

selegilina). Recomenda-se precaução quando usar a betaistina e inibidores da

MAO (incluindo MAO-B seletiva) concomitantemente.

 

Como a betaistina é um análogo da histamina, a interação da betaistina com

anti-histamínicos podem, em teoria, afetar a eficácia de um desses

medicamentos.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conservar dicloridrato de betaistina em sua embalagem original, em

temperatura ambiente (entre 15ºC e 30ºC) e proteger da umidade.

Se armazenado nas condições recomendadas, o medicamento se manterá

próprio para consumo pelo prazo de validade de 24 meses, a partir da data de

fabricação impressa na embalagem.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua

embalagem original.

Os comprimidos de dicloridrato de betaistina são circulares, brancos e

biconvexos.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

As doses recomendadas de dicloridrato de betaistina para adultos variam de

24-48 mg por dia, divididos em duas ou três tomadas de comprimidos por via

oral.

 dicloridrato de betaistina 16 mg: metade ou um comprimido três

vezes por dia;

 dicloridrato de betaistina 24 mg: um comprimido duas vezes ao dia.

A dosagem deve ser individualmente adaptada de acordo com a resposta

terapêutica. A melhora, algumas vezes, só pode ser observada após algumas

 

semanas de tratamento. Em alguns casos os melhores resultados são obtidos

após alguns meses. Existem evidências de que o tratamento realizado desde o

início da doença previne a sua progressão e/ou a perda de audição em fases

avançadas da doença.

Idosos:

Embora existam dados limitados de estudos clínicos com esse grupo de

pacientes, a extensa experiência pós-comercialização sugere que o ajuste de

dose não é necessário para idosos.

Crianças:

O dicloridrato de betaistina não é recomendado para menores de 18 anos

devido às informações sobre segurança e eficácia serem insuficientes.

Insuficiência renal e hepática:

Não existem estudos clínicos disponíveis específicos com esse grupo de

pacientes, porém de acordo com experiência pós-comercialização o ajuste de

dose parece não ser necessário.

Conduta em casos de dosagem omitida

Caso o paciente se esqueça de tomar o medicamento no horário estabelecido,

oriente-o a ignorar a dose esquecida e tomar a próxima dose no horário

indicado, continuando normalmente o esquema de dose recomendado. O

paciente não deve tomar uma dose dupla para suprir a dose esquecida.

9. REAÇÕES ADVERSAS

As seguintes reações adversas foram verificadas, com as frequências abaixo

indicadas, em estudos clínicos placebo-controlados em pacientes tratados com

betaistina: muito comuns (≥1/10); comuns (≥1/100 a < 1/10), incomuns

(≥1/1.000 a < 1/100), raras (≥ 1/10.000 a < 1/1.000) e muito raras (< 1/10.000).

Reações comuns (≥1/100 a < 1/10):

- Distúrbios gastrintestinais: náusea e dispepsia.

 

- Distúrbios do Sistema Nervoso: dor de cabeça.

Adicionalmente a essas reações adversas relatadas durante os estudos

clínicos, as seguintes reações adversas têm sido relatadas espontaneamente

durante uso pós-comercialização e em literatura científica. A frequência não

pode ser estimada através dos dados disponíveis e, portanto é classificada

como “não conhecida”.

- Distúrbios do Sistema Imunológico: reações de hipersensibilidade (por

exemplo, anafilaxia).

- Distúrbios gastrintestinais: queixas gástricas leves (por exemplo, vômito, dor

gastrintestinal, distensão abdominal e inchaço). Estes efeitos podem ser

normalmente contornados administrando-se a dose durante as refeições ou

reduzindo a dose.

- Distúrbios da pele ou tecido subcutâneo: reações de hipersensibilidade

cutânea e subcutânea, em particular, edema angioneurótico, urticária, rash e

prurido.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em

Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em

www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância

Sanitária Estadual ou Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.