Bula do Dicloridrato de Pramipexol para o Profissional

Bula do Dicloridrato de Pramipexol produzido pelo laboratorio Aché Laboratórios Farmacêuticos S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

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Bula do Dicloridrato de Pramipexol
Aché Laboratórios Farmacêuticos S.a. - Profissional

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BULA COMPLETA DO DICLORIDRATO DE PRAMIPEXOL PARA O PROFISSIONAL

DICLORIDRATO DE PRAMIPEXOL

Aché Laboratórios Farmacêuticos

Comprimidos

0,125 mg, 0,25 mg e 1 mg

dicloridrato de pramipexol BU_01 VPS

Bula de acordo com a Portaria n° 47/09

dicloridrato de pramipexol

Medicamento genérico Lei n° 9.787, de 1999

FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÕES

Comprimidos 0,125 mg: embalagens com 30 comprimidos.

Comprimidos 0,25 mg: embalagens com 30 comprimidos.

Comprimidos 1 mg: embalagens com 30 comprimidos.

USO ORAL

USO ADULTO

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido de dicloridrato de pramipexol 0,125 mg contém:

dicloridrato de pramipexol...........................................................................................0,125 mg

Excipientes: manitol, amido, dióxido de silício, estearato de magnésio e povidona.

Cada comprimido de dicloridrato de pramipexol 0,25 mg contém:

dicloridrato de pramipexol.............................................................................................0,25 mg

Cada comprimido de dicloridrato de pramipexol 1 mg contém:

dicloridrato de pramipexol.............................................................................................1,00 mg

INFORMAÇÕES AO PROFISSIONAL DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Dicloridrato de pramipexol é indicado para o tratamento dos sinais e sintomas da doença de Parkinson idiopática,

podendo ser usado como monoterapia ou associado à levodopa. Também é indicado para o tratamento sintomático

da Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) idiopática.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Estudo multicêntrico (18 centros), randomizado, duplo-cego e de grupos paralelos conduzido pelo Parkinson

Study Group (1997) para avaliar a eficácia e a tolerabilidade do pramipexol em pacientes com DP leve a

moderada, avaliou um total de 335 pacientes cujo ingresso foi restrito a pacientes com DP idiopática que não

estavam recebendo levodopa.

O pramipexol foi administrado de acordo com um esquema ascendente de dose até 4,5 mg/dia. Durante a fase de

titulação de dose de 7 semanas, cada paciente foi titulado para sua máxima dose tolerada da medicação do estudo.

Isto foi seguido por um período de 24 semanas de terapia de manutenção. Durante a fase de manutenção de 6

meses, os mesmos permaneceram na dose máxima de pramipexol ou placebo alcançada durante a fase de titulação

ascendente. A dose diária média durante o período de manutenção foi de 3,8 mg. Os pacientes foram avaliados

semanalmente durante o intervalo de dose ascendente, a cada duas semanas durante os primeiros 3 meses de

manutenção, e mensalmente durante os 3 últimos meses de manutenção.O parkinsonismo foi medido usando-se a

UPDRS (Escala de Classificação Unificada da Doença de Parkinson. As variáveis primárias do estudo foram as

alterações nos escores UPDRS parte II (Atividades da Vida Diária - ADL) e III (motor) entre o basal e o final do

período de manutenção. As variáveis secundárias incluíram alterações a partir do basal nos componentes

individuais da UPDRS, estadiamento de Hoenh e Yahr e número de dias até a falha do tratamento (definida como

benefício insatisfatório ou progressão da doença a ponto de requerer terapia adicional, como a levodopa). Um total

de 164 pacientes foi randomizado para o grupo com pramipexol e 171 para o grupo com placebo. Ao todo, 80%

dos pacientes que receberam placebo e 83% daqueles tratados com pramipexol completaram o estudo. Destes

últimos, 74% atingiram a dose-alvo de 4,5 mg/dia.

MODELO DE BULA

dicloridrato de pramipexol BU_01 VPS

Eficácia e Segurança

Os escores UPDRS ADL e motor diminuíram significativamente em comparação com o basal no grupo do

pramipexol (P < 0,0001): ADL médio de 8,2 no basal versus 6,4 no final do período de manutenção (semana 24)

motor médio de 18,8 no basal versus 14,1 no final do período de manutenção. Para o placebo, os valores basais

praticamente se mantiveram: ADL médio de 8,3 no basal versus 8,7 no final do período de manutenção Motor

médio de 18,8 no basal versus 20,1 no final do período de manutenção. Por todo o período de manutenção, a

magnitude do benefício variou de 22 a 29% para os escores de ADL e 25% a 31% para os escores motores. As

diferenças emergiram na semana 3 (1,5 mg/dia) do intervalo de dose ascendente e persistiram por toda a fase de

manutenção. De todos os eventos adversos relatados, apenas náusea, insônia, constipação, sonolência e

alucinações visuais ocorreram, significativamente, com maior freqüência nos pacientes tratados com pramipexol

em comparação com aqueles que receberam placebo.

Alucinações ocorreram em aproximadamente 10% dos pacientes tratados com pramipexol, porém frequentemente

se resolveram com redução da dose do medicamento. A maior parte dos pacientes no grupo com pramipexol que

descontinuaram o estudo devido a eventos adversos (18 pacientes) teve múltiplas razões para a descontinuação,

sendo as mais comuns queixas gastrintestinais (10 pacientes), alucinações (7 pacientes) e sonolência ou fadiga (5

pacientes).

No geral, o pramipexol não foi associado com alterações significativas na pressão arterial, pulso, ECG ou

quaisquer testes hematológicos ou de bioquímica sérica.1

Em outro ensaio clínico conduzido por Pinter e cols, (1999) de Fase II, prospectivo, duplo-cego, controlado com

placebo, randomizado e multicêntrico para comparar a eficácia e a tolerabilidade do pramipexol como

medicamento adicional (add on). Para isso, 78 pacientes de ambos os sexos com doença de Parkinson avançada e

complicações do tratamento, tais como flutuações motoras, foi incluído no estudo e alocado para tratamento,

adicionado a uma medicação antiparkinsoniana estabilizada, com pramipexol (n=34) versus placebo (n=44). Na

randomização houve uma estratificação em quatro grupos de acordo com uma dose diária de levodopa alta (> 600

mg) ou baixa (≤ 600 mg) e com ou sem outra medicação antiparkinsoniana. As doses diárias da medicação do

estudo foram ajustadas individualmente durante um intervalo de titulação de dose de 7 semanas, com as doses

sendo incrementadas semanalmente de 0,2 mg até 5,0 mg/dia, seguido por um período de manutenção de 4

semanas. O desfecho primário foi a alteração no escore UPDRS total no final do intervalo de manutenção

comparado com o basal. Os desfechos secundários foram as

alterações no final do intervalo de manutenção em comparação com o basal nos subescores UPDRS (partes I

(atividade mental, comportamento e humor), II (atividades da vida diária [ADL]), III (exame motor) e IV

(complicações da terapia), na escala Schwab e England, na escala de discinesia na doença de Parkinson, no diário

dos pacientes e na avaliação clínica global. A segurança e a tolerabilidade foram avaliadas com base em exames

neurológicos, medições de pressão arterial e frequência de pulso, ECG, investigações laboratoriais de rotina e

eventos adversos. Houve uma melhora significativa no grupo do pramipexol nos escores UPDRS total e

subescores partes II, III e IV. O escore UPDRS total diminuiu em 37,3% com o pramipexol em comparação com

12,2% com o placebo (P<0,001), representando uma redução de 20,1%. Para o escore UPDRS total, uma diferença

significativa entre o tratamento e o placebo foi alcançada já na semana 1 e manteve-se até o final do período de

tratamento. Uma melhora no estadiamento de Hoenh e Yahr foi observada em 6 pacientes (18%) no grupo do

pramipexol comparado com 12 pacientes (27%) no

grupo do placebo. Uma deterioração foi registrada em 2 pacientes (6%) em tratamento com pramipexol e em 4

pacientes (9%) no grupo do placebo. Nos demais pacientes, as avaliações no basal e no final da fase de

manutenção foram similares. Com base nos resultados obtidos na escala Schwab e England, foi evidente que o

tratamento com pramipexol foi superior em comparação com o placebo; melhora no período “on” em 52% dos

pacientes versus 18%; no período “off” em 54% dos pacientes versus 27%. Nenhum efeito significativo sobre

discinesias foi observado em função da administração de pramipexol. Os pacientes que receberam pramipexol

relataram uma redução geral nos períodos “off” de 12% - resultando em mais 1,7 hora de tempo “on” por dia – em

comparação com um aumento em períodos “off” de 2% com o placebo. O pramipexol mostrou um baixo perfil de

efeitos colaterais e foi bem tolerado.

Fadiga (29,4%), discinesia (14,7%), agitação e sonhos vívidos (ambos 11,8%) foram os eventos adversos mais

proeminentes com o tratamento com pramipexol (versus 4,5%, 4,5%, 6,8% e 0% com o placebo,

respectivamente).2

Doença de Parkinson

A eficácia do pramipexol manteve-se por todo o período de duração dos estudos clínicos controlados, que foi de

aproximadamente 6 meses. Em estudos abertos, em andamento, iniciados há mais de 3 anos, não se verificaram

sinais de diminuição da eficácia.

Síndrome das Pernas Inquietas

A eficácia do pramipexol foi avaliada em 4 estudos controlados com placebo em aproximadamente 1.000

pacientes com Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) de moderada à muito grave. A eficácia foi demonstrada em

estudos controlados em pacientes tratados por até 12 semanas e sustentou-se por um período de 9 meses. A

eficácia do pramipexol foi mantida durante estudos abertos com duração superior a 1 ano.3 Em um estudo clínico

controlado por placebo de 26 semanas, a eficácia do pramipexol foi confirmada em pacientes com SPI de

moderada à severa.

1. Shannon KM, Bennett JP, Friedman JH. Efficacy of pramipexole, a novel dopamine agonist, as

monotherapy in mild to moderate Parkinson’s disease. Neurology 1997; 49 (3): 724-728.

2. Pinter MM, Pogarell O, Oertel WH. Efficacy, safety and tolerance of non-ergoline dopamine agonist

pramipexole in the treatment of advanced Parkinson’s disease: double blind, placebo controlled,

randomized, multicentre study. J Neurol Neurosurg Psychiatry 1999; 66 (4): 436-441.

3. Oertel W, Schindler T, Reess J, Koester J. A randomised, double-blind, placebo controlled dose titration

trial with 0.125 - 0.75 mg pramipexole (Sifrol) orally to investigate the safety and efficacy in out-patients

with idiopathic Restless Legs Syndrome for 6 weeks followed by 46 weeks. 17 June 2005.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Farmacodinâmica

Dicloridrato de pramipexol contém pramipexol, um agonista da dopamina que se liga com alta seletividade e

especificidade aos receptores da subfamília D2 da dopamina, tem afinidade preferencial pelos receptores D3 e

apresenta atividade intrínseca completa.

Dicloridrato de pramipexol alivia as disfunções motoras do parkinsoniano por meio de estimulação dos receptores

de dopamina no corpo estriado. Estudos em animais demonstraram que o pramipexol inibe a síntese, a liberação e

o turnover da dopamina. O pramipexol protege os neurônios dopaminérgicos da degeneração devida à isquemia ou

à neurotoxicidade induzida por metanfetamina.

O preciso mecanismo de ação de dicloridrato de pramipexol para o tratamento da Síndrome das Pernas Inquietas

não é conhecido. Embora a fisiopatologia da Síndrome das Pernas Inquietas seja em sua maior parte desconhecida,

a evidência neurofarmacológica sugere a participação primária do sistema dopaminérgico. Os estudos

tomográficos de emissão de positron (PET) sugerem que uma disfunção leve pré-sináptica estriatal deve estar

envolvida na patogênese da Síndrome das Pernas Inquietas.

Estudos in vitro demonstraram que o pramipexol protege os neurônios da neurotoxicidade da levodopa.

Observou-se diminuição dose-dependente da concentração sérica de prolactina em humanos. Em um estudo

clínico com controles (voluntários sadios) onde a titulação da dose foi feita em tempo menor do que o preconizado

normalmente, empregando-se comprimidos de liberação prolongada de pramipexol (a cada 3 dias) até 4,5 mg/dia,

observou-se aumentos na pressão arterial e frequência cardíaca. Esse efeito, contudo, não foi observado em

estudos com pacientes.

Farmacocinética

O pramipexol é absorvido rápida e completamente após administração oral. A biodisponibilidade absoluta do

pramipexol é superior a 90% e a concentração plasmática máxima ocorre entre 1 e 3 horas. A ingestão de

alimentos reduz a taxa de absorção, mas não a absorção em toda a sua extensão.

O pramipexol apresenta cinética linear e variação relativamente pequena entre os níveis plasmáticos individuais.

Em humanos, o pramipexol apresenta baixo índice de ligação às proteínas plasmáticas (<20%) e grande volume de

distribuição (400 l). Observaram-se altas concentrações em tecido cerebral de ratos (aproximadamente 8 vezes a

concentração plasmática).

No homem, o pramipexol é pouco metabolizado. A excreção renal do pramipexol não metabolizado é a principal

via de eliminação (cerca de 80% da dose). Aproximadamente 90% da dose marcada com 14C é excretada através

dos rins, enquanto menos de 2% são eliminados nas fezes.

A depuração total do pramipexol é de aproximadamente 500 ml/min e a depuração renal é de aproximadamente

400 ml/min. A meia vida de eliminação (t1/2) varia de 8 horas nos jovens a 12 horas nos idosos.

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4. CONTRAINDICAÇÕES

Pacientes com hipersensibilidade ao pramipexol ou aos excipientes da fórmula.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Ao prescrever dicloridrato de pramipexol para pacientes com disfunção renal, sugere-se redução da dose de acordo

com o item Posologia.

Deve-se ter cautela nos casos de doença cardiovascular grave. Recomenda-se monitorar a pressão sanguínea,

especialmente no início do tratamento, devido ao risco geral de hipotensão postural associada ao tratamento

dopaminérgico.

Os pacientes e seus médicos devem estar cientes e atentos à possibilidade de aparecimento de comportamentos

anormais (refletindo sintomas de transtornos do controle de impulsos e compulsões), como por exemplo

compulsão alimentar, por compras, hipersexualidade e jogo patológico ou compulsivo. Tais efeitos têm sido

relatados em pacientes tratados com medicamentos com ação dopaminérgica. Nestes casos, deve-se considerar a

redução gradativa da dose ou mesmo a descontinuação.

Observaram-se alterações patológicas (degeneração e perda de células fotorreceptoras) na retina de ratos albinos

num estudo de carcinogenicidade de 2 anos. A avaliação das retinas de camundongos albinos, ratos não-albinos,

macacos e

cobaias não revelou alterações similares. Ainda não se estabeleceu a relevância deste efeito potencial em humanos,

porém não se pode negligenciá-lo, porque pode envolver o bloqueio de um mecanismo que ocorre em todos os

vertebrados (descamação do disco).

Estudos epidemiológicos demonstraram que pacientes com doença de Parkinson têm maior risco

(aproximadamente 2 a 6 vezes maior) de desenvolver melanoma do que a população em geral. No entanto, ainda

não foi esclarecido se este aumento no risco é devido à doença de Parkinson ou outros fatores, como os

medicamentos utilizados no seu tratamento.

Por estas razões, aconselha-se que pacientes e médicos monitorem a ocorrência de melanoma ao utilizarem

pramipexol ou outras drogas dopaminérgicas.

Doença de Parkinson: relataram-se sintomas sugestivos de uma síndrome maligna dos neurolépticos após a

interrupção abrupta do tratamento dopaminérgico.

Aumento da SPI: os relatos na literatura indicam que o tratamento da SPI com medicação dopaminérgica pode

resultar em aumento da síndrome, que se refere ao início precoce dos sintomas à noite (ou mesmo à tarde), nos

sintomas propriamente ditos, e da propagação dos mesmos a outras extremidades. O aumento foi especificamente

investigado em um ensaio clínico controlado de 26 semanas. A analise de Kaplan-Meier do tempo de aumento não

demonstrou nenhuma diferença significativa entre o pramipexol (N = 152) e placebo (N = 149).

Alucinações e confusão são reações adversas conhecidas do tratamento com agonistas da dopamina e com

levodopa em pacientes com a doença de Parkinson. As alucinações são mais frequentes nos pacientes com doença

de Parkinson: em estágio avançado da doença, que recebem tratamento do pramipexol em associação com

levodopa, do que nos pacientes com doença de Parkinson que estiverem recebendo a droga isolada no estágio

inicial da doença. No programa de desenvolvimento clínico da SPI, foi relatado um caso de alucinação. Os

pacientes devem ser advertidos de que

alucinações (principalmente visuais) podem ocorrer, e que este fato pode prejudicar a habilidade de dirigir.

Os pacientes devem ser advertidos sobre os potenciais efeitos sedativos associados ao pramipexol, incluindo

sonolência e a possibilidade de manifestação súbita de sono (hipersonia não orgânica) durante a realização das

atividades diárias.

Considerando que sonolência é um evento adverso frequente com consequências potencialmente sérias, os

pacientes não devem dirigir carros ou operar qualquer outra máquina complexa até que tenham experiência

suficiente com dicloridrato de pramipexol para estimar se ocorre prejuízo no desempenho mental e/ou motor. Os

pacientes devem ser aconselhados a não dirigir ou participar de atividades potencialmente perigosas se ocorrer

aumento de sonolência ou de episódios de sono súbito durante as atividades diárias (por exemplo, durante

conversas, refeições, etc.), em qualquer momento do tratamento, e devem consultar o médico.

Estudos de toxicidade de doses repetidas demonstraram que o pramipexol exerce efeitos funcionais,

principalmente envolvendo o SNC e, em ratos, o sistema reprodutor das fêmeas, provavelmente devido à

exacerbação dos seus efeitos farmacodinâmicos.

Investigaram-se os efeitos potenciais do pramipexol na função reprodutiva de ratos e coelhos. O pramipexol não

foi teratogênico em ratos e coelhos, mas em ratos, doses tóxicas à mãe foram embriotóxicas.

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Devido ao efeito indutor de hipoprolactinemia e ao fato da prolactina exercer um papel importante na função

reprodutiva de ratas, os efeitos do pramipexol na gravidez e na fertilidade da fêmea não foram totalmente

elucidados.

Um atraso no desenvolvimento sexual (ou seja, separação prepucial e abertura do canal vaginal) foi observado em

ratos.

A relevância em humanos é desconhecida.

O pramipexol não foi genotóxico. Em estudo de carcinogenicidade, ratos machos desenvolveram hiperplasia das

células de Leydig e adenomas que podem ser explicados pela ação inibitória do pramipexol sobre a prolactina.

Este fato não é clinicamente relevante em humanos. O mesmo estudo também demonstrou que doses de 2 mg/kg

ou mais (sob a forma salina) associam-se com degeneração da retina de ratos albinos. O mesmo efeito não ocorreu

em ratos não-albinos, nem em camundongos albinos de um estudo da carcinogenicidade de 2 anos, nem em outras

espécies estudadas.

Fertilidade, gravidez e lactação

Ainda não se investigaram os efeitos na gravidez e lactação em humanos. Dicloridrato de pramipexol somente

deve ser usado durante a gravidez se os benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais ao feto.

A excreção do pramipexol no leite de lactantes ainda não foi estudada. Em ratas, a concentração da droga foi

maior no leite materno do que no plasma. O tratamento com pramipexol inibe a secreção da prolactina em

humanos, portanto espera-se que ocorra inibição da lactação. Consequentemente, pramipexol não deve ser

utilizado durante a amamentação.

Os efeitos na fertilidade humana ainda não foram estudados. Estudos em animais não indicaram efeitos

prejudiciais diretos ou indiretos na fertilidade masculina.

Dicloridrato de pramipexol está classificado na categoria de risco C na gravidez.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Verifica-se no homem que o pramipexol apresenta baixos índices de ligação a proteínas plasmáticas (<20%) e de

biotransformação. Portanto, é improvável que ocorram interações com outros medicamentos que afetem a ligação

com proteínas plasmáticas ou sejam eliminados por biotransformação.

Medicamentos que inibem a secreção ativa dos túbulos renais de drogas de pH básico (catiônicas), tais como

cimetidina, ou drogas que sejam eliminadas por meio da secreção ativa dos túbulos renais podem interagir com

dicloridrato de pramipexol, resultando na redução da depuração de um dos medicamentos ou de ambos. No caso

de tratamento concomitante com essa classe de medicamentos (inclusive amantadina), deve-se ter cautela com os

sinais de hiperestimulação dopaminérgica, tais como discinesia, agitação ou alucinações. Em tais casos, é

necessária a redução da dose.

A selegilina e a levodopa não influenciam a farmacocinética do pramipexol. A extensão total da absorção ou

eliminação da levodopa não é alterada pelo pramipexol. Ainda não se avaliou a interação com anticolinérgicos e

amantadina. Como os anticolinérgicos são eliminados principalmente através do metabolismo hepático, as

interações farmacocinéticas com pramipexol são praticamente improváveis. É possível haver interação com

amantadina por terem a mesma via de excreção renal.

Durante o aumento da dose de dicloridrato de pramipexol em pacientes com doença de Parkinson, recomenda-se

diminuir a dose de levodopa e manter a dose de outros medicamentos antiparkinsonianos.

Devido aos possíveis efeitos aditivos, recomenda-se cautela quando os pacientes estiverem tomando, juntamente

com o dicloridrato de pramipexol, qualquer outro medicamento sedativo ou álcool e medicamentos que aumentem

os níveis plasmáticos de pramipexol (por exemplo cimetidina).

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade.

Desde que respeitados os cuidados de armazenamento, o medicamento apresenta uma validade de 24 meses a

contar da data de sua fabricação. Não devem ser utilizados medicamentos fora do prazo de validade, pois podem

trazer prejuízos à saúde.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Os comprimidos de dicloridrato de pramipexol 0,125 mg são brancos e circulares.

Os comprimidos de dicloridrato de pramipexol 0,25 mg são brancos e oblongos.

dicloridrato de pramipexol BU_01 VPS

Os comprimidos de dicloridrato de pramipexol 1 mg são brancos e circulares.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Os comprimidos devem ser ingeridos por via oral com água, com ou sem alimentos.

Doença de Parkinson

A dose diária total deve ser dividida em três tomadas diárias.

• Tratamento inicial: a posologia deve ser aumentada gradualmente a partir de uma dose inicial de 0,375 mg/dia,

subdividida em três doses diárias, e deve ser aumentada a cada 5 a 7 dias. Desde que o paciente não apresente

reações adversas, a dose deve ser aumentada até que se atinja o máximo efeito terapêutico.

Esquema de dose ascendente de dicloridrato de pramipexol

Semana Dose Dose diária total

1 0,125 mg, 3 x ao dia 0,375 mg

2 0,25 mg, 3 x ao dia 0,75 mg

3 0,5 mg, 3 x ao dia 1,50 mg

Se houver necessidade de aumento da dose, acrescentar semanalmente 0,75 mg à dose diária até atingir a dose

máxima de 4,5 mg/dia.

• Tratamento de manutenção: a dose individual deve situar-se entre 0,375 mg/dia e a dose máxima de 4,5

mg/dia. Nos três estudos clínicos, tanto no estágio inicial como no estágio avançado da doença, observou-se

durante o aumento da dose que a eficácia terapêutica se iniciou a partir de doses diárias de 1,5 mg. Este fato não

exclui que doses maiores que 1,5 mg/dia possam propiciar um benefício terapêutico adicional em alguns pacientes.

Isto se aplica principalmente a pacientes no estágio avançado da doença, nos quais se pretenda reduzir a dose da

levodopa.

• Descontinuação do tratamento: deve-se diminuir a dose em 0,75 mg por dia até que a dose diária atinja 0,75

mg. Depois disso, a dose deve ser reduzida em 0,375 mg por dia.

• Pacientes em tratamento com levodopa: recomenda-se redução da dose de levodopa tanto durante o aumento

da dose de dicloridrato de pramipexol como no tratamento de manutenção subsequente, a fim de evitar

hiperestimulação dopaminérgica.

• Pacientes com disfunção renal: a eliminação do pramipexol depende da função renal. Recomenda-se a seguinte

posologia durante o tratamento inicial:

• Pacientes com depuração de creatinina acima de 50 ml/min: não há necessidade de redução da dose diária ou

freqüência da dose

• Pacientes com depuração de creatinina entre 20 e 50 ml/min: a dose diária inicial de dicloridrato de pramipexol

deve ser administrada em 2 tomadas, iniciando-se com doses de 0,125 mg 2x ao dia (0,25 mg/dia). A dose máxima

diária de 2,25 mg de dicloridrato de pramipexol não deve ser excedida

• Pacientes com depuração de creatinina menor que 20 ml/min: a dose diária de dicloridrato de pramipexol deve

ser administrada em dose única, iniciando-se com doses de 0,125 mg/dia. A dose máxima diária de 1,5 mg de

dicloridrato de pramipexol não deve ser excedida.

Se a função renal diminuir durante o tratamento de manutenção, reduzir a dose diária de dicloridrato de

pramipexol na mesma proporção da diminuição da depuração da creatinina; por exemplo, se ocorrer diminuição de

30% da depuração da creatinina,

reduzir 30% da dose diária de dicloridrato de pramipexol. A dose diária pode ser administrada em 2 tomadas

diárias se a depuração de creatinina estiver entre 20 e 50 ml/min e em dose única se a depuração de creatinina

estiver menor que 20 ml/min.

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• Pacientes com disfunção hepática: não se considera necessário reduzir a dose.

Síndrome das Pernas Inquietas

A dose inicial recomendada de dicloridrato de pramipexol é 0,125 mg uma vez ao dia, 2 a 3 horas antes de dormir.

Para pacientes com sintomatologia adicional a dose deve ser aumentada ou ajustada a cada 4-7 dias, no máximo de

0,75 mg por dia de acordo com a tabela abaixo:

Etapa Dose diária (única) da noite

1 0,125 mg

2 (se necessário) 0,25 mg

3 (se necessário) 0,50 mg

4 (se necessário) 0,75 mg

• Descontinuação do tratamento: dicloridrato de pramipexol pode ser descontinuado sem redução gradativa da

dose. Em um estudo clínico controlado por placebo, de 26 semanas, o retorno dos sintomas da SPI (piora da

gravidade dos sintomas comparado ao normal) foi observado em 10% dos pacientes (14 em 135) após a

interrupção abrupta do pramipexol. Este efeito foi similar em todas as doses.

• Pacientes com disfunção renal: a eliminação de dicloridrato de pramipexol é dependente da função renal e está

intimamente relacionada à depuração de creatinina. Pacientes com depuração de creatinina acima de 20 ml/min

não necessitam de redução da dose diária, baseado em estudos farmacocinéticos em pacientes com disfunção renal.

O uso de dicloridrato de pramipexol em pacientes portadores de SPI com disfunção renal não foi estudado.

• Pacientes com disfunção hepática: não há necessidade de redução da dose, já que aproximadamente 90% da

droga absorvida é excretada através dos rins.

A segurança e eficácia de dicloridrato de pramipexol não foram estabelecidas em crianças e adolescentes até 18

anos.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Os seguintes eventos adversos foram listados durante o uso de dicloridrato de pramipexol:

Doença de Parkinson:

• Reações muito comuns (>1/10): tontura, discinesia, sonolência, náusea.

• Reações comuns (>1/100 e <1/10): comportamentos anormais (refletindo sintomas de transtornos do controle dos

impulsos e comportamento compulsivo), sonhos anormais, confusão, alucinações, insônia, cefaleia, distúrbios

visuais incluindo diplopia, visão embaçada e acuidade visual reduzida, hipotensão, constipação, vômito, fadiga,

edema periférico, perda de peso com perda de apetite.

• Reações incomuns (>1/1.000 e <1/100): pneumonia, compulsão por compras, amnésia, delírio, hipersexualidade,

aumento ou diminuição da libido, paranoia, jogo patológico, inquietação hipercinesia, início repentino do sono,

síncope, dispneia, soluços, prurido, erupção cutânea (rash), hipersensibilidade à droga, aumento de peso.

• Reações com frequência desconhecida: secreção inadequada do hormônio antidiurético, compulsão alimentar,

hiperfagia, falência cardíaca.

Síndrome das Pernas Inquietas:

• Reação muito comum (>1/10): náusea.

• Reações comuns (>1/100 e <1/10): sonhos anormais, insônia, tontura, cefaleia, sonolência, constipação, vômito,

fadiga.

dicloridrato de pramipexol BU_01 VPS

• Reações incomuns (>1/1.000 e <1/100): confusão, alucinações, aumento ou diminuição da libido, inquietação,

discinesia, início repentino do sono, síncope, distúrbios visuais incluindo diplopia, visão embaçada e acuidade

visual

reduzida, hipotensão, dispneia, soluços, prurido, erupção cutânea (rash), hipersensibilidade à droga, edema

periférico, perda de peso com perda de apetite, aumento de peso.

• Reações com frequência desconhecida: pneumonia, secreção inadequada do hormônio antidiurético,

comportamentos anormais (refletindo sintomas de transtornos do controle dos impulsos e comportamento

compulsivo), compulsão alimentar, por compras, delírio, hiperfagia, hipersexualidade, paranoia, jogo patológico,

amnésia, hipercinesia, falência cardíaca.

A incidência de hipotensão em comparação com placebo em pacientes sob tratamento com pramipexol não

aumentou.

Contudo, em alguns pacientes, pode ocorrer hipotensão no início do tratamento, principalmente quando o aumento

da dose de dicloridrato de pramipexol é muito rápido. dicloridrato de pramipexol pode estar associado com

distúrbios da libido (aumento ou diminuição).

Os pacientes tratados com pramipexol relataram a ocorrência de sono súbito durante a realização das atividades

diárias, incluindo operação de veículos automotores, algumas vezes ocasionando acidentes. Principalmente em

pacientes

tomando doses acima de 1,5 mg/dia de dicloridrato de pramipexol, há alguns relatos de episódios de sono sem

sinais de alerta, como sonolência, a qual de acordo com o conhecimento atual sobre a fisiologia do sono, sempre o

precede. Não se evidenciou uma relação com a duração do tratamento. Alguns pacientes estavam recebendo outros

medicamentos com propriedades potencialmente sedativas. Na maioria dos casos dos quais se obtiveram

informações, os episódios não se repetiram após a redução da dose ou a interrupção do tratamento.

Pacientes com doença de Parkinson tratados com drogas dopaminérgicas, incluindo pramipexol, especialmente em

altas doses, têm relatado sinais de jogo patológico, libido aumentada e hipersexualidade, geralmente reversível

com a redução da dose ou descontinuação do tratamento.

Foram relatados casos de falência cardíaca em estudos clínicos e experiência pós-marketing com pacientes sob o

uso de pramipexol. Em um estudo farmacoepidemiológico o uso de pramipexol foi associado a um aumento do

risco de

falência cardíaca comparado ao não uso de pramipexol. Uma relação causal entre pramipexol e falência cardíaca

ainda não foi demonstrada.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária- NOTIVISA,

disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou

Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.