Bula do Dienogeste produzido pelo laboratorio Eurofarma Laboratórios S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
dienogeste
Eurofarma Laboratórios S.A.
comprimido revestido
2 mg
dienogeste_Bula_Profissional 9/3/2015
RDC nº 47 de 08/09/2009
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999
Comprimido revestido
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Embalagem com 30 comprimidos revestidos contendo 2 mg de dienogeste.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido revestido de 2 mg contém:
dienogeste...................................................................................................................................................................2 mg
excipientes* q.s.p. ........................................................................................................................1 comprimido revestido
*dextroalfatocoferol, croscarmelose sódica, hipromelose, celulose microcristalina, lactose monoidratada, amido,
dióxido de silício, estearato de magnésio, álcool polivinílico, dióxido de titânio, macrogol, talco, óxido de ferro preto,
corante laca amarelo de quinolina, mica, polissorbato 80.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Tratamento da endometriose.
Foi demonstrada a superioridade de dienogeste em relação ao placebo na redução da dor pélvica associada à
endometriose (DPAE) e redução clinicamente significativa da dor comparada aos valores iniciais em um estudo de 3
meses incluindo 102 pacientes com dienogeste.
A DPAE foi medida com uma escala visual analógica (EVA) (0 – 100 mm). Após 3 meses de tratamento com
dienogeste, foram demonstradas diferenças estatisticamente significativas comparadas ao placebo (Δ = 12,3 mm; 95%
IC: 6,4 – 18,1; p < 0,0001) e redução clinicamente significativa da dor comparada aos valores iniciais (redução média
= 27,4 mm ± 22,9).
Após 3 meses de tratamento, foi alcançada redução da DPAE de cerca de 50% ou mais sem aumento relevante da
medicação concomitante para dor em 37,3% das pacientes tratadas com dienogeste (versus placebo: 19,8%); uma
redução de DPAE de cerca de 75% ou mais sem aumento relevante da medicação para dor foi alcançada em 18,6%
das pacientes tratadas com dienogeste (versus placebo: 7,3%).
Este estudo controlado com placebo foi estendido de forma aberta e seus resultados demonstraram melhora contínua
da endometriose associada à dor pélvica com uma duração de tratamento de até 15 meses (redução média ao final do
tratamento = 43,2 ± 21,7 mm) da EVA.
Adicionalmente, a eficácia na dor pélvica associada à endometriose foi demonstrada em um estudo comparativo de 6
meses com dienogeste comparado ao análogo do GnRH acetato de leuprorelina (AL) incluindo 120 pacientes em
tratamento com dienogeste. A DPAE foi também medida sobre uma EVA (0 – 100 mm). Foi observada redução
clinicamente significativa da dor comparada aos valores iniciais em ambos os grupos de tratamento (dienogeste: 47,5
± 28,8 mm versus AL: 46,0 ± 24,8 mm). Foi demonstrada não-inferioridade em comparação ao AL baseado em uma
margem pré-definida de 15 mm (p < 0,0001).
Três estudos incluindo um total de 252 pacientes que receberam diariamente 2 mg de dienogeste demonstraram
redução substancial das lesões endometrióticas após 6 meses de tratamento.
Em um estudo pequeno (n = 8 por grupo de dose), uma dose diária de 1 mg de dienogeste demonstrou induzir um
estado anovulatório após 1 mês de tratamento. O dienogeste não foi testado para eficácia contraceptiva em estudos
maiores.
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RDC nº 47 de 08/09/2009
- Propriedades farmacodinâmicas
O dienogeste é um derivado da nortestosterona com atividade antiandrogênica de aproximadamente um terço da
atividade do acetato de ciproterona. O dienogeste liga-se ao receptor de progesterona no útero humano com apenas
10% da afinidade relativa da progesterona. Apesar de sua baixa afinidade pelo receptor de progesterona, o dienogeste
apresenta potente efeito progestogênico in vivo. O dienogeste não apresenta atividade androgênica, mineralocorticoide
ou glicocorticoide significativa in vivo.
O dienogeste age sobre a endometriose reduzindo a produção de estradiol endógeno e desta forma, suprimindo os
efeitos tróficos do estradiol tanto sobre o endométrio eutópico quanto ectópico. Quando administrado continuamente,
o dienogeste leva a um meio endócrino hipergestagênico, hipoestrogênico, causando decidualização inicial do tecido
endometrial seguido de atrofia das lesões endometrióticas. Propriedades adicionais, tais como efeitos antiangiogênicos
e imunológicos, parecem contribuir para a ação inibitória do dienogeste sobre a proliferação celular.
Dados de segurança
Os níveis de estrogênio endógeno são apenas moderadamente suprimidos durante o tratamento com dienogeste.
A densidade mineral óssea (DMO) foi avaliada em 21 pacientes antes e após 6 meses do tratamento e não houve
redução na média da DMO.
Não foi observado impacto significativo sobre os parâmetros laboratoriais padrão, incluindo hematologia, bioquímica
do sangue, enzimas hepáticas, lipídeos e hemoglobina glicosada (HbA1C) durante o tratamento com dienogeste até 15
meses (n = 168).
- Propriedades farmacocinéticas
Absorção
O dienogeste administrado por via oral é rápido e quase completamente absorvido.
Concentrações séricas máximas de 47 ng/mL são alcançadas em aproximadamente 1,5 hora após ingestão de dose
única. A biodisponibilidade é de cerca de 91%. A farmacocinética do dienogeste é proporcional à dose dentro do
intervalo de 1 a 8 mg.
Distribuição
O dienogeste liga-se á albumina sérica e não se liga às globulinas de ligação dos hormônios sexuais (SHBG) nem às
globulinas de ligação dos corticosteroides (CBG). Dez por cento do total das concentrações séricas do medicamento
apresentam-se na forma livre do esteroide e 90% ligam-se de forma não específica à albumina.
O volume aparente de distribuição (Vd/F) de dienogeste é 40 L.
Metabolismo
O dienogeste é completamente metabolizado pelas vias conhecidas do metabolismo de esteroides, com a formação de
metabólitos em sua maior parte endocrinologicamente inativos.
Com base em estudos in vitro e in vivo, a citocromo P450 (CYP3A4) é a principal enzima envolvida no metabolismo
do dienogeste. Os metabólitos são excretados muito rapidamente de modo que a fração predominante no plasma é a
forma inalterada do dienogeste.
A taxa de depuração metabólica sérica Cl/F é 64 mL/min.
Eliminação
Os níveis séricos de dienogeste diminuem em duas fases. A fase de disposição terminal é caracterizada por meia-vida
de aproximadamente 9 a 10 horas. O dienogeste é excretado na forma de metabólitos que são excretados em uma
razão urina/fezes de cerca de 3:1, após administração oral de 0,1 mg/Kg. A meia-vida de excreção urinária dos
metabólitos é de 14 horas. Após administração oral, aproximadamente 86% da dose administrada é eliminada dentro
de 6 dias, a maior parte sendo excretada dentro das primeiras 24 horas, principalmente na urina.
Condições no estado de equilíbrio
A farmacocinética do dienogeste não é influenciada pelos níveis de SHBG. Após ingestão diária, os níveis séricos do
medicamento aumentam cerca de 1,24 vezes, alcançando as condições do estado de equilíbrio após 4 dias de
tratamento. A farmacocinética do dienogeste após administração repetida de dienogeste pode ser prevista a partir da
farmacocinética de dose única.
- Dados pré-clínicos de segurança
Os dados pré-clínicos não revelaram risco especial para humanos baseado em estudos convencionais de farmacologia
de segurança, toxicidade de dose repetida, genotoxicidade, potencial carcinogênico e toxicidade de reprodução. No
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entanto, deve-se ter em mente que esteroides sexuais podem promover o crescimento de certos tecidos e tumores
dependentes de hormônio.
Este medicamento não deve ser utilizado na presença de qualquer uma das condições listadas abaixo, as quais
são parcialmente provenientes de informação sobre outros medicamentos contendo somente progestógeno.
Caso surja qualquer uma dessas condições durante o uso de dienogeste, o tratamento deve ser descontinuado
imediatamente.
- distúrbio tromboembólico venoso em atividade;
- presença ou histórico de doença cardiovascular e arterial (por exemplo, infarto do miocárdio, acidente
vascular cerebral, doença cardíaca isquêmica);
- diabetes mellitus com envolvimento vascular;
- presença ou histórico de doença hepática grave enquanto os valores da função hepática não retornarem ao
normal;
- presença ou histórico de tumor hepático (benigno ou maligno);
- suspeita ou diagnóstico de neoplasias dependentes de hormônios sexuais;
- sangramento vaginal não diagnosticado;
- hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos componentes da formulação.
Antes de iniciar o tratamento com dienogeste, deve-se excluir a possibilidade de gravidez.
Durante o tratamento, as pacientes devem ser orientadas a utilizar métodos contraceptivos não hormonais (por
exemplo, método de barreira), caso seja necessário prevenir a gravidez.
O dienogeste não foi investigado quanto à eficácia contraceptiva, mas foi demonstrado em um estudo
envolvendo 8 mulheres, que 1 mg de dienogeste é capaz de induzir a um estado anovulatório após 1 mês de
tratamento.
Gestações que ocorrem entre usuárias de contraceptivos contendo somente progestógeno (por exemplo,
minipílula) têm maior probabilidade de serem ectópicas do que as gestações entre usuárias de contraceptivos
orais combinados. Portanto, em mulheres com histórico de gravidez extrauterina ou de alteração da função das
trompas, o uso de dienogeste deve ser decidido apenas após cuidadosa avaliação da relação risco/benefício.
O dienogeste é um medicamento que contém somente progestógeno, portanto, deve-se considerar que as
precauções e advertências para o uso de todos os medicamentos que contem somente progestógeno são válidas
também para o seu uso, embora nem todas as precauções e advertências estejam baseadas em achados dos
estudos clínicos realizados com dienogeste.
Caso qualquer uma das condições/fatores de risco descritas abaixo esteja presente ou se agrave, deve-se
realizar uma análise individual da relação risco/benefício antes de iniciar ou continuar o uso de dienogeste.
- Distúrbios circulatórios
A partir de estudos epidemiológicos, há pequena evidência para uma associação entre medicamentos contendo
somente progestógeno e risco aumentado de infarto do miocárdio ou tromboembolismo cerebral. O risco de
eventos cerebrais e cardiovasculares está bastante relacionado ao aumento da idade, hipertensão e tabagismo.
Em mulheres com hipertensão, o risco de acidente vascular cerebral pode ser levemente aumentado por
medicamentos contendo somente progestógeno.
Alguns estudos indicam que pode haver um risco levemente, aumentado de tromboembolismo venoso
(trombose venosa profunda, embolia pulmonar), mas não estatisticamente significativo, associado ao uso de
medicamentos contendo somente progestógeno. De modo geral, os fatores de risco reconhecidos para
tromboembolismo venoso (TEV) incluem histórico pessoal ou familiar positivo (TEV em um irmão ou parente
em idade relativamente jovem), idade, obesidade, imobilização prolongada, cirurgia de grande porte ou trauma
extenso. Em caso de imobilização prolongada, é recomendável descontinuar o uso de dienogeste (no caso de
cirurgia planejada, com pelo menos 4 semanas de antecedência) e não retomar o tratamento até 2 semanas
após a completa remobilização.
Deve-se considerar o risco aumentado de tromboembolismo no puerpério.
O tratamento deve ser interrompido imediatamente caso haja suspeita ou surjam sintomas de evento
trombótico venoso ou arterial.
- Tumores
Uma meta-análise de 54 estudos epidemiológicos demonstrou que existe pequeno aumento do risco relativo (RR
= 1,24) para câncer de mama diagnosticado em mulheres que estejam usando COCs, principalmente
medicamentos contendo a associação progestógeno-estrogênio. Este aumento desaparece gradualmente nos 10
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anos subsequentes à suspensão do uso do COC. Uma vez que o câncer de mama é raro em mulheres com idade
inferior a 40 anos, o aumento no número de diagnósticos de câncer de mama em usuárias atuais e recentes de
COCs é pequeno, se comparado ao risco total de câncer de mama. Estes estudos não fornecem evidências de
causalidade. O risco de ter câncer de mama diagnosticado em usuárias de pílulas contendo somente
progestógeno é possivelmente de magnitude semelhante àquele associado ao COC. No entanto, para
medicamentos contendo somente progestógeno, a evidência é baseada em populações de usuárias muito
menores e, portanto, é menos conclusiva do que para COCs. Estes estudos não fornecem evidência de causa. O
padrão observado de aumento de risco pode ser devido ao diagnóstico precoce de câncer de mama em usuárias
de COCs, aos efeitos biológicos dos COCs ou à combinação de ambos. Os casos de câncer de mama
diagnosticados em usuárias de alguma vez de COCs tendem a ser clinicamente menos avançados do que os
diagnosticados em mulheres que nunca utilizaram COCs.
Em casos raros, tumores hepáticos benignos, e ainda mais raramente, tumores hepáticos malignos foram
relatados em usuárias de substâncias hormonais, tais como a contida em dienogeste. Em casos isolados, estes
tumores levaram a hemorragias intra-abdominais com risco para a vida da paciente. A possibilidade de tumor
hepático deve ser considerada no diagnóstico diferencial em caso de ocorrência de dor intensa no abdome
superior, aumento do tamanho do fígado ou sinais de hemorragia intra-abdominal em mulheres tomando
dienogeste.
- Alterações no padrão de sangramento
O tratamento com dienogeste afeta o padrão de sangramento menstrual na maioria das mulheres (veja o item
“Reações Adversas”).
Sangramento uterino, por exemplo, em mulheres com adenomiose do útero ou leiomiomatose uterina, pode ser
agravado com o uso de dienogeste. Se o sangramento for intenso e contínuo ao longo do tempo, pode levar à
anemia (grave em alguns casos). Nestes casos, deve-se considerar a descontinuação de dienogeste.
- Outras condições
Pacientes que apresentam histórico de depressão devem ser cuidadosamente observados e o medicamento deve
ser descontinuado em caso de agravamento da depressão.
De modo geral, dienogeste parece não afetar a pressão arterial em mulheres normotensas.
Entretanto, caso hipertensão clinicamente significativa se desenvolva e se mantenha durante o uso de
dienogeste, recomenda-se descontinuar o uso do medicamento e tratar a hipertensão.
Recorrência de icterícia colestática e/ou prurido ocorrido anteriormente durante uma gravidez ou durante o
uso anterior de esteroides sexuais requer a descontinuação de dienogeste.
O dienogeste pode apresentar leve efeito sobre a resistência periférica à insulina e tolerância à glicose.
Mulheres diabéticas, sobretudo aquelas com histórico de diabetes mellitus gestacional, devem ser
cuidadosamente observadas durante o uso de dienogeste.
Ocasionalmente pode ocorrer melasma/cloasma, principalmente em mulheres com histórico de cloasma
gravídico. Mulheres com tendência a melasma/cloasma devem evitar exposição ao sol ou radiação ultravioleta
durante o tratamento com dienogeste.
Podem ocorrer folículos ovarianos persistentes (frequentemente referidos como cistos ovarianos funcionais)
durante o uso de dienogeste. A maioria destes folículos é assintomática, embora alguns possam estar
acompanhados de dor pélvica.
- Exames médicos
Deve-se obter histórico médico completo, bem como realizar exames físico e ginecológico antes do início ou
reinstituição do uso de dienogeste, considerando os itens descritos em “Contraindicações” e “Advertências e
Precauções”. Estes acompanhamentos devem ser repetidos regularmente durante o uso de dienogeste. A
frequência e a natureza destas avaliações devem ser individualizadas para cada mulher, mas em geral, devem
incluir atenção especial à pressão arterial, mamas, abdome e órgãos pélvicos, incluindo citologia cervical.
- Gravidez
Há dados limitados do uso de dienogeste em mulheres grávidas. Estudos em animais e dados obtidos em
mulheres expostas ao dienogeste durante a gestação não revelaram riscos especiais sobre a gravidez,
desenvolvimento embrionário/fetal, nascimento ou desenvolvimento pós-natal para humanos (veja o item
“Dados pré-clínicos de segurança”).
Entretanto, dienogeste não deve ser administrado a mulheres grávidas uma vez que não há necessidade de
tratar a endometriose durante a gravidez.
Categoria B – Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
- Lactação
A administração de dienogeste durante a lactação não é recomendada. Propriedades físico-químicas e dados de
animais indicam que o dienogeste é excretado no leite materno. Deve-se optar por descontinuar a amamentação
ou o tratamento com dienogeste levando-se em consideração os benefícios da amamentação para a criança e os
da terapia para a mulher.
- Fertilidade
Com base nos dados disponíveis, a ovulação é inibida na maioria das pacientes durante o tratamento com
dienogeste. Entretanto, dienogeste não é um contraceptivo.
Caso seja necessário prevenir a gravidez, deve-se utilizar um método contraceptivo não-hormonal.
Com base nos dados disponíveis, o ciclo menstrual retorna ao normal dentro de 2 meses após o término do
tratamento com dienogeste.
- Efeitos na habilidade de dirigir veículos e operar máquinas
- Efeitos de outros medicamentos sobre dienogeste
- Indutores ou inibidores enzimáticos individuais (citocromo P450)
Os progestógenos, incluindo o dienogeste, são metabolizados, principalmente pelo sistema do citocromo P450
3A4 (CYP 3A4) localizado na mucosa intestinal e no fígado. Portanto, indutores ou inibidores do CYP3A4
podem afetar o metabolismo do progestógeno.
Uma depuração aumentada de hormônios sexuais devido à indução enzimática pode reduzir o efeito
terapêutico de dienogeste e pode resultar em reações adversas, como, por exemplo, alterações no perfil de
sangramento uterino.
Uma depuração reduzida de hormônios sexuais devido à inibição enzimática pode aumentar a exposição ao
dienogeste e resultar em reações adversas.
- Substâncias com propriedades de indução enzimática
Podem ocorrer interações com outros medicamentos (por exemplo, fenitoína, barbitúricos, primidona,
carbamazepina, rifampicina e possivelmente também com oxcarbazepina, topiramato, felbamato,
griseofulvina, nevirapina e produtos contendo erva-de-São João) que induzem enzimas microssomais (por
exemplo, enzimas do citocromo P450) e que podem resultar em depuração aumentada de hormônios sexuais.
De modo geral, não se observa indução enzimática máxima já dentro 2 a 3 semanas, mas pode ser mantida por
pelo menos 4 semanas após o término da terapia.
O efeito indutor da rifampicina sobre o CYP3A4 foi estudado em mulheres sadias na pós-menopausa.
A coadministração de rifampicina com comprimidos de valerato de estadiol/dienogeste levou a diminuições
significativas das concentrações no estado de equilíbrio e exposições sistêmicas do dienogeste. A exposição
sistêmica ao dienogeste no estado de equilíbrio, medida pela (área sob a curva, 0 – 24h), foi diminuída em cerca
de 83%.
- Substâncias com propriedades de inibição enzimática
Inibidores conhecidos do CYP3A4 como antifúngicos azólicos (por exemplo, cetoconazol, itraconazol,
fluconazol), cimetidina, verapamil, macrolídeos (por exemplo, eritromicina, claritromicina e roxitromicina),
diltiazem, inibidores da protease (por exemplo, ritonavir, saquinavir, indinavir, nelfinavir), anti-depressivos
(por exemplo, nefazodona, fluvoxamina, fluoxetina) e suco de toronja podem aumentar os níveis plasmáticos de
progestógenos e resultar em reações adversas.
Em um estudo investigando o efeito dos inibidores do CYP3A4 (cetoconazol, eritromicina) sobre a combinação
de valerato de estradiol/dienogeste, os níveis plasmáticos de dienogeste no estado de equilíbrio foram
aumentados. A coadministração com o potente inibidor cetoconazol, resultou em um aumento de 186% da
AUC (0 – 24 h) no estado de equilíbrio, para dienogeste. Quando coadministrado com o inibidor moderado
eritromicina, a AUC do dienogeste no estado de equilíbrio foi aumentada cerca de 62%. A relevância clínica
destas interações é desconhecida.
- Efeitos do dienogeste sobre outros medicamentos
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RDC nº 47 de 08/09/2009
Com base em estudos de inibição in vitro, é improvável que haja interação clinicamente relevante entre
dienogeste e o metabolismo de outros medicamentos mediado pela enzima do citocromo P450.
Deve-se consultar também as informações contidas na bula do medicamento utilizado concomitantemente, para
verificar possíveis interações.
- Interações com alimentos
Uma refeição padronizada com alto teor de gordura não afetou a biodisponibilidade de dienogeste.
- Outras formas de interação
O uso de progestógenos pode influenciar os resultados de certos exames laboratoriais, incluindo parâmetros
bioquímicos do fígado, tireoide, função renal e adrenal, níveis plasmáticos de proteínas (carreadoras), por
exemplo, frações lipoproteicas/lipídicas, parâmetros do metabolismo de carboidratados e parâmetros da
coagulação e fibrinólise.
De modo geral, as alterações permanecem dentro da faixa laboratorial normal.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C). Proteger da umidade.
O prazo de validade é de 24 meses a partir da data de fabricação impressa na embalagem do produto.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
O dienogeste é um comprimido revestido circular, biconvexo, verde brilhante.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
- Método de administração
Uso oral
A ingestão dos comprimidos de dienogeste pode ser iniciada em qualquer dia do ciclo menstrual.
A dose de dienogeste é de um comprimido por dia sem intervalo de pausa, tomado, preferencialmente, no mesmo
horário todos os dias, com um pouco de líquido, se necessário. Os comprimidos devem ser tomados continuamente,
independentemente de sangramento vaginal.
Ao término de uma cartela, a próxima deve ser iniciada, sem interrupção.
A eficácia de dienogeste pode estar reduzida em caso de esquecimento da tomada de comprimidos, vômito e/ou
diarreia (se ocorrer dentro de 3 a 4 horas após a ingestão de um comprimido). Em caso de comprimido(s)
esquecido(s), a mulher deve tomar apenas um comprimido, assim que se lembrar e continuar no dia seguinte a tomar
os comprimidos no horário habitual. Um comprimido não absorvido devido a vômito ou diarreia deve ser igualmente
substituído por outro comprimido.
- Informações adicionais para populações especiais
- População pediátrica
Este medicamento não é indicado para crianças e jovens antes da menarca. A segurança e eficácia de dienogeste em
adolescentes (menarca a 18 anos) não foi estabelecida.
- População geriátrica
Não há indicação relevante para o uso de dienogeste na população geriátrica.
- Pacientes com alteração hepática
Este medicamento é contraindicado em pacientes com presença ou histórico de doença hepática grave (veja o item
“Contraindicações”).
- Pacientes com alteração renal
Não há dados que sugiram a necessidade de ajuste de dose em pacientes com alteração renal.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
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RDC nº 47 de 08/09/2009
As reações adversas são mais frequentes durante os primeiros meses após o início da ingestão de dienogeste e
diminuem ao longo do tratamento. As seguintes reações adversas foram relatadas em usuárias de dienogeste.
As reações adversas relatadas mais frequentemente durante o tratamento com dienogeste que foram
consideradas pelo menos possivelmente relacionadas à dienogeste foram: cefaleia (9,0%), desconforto nas
mamas (5,4%), humor deprimido (5,1%) e acne (5,1%).
Tabela 1: Frequências das reações adversas ao medicamento de acordo com a classificação por sistema
corpóreo (MedDRA SOCs) relatadas com dienogeste estão resumidas na tabela abaixo. Dentro de cada grupo
de frequência, as reações adversas estão apresentadas em ordem decrescente de frequência. As frequências são
definidas como frequente (≥ 1/100 a < 1/10) e pouco frequente (≥ 1/1.000 a < 1/100). As frequências estão
baseadas nos dados agrupados de 4 estudos clínicos, incluindo 332 pacientes (100,0%).
Classificação por sistema
corpóreo Frequente Pouco Frequente
Distúrbios do sistema sanguíneo
e linfático
Anemia (1; 0,3%)
Distúrbios metabólicos e
nutricionais
Aumento de peso (12; 3,6%) Diminuição de peso (1; 0,3%)
Aumento de apetite (1; 0,3%)
Distúrbios psiquiátricos
Humor deprimido (17; 5,1%)
Distúbrios do sonoI
(7; 2,1%)
Nervosismo (5; 1,5%)
Perda de libido (5; 1,5%)
Humor alterado (4; 1,2%)
Ansiedade (2; 0,6%)
Depressão (2; 0,6%)
Humor alterado (1; 0,3%)
Distúrbios do sistema nervoso
Cefaleia (30; 9,0%)
Enxaqueca (4; 1,2%)
Desequilíbrio do sistema nervoso
autônomo (3; 0,9%)
Distúrbio da atenção (2; 0,6%)
Distúrbios dos olhos Olho seco (1; 0,3%)
Distúrbios do labirinto e ouvido Zumbido (1; 0,3%)
Distúrbios cardíacos
Distúrbios inespecíficos do
sistema circulatório (1; 0,3%)
Palpitações (1; 0,3%)
Distúrbios vasculares Hipotensão (1; 0,3%)
Distúrbios respiratórios,
torácicos e mediastínicos
Dispneia (1; 0,3%)
Distúrbios gastrintestinais
Náusea (14; 4,2%)
Dor abdominalII
(12; 3,6%)
Flatulência (10; 3,0%)
Distensão abdominal (4; 1,2%)
Vômito (4; 1,2%)
Diarreia (2; 0,6%)
Constipação (2; 0,6%)
Desconforto abdominal (2; 0,6%)
Inflamação gastrintestinalIII
(2;
0,6%)
Gengivite (1; 0,3%)
Distúrbios da pele e tecidos
subcutâneos
Acne (17; 5,1%)
Alopecia (5; 1,5%)
Pele seca (3; 0,9%)
Hiperidrose (2; 0,6%)
Prurido (2; 0,6%)
Hirsutismo (1; 0,3%)
Onicólise (1; 0,3%)
Caspa (1; 0,3%)
Dermatite (1; 0,3%)
Crescimento anormal de pelos
(1; 0,3%)
Reação de fotossensibilidade (1;
0,3%)
Distúrbio de pigmentação (1;
Distúrbios musculoesqueléticos e
do tecido conectivo
Dor nas costas (4; 1,2%) Dor nos ossos (1; 0,3%)
Espasmos musculares (1; 0,3%)
Dor na extremidade (1;0,3%)
Peso nas extremidades (1; 0,3%)
Distúrbios renais e urinários Infecção do trato urinárioIV
Distúrbios do sistema
reprodutivo e das mamas
Desconforto das mamasV
(15;
5,4%)
Cisto ovarianoVI
(10; 3,0%)
Fogachos (9; 2,7%)
Sangramento uterino/vaginal
incluindo gotejamentoVII VIII
(5;
1,5%)
Candidíase vaginal (3; 0,9%)
Ressecamento vulvovaginalIX
(3;
0,9%)
Corrimento genitalX
(2; 0,6%)
Dor pélvica (2; 0,6%)
Vulvovaginite atrófica (1; 0,3%)
Massa mamária (1; 0,3%)
Doença fibrocística da mama (1;
0,3)
Endurecimento da mama (1;
Distúrbios gerais e condições no
local da administração
Condições astênicasXI
Irritabilidade (5; 1,5%)
EdemaXII
* Foi utilizado o termo MedDRA (versão 11.0) mais apropriado para descrever uma determinada reação
adversa. Sinônimos ou condições relacionadas não estão listados, mas também devem ser considerados.
I
distúrbios do sono consistem em distúrbio do sono (5; 1,5%), insônia (2; 0,6%)
II
dor abdominal consiste em dor no abdome (5; 1,5%), dor no abdome inferior (5; 1,5%), dor no abdome
superior (2; 0,6%)
III
inflamação gastrintestinal consiste de inflamação gastrintestinal (1; 0,3%), gastrite (1; 0,3%)
IV
infecção do trato urinário consiste em infecção do trato urinário (1; 0,3%), cistite (1; 0,3%)
V
desconforto das mamas consiste em desconforto das mamas (11; 3,3%), ingurgitamento das mamas (4; 1,2%),
dor nas mamas (3; 0,9%)
VI
cisto ovariano consiste em cisto ovariano (9; 2,7%), cisto ovariano hemorrágico (1; 0,3%)
VII
sangramento vaginal/uterino incluindo gotejamento consiste de sangramento uterino disfuncional (1; 0,3%),
metrorragia (1; 0,3%), menorragia (1; 0,3%), hemorragia uterina (1; 0,3%), hemorragia vaginal (1; 0,3%)
VIII
de acordo com os registros de sangramento, ocorreram irregularidades no sangramento menstrual mais
frequentemente, mas de modo geral, não foram relatados como reação adversa pelas pacientes. Vide texto
abaixo da tabela 1 para mais informações.
IX
ressecamento vulvovaginal consiste de ressecamento vulvovaginal (2; 0,6%), ressecamento da mucosa (1;
X
corrimento genital consiste de corrimento genital (1; 0,3%) e corrimento vaginal (1; 0,3%)
XI
condições astênicas consistem em fadiga (6; 1,8%), astenia (2; 0,6%), mal-estar (2; 0,6%)
XII
edema consiste de edema (1; 0,3%), edema facial (1; 0,3%)
- Irregularidades do sangramento uterino
Os padrões de sangramento menstrual foram avaliados sistematicamente utilizando os diários das pacientes, e
foram analisados utilizando o método do período de referência de 90 dias (OMS). Durante o primeiro período
de referência (por exemplo, primeiros 90 dias de tratamento com dienogeste): os seguintes padrões de
sangramento foram observados (n = 290; 100%): amenorreia (1,7%), sangramento pouco frequente (27,2%),
sangramento frequente (13,4%), sangramento irregular (35,2%), sangramento prolongado (38,3%),
sangramento normal, isto é, nenhuma das categorias anteriores (19,7%)XIII
. Durante o quarto período de
referência os seguintes padrões de sangramento foram observados (n = 149; 100%): amenorreia (28,2%),
sangramento pouco frequente (24,2%), sangramento frequente (2,7%), sangramento irregular (21,5%),
sangramento prolongado (4,0%), sangramento normal, isto é, nenhuma das categorias anteriores (22,8%)XIII
.
Alterações nos padrões de sangramento menstrual foram relatados apenas ocasionalmente como reações
adversas pelas pacientes (veja Tabela 1).
XIII
Totaliza mais de 100% porque uma paciente pode ser enquadrada em mais de uma categoria
simultaneamente, por exemplo “sangramento frequente” e “sangramento irregular”.
Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança
aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou
desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.