Bula do Dimorf para o Profissional

Bula do Dimorf produzido pelo laboratorio Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

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Bula do Dimorf
Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda. - Profissional

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BULA COMPLETA DO DIMORF PARA O PROFISSIONAL

Dimorf®

sulfato de morfina

Comprimidos - 10 mg e 30 mg

Cristália Prod. Quím. Farm. Ltda.

MODELO DE BULA PARA

PROFISSIONAL DE SAÚDE

1

IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO

DIMORF®

APRESENTAÇÕES

Comprimidos de 10mg e 30mg em embalagens com 50 comprimidos.

USO ORAL

USO ADULTO

Composição:

Cada comprimido contém:

sulfato de morfina pentaidratado equivalente a ........ 10 mg ........ 30 mg ........ de sulfato de morfina

excipiente q.s.p. ........................................................ 1 comp ...... 1 comp

excipientes: estearato de magnésio, povidona, celulose microcristalina, dióxido de silício, croscarmelose

sódica, metabissulfito de sódio (corante amarelo FD&C Nº 5 e corante azul FD&C Nº 2 na apresentação de

30 mg).

Este produto contém o corante amarelo de TARTRAZINA (FD&C nº 5) que pode causar reações de

natureza alérgica, entre as quais asma brônquica, especialmente em pessoas alérgicas ao ácido

acetilsalicílico.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AO PROFISSIONAL DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Dimorf ®

Solução Oral é indicado para o alívio da dor intensa aguda e crônica.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Em publicação divulgada pela Cochrane Database, os autores realizaram uma atualização da revisão

sistemática realizada previamente e publicada em 2003. Nessa edição, os autores citam que a morfina, tanto

de liberação imediata quanto a de liberação controlada, ainda é o analgésico de escolha para a dor oncológica

moderada a severa. Além dos 45 estudos publicados anteriormente, os autores incluíram agora, outros 9

estudos, totalizando 3749 pacientes avaliados. Concluíram, portanto, dentro dos resultados positivos

apresentados nesses estudos, que há evidencias suficientes para demonstrar a eficácia da morfina via oral.

Wiffen PJ, McQuay HJ. Oral morphine for cancer pain. Cochrane Database Syst Rev. 2007; 17 (4):

CD003868

Rosas et cols descreveram sua experiência no tratamento de 78 pacientes em uso de morfina oral para dor

oncológica e concluíram que o uso de morfina é essencial para o tratamento da dor nos pacientes

oncológicos, confirmando a morfina como excelente droga devido aos mínimos controlados eventos

adversos.

Montejo-Rosas G, Flores-Siordia R, Castañeda-de La Lanz C, Zavala-Sánchez A, Nápoles-Echauri A.

Immediated acting oral morphine sulfate in patients with cancer pain. Gac Med Mex. 1998; 134 (2): 161-7

Murino P publicou um estudo onde foi avaliada a ação analgésica da morfina oral para a dor oncológica

durante as sessões de radioterapia. Os autores avaliaram a ação de 10 a 20 mg de morfina, administradas 20 a

60 minutos antes da sessão radioativa. Cento e quarenta pacientes foram avaliados e todos eles conseguiram

concluir a programação de radioterapias, demonstrando a eficácia da morfina como analgésico para os

pacientes com dor oncológica e que estão sendo submetidos à sessões de radioterapia.

Murino P, Mammucari M, Borrelli D, Pepe A, Giugliano MF, Morra A, et al. Role of immediate-release

morphine (MIR) in the treatment of predictable pain in radiotherapy. J Pain Palliat Care Pharmacother.

2011; 25(2): 121-4.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

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A morfina é um analgésico narcótico potente destinado especialmente para o controle da dor aguda que não

responde aos analgésicos tradicionais.

A morfina exerce primariamente seus efeitos sobre o SNC e órgãos com musculatura lisa. Seus efeitos

farmacológicos incluem analgesia, sonolência, euforia, redução de temperatura corporal (em baixas doses),

depressão respiratória relacionada com a dose, interferência com a resposta adrenocortical ao stress (em altas

doses), redução da resistência periférica com pequeno ou nenhum efeito sobre o coração e miose.

A morfina, como outros opioides, age como um agonista interagindo com sítios receptores estereoespecíficos

e ligações saturadas no cérebro, medula espinhal e outros tecidos alterando processos que afetam tanto a

percepção da dor como a resposta emocional à mesma.

A depressão respiratória é consequência da reduzida resposta do centro respiratório ao dióxido de carbono. A

ocorrência de emese é resultado da estimulação direta do quimiorreceptor da zona do gatilho.

Embora não se tenham determinado completamente os sítios precisos ou os mecanismos de ação, as

alterações na liberação de vários neurotransmissores dos nervos aferentes sensitivos aos estímulos da dor

podem ser responsáveis pelos efeitos analgésicos. Quando utilizadas como adjuvantes na anestesia, as ações

analgésicas podem proporcionar proteção dose-relacionada contra as respostas hemodinâmicas ao stress

cirúrgico.

Foi proposta a existência de múltiplos subtipos de receptores opioides, cada um mediando vários efeitos

terapêuticos e/ou reações adversas dos fármacos opioides.

Estas ações dependem da afinidade de ligação pelo tipo de receptor e se sua ação é como um agonista pleno

ou parcial, ou se é inativo em cada tipo de receptor.

Pelo menos dois tipos de receptores de opioides (mu e Kappa) mediam a analgesia.

A morfina exerce sua atividade agonista primariamente no receptor mu, amplamente distribuídos através do

SNC, especialmente de sistema límbico (córtex frontal, córtex temporal, amígdala e hipocampo), tálamo,

corpo estriado, hipotálamo e mesencéfalo, assim como as lâminas I, II, IV e V do corno dorsal e na coluna

vertebral. Os receptores Kappa estão localizados primariamente na coluna vertebral e no córtex cerebral.

O limiar periférico ou a não resposta ao estímulo nociceptivo não é afetado, deixando intactos os reflexos

monossinápticos como o patelar ou tendão de Aquiles.

Após a administração da morfina por via oral, cerca de cinquenta por cento da morfina, que atingirá o

compartimento central intacto, chega dentro de 30 minutos.

A morfina livre é rapidamente redistribuída em tecidos parenquimatosos. A principal via metabólica ocorre

por meio da conjugação com o ácido glicurônico no fígado. Possui meia-vida de eliminação de 2 a 3 horas

que pode ser aumentada em pacientes geriátricos devido à diminuição do clearance. O tempo para o efeito de

pico na dose oral é de 1 a 2 horas. A duração de ação, somente em pacientes não tolerantes, para a forma

oral, é de 4 a 5 horas.

A eliminação primária é essencialmente renal (85%), sendo que de 9 a 12% são excretados sem modificação.

A eliminação secundária é de 7 a 10% por via biliar.

4. CONTRAINDICAÇÕES

Dimorf ®

Solução Oral é contraindicado em pacientes sensíveis à morfina ou a algum componente da

fórmula. Também na depressão ou insuficiência respiratória, depressão grave do sistema nervoso central,

insuficiência cardíaca secundária, crise de asma brônquica, arritmia cardíaca, doença pulmonar obstrutiva

crônica, aumento da pressão intracraniana ou cerebroespinhal, lesões cerebrais, tumor cerebral, alcoolismo

crônico, delirium tremens, desordens convulsivas, após cirurgia do trato biliar, cirurgia no abdômen e

anastomose cirúrgica, administração conjunta com inibidores da MAO ou após um período de 14 dias com

este tratamento.

Dimorf®

Solução Oral está contraindicado em pacientes que apresentem obstrução gastrintestinal e íleo-

paralítico.

Gravidez – Categoria C: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem

orientação médica ou do cirurgião-dentista.

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5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Advertências:

Dimorf ®

Solução Oral deve ser administrado com extremo cuidado em pacientes idosos ou debilitados, na

presença de aumento da pressão intraocular/intracraniana, em pacientes com lesão cerebral. Deve ser

administrado em doses reduzidas a pacientes que estejam tomando conjuntamente outros analgésicos gerais,

fenotiazidas, outros tranquilizantes, antidepressivos tricíclicos e outros depressores do SNC, inclusive álcool.

A miose pode obscurecer o curso da patologia intracraniana.

Depressão respiratória, hipotensão, sedação profunda e coma podem ocorrer.

Pode ocorrer convulsão em consequência de altas doses em pacientes com história pregressa de convulsão.

Estes pacientes deverão ser observados cuidadosamente quando medicados com morfina.

Os efeitos depressores da morfina sobre a respiração e sua capacidade de elevar a pressão do fluido cérebro

espinhal podem ser exacerbados na presença de aumento da pressão intracraniana.

Deve ser utilizada com cuidado durante crises de asma levando em conta o fato de que pode causar

hipotensão, mascarar o diagnóstico de condições abdominais agudas, deve ter dose reduzida para pacientes

idosos, debilitados, com problemas renais ou hepáticos, mal de Addison's, hipotireoidismo, estreitamento

uretral, hipertrofia da próstata, depressão do SNC ou coma, psicose tóxica, alcoolismo crônico, delirium

tremens, hipotireoidismo, cifoescoliose ou incapacidade para deglutição. Deve ser usado com cautela em

pacientes com doença do trato biliar, incluindo pancreatite aguda. Opioides podem elevar os níveis séricos de

amilase.

Pacientes ambulatoriais devem ser avisados de que a morfina reduz as habilidades físicas ou mentais

necessárias para certas atividades que requerem atenção e alerta. Como outros narcóticos, a morfina pode

causar hipotensão ortostática.

A morfina pode causar dependência física ou psíquica.

A dependência física é um estado de adaptação que se manifesta por uma síndrome de abstinência específica

que pode ser produzida pela interrupção abrupta, redução rápida da dose, diminuindo o nível sanguíneo do

fármaco e/ou administração de um antagonista.

A abstinência do opioide ou síndrome de abstinência é caracterizada por alguns ou todos os seguintes

sintomas: inquietação, lacrimejamento, rinorreia, bocejos, sudorese, tremores, piloereção, mialgia, midríase,

irritabilidade, ansiedade, dores nas costas, dor nas articulações, fraqueza, cólicas abdominais, insônia,

náuseas, anorexia, vômitos, diarreia, ou aumento da pressão arterial, frequência respiratória, ou frequência

cardíaca.

Carcinogenicidade / Mutagenicidade / Infertilidade: não há relatos de efeitos carcinogênicos em animais

ou humanos.

Gravidez - Categoria C: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem

orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Efeitos Teratogênicos: Estudos de reprodução animal não foram conduzidos com sulfato de morfina.

Também não se sabe se o sulfato de morfina pode causar danos fetais quando administrado a mulheres

grávidas ou se pode afetar a capacidade reprodutiva. Sulfato de morfina deve ser dado a uma mulher grávida

somente se claramente necessário.

O sulfato de morfina não é teratogênico em ratos com 35 mg/kg/dia (35 vezes a dose humana usual), mas

resultou em um aumento na mortalidade dos filhotes e retardou o crescimento em doses maiores que 10

mg/kg/dia (10 vezes a dose humana usual). O sulfato de morfina só deve ser administrado em pacientes

grávidas quando não há outro método de controle da dor, e que serão monitoradas durante o parto.

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Amamentação: A morfina é excretada no leite humano. Por esta razão, deve haver muito cuidado na

administração a pacientes que estejam amamentando.

Durante o tratamento com Dimorf ®

Solução Oral pode haver alteração das habilidades mentais e/ou físicas

necessárias para a realização de tarefas potencialmente perigosas tais como dirigir veículos e operar

máquinas. Portanto, o paciente deve ser alertado.

Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco

Uso em idosos: Os efeitos farmacodinâmicos do sulfato de morfina utilizados no neuroeixo em idosos são

mais variados que na população jovem. Os pacientes terão ampla variedade na dose inicial efetiva, no

desenvolvimento de tolerância e na frequência e magnitude dos efeitos adversos associados conforme o

aumento da dose. As doses iniciais devem estar baseadas na cuidadosa determinação clínica da dose eficaz,

após se proceder à avaliação sobre a idade do paciente, enfermidade e habilidade em eliminar o fármaco,

particularmente em pacientes recebendo sulfato de morfina peridural.

Não há contraindicação relativa a faixas etárias. No entanto, observar precauções abaixo, e o item 8.

POSOLOGIA E MODO DE USAR.

Uso pediátrico: A segurança e a eficácia em crianças ainda não foram estabelecidas. As crianças até dois

anos de idade podem ser mais susceptíveis aos efeitos do fármaco, especialmente aos efeitos depressores

respiratórios. Pacientes pediátricos em tratamento com analgésicos opioides podem apresentar excitação

paradoxal. Devem sempre ser considerados os benefícios em relação aos riscos em cada criança tratada.

Cuidados adicionais devem ser tomados ao se administrar opioides a crianças com menos de 3 meses de

idade.

A dose deve ser individualizada pelo médico de acordo com a gravidade da dor, levando-se em consideração

a idade e o tamanho do paciente.

Pressão Intracraniana Elevada ou Trauma Craniano: O sulfato de morfina deve ser usado com extrema

cautela em pacientes com enxaqueca ou pressão intracraniana elevada. Variações pupilares (miose) podem

ocorrer. Alterações da pupila causadas pela morfina podem mascarar a existência, extensão e curso de uma

patologia intracraniana. Os médicos devem ter em mente a possibilidade das reações adversas causadas pelos

opioides quando se verificar o estado mental alterado ou movimentos anormais em pacientes recebendo este

tipo de tratamento.

Insuficiência Renal ou Hepática: A meia-vida de eliminação do sulfato de morfina pode ser prolongada nos

pacientes com taxas metabólicas reduzidas e/ou com insuficiência hepática ou renal.

Cirurgia ou Doença do Trato Biliar: Deve ser usado com cautela em pacientes com doença do trato biliar,

incluindo pancreatite aguda.

Desordens do Sistema Urinário: O início da analgesia opioide neuroaxial está frequentemente associado

com distúrbios de micção, especialmente em homens com hipertrofia prostática. São fundamentais o

reconhecimento precoce da dificuldade de micção e a intervenção imediata nos casos de retenção urinária.

Asma e Outras Condições Respiratórias: A morfina deve ser usada com precaução em pacientes com crise

aguda de asma, em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica ou cor pulmonale e em pacientes com

a reserva respiratória substancialmente diminuída, na depressão respiratória preexistente, hipóxia ou

hipercapnia. Nesses pacientes, mesmo doses terapêuticas usuais de opioides podem diminuir a função

respiratória enquanto aumentam simultaneamente a resistência das vias aéreas respiratórias a ponto de

apneia.

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Efeito Hipotensivo: A administração de morfina pode resultar em grave hipotensão em paciente que tenha

alteração da pressão arterial, pela depleção do volume sanguíneo ou administração conjunta de fármacos

como fenotiazinas ou certos anestésicos.

Pacientes Ambulatoriais: Pacientes com reduzido volume de sangue circulante, função miocárdica

prejudicada ou sob tratamento com fármacos simpatomiméticos devem ser monitorados para a possibilidade

de hipertensão ortotástica, uma complicação frequente na analgesia de dose única de sulfato de morfina

neuroaxial.

Efeitos não Teratogênicos: Os recém-nascidos de mães que receberam morfina cronicamente podem

apresentar sintomas de abstinência.

Interação com outros depressores do sistema nervoso central: A morfina deve ser usada com cuidado e

em dose reduzida em pacientes que estejam recebendo simultaneamente outros analgésicos opioides,

anestésicos gerais, fenotiazinas, outros tranquilizantes, hipnótico-sedativos, antidepressivos tricíclios e outros

depressores do SNC como o álcool. Pode ocorrer depressão respiratória, hipotensão e sedação profunda ou

coma.

Feocromocitoma: A morfina e outros opioides podem induzir a liberação de histamina endógena e, desse

modo, estimular a liberação de catecolamida tornando-os inadequados para pacientes com feocromocitoma.

Pacientes com Risco Especial: A morfina deve ser administrada com precaução e a dose inicial deve ser

reduzida em pacientes idosos ou debilitados e naqueles com graves danos na função hepática ou renal,

hipotireoidismo, doença de Addison, hipertrofia prostática ou estreitamento uretral.

Condições Abdominais Agudas: A administração de morfina ou outros opioides podem mascarar o

diagnóstico ou curso clínico em pacientes com condições agudas abdominais.

Carcinogenicidade e Mutagenicidade: Não estão ainda disponíveis estudos longos que demonstrem a

potencial carcinogenicidade e mutagenicidade da morfina.

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Depressores do SNC: a morfina deve ser administrada com cautela em pacientes que recebem

concomitantemente medicamentos inibidores do SNC (sedativos, hipnóticos, anestésicos em geral,

antieméticos, fenotiazídicos, outros tranquilizantes e álcool) devido ao risco de depressão respiratória,

hipotensão, sedação profunda ou coma.

Relaxantes Musculares: a morfina pode potencializar a ação do bloqueio neuromuscular dos relaxantes e

levar a certo grau de depressão respiratória.

Analgésicos Opioides Agonistas / Antagonistas: analgésicos agonistas/antagonistas (por exemplo,

nalbufina) devem ser administrados com cautela em pacientes que estão em tratamento com analgésicos

opioides agonistas. Nesta situação, a associação de analgésicos agonista/antagonista pode reduzir o efeito

analgésico da morfina e desencadear sintomas de abstinência nestes pacientes.

Inibidores da Monoamino-oxidase (MAO): a morfina não deve ser administrada em pacientes que fazem

uso de inibidores da MAO. Nestes casos recomenda-se suspender o tratamento por pelo menos 14 dias

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devido à possibilidade de potencialização de efeitos do opioide como ansiedade, confusão mental, depressão

respiratória e coma.

Cimetidina: há um caso isolado de confusão e depressão respiratória grave na associação de cimetidina e

morfina em pacientes dialítico.

Diuréticos: a morfina pode reduzir a eficácia dos diuréticos pela indução da liberação de hormônios

antidiuréticos. Morfina pode levar à retenção urinária por espasmo do esfíncter da bexiga em homens com

prostatismo.

Antibióticos: Há algumas evidências de que a capacidade indutora enzimática da rifampicina pode reduzir

as concentrações séricas de morfina e diminuir seu efeito analgésico; indução das enzimas responsáveis pela

conversão de morfina para o metabólito ativo glicuronato não pareceu ocorrer.

Benzodiazepínicos: Efeito sedativo aditivo pode ser esperado entre os analgésicos opioides e

benzodiazepínicos. Este efeito aditivo tem sido relatado quando há associação de morfina e midazolam.

Cisaprida: Tem sido relatado aumento da concentração de morfina no plasma quando há administração

concomitante de cisaprida por via oral.

Metoclopramida: A metoclopramida potencializa a depressão do SNC causada pela morfina. O efeito da

metoclopramida sobre a motilidade gástrica é reduzido pela morfina.

Antidepressivos tricíclicos: Quando administrados a pacientes com câncer, em uso de solução oral de

morfina, a clomipramida e a amitriptilina aumentaram significativamente a disponibilidade de morfina no

plasma. Nota-se, entretanto, que a potencialização dos efeitos analgésicos da morfina por esses fármacos

pode ser atribuída apenas pelo aumento da biodisponibilidade da morfina. A dose de tricíclicos a ser utilizada

concomitantemente com morfina, em tratamento da dor de câncer, é melhor estipulada pela avaliação clínica

do que por dados farmacocinéticos.

Anticolinérgicos: Anticolinérgicos ou outros medicamentos com atividade anticolinérgica quando usado

concomitantemente com analgésicos opioides pode resultar em aumento do risco de retenção urinária e/ou

constipação severa, que pode levar ao íleo paralítico.

Inibidores da P-glicoproteína (PGP): Com base nos relatórios publicados, os inibidores da PGP (por

exemplo, quinidina) podem aumentar a absorção/exposição de sulfato de morfina cerca de duas vezes.

Portanto, o cuidado deve ser exercitado quando o sulfato de morfina é coadministrado com inibidores da

PGP.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

O produto deve ser conservado em temperatura ambiente, entre 15º C e 30º C, protegido da luz. O produto

não deve ser congelado.

O prazo de validade do produto é de 12 meses após a data de fabricação, impressa na embalagem. Não

utilizar medicamento com o prazo de validade vencido.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Características físicas e organolépticas: solução límpida e isenta de partículas estranhas. Cor variando de

castanho e castanho claro. Odor e sabor característicos de chocolate.

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Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

A dosagem inicial pode ser reduzida após a obtenção de resposta inicial e manutenção da mesma por três

dias. Para melhorar o sabor, o produto pode ser diluído em suco de fruta antes da ingestão.

POSOLOGIA

Dimorf®

Solução Oral: cada 1 mL contém 10 mg de sulfato de morfina que corresponde a 32 gotas.

Dose oral em adultos:

De 5 a 30 mg a cada 4 horas ou conforme prescrição médica. A dosagem é uma variável dependente do

paciente, portanto, doses adicionais podem ser necessárias para conseguir-se adequada analgesia.

Para o controle da dor crônica intensa, em pacientes com doença terminal estabelecida, este fármaco deve ser

administrado regularmente a cada 4 horas, na menor dose que possibilite analgesia adequada.

Observação: A medicação pode suprimir a respiração em idosos, nos muito doentes e em pacientes com

problemas respiratórios, portanto, são necessárias doses menores do medicamento para estes pacientes.

Redução da Dosagem de Morfina: Durante os 2 a 3 dias do alívio efetivo da dor, o paciente pode dormir

por muitas horas. Isto pode ser mal interpretado como efeito excessivo da dose do analgésico, ao invés de

primeiro sinal do alívio da dor no paciente fatigado. A dose, portanto, deve ser mantida por no mínimo 3 dias

antes da redução, se a atividade respiratória e outros sinais vitais forem adequados. Após êxito no alívio da

dor grave, devem ser feitas tentativas periódicas de redução da dose do narcótico. Doses menores ou

completa descontinuação do analgésico narcótico pode vir a ser praticável devido às mudanças fisiológicas

ou melhora do estado mental do paciente.

Dose Oral Pediátrica: A dose deve ser individualizada pelo médico de acordo com a gravidade da dor,

levando-se em consideração a idade e o peso do paciente. Recomenda-se o uso de medidas calibradas, para

evitar a superdosagem em crianças até 6 anos.

A dose média recomendada, na administração por via oral, é de 0,3 a 0,6 mg/kg.

Devem sempre ser considerados os benefícios em relação aos riscos em cada criança tratada.

Cuidados adicionais devem ser tomados ao se administrar opioides a crianças com menos de 3 meses de

idade.

Abuso e Dependência do Fármaco: Assim como com outros opioides, alguns pacientes podem desenvolver

dependência física e psíquica em relação à morfina. Eles podem aumentar a dose sem consultar o médico e

subsequentemente podem desenvolver a dependência física do fármaco. Em tais casos a descontinuidade

abrupta pode precipitar sintomas típicos de abstinência, incluindo convulsões.

Portanto o fármaco deve ser retirado gradualmente em qualquer paciente que se tenha a informação do uso

de dosagens excessivas por longos períodos.

No tratamento de pacientes com doenças terminais, o benefício do alívio da dor pode ter mais valor do que a

possibilidade de dependência do fármaco.

Pacientes idosos:

O cuidado deve ser exercitado na escolha da dose inicial em pacientes idosos, usualmente iniciando pela

dose mínima. Assim como todos os opioides, a dose inicial deve ser reduzida em pacientes debilitados e com

intolerância.

O tratamento não deve exceder o tempo necessário para melhora dos sintomas.

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9. REAÇÕES ADVERSAS

Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento).

Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento).

Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento).

Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento).

Reação muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento).

Reação desconhecida (não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis).

Os maiores riscos com a morfina, assim como com os outros analgésicos opioides, são depressão respiratória

e, em menor grau, depressão circulatória, parada respiratória, choque e parada cardíaca.

As reações adversas mais frequentemente observadas incluem tontura, vertigem, sedação, náusea, vômito e

transpiração. Estes efeitos parecem ser mais observados em pacientes ambulatoriais do que naqueles que não

sofrem dor grave. Em tais pacientes, são aconselháveis doses mais baixas. Algumas reações adversas podem

ser diminuídas em pacientes ambulatoriais se os mesmos estiverem deitados.

Sistema Nervoso Central: Euforia, desconforto, fraqueza, dor de cabeça, insônia, agitação, desorientação e

distúrbios visuais. Não foram relatadas concentrações de morfina no plasma que justificassem a mioclonia,

razão pela qual seu papel na gênese deste sinal é questionado. Possivelmente seu surgimento é devido ao uso

concomitante de outros fármacos, como antidepressivos, antipsicóticos e AINHs. São bem controladas com

benzodiazepínicos (midazolam).

Gastrintestinal: Boca seca, anorexia, constipação e espasmo no trato biliar.

Cardiovascular: Rubor na face, bradicardia, palpitação, desmaio e síncope.

Geniturinário: Retenção urinária, efeito antidiurético e redução da libido e/ou impotência.

Alérgico: Prurido, urticária, outras erupções cutâneas, edema e raramente urticária hemorrágica.

Tratamento das Reações Adversas mais frequentes:

Constipação: Deve ser estimulado a ingestão hídrica ou outros líquidos. A administração concomitante de

um laxante suave e um estimulante peristáltico junto com o produto pode ser uma medida preventiva efetiva

necessária no tratamento dos pacientes com este problema. Se não ocorrer eliminação em 2 dias, deve ser

administrado um enema para prevenir a obstrução.

No caso de ocorrer diarreia, o umedecimento em torno da obstrução fecal é uma possível causa que deve ser

considerada antes das medidas antidiarreicas.

Náusea e Vômito: O uso de fenotiazidas e anti-histamínicos pode ser um tratamento efetivo para a náusea de

fontes medular e vestibular, respectivamente. Entretanto, estes fármacos podem potencializar os efeitos

colaterais do narcótico ou do produto contra a náusea.

Sonolência (sedação): Uma vez conseguido o controle da dor, a sedação indesejável pode ser minimizada

pela titulação da dose, para um nível suficiente, para manter a dor tolerável ou um estado livre de dor.

Geralmente os efeitos colaterais são revertidos por antagonistas narcóticos, como a naloxona.

Efeitos no músculo: É possível ocorrer um grave espasmo retovaginal em pacientes que receberam morfina

intratecal. Os espasmos foram controlados com sucesso com midazolam.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -

NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância

Sanitária Estadual ou Municipal.

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10. SUPERDOSE

Sinais e Sintomas

Grave superdosagem com morfina é caracterizada por depressão respiratória (com diminuição da frequência

respiratória, e/ou volume corrente, respiração Cheyne-Stokes, cianose), muita sonolência progredindo para

entorpecimento ou coma, miose, flacidez muscular esquelética, pele fria ou úmida e às vezes bradicardia e

hipotensão.

Podem ocorrer na superdosagem grave: apneia, colapso circulatório, parada cardíaca e óbito.

Tratamento

A primeira atenção deve ser dada para o restabelecimento da troca respiratória adequada, através de

desobstrução respiratória e instituição de ventilação assistida ou controlada. O antagonista opioide naloxona

é o antídoto específico contra a depressão respiratória que pode resultar da superdosagem ou sensibilidade

não usual aos opioides, incluindo-se a morfina.

Portanto, uma dose apropriada de naloxona (dose inicial usual para adulto: 0,4 mg) deve ser administrada

preferencialmente por via intravenosa e simultaneamente com recursos disponíveis para a ressuscitação

respiratória. A duração da ação da morfina pode exceder a do antagonista, devendo o paciente ser mantido

sob contínua vigilância. Doses repetidas do antagonista devem ser administradas, se necessário, para a

manutenção adequada da respiração.

Um antagonista não deve ser administrado na ausência de depressão respiratória ou cardiovascular

clinicamente significativa.

Oxigênio, fluidos intravenosos, vasopressores e outras medidas de suporte devem ser empregados conforme

indicados.

O esvaziamento gástrico pode ser útil na remoção do fármaco não absorvido.

Reversão completa ou abrupta à overdose de morfina pode precipitar uma síndrome de abstinência.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

DIZERES LEGAIS:

Nº de lote, data de fabricação e prazo de validade: vide cartucho/rótulo.

MS N.º 1.0298.0097

Farm. Resp.: Dr. José Carlos Módolo - CRF-SP N.º 10.446

Cristália Prod. Quím. Farm. Ltda.

Rodovia Itapira-Lindoia, km 14 – Itapira – SP

CNPJ n.º 44.734.671/0001-51 – Indústria Brasileira

SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente): 0800-7011918

VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA

ATENÇÃO: PODE CAUSAR DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA

Esta bula foi aprovada pela Anvisa em 24/10/2014.

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Anexo B

Histórico de alteração da bula

Dados da submissão eletrônica Dados da petição/notificação que altera a bula Dados das alterações de bulas

Data do

expediente

Número do

Expediente

Assunto Data do

Assunto Data de

aprovação

Itens de bula Versões

(VP /

VPS)

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relacionadas

24/10/2014

10450 –

MEDICAMENTO

SIMILAR –

Notificação de

Alteração de

Texto de Bula –

RDC 60/12

IDENTIFICA-

ÇÃO DO

5. ADVERTÊN-

CIAS E

PRECAUÇÕES

7. CUIDADOS

DE ARMAZENA-

MENTO DO

8. POSOLOGIA E

MODO DE USAR

9. REAÇÕES

ADVERSAS

DIZERES

LEGAIS

VPS 10 mg/mL –

cartucho com 1

frasco contendo

60 mL e conta-

gotas graduado

27/06/2014 0508369/14-9 10450 –

27/06/2014 - Inserção da frase

sobre risco de

dependência

física/psíquica;

- Inserção da frase

- Atualização de

informações no

item eficácia.

VP e

VPS

10 mg/mL –

gotas graduado.

26/06/2014 0503946/14-1 10450 –

26/06/2014 Unificação das

bulas de todas as

apresentações/

formas

farmacêuticas

24/06/2014 0495968/14-0 10457 –

SIMILAR -

Inclusão Inicial de

24/06/2014 Todos os itens

foram alterados

para adequação à

RDC 47/09

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.