Bula do Disflat produzido pelo laboratorio Nativita Ind. Com. Ltda.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
DISFLAT®
simeticona
NATIVITA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
EMULSÃO ORAL (GOTAS)
75 MG/ML
I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Forma Farmacêutica e Apresentações:
Emulsão oral (gotas) 75 mg/mL : frasco contendo 10 ml e 15 mL. Embalagem com 1, 50 e 200 frascos.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada mL da emulsão oral contém 75 mg cloridrato de simeticona.
Veículo: carboximetilcelulose, glicerol metilparabeno, propilparabeno, corante vermelho, corante amarelo,
aroma de cereja, álcool etílico, sacarina sódica e água purificada
II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
DISFLAT®
está indicado para o alívio dos sintomas no caso de excesso de gases no aparelho gastrintestinal
constituindo incômodo, motivo de dores ou cólicas intestinais1
, tais como:
- Meteorismo1
- Eructação1
- Borborigmos1
- Aerofagia pós-cirúrgica1
- Distensão abdominal1
- Flatulência1
Sabendo que os gases no trato digestivo atrapalham os exames abdominais de imagem e a simeticona
facilita a eliminação dos gases, DISFLAT®
pode ser usado na preparação do paciente a ser submetido a
endoscopia digestiva e / ou colonoscopia.
1 CID R14 – Flatulência e afecções correlatas (distensão abdominal (gasosa), dor de gases, eructação,
hipertimpanismo (abdominal/intestinal) e meteorismo).
Treze ensaios controlados randomizados metodologicamente adequados avaliaram a eficácia da
simeticona no tratamento de sintomas relacionados ao acúmulo de gases no trato gastrintestinal, distúrbios
gastrintestinais funcionais, cólica infantil e no preparo de pacientes para a realização de exames de imagem
de órgãos abdominais (endoscopia e colonoscopia), além de uma metanálise avaliando seus efeitos no
tratamento da cólica infantil.
No grupo de pacientes adultos com sintomas relacionados ao acúmulo de gases, os estudos indicaram a
eficácia da simeticona quando comparada ao placebo, bem como a não inferioridade e a superioridade do
medicamento em relação à cisaprida, um pró-cinético empregado para os distúrbios disfuncionais do trato
digestivo não disponível no Brasil. No grupo de pacientes pediátricos, tratados em razão dos sintomas
associados às cólicas infantis, uma revisão sistemática com metanálise e dois ensaios clínicos individuais
não demonstraram diferenças de benefício estatisticamente significativas do medicamento nesse contexto,
comparado ao placebo ou a um probiótico (L. reuteris).
No contexto da utilização da simeticona para o preparo de pacientes para exames de imagem, com o
objetivo de melhorar a visibilidade dos órgãos abdominais, a eficácia da simeticona está bem estabelecida
em todos os estudos. O medicamento, utilizado em geral como associação às soluções de preparo, foi capaz
de reduzir a quantidade de bolhas de ar intraluminais, melhorando a qualidade das imagens obtidas em
exames de colonoscopia, endoscopia digestiva alta e endoscopia por cápsula.
Três ensaios clínicos controlados avaliaram a simeticona no manejo dos transtornos funcionais do trato
gastrintestinal. Em Bernstein 1974, o grupo da simeticona apresentou redução significativa de todos os
sintomas quando analisados em conjunto (gases, pirose, plenitude gástrica, distensão abdominal, indigestão,
inchaço, pressão, acidez, desconforto estomacal, dor pós-prandial; p<0,001) e em oito deles quando
analisados separadamente (gases, plenitude gástrica, inchaço, distensão, indigestão, desconforto gástrico,
acidez e dor pós-prandial). A redução na severidade de todos os sintomas combinados foi
significativamente maior no grupo tratado com simeticona (p<0,001), assim como da maioria dos sintomas
isolados (gases, plenitude, inchaço, distensão, desconforto, dor, indigestão e acidez).
Holtmann 1999 avaliou os escores de severidade dos sintomas resultante da soma dos escores atribuídos a
plenitude gástrica, dor no abdômen superior, gases, saciedade precoce, náusea, vômito, regurgitação,
pirose, perda de apetite e percepção dos movimentos intestinais. Durante o estudo, a soma do escore de
sintomas decresceu significativamente no grupo da simeticona, com a diferença entre os grupos sendo de -
55,2% (IC 95% -85,2% a -25,2%) após duas semanas e -24,2% (-54,3% a 5,8%) após quatro semanas,
obedecendo aos critérios determinados no estudo para estabelecer a não inferioridade da simeticona em
relação à cisaprida (p<0,001).
Holtmann 2002 comparou simeticona, cisaprida e placebo, com seguimento de 8 semanas. Os sintomas
avaliados foram: plenitude gástrica, dor em abdômen superior, borborigmos, eructação, saciedade precoce,
náusea, vômito, regurgitação, pirose e perda de apetite. Após dois, quatro e oito semanas de tratamento, a
soma dos escores de sintoma foi significativamente menor no grupo com a simeticona ou a cisaprida
comparadas ao grupo placebo. A simeticona foi não inferior à cisaprida após quatro (p<0,0001) e oito
semanas (p=0,0004) e foi superior à cisaprida após 2 semanas (p=0,0007). Durante as oito semanas de
duração do estudo, a simeticona resultou em uma melhora numericamente melhor dos sintomas quando
comparada à cisaprida e as diferenças foram significativas no nível 2,5% para as duas primeiras semanas
para os sintomas plenitude, dor, saciedade e náusea.
Uma revisão sistemática com metanálise (Lucassen 1998) avaliou diversos tratamentos para cólicas
infantis, tendo incluído três estudos que compararam simeticona a placebo em um total de 126 crianças
com idades variando entre três dias e 12 semanas. Quando avaliados individualmente, apenas Sehti 1988
demonstrou benefício para a simeticona, em termos de percentual de sucesso (tamanho do efeito 0,54
(IC 95% 0,21 a 0,87)), por oposição a Danielsson 1985 (tamanho do efeito 0,06 (IC 95% -0,17 a 0,28)) e
Metcalf 1994 (tamanho do efeito -0,10 (-0,27 a 0,08)), que não conseguiram observar diferenças
estatisticamente significativas em termos dos desfechos avaliados. Os autores reportaram o resultado da
metanálise para a comparação simeticona placebo apenas no gráfico de pinheiro, sem informar a estimativa
pontual e o intervalo de confiança para os dados agregados, porém demonstrando a ausência de diferença
estatisticamente significativa entre os grupos.
Savino 2007 comparou a simeticona ao probiótico Lactobacilus reuteri no tratamento da cólica infantil.
Foram incluídas 90 crianças para receber o probiótico ou simeticona (60 mg/dia) durante 28 dias. O
desfecho mensurado foi o tempo mediano de choro por dia no baseline, dias 1, 7, 14, 21 e 28. Os resultados
foram favoráveis para o probiótico mostrando uma redução significativa do tempo mediano chorando por
dia no dia 7 (159 minutos por dia versus 177 minutos por dia; p=0,005), 14, 21 e ao final do estudo (51
minutos por dia versus 145 minutos por dia no dia 28; p<0,001).
Voepel-Lewis 1988 avaliou a eficácia da simeticona comparada ao placebo no tratamento do desconforto
abdominal pós-operatório em crianças abaixo dos 28 meses de idade que receberam anestesia geral
inalatória. Os resultados demonstraram menores escores de dor segundo o instrumento de avaliação
FLACC 20 e 30 minutos após a administração da medicação (p>0,05). Pacientes que receberam placebo
mostram-se significativamente mais suscetíveis a requerer medicação adicional de resgate durante a
permanência na unidade de recuperação pós-anestésica (p=0,02). Medicação de resgate incluía codeína,
sulfato de morfina e simeticona.
No que diz respeito à eficácia da simeticona na redução das bolhas de ar intraluminais, todos os estudos
avaliados demonstraram o benefício do medicamento na redução da quantidade de bolhas de ar presente ao
exame, quando comparada ao controle (placebo, diferentes doses de simeticona, outros fármacos ou
ausência de preparo).
Em McNally 1988, os pacientes submetidos à colonoscopia tiveram escore médio de bolhas de ar menor no
grupo com simeticona quando comparado ao grupo placebo para todos os segmentos colônicos (p<0,01
para o reto e p<0,001 para cólon descendente, transverso, ascendente e ceco). Em relação ao grau de
comprometimento da visibilidade, diferenças estatisticamente significativas também foram observadas,
sendo o escore médio de prejuízo da visibilidade em todos os segmentos do intestino no grupo da
simeticona igual a zero.
Lazzaroni 1993 demonstrou que 56 de 57 pacientes apresentaram quantidade mínima ou ausência de bolhas
(98%) no grupo da simeticona e apenas 41 de 48 (85%) no grupo placebo (p=0,037). O estudo obteve
também resultados favoráveis para o grupo com simeticona em termos de redução da sensação de mal estar
e da ocorrência de distúrbios do sono (p=0,012 para ambos). Sudduth 1995 observou que 13 de 44 (29,5%)
pacientes apresentaram bolhas significativas em pelo menos um segmento do cólon no grupo placebo,
comparado a um de 42 (2,4%) paciente no grupo com simeticona (p<0,001). Foram comparados também os
escores médios de bolhas de ar, evidenciando benefício da adição de simeticona nos segmentos
retossigmoide e cólon ascendente (p<0,05). Em Tongprasert 2009, a adição da simeticona diminui
significativamente a ocorrência de bolhas de ar no intestino como um todo (grau aceitável de bolhas em
100% dos pacientes no grupo da simeticona e 42,4% dos pacientes no grupo placebo; p<0,0001). Nenhum
paciente no grupo da simeticona teve grau inaceitável de bolhas, contra 57,6% dos pacientes no grupo
placebo.
Os resultados de Bertoni 1992 indicaram a superioridade significativa dos braços com simeticona em
relação ao placebo (p<0,001), no que diz respeito ao escore de espuma e bolhas ao exame. Em Ge 2006, o
grupo da simeticona apresentou visibilidade da mucosa intestinal melhor do que no grupo controle no
primeiro segmento do intestino ao exame, correspondente a uma hora de exame (p=0,0175). Wei 2008
encontrou que o número de pacientes com o preparo do intestino considerado adequado pelo examinador
foi de 17 no grupo com simeticona, 12 no grupo que recebeu apenas a solução e sete no controle (p=0,002).
Em Postgate 2009, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas em termos de tempo de
trânsito gástrico ou intestinal e taxa de exames completos entre os braços, bem como de qualidade das
imagens, porém os dois braços que receberam purgativos (controle) foram significativamente menos
convenientes e confortáveis (p>0,001 e p=0,001 para cada desfecho respectivamente) do que o esquema
com simeticona apenas.
Avramovic et al realizaram um estudo duplo-cego em pacientes submetidas a parto cesáreo para estudar o
efeito da simeticona sobre os sinais subjetivos e objetivos de distensão por gás durante o período pós-
operatório. Os resultados obtidos com a simeticona demonstraram uma redução significativamente maior
das queixas subjetivas analisadas (náusea, vômitos, meteorismo, desconforto no estômago, dores
abdominais), assim como movimentos peristálticos e flatulência em relação ao placebo. Com base nos
resultados obtidos e considerando a não-toxicidade do fármaco, sua característica de ser inerte
quimicamente, boa tolerância e uso simples, os autores consideraram a simeticona muito útil na prevenção
do desconforto pós-operatório devido ao acúmulo de gás e distensão abdominal após o parto cesáreo.
A eficácia da simeticona em melhorar a visibilidade durante a colonoscopia foi avaliada por Sudduth RH et
al. Eles estudaram 86 pacientes recebendo ou simeticona (n=42) ou placebo (n=44). Este estudo indica que
o uso de simeticona combinado com uma preparação de fosfato de sódio pode melhorar a visibilidade do
cólon, diminuindo a presença de bolhas. A melhor visualização pode aumentar a detecção de lesões
patológicas na mucosa.
Propriedades farmacodinâmicas
DISFLAT®
, cujo componente ativo é a simeticona, é um silicone antifisético com ação antiflatulenta, que
alivia o mal estar gástrico causado pelo excesso de gases.
atua no estômago e no intestino, diminuindo a tensão superficial dos líquidos digestivos,
levando ao rompimento das bolhas, à dificuldade de formação destas bolhas, ou à formação de bolhas
maiores que serão facilmente expelidas. As bolhas dos gases são as responsáveis pela dor abdominal e pela
flatulência, e a sua eliminação resulta no alívio dos sintomas associados com a retenção dos gases.
As propriedades antifiséticas da simeticona, um agente antiflatulento, foram investigadas por Brecevic et al
em três diferentes sistemas espumantes contendo surfactante catiônico, surfactante aniônico e solução de
sabão. Os resultados obtidos das medidas da densidade da espuma inicial, estabilidade da espuma e tensão
superficial fornecem evidências de que a ligação entre o filme líquido dos surfactantes pela simeticona,
auxiliado e acelerado pela presença de partículas hidrofóbicas de sílica, provocam a ruptura deste filme,
mesmo ele sendo relativamente fino, sendo o provável mecanismo de inibição de espuma em todos os
sistemas.
O efeito foi mais pronunciado no sistema com solução catiônica do que com a solução aniônica e sabão.
Esses achados contribuem para o estudo que relaciona a eficácia da simeticona como antídoto e agente
antifisética em casos de ingestão e envenenamento por detergente.
Propriedades farmacocinéticas
A simeticona atua localmente, o que significa que ela não é absorvida. Desta forma, estudos de
farmacocinética são inviáveis com o fármaco, cujo mecanismo de ação foi demonstrado in vitro em alguns
estudos.
O tempo de início para a ação clínica da simeticona é estimado em aproximadamente 10 minutos para
síndromes dispeptivas e em 20 a 30 minutos para os sintomas pós-operatórios e uso par realização de
exames endoscópicos de trato intestinal.
DISFLAT®
é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da
fórmula.
é contraindicado aos pacientes com perfuração ou obstrução intestinal suspeita ou conhecida.
Não há advertências ou recomendações especiais sobre o uso de DISFLAT®
.
Não exceda a dose recomendada.
Ponderando-se evidências adequadas, este medicamento representa risco mínimo quando usado em
mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez
Categoria de risco na gravidez: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
Não são conhecidas interações de DISFLAT®
com outros medicamentos ou alimentos.
DISFLAT®
deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15°C e 30ºC).
Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Aspecto físico /características organolépticas
Emulsão rósea leitosa, ligeiramente opaca e homogênea. Odor e sabor característicos.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
DISFLAT®
deve ser administrado por via oral.
Não há estudos dos efeitos de DISFLAT®
gotas administrado por vias não recomendadas.
Portanto, por segurança e para eficácia desta apresentação, a administração deve ser somente pela via oral.
gotas (30 gotas/mL):
Crianças – lactentes: 4 a 6 gotas, 3 vezes ao dia.
Até 12 anos: 6 a 12 gotas, 3 vezes ao dia.
Acima de 12 anos e Adultos: 16 gotas, 3 vezes ao dia.
As gotas podem ser administradas diretamente na boca, ou diluídas em um pouco de água ou outro
alimento.
A dose máxima diária de simeticona deve ser limitada a 500 mg (200 gotas).
O FRASCO DE DISFLAT®
GOTAS DEVE SER AGITADO ANTES DO USO.
As doses poderão ser aumentadas a critério médico.
A simeticona não é absorvida pelo organismo. Ela atua somente dentro do aparelho digestivo, e é
totalmente eliminada nas fezes, sem alterações. Portanto, reações indesejáveis são menos prováveis de
ocorrer:
− Eczema de contato;
− Em casos raros: reações imediatas como urticária.
Em caso de eventos adversos, notifique-os ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.