Bula do Duspatalin produzido pelo laboratorio Abbott Laboratórios do Brasil Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Abbott Laboratórios do Brasil Ltda Rua Michigan 735, Brooklin
São Paulo - SP
CEP: 04566-905
Tel: 55 11 5536 7000
Fax: 55 11 5536 7126
BULA DO PROFISSIONAL DA SAÚDE
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Duspatalin®
cloridrato de mebeverina
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO
DUSPATALIN®
(cloridrato de mebeverina) 200 mg é apresentado em cartuchos com 14 e 30 cápsulas de
liberação prolongada.
VIA ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada cápsula contém:
cloridrato de mebeverina ................................................................................................................. 200 mg
Excipientes: estearato de magnésio, poliacrilato dispersão 30%, talco, hipromelose, copolímero de ácido
metacrílico-etil acrilato (1:1) dispersão 30%, triacetina q.s.p.........................................................1 cápsula
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Este medicamento é destinado para:
• Tratamento sintomático da dor e de espasmos abdominais, distúrbios intestinais e desconforto intestinal
relacionados à Síndrome do Intestino Irritável.
• Tratamento de espasmos gastrointestinais secundários a afecções orgânicas.
Alguns dados clínicos da mebeverina foram obtidos durante as décadas de 70 e 80, desde então as
recomendações para desenho dos estudos clínicos mudaram consideravelmente. A eficácia de mebeverina
foi avaliada em mais de 1500 pacientes. Os critérios de avaliação da eficácia foram: avaliação clínica
global, dor abdominal, mudanças no hábito de evacuação e alterações em outros sintomas relacionados à
síndrome do intestino irritável (SII). Muitos pacientes relataram melhorias consideráveis com o uso de
mebeverina, o que constitui valor terapêutico considerável por tratar-se de uma doença dolorosa. Uma
meta análise com cinco estudos clínicos placebo controlados demonstrou melhora, na avaliação global,
significativamente maior com uso de mebeverina do que com placebo (odds ratio 2,04, p<0,01) (Poynard,
et al., 1994). Um estudo placebo controlado falhou em demonstrar vantagem no uso de mebeverina em
comparação com placebo. Este fato não pode ser usado na avaliação da eficácia do medicamento devido a
falhas no desenho do estudo.
Em estudos com comparadores ativos, a mebeverina, assim como os comparadores, melhorou a
sintomatologia em relação ao início do tratamento. Na maioria dos estudos, a melhora dos sintomas com o
uso de mebeverina ou comparadores foi semelhante. Os estudos abertos, baseline-controlados,
demonstraram que a maioria os pacientes beneficiou-se com o tratamento com mebeverina. Quase todos
os estudos demonstraram melhora geral assim como melhora dos sintomas, particularmente, da dor
abdominal. Não houve diferenças relevantes entre as diferentes formulações testadas.
Referências bibliográficas
POYNARD, T.; NAVEAU, S.; MORY, B.; et al. Meta-analysis of smooth muscle relaxants in the
treatment of irritable bowel syndrome. Aliment Pharmacol Ther 1994; 8: 499-510.
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PROPRIEDADES FARMACODINÂMICAS
Mecanismo de ação e efeitos farmacodinâmicos
A mebeverina é um antiespasmódico musculotrópico com ação direta sobre a musculatura lisa do trato
gastrointestinal, sem afetar a motilidade intestinal normal. O exato mecanismo de ação é desconhecido,
mas mecanismos múltiplos, tais como a redução da permeabilidade dos canais de íon, o bloqueio da
recaptação de noradrenalina, o efeito anestésico local, alterações na absorção de água podem contribuir
para o efeito local da mebeverina no trato gastrointestinal. Através destes mecanismos, a mebeverina tem
efeitos antiespamódicos, resultando na normalização da motilidade intestinal sem exercer um relaxamento
permanente das células do músculo liso no trato gastrointestinal (chamado de hipotonia). Os efeitos
colaterais sistêmicos, como observados com anticolinérgicos comuns, estão ausentes.
PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS
Absorção
A mebeverina é rapidamente e completamente absorvida após administração oral das cápsulas. A
formulação de liberação modificada permite a administração em duas doses diárias.
Distribuição
Não ocorre acúmulo significativo após doses múltiplas.
Biotransformação
O cloridrato de mebeverina é metabolizado principalmente pelas esterases, responsáveis inicialmente pela
quebra das ligações estéricas em ácido verátrico e mebeverina alcoólica.
O principal metabólito presente no plasma é o DMAC (ácido carboxílico desmetilado).
A meia-vida de eliminação do DMAC no estado de equilíbrio é de 5,77h. Durante doses múltiplas (200
mg, 2 vezes ao dia) a Cmáx do DMAC é 804 ng/ml e a Tmáx é cerca de 3 horas.
A biodisponibilidade relativa das cápsulas de liberação modificada parece ser ideal com uma proporção
média de 97%.
Eliminação
A mebeverina não é excretada de forma inalterada, mas metabolizada completamente; os metabólitos são
excretados quase que completamente. O ácido verátrico é excretado na urina, a mebeverina alcoólica
também é excretada na urina; parcialmente como o correspondente ácido carboxílico (MAC) e
parcialmente como ácido carboxílico desmetilado (DMAC).
População pediátrica
Não foram conduzidos estudos farmacocinéticos com mebeverina em crianças.
DADOS DE SEGURANÇA PRÉ-CLÍNICA
Efeitos em estudos de dose repetida após doses orais e parenterais indicaram o envolvimento do sistema
nervoso central na excitação comportamental, principalmente tremores e convulsões. No cão, a espécie
mais sensível, estes efeitos foram observados com doses orais equivalentes a 3 vezes a dose clínica
máxima recomendada de 400 mg/dia, baseada em comparações da área de superfície corporal (mg/m2
).
A toxicidade reprodutiva da mebeverina não foi suficientemente investigada em estudos com animais.
Não há indicação de potencial teratogênico em ratos e coelhos. Entretanto, efeitos embriotóxicos (redução
no tamanho da prole, aumento na incidência de reabsorção) foram observados em ratos com doses
equivalentes a duas vezes a dose clínica máxima. Este efeito não foi observado em coelhos.
Efeitos na fertilidade masculina ou feminina não foram observados em ratos com doses equivalentes à
dose clínica máxima.
Em testes de genotoxicidade convencionais, a mebeverina não apresentou efeitos genotóxicos. Não foram
realizados estudos carcinogênicos.
Este medicamento é contraindicado para uso por pessoas hipersensíveis à substância ativa ou aos
excipientes.
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Fertilidade, gravidez e lactação
Gravidez: categoria B
Apenas uma quantidade muito limitada de informações sobre o uso de mebeverina em mulheres grávidas
está disponível. Estudos em animais relativos à toxicidade reprodutiva são insuficientes (ver “3.
Características Farmacológicas - Dados de segurança pré-clínica”). DUSPATALIN®
(cloridrato de
mebeverina) não é recomendado durante a gravidez.
Lactação: não se sabe se a mebeverina ou seus metabólitos são excretados no leite humano. Não existem
estudos em animais sobre a excreção de mebeverina no leite. DUSPATALIN®
não deve ser utilizado
durante a amamentação.
Fertilidade: não existem dados clínicos sobre a influência de mebeverina na fertilidade feminina ou
masculina; entretanto, os estudos disponíveis em animais não indicam efeitos nocivos (ver “3.
Características Farmacológicas - Dados de segurança pré-clínica”).
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas: não foram realizados estudos sobre os efeitos na
habilidade de dirigir e operar máquinas. Os perfis farmacodinâmico e farmacocinético, assim como a
experiência pós-comercialização, não indicam nenhuma alteração na habilidade de dirigir ou operar
Estudos de interação foram realizados apenas com álcool. Estudos in vitro e in vivo em animais
demonstraram ausência de qualquer interação entre DUSPATALIN®
(cloridrato de mebeverina) e álcool.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15ºC e 30ºC). Proteger da luz e umidade.
Se armazenado nas condições recomendadas, o medicamento se manterá próprio para consumo pelo prazo
de 36 meses, a partir da data de fabricação impressa na embalagem.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
DUSPATALIN®
(cloridrato de mebeverina) é apresentado sob a forma de cápsulas gelatinosas de
liberação modificada, com coloração branco opaco e a inscrição “245”.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
DUSPATALIN®
(cloridrato de mebeverina) deve ser administrado por via oral.
As cápsulas devem ser ingeridas com uma quantidade suficiente de água (pelo menos 100 ml). As
cápsulas não devem ser mastigadas, pois o seu revestimento garante a liberação do medicamento de forma
prolongada (ver “3. Características Farmacológicas - Propriedades Farmacocinéticas”).
Recomenda-se tomar 1 cápsula de 200 mg, 2 vezes ao dia, a serem administradas 1 cápsula pela manhã e
outra à noite.
A duração do tratamento não é limitada.
Em caso de esquecimento de uma ou mais doses, o paciente deve continuar com a próxima dose prescrita;
a(s) dose(s) esquecida(s) não deve(m) ser administrada(s) em adição à dose regular.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
População especial
Não foram realizados estudos posológicos em pacientes idosos ou pacientes com disfunção renal e/ou
hepática. Nenhum risco específico para pacientes idosos ou pacientes com disfunção renal e/ou hepática
pôde ser identificado a partir dos dados de pós-comercialização disponíveis. Não é necessário ajuste
posológico para pacientes idosos ou pacientes com disfunção renal e/ou hepática.
População pediátrica
O uso seguro deste medicamento em crianças e adolescentes ainda não foi estabelecido.
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Os seguintes eventos adversos foram relatados espontaneamente durante a fase pós-comercialização. Uma
frequência precisa não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis.
Reações alérgicas, principalmente, mas não limitadas exclusivamente à pele foram observadas.
Alterações de pele e do tecido subcutâneo:
Urticária, angioedema, edema de face, exantema.
Alterações do sistema imunológico:
Hipersensibilidade (reações anafiláticas).
Relatório de suspeitas de reações adversas: o relato de suspeitas de reações adversas após o registro de um
medicamento é importante. Ele permite o monitoramento contínuo da razão benefício/risco de um
medicamento. É solicitado aos profissionais de saúde que reportem qualquer suspeita de reações adversas
através das autoridades locais.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal. Informe também à empresa através do seu serviço de
atendimento.