Bula do Eficentus produzido pelo laboratorio Medley Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Eficentus®
(oxalato de escitalopram)
Medley Indústria Farmacêutica Ltda.
comprimido revestido
10 e 20 mg
EFICENTUS®
oxalato de escitalopram
APRESENTAÇÕES
Comprimidos revestidos de 10 mg: embalagens com 15 ou 30 comprimidos.
Comprimidos revestidos de 20 mg: embalagem com 30 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido contém:
oxalato de escitalopram .......................... 12,77 mg(1)
................................... 25,54 mg(2)
excipientes q.s.p. .................................... 1 comprimido................................ 1 comprimido
(celulose microcristalina, dióxido de silício, croscarmelose sódica, talco, estearato de magnésio,
álcool polivinílico, dióxido de titânio, macrogol)
(1) correspondente a 10 mg de escitalopram base
(2) correspondente a 20 mg de escitalopram base
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
EFICENTUS é indicado para:
• Tratamento e prevenção da recaída ou recorrência da depressão;
• Tratamento do transtorno do pânico, com ou sem agorafobia;
• Tratamento do transtorno de ansiedade generalizada (TAG);
• Tratamento do transtorno de ansiedade social (fobia social);
• Tratamento do transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
Estudo em animais
Nenhum protocolo convencional de estudos pré-clínicos foi conduzido com o escitalopram, já
que estudos de similaridade quanto à toxicologia e toxicidade cinética, conduzidos em ratos
com o escitalopram e o citalopram, demonstraram um perfil similar. Portanto, todas as
informações do citalopram podem ser extrapoladas para o escitalopram.
Em estudos toxicológicos comparativos em ratos, o escitalopram e o citalopram causaram
toxicidade cardíaca, inclusive falência cardíaca, após algumas semanas de tratamento, com
doses que causavam toxicidade generalizada.
A cardiotoxicidade parece estar mais relacionada aos picos de concentrações plasmáticas do que
à exposição sistêmica AUC (área sobre curva). Os picos de concentrações plasmáticas nos quais
ainda não se observavam efeitos, eram aproximadamente 8 vezes maiores do que os
clinicamente observados enquanto a AUC, para o escitalopram, estava apenas 3 a 4 vezes maior
que a observada durante o uso clínico. Na avaliação do citalopram (mistura racêmica), os
valores da AUC para o S-enantiômero (escitalopram) foram 6 a 7 vezes maiores que os valores
clinicamente observados. Estes achados estão provavelmente relacionados a uma influência
exagerada sobre as aminas biogênicas, isto é, são secundárias aos efeitos farmacológicos
primários, resultando em repercussões hemodinâmicas (redução do fluxo coronário) e isquemia.
No entanto, o mecanismo exato de cardiotoxicidade em ratos não é claro. A experiência clínica
com o citalopram, e os dados disponíveis para o escitalopram, não indicam que estes achados
tenham correlação clínica.
Foi observado um aumento dos fosfolipídios em alguns tecidos, como os pulmões, testículos e
fígado, após o tratamento por períodos mais prolongados com escitalopram e citalopram em
ratos. O efeito é reversível após o término do tratamento. Achados no epidídimo e no fígado
foram observados com exposições semelhantes ao do homem. O acúmulo de fosfolipídios
(fosfolipidose) em animais tem sido observado e relacionado a muitos medicamentos anfifílicos
catiônicos. Não se sabe se este fato possui algum significado clínico relevante para o homem.
No estudo de toxicidade do desenvolvimento em ratos, efeitos embriotóxicos (redução do peso
fetal e retardo de ossificação reversível), foram observados após exposições AUC excessivas às
encontradas no uso clínico, porém não foi observado um aumento na frequência de
malformações. Estudos peri e pós-natal apresentaram uma diminuição da sobrevivência durante
o período de lactação, em exposições AUC excessivas às exposições observadas clinicamente.
Dados de estudos em animais demonstraram que o citalopram, em níveis de exposição bem
acima da exposição humana, induz uma redução nos índices de fertilidade e de gravidez,
redução do número de implantações e de anormalidades do esperma. Não há dados animais
relativos a esse aspecto disponíveis para o escitalopram.
Estudo em humanos
Episódios depressivos
Em um estudo de dose fixa, placebo-controlado, duplo-cego, de 8 semanas de duração, o
escitalopram apresentou taxas de respostas e de remissão significativamente maiores que o
placebo (55,3% contra 41,8%; p = 0,01 e 47,3% contra 34,9%, respectivamente)¹.
Em outro estudo de dose fixa, duplo-cego, placebo controlado, de 8 semanas, pacientes que
foram tratados com escitalopram 10 mg/dia (n = 118), escitalopram 20 mg/dia (n = 123),
citalopram 40 mg/dia (n = 125) ou placebo (n = 119)2
, as doses de 10 e 20 mg de escitalopram
foram significativamente melhores do que o placebo na redução da pontuação na Escala de
Depressões de Montgomery Asberg (MADRS) a partir de segunda semana (p < 0,05 nas
semanas 2 e 4; p < 0,01 nas semanas 6 e 8)².
Um resultado semelhante foi obtido usando a Escala de Avaliação da Depressão de Hamilton
(HAM) e nas medidas de melhora e gravidade na Impressão Clínica Global (CGI). Na
Impressão Clínica de Melhora (CGI-I), uma superioridade significativa do escitalopram sobre o
placebo já foi vista a partir da primeira semana para a dose de 10 mg/dia e partir da segunda
semana para a dose de 20 mg/dia². Na escala de Hamilton – 24 itens (HAM-D), o escitalopram
na dose de 20 mg/dia foi significativamente superior ao citalopram na dose de 40 mg/dia ao
final do estudo. Estes resultados sugerem que o escitalopram está associado a uma melhora
precoce dos sintomas depressivos². A taxa de remissão foi significativamente maior para o
escitalopram 10 mg/dia (40%) e 20 mg/dia (41%), do que para o placebo (24%)². A taxa geral
de abandono no estudo foi de 24%, sem diferenças significativas entre os grupos que receberam
escitalopram 10 mg/dia (20%), escitalopram 20 mg/dia (25%), citalopram 40 mg/dia (25%) ou
placebo (25%)².
Na análise unificada de eficácia, o escitalopram produziu efeitos rápidos e duradouros num
subgrupo de pacientes com transtorno depressivo maior (pontuação inicial na MADRS ≥ a 30).
O escitalopram proporcionou uma redução estatisticamente significativa dos sintomas já a partir
da primeira semana de tratamento comparado ao placebo (análise LOCF), e mostrou-se
significativamente superior ao placebo ao longo de todo o estudo, exceto na segunda semana, na
qual apresentou, no entanto, superioridade numérica (p = 0,07)³.
Em um estudo de extensão de 36 semanas, multicêntrico, duplo-cego, com doses flexíveis do
escitalopram 10-20 mg/dia (n = 181) e placebo (n = 93), realizado com pacientes respondedores
(MADRS ≤ 12) que realizaram estudo prévio de 8 semanas, duplo-cegos, o tempo para recaída
foi significativamente maior para o grupo escitalopram (p = 0,13) e o numero total de pacientes
que recaíram foi significativamente menor para o grupo escitalopram (26% contra 40% do
placebo; p = 0,01). Neste estudo, o escitalopram se mostrou eficaz na prevenção de recaídas e
proporcionou melhora continuada no tratamento de manutenção de depressão4
.
1) Wade A et AL. Escitalopram 10 mg-day is Effective and Well Tolerated in a Placebo-
Controlled Study in Depression in primary Care. Int Clin Psychopharmacol 2002, 17:95-102.
2) Burke WJ er al. Fixed-Dose Trial of the Single Isomer SSRI Escitalopram in Depressed
Outpatients. J Clin Psychiatry 2002; 63(4):331-336.
3) Goman JM et al. Efficacy Comparison of Escitalopram and Citalopram in the treatment of
Major Depressive Disorder: Pooled Analysis of Placebo-Controlled Trials. CNS Spectrums
2002; 7:40-44.
4) Rapaport MH et al. Escitalopram Continuation Treatment Prevents Relapse of Depressive
Episodes. J Clin Psychiatry, 2004. 65(1): 44-49.
Transtorno de pânico com ou sem agorafobia
Um total de 366 pacientes foi randomizado (placebo n = 114, citalopram n = 112 e escitalopram
n = 125) em um estudo duplo-cego de 10 semanas1
. No grupo tratado com escitalopram, a
diminuição na frequência de ataques de pânico na semana 10, em comparação ao início (aferida
pela Escala Modificada de Pânico e Ansiedade Antecipatória de Sheehan), foi
significativamente superior ao placebo (p = 0,04), bem como a diminuição do percentual de
horas diárias de ansiedade antecipatória1
. Escitalopram e citalopram reduziram
significativamente a gravidade e os sintomas de transtorno de pânico em comparação ao placebo
ao final do estudo (p ≥ 0,05). O índice de descontinuação por efeitos adversos foi de 6,3% para
o escitalopram, 8,4% para o citalopram e 7,6% para o placebo.
1) Stahl S, Gergel I, Li D. Escitalopram in the Treatment of Panic Disorder. –A Randomized,
Double-Blind, Placebo –Controlled Trial; J Clin Psychiatry. 2003, 64(11):1322-1327.
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
Em um estudo de 8 semanas, multicêntrico, com doses flexíveis, placebo-controlado, comparou-
se o escitalopram 10 a 20 mg/dia (n = 158) ao placebo (n = 157) em pacientes ambulatoriais
entre 18 e 80 anos de idade, que preenchiam os critérios do DSM-IV para TAG e apresentavam
pontuação maior ou igual a 18 na escala de Avaliação de Hamilton para Ansiedade (HAM-A).
O grupo tratado com o escitalopram demonstrou uma melhora significativamente maior, quando
comparado ao placebo, na pontuação total da HAM-A e também na pontuação da subescala de
ansiedade psíquica da HAM-A desde a 1ª semana até o final do estudo. Ao final do estudo, as
variações na pontuação total da HAM-A foram de -11,3 para o escitalopram e -7,4 para o
placebo (LOCF; p < 0,001). O índice de resposta para os que completaram o estudo, na semana
8, foi de 68% para o escitalopram e de 41% para o placebo (p < 0,01) e de 58% (escitalopram) e
38% (placebo) na avaliação LOCF (p < 0,01). O tratamento com o escitalopram foi bem
tolerado, com índice de descontinuação por efeitos adversos sem diferença estatística em
comparação ao do placebo (8,9% contra 5,1%, respectivamente, P = 0,27). O escitalopram foi
efetivo, seguro e bem tolerado no tratamento de pacientes com TAG.
1) Davidson JRT, Bose A, Korotzer A, Zheng H. Escitalopram in the treatment of generalized
anxiety disorder: double-blind, placebo controlled, flexible-dose study. Depression and Anxiety
2004, 19:234-240.
Transtorno de ansiedade social (fobia social)
Em um estudo de estabelecimento de dose, tanto em 12 semanas (curto prazo) como em 24
semanas (longo prazo), o escitalopram mostrou-se eficaz e bem tolerado nas doses de 5, 10 e 20
mg/dia para o tratamento do transtorno de ansiedade social1
. Em outro estudo, duplo-cego,
pacientes com transtorno de ansiedade social foram randomizados para receber placebo (n =
177) ou escitalopram na dose de 10 a 20 mg/dia (n = 181), por 12 semanas. A medida primária
de eficácia foi a mudança média desde o início na pontuação total da escala de Liebowitz para
Ansiedade Social (LSAS). O estudo mostrou uma superioridade estatística para o tratamento
com o escitalopram em comparação ao placebo na pontuação total da LSAS (P=0,005). O
número de respondedores ao tratamento no grupo escitalopram foi significativamente maior do
que no grupo placebo (54% contra 39%; P < 0,01). A relevância clínica destes achados foi
corroborada pela redução significativa nos componentes relacionados ao trabalho e às questões
sociais na escala de Sheehan de Desadaptação e pela boa tolerabilidade ao tratamento com o
escitalopram2
. Escitalopram foi eficaz e bem tolerado no tratamento do transtorno de ansiedade
social1-2
1) Lader M, Stender K, Burger V, Nil R. Efficacy and Tolerability of Escitalopram in 12- and
24Week Treatment of Social Anxiety Disorder: Randomized, Double-blind, Placebo –
Controlled, Fixed-Dose Study. Depression and Anxiety 2004, 19:241-248.
2) Kasper S, Stain D, Loft H, Nil R. Escitalopram in the treatment of social anxiety disorder.
Randomized, placebo controlled flexible dosage study. British Journal of Psychiatry 2005,
186:22-226.
Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)
Em curto-prazo1
(12 semanas), evidenciou-se a separação do escitalopram (20 mg/dia) do
placebo na pontuação total e nas subescalas para obsessões e rituais da escala de Yale-Bocks
(Y-BOCS) e também na pontuação total da NIMH-OCS. Pela análise de casos observados
(LOCF), tanto o escitalopram 10 mg/dia (p = 0,005) como 20 mg/dia (p < 0,001) foram efetivos.
A manutenção da resposta em longo prazo foi demonstrada em um estudo1
placebo controlado
de 24 semanas de busca de dose eficaz e em um estudo placebo controlado de prevenção de
recaídas2
de 24 semanas de duração, que teve uma fase aberta, prévia a de 24 semanas, de 16
semanas de duração.
Ao longo-prazo, ambos os grupos com 10 mg/dia (p < 0,05) e 20 mg/dia (p < 0,01) do
escitalopram foram significativamente mais efetivos que o placebo, conforme mensurado pela
medida primária de eficácia, a pontuação total na Y-BOCS, bem como pelas medidas
secundárias, as subescalas de obsessões e rituais Y-BOCS e a NIMH-OCS (10 mg/dia (p < 0,01)
e 20 mg/dia (p < 0,001) do escitalopram).
A manutenção da eficácia e da prevenção das recaídas foram demonstradas para as doses de 10
e 20 mg/dia do escitalopram em pacientes que responderam ao escitalopram em uma primeira
fase de tratamento aberto de 16 semanas e que depois entraram em uma fase de 24 semanas de
prevenção de recaídas (duplo-cego, placebo controlado, randomizado). No estudo de prevenção
de recaídas, os grupos em uso do escitalopram 10 mg/dia (p = 0,014) e 20 mg/dia (p < 0,001)
apresentaram, significativamente, menos recaídas.
Um efeito benéfico significativo na qualidade de vida dos pacientes com TOC foi observado
(aferido pela SF-36 e SDS) nos estudos com o escitalopram nesta população.
1) Stein DJ, Andersen EW, Tonnoir B, Fineberg N. Escitalopram in obsessive-compulsive
disorder: a randomized, placebo-controlled, paroxetine-referenced, fixed-dose, 24-week study.
Curr Med Res Opin. 2007; 24(4):701-11.
2) Fineberg NA, Tonnoir B, Lemming O, Stein DJ. Escitalopram prevents relapse of obsessive-
compulsive disorder. Eur Neuropsychopharmacol. 2007; 17(6-7):430-9.
Farmacodinâmica
Mecanismo de ação
O escitalopram é um inibidor seletivo da receptação de serotonina (5-HT) de afinidade alta pelo
sítio de ligação primário do transportador de serotonina. Ele também se liga a um sítio
alostérico no transportador de serotonina, com uma afinidade de ligação 1000 vezes menor. A
modulação alostérica do transportador de serotonina potencializa a ligação do escitalopram ao
sítio primário, o que resulta em uma inibição da recaptação de serotonina mais eficaz.
O escitalopram é isento de afinidade ou esta é muito baixa, por diversos receptores, o que se
inclui 5-HT1A, 5-HT2, dopaminérgicos D1 e D2, α1, α2, β-adrenoreceptores, histaminérgico H1,
muscarínicos, colinérgicos, benzodiazepínicos e opioides.
A inibição da receptação de 5-HT é o único mecanismo de ação que explica os efeitos
farmacológicos e clínicos do escitalopram.
O escitalopram é o enantiômero S do racemato (citalopram), ao qual é atribuída a atividade
terapêutica. Estudos farmacológicos demonstram que o R-citalopram não é somente inerte, pois
interfere negativamente na potencialização da receptação de serotonina e, por conseguinte, nas
propriedades farmacológicas do enantiômero S.
Efeitos farmacodinâmicos
Em um estudo duplo-cego, placebo controlado, de ECG em voluntários sadios, a alteração em
relação ao início do QTc (correção Fridericia) foi de 4,3 ms (90% CI 2,2-6,4) com uma dose de
10 mg/dia e 10,7 ms (90% CI 8,6-12,8) com uma dose de 30 mg/dia (vide “Contraindicações”,
“Advertências e Precauções”, “Interações medicamentosas”, “Reações adversas” e
“Superdose”).
Farmacocinética
Absorção
A absorção é quase completa e independe da ingestão de alimentos (Tmax médio de 4 horas após
dosagem múltipla). Tal como acontece com citalopram racêmico, a biodisponibilidade absoluta
do escitalopram é esperada para ser aproximadamente 80%.
Distribuição
O volume de distribuição aparente (Vd,β/F) é de cerca de 12 a 26 L/Kg, após administração
oral. A ligação às proteínas plasmáticas é menor que 80% para o escitalopram e seus principais
metabólitos.
Biotransformação
O escitalopram é metabolizado no fígado em derivados desmetilados e didesmetilados. Ambos
são farmacologicamente ativos. Alternativamente, o nitrogênio pode ser oxidado formando o
metabólito N-óxido. Tanto o composto original como os metabólitos são parcialmente
excretados como glicoronídeos. Após administração de múltiplas doses, as concentrações
médias dos metabólitos desmetilados e didesmetilados geralmente são 28-31% e < 5% da
concentração do escitalopram, respectivamente. A biotransformação do escitalopram no
metabólito desmetilado é mediada pelo CYP2C19. É possível alguma contribuição das enzimas
CYP3A4 e CYP2D6.
Eliminação
A meia-vida de eliminação (T1/2 β) após doses múltiplas é de cerca de 30horas, e o clearance
plasmático oral (Cloral) é de aproximadamente 0,6 L/min. Os principais metabólitos têm uma
meia-vida consideravelmente mais longa.
Assume-se que o escitalopram e seus principais metabólitos são eliminados tanto pela via
hepática como pela via renal, sendo a maior parte da dose excretada como metabólitos na urina.
Linearidade
A farmacocinética é linear. Os níveis plasmáticos no estado de equilíbrio são alcançados em
aproximadamente 1 (uma) semana. As concentrações médias em equilíbrio de 50 nmol/L
(variação de 20 a 125 nmo1/L) são alcançadas com uma dose diária de 10 mg.
Pacientes idosos (> 65 anos)
O escitalopram aparentemente é eliminado mais lentamente em pacientes idosos, se comparado
com pacientes mais jovens. Foi observado um aumento de 50% na exposição sistêmica (AUC)
em idosos comparados a pacientes mais jovens (vide “Posologia e Modo de usar”).
Função hepática reduzida
O escitalopram é eliminado mais lentamente em pacientes com função hepática reduzida. Em
pacientes com alterações da função hepática leve e moderada (classificação de Child-Pugh A e
B), a meia-vida do escitalopram foi aproximadamente duas vezes mais longa e as concentrações
em equilíbrio foram em média 60% maiores quando comparados a pacientes com função
hepática normal (vide “Posologia e Modo de usar”).
Função renal reduzida
Observou-se um aumento da meia-vida e aumentos menores na exposição (AUC) em pacientes
com função renal reduzida (clearance de creatinina entre 10-53 mL/min). As concentrações
plasmáticas dos metabólitos não foram estudadas, porém podem ser elevadas (vide “Posologia e
Modo de usar”).
Polimorfismo
Foi observado que pacientes com problemas na metabolização pela isoenzima CYP2C19
apresentam uma concentração plasmática de escitalopram duas vezes maior quando comparados
com pacientes sem problemas. Nenhuma mudança significativa na exposição foi observada em
pacientes com problemas na metabolização pela isoenzima CYP2D6 (vide “Posologia e Modo
de usar”).
5. ADVERTÊNCIAS E
PRECAUÇÕES
6. INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS
7. CUIDADOS DE
ARMAZENAMENTO DO
MEDICAMENTO
8. POSOLOGIA E MODO
DE USAR
As seguintes advertências e precauções aplicam-se à classe terapêutica dos ISRSs (Inibidores
Seletivos da Recaptação de Serotonina).
Ansiedade paradoxal
Alguns pacientes com transtorno do pânico podem apresentar sintomas de ansiedade
intensificados no início do tratamento com antidepressivos. Esta reação paradoxal geralmente
desaparece dentro de 2 semanas durante o tratamento contínuo. Recomenda-se uma dose inicial
baixa para reduzir a probabilidade de um efeito ansiogênico paradoxal (vide “Posologia e Modo
de usar”).
Convulsões
Os ISRS podem diminuir o limiar convulsivo. Aconselha-se precaução quando administrado
com outros medicamentos capazes de diminuir o limiar convulsivo (antidepressivos, por
exemplo, (tricíclicos, ISRSs) neurolépticos (fenotiazinas, tioxantenos, butirofenonas),
mefloquina, bupropiona e tramadol).
Descontinuar o escitalopram em pacientes que apresentem convulsões pela primeira vez ou se
há um aumento na frequência das convulsões (em pacientes com diagnósticos prévio de
epilepsia). Evitar o uso dos ISRSs em pacientes com epilepsia instável e monitorar os pacientes
com epilepsia controlada, sob orientação médica.
Mania
Utilizar os ISRSs com orientação do médico em pacientes com um histórico de
mania/hipomania. Descontinuar os ISRSs em qualquer paciente que entre em fase maníaca.
Diabetes
Em pacientes diabéticos, o tratamento com ISRSs poderá alterar o controle glicêmico
(hipoglicemia ou hiperglicemia), possivelmente devido à melhora dos sintomas depressivos.
Pode ser necessário um ajuste na dose de insulina e/ou hipoglicemiantes orais em uso.
Suicídio/Pensamentos suicidas ou piora clínica
A depressão está associada com um aumento dos pensamentos suicidas, atos de autoflagelação e
suicídio (eventos relacionados ao suicídio). Este risco persiste até que ocorra uma remissão
significativa da doença. Como não há uma melhora expressiva nas primeiras semanas de
tratamento, os pacientes devem ser cuidadosamente monitorados até que uma melhora
significativa ocorra. É observado na prática clínica um aumento do risco de suicídio no início do
tratamento, quando há uma pequena melhora parcial.
Outras doenças psiquiátricas para as quais este medicamento é indicado também podem estar
associadas a um aumento do risco de suicídio ou eventos a ele relacionados. Estas doenças
podem ser comórbidas à depressão.
As mesmas precauções indicadas nos casos de tratamento dos pacientes com depressão devem
ser aplicadas quando são tratados pacientes com outros transtornos psiquiátricos.
Os pacientes com histórias de tentativas de suicídio e/ou com ideação suicida, ambas prévias ao
início do tratamento, são conhecidos por apresentar um risco maior para tentativas de suicídio e
devem ser monitorados cuidadosamente durante o tratamento antidepressivo. Uma meta-análise
de ensaios clínicos controlados com placebo de medicamentos antidepressivos em pacientes
adultos com distúrbios psiquiátricos demonstrou um aumento do risco de comportamento
suicida com antidepressivos comparado com o placebo em pacientes com menos de 25 anos de
idade. Deverá ser realizada monitorização cuidadosa dos pacientes, em especial aqueles de alto
risco, eles deverão ter acompanhamento do tratamento, especialmente no início e após
alterações de dose.
Os doentes (e familiares dos doentes) devem ser alertados sobre a necessidade de monitorar
qualquer piora clínica, comportamento suicida ou pensamentos e mudanças incomuns no
comportamento e buscar ajuda médica imediatamente se estes sintomas aparecerem.
Acatisia/Agitação psicomotora
O uso de ISRS e IRSN tem sido associado ao desenvolvimento de acatisia, caracterizada por
uma inquietude desagradável ou desconfortável e necessidade de se movimentar associada à
incapacidade de ficar sentado ou em pé, parado.
Quando ocorrem é mais comum nas primeiras semanas de tratamento. Os pacientes que
desenvolverem estes sintomas podem piorar dos mesmos com o aumento da dose.
Hiponatremia
Hiponatremia, provavelmente relacionada à secreção inapropriada de hormônio antidiurético
(SIADH), foi relatada como efeito adverso raro com uso de ISRSs. Geralmente se resolve com a
descontinuação do tratamento. Deve-se ter cautela com pacientes de risco, como idosos,
cirróticos ou em uso concomitante de medicamentos que sabidamente podem causar
hiponatremia.
Hemorragia
Há relatos de sangramento cutâneos anormais, tais como equimoses e púrpura, com o uso dos
ISRSs. Recomenda-se seguir a orientação do médico no caso de pacientes em tratamento com
ISRSs concomitantemente com medicamentos conhecidos por afetar a função de plaquetas
(p.ex. antipsicóticos atípicos e fenotiazinas, a maioria dos antidepressivos tricíclicos, aspirina e
medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), ticlopidina e dipiridamol e em
pacientes com conhecida tendência a sangramentos).
O uso concomitante com drogas anti-inflamatórias não esteroidais (AINEs) pode aumentar a
tendência a sangramentos (vide “Reações adversas”).
Eletroconvulsoterapia (ECT)
A experiência clínica no uso combinado de ISRSs e ECT é limitada, portanto recomenda-se
cautela.
Síndrome setotoninérgica
Recomenda-se precaução se o escitalopram for usado concomitantemente com medicamentos
com efeitos serotoninérgicos, tais como o sumatriptano ou outros triptanos, como tramadol e
triptofano. Em casos raros, a síndrome serotoninérgica tem sido relatada em pacientes em uso de
ISRSs concomitantemente com medicamentos serotoninérgicos. Uma combinação de sintomas,
como agitação, tremor, mioclonia e hipertermia pode indicar o desenvolvimento dessa condição.
Se isso ocorrer, o tratamento com ISRSs e os medicamentos serotoninérgicos, deve ser
interrompido imediatamente e iniciado tratamento sintomático.
Em combinação com selegilina (inibidor irreversível da MAO-B), cuidado é requerido devido
ao risco de síndrome serotoninérgica.
Erva de São João
A utilização concomitante de ISRSs e produtos fitoterápicos contendo Erva de São João
(Hypericum perforatum) pode resultar no aumento da incidência de reações adversas (vide
“Interações medicamentosas”).
Sintomas de descontinuação
Sintomas de descontinuação quando o tratamento é interrompido são comuns, especialmente se
a descontinuação for abrupta (vide “Reações adversas”). Em estudos clínicos, os eventos
adversos durante a descontinuação do tratamento ocorreram em aproximadamente 25% dos
pacientes tratados com escitalopram e 15% dos pacientes que tomaram placebo.
O risco de sintomas de descontinuação depende de vários fatores incluindo duração do
tratamento, dose de terapia e a taxa de redução da dose. Tonturas, distúrbios sensoriais
(incluindo parestesia e sensações de choque elétrico), distúrbios do sono (incluindo insônia e
sonhos vívidos), agitação ou ansiedade, náuseas e/ou vômitos, tremor, confusão, sudorese,
cefaleia, diarreia, palpitações, instabilidade emocional, irritabilidade e distúrbios visuais, são as
reações mais comumente relatadas. Geralmente estes sintomas são leves a moderados,
entretanto, em alguns pacientes podem ser de intensidade grave. Eles geralmente ocorrem nos
primeiros dias de descontinuação do tratamento, mas já houve relatos muitos raros de sintomas
em pacientes que inadvertidamente esqueceram uma dose. Geralmente, esses sintomas são
autolimitados e normalmente desaparecem em 2 semanas, embora em alguns pacientes possam
ser prolongados (2-3 meses ou mais). Sendo assim, recomenda-se que a dose do escitalopram
seja reduzida gradualmente quando o tratamento for descontinuado durante um período de
várias semanas ou meses, de acordo com a necessidade do paciente (vide “Posologia e Modo de
usar”).
Doença coronariana
Devido à limitada experiência clínica, recomenda-se cautela em pacientes com doença
coronariana.
Prolongamento do intervalo QT
O escitalopram mostrou causar um aumento do prolongamento do intervalo QT dose-
dependente. Casos de prolongamento do intervalo QT e arritmia ventricular, incluindo Torsade
de Pointes, foram relatados durante o período de pós-comercialização do produto,
predominantemente em pacientes do sexo feminino, com hipocalemia, ou com prolongamento
QT ou com outras doenças cardíacas pré-existentes (vide “Contraindicações”, “Interações
medicamentosas”, “Reações adversas”, “Superdose” e “Características farmacológicas –
Propriedades farmacodinâmicas”).
Recomenda-se precaução nos pacientes que apresentam bradicardia significativa, ou que
sofreram infarto agudo do miocárdio recentemente ou com insuficiência cardíaca
descompensada.
Distúrbios eletrolíticos como hipocalemia e hipomagnesemia aumentam o risco de arritmias
malignas e devem ser tratados antes do início do tratamento com escitalopram.
Uma revisão do ECG deve ser considerada antes do início do tratamento com o escitalopram
nos pacientes que apresentam doença cardíaca estável.
Se ocorrerem sinais de arritmia cardíaca durante o tratamento com o escitalopram o tratamento
deve ser descontinuado e deve ser realizado um ECG.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
Para o uso em idosos, crianças e outros grupos de risco vide “Posologia e Modo de usar”.
Glaucoma de ângulo fechado
Os ISRSs, inclusive o escitalopram, podem ter um efeito no tamanho da pupila resultando em
midríase. Esse efeito midriático tem o potencial de reduzir o ângulo ocular, resultando num
aumento da pressão intraocular e em glaucoma de ângulo fechado, especialmente em pacientes
pré-dispostos. O escitalopram deve portanto ser utilizado com precaução em pacientes com
glaucoma de ângulo fechado ou histórico de glaucoma.
Alteração na capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas
O escitalopram não afeta a função intelectual nem o desempenho psicomotor. No entanto,
conforme ocorrem com outras drogas psicotrópicas, os pacientes devem ser alertados quanto ao
risco de uma interferência na sua capacidade de dirigir automóveis e de operar máquinas.
Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua
Interações farmacodinâmicas
Combinações contraindicadas
Inibidores Não-Seletivos Irreversíveis da MAO (monoaminoxidase)
Foram registrados casos de reações graves em pacientes em uso de um ISRS combinado a um
inibidor da monoaminoxidase (IMAO) não-seletivo irreversível, e em pacientes que
descontinuaram recentemente o tratamento com ISRSs e iniciaram o tratamento com IMAO
(vide “Contraindicações”). Em alguns casos os pacientes desenvolveram síndrome
serotoninérgica (vide “Reações adversas”).
O escitalopram é contraindicado em combinação com IMAOs irreversíveis não-seletivos. Iniciar
o uso do escitalopram 14 dias após a suspensão do tratamento com um IMAO irreversível.
Iniciar o tratamento com um IMAO irreversível não-seletivo, no mínimo, 7 dias após a
suspensão do tratamento com o escitalopram.
Pimozida
A coadministração de uma dose única de 2 mg de pimozida a indivíduos tratados com
citalopram racêmico (40 mg/dia por 11 dias) causou aumento no AUC e Cmax da pimozida,
embora não consistentemente ao longo do estudo. A coadministração de pimozida e citalopram
resultou num aumento siginificativo do intervalo QTc de aproximadamente 10 ms. Devido à
interação observada com uma dose baixa de pimozida, a administração concomitante de
escitalopram e pimozida é contraindicada.
Inibidor Seletivo Reversível da MAO-A (moclobemida)
Devido ao risco de síndrome serotoninérgica, a combinação de escitalopram com inibidores da
MAO-A, como a moclobemida, é contraindicada (vide “Contraindicações”). Se a combinação
for considerada necessária, deve ser iniciado com a dose mínima recomendada e a monitoração
clínica deve ser reforçada.
Inibidor Não-Seletivo Reversível da MAO (linezolida)
O antibiótico linezolida é um inibidor não seletivo reversível da MAO e não deve ser
administrado em pacientes em tratamento com o escitalopram. Se a combinação for considerada
necessária, deve ser iniciado com a dose mínima recomendada e sob monitoração clínica (vide
“Contraindicações”).
Inibidor Seletivo Irreversível da MAO-B (selegilina)
Em combinação com selegilina (inibidor irreversível da MAO-B), recomenda-se cautela devido
ao risco de síndrome serotoninérgica. Doses de selegilina até 10 mg diárias foram
coadministradas com segurança associadas ao escitalopram.
Prolongamento do Intervalo QT
Não foram realizados estudos farmacodinâmicos e farmacocinéticos entre o escitalopram e
outros medicamentos que prolongam o intervalo QT. Entretanto, não se pode descartar um
efeito aditivo entre esses medicamentos e o citalopram. Desta forma, a coadministração do
citalopram e medicamentos que prolongam o intervalo QT, como antirrítimicos Classes IA e III,
antipsicóticos (ex.: derivados da fenotiazina, pimozida e haloperidol), antidepressivos
tricíclicos, alguns agentes antimicrobianos (ex.:esparfloxacino, moxifloxacina, eritromicina IV,
pentamidina e antimaláricos particularmente halofantrina), alguns anti-histamínicos (astemozol
e mizolastina) etc, é contraindicado.
Combinações que exigem precaução quando utilizadas
Drogas de ação serotoninérgica
A administração concomitante com outras drogas de ação serotoninérgica (por exemplo,
tramadol, sumatriptano) pode levar ao aparecimento da síndrome serotoninérgica.
Medicamentos que diminuem o limiar convulsivo
ISRSs podem diminuir o limiar convulsivo. Recomenda-se cautela no uso concomitante do
escitalopram e outros medicamentos capazes de diminuir o limiar convulsivo (por exemplo,
antidepressivos (tricíclicos), neurolépticos (fenotiazinas, tioxantenos e butirofenonas),
mefloquina, bupropiona e tramadol).
Lítio, triptofano
Houve relatos de aumento de reações quando foram administrados ISRSs concomitantemente
com lítio ou triptofano, sendo assim, o uso concomitante de ISRSs com essas drogas deve ser
realizado sob orientação médica.
Erva de São João
O uso concomitante de ISRS e produtos fitoterápicos que contenham a Erva de São João
(Hypericum perforatum) pode resultar num aumento da incidência de reações adversas (vide
“Advertências e Precauções”).
Hemorragia
Alterações nos efeitos anticoagulantes podem ocorrer quando o escitalopram é combinado com
anticoagulantes orais. Pacientes em uso de anticoagulantes orais devem ter a coagulação
monitorada cuidadosamente quando o tratamento com o escitalopram for iniciado ou
interrompido (vide “Advertências e Precauções”).
O uso concomitante de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) pode aumentar
tendências hemorrágicas (vide “Advertências e Precauções”).
Álcool
Nenhuma interação farmacodinâmica ou farmacocinética é esperada entre o escitalopram e o
álcool. Entretanto, assim como os outros medicamentos que agem no Sistema Nervoso Central,
a combinação com álcool não é recomendada.
Medicamentos indutores de hipocalemia/hipomagnesemia
Recomenda-se precaução no uso concomitante com medicamentos indutores de
hipocalemia/hipomagnesemia, uma vez que estas condições aumentam o risco de arritimias
malignas (vide “Advertências e Precauções”).
Interações farmacocinéticas
Efeito de outros medicamentos na farmacocinética do escitalopram
O metabolismo do escitalopram é mediado principalmente pela enzima CYP2C19. As enzimas
CYP3A4 e CYP2D6 também contribuem, embora em menor escala. A metabolização do
principal metabólito do escitalopram, o S-desmetilescitalopram (S-DCT) parece ser
parcialmente catalisada pela enzima CYP2D6. A administração concomitante do escitalopram
com o omeprazol 30 mg diários (inibidor da CYP2C19) resulta em um aumento das
concentrações plasmáticas de escitalopram de aproximadamente 50%.
A administração concomitante de escitalopram com a cimetidina 400 mg, 2 vezes ao dia
(inibidor de enzimas potência moderada) resultou em um aumento das concentrações
plasmáticas de escitalopram de aproximadamente 70%. Recomenda-se precaução na
administração concomitante de escitalopram e cimetidina. Pode ser necessário um ajuste da
dose.
É necessário cautela na administração concomitante de escitalopram com inibidores da
CYP2C19 (por ex.: omeprazol, azomeprazol, fluvoxamina, lansoprazol, ticlopidina) ou
cimetidina. Poderá ser necessária a redução da dose do escitalopram baseada na monitoração
dos efeitos colaterais durante o tratamento concomitante.
Efeito do escitalopram na farmacocinética de outros medicamentos
O escitalopram é um inibidor moderado da enzima CYP2D6. Quando coadministrado com
medicamentos cuja metabolização seja catalisada por esta enzima e cujo índice terapêutico é
estreito, por exemplo, flecainida, propafenona e motoprolol (quando usados para tratamento de
insuficiência cardíaca), ou alguns medicamentos que agem no sistema nervoso central e que são
metabolizados principalmente pela CYP2D6, por exemplo, antidepressivos como a desipramina,
clomipramina, e nortriptilina ou antipsicóticos como a risperidona, tioridazina e o haloperidol.
Pode ser necessário o ajuste da dose. A administração concomitante com a desipramina ou
metropolol (substratos da CYP2D6) resultou em um aumento dobrado dos níveis plasmáticos
destes medicamentos. Estudos in vitro demonstraram que o escitalopram poderá também causar
uma leve inibição da CYP2C19. Recomenda-se cautela no uso concomitante de medicamentos
que são metabolizados pela CYP2D6.
Este medicamento deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15 e 30 °C). Proteger da
umidade.
Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Características físicas e organolépticas
- EFICENTUS 10 mg: comprimido revestido na cor branca, circular e sulcado em uma das
faces.
- EFICENTUS 20 mg: comprimido revestido na cor branca, circular e sulcado em uma das
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Instruções de uso
Os comprimidos de Eficentus ®são administrados por via oral, uma única vez ao dia. Os
comprimidos de Eficentus ® podem ser tomados em qualquer momento do dia, com ou sem
alimentos. Engolir os comprimidos com água, sem mastigá-los.
Posologia
A segurança de doses acima de 20 mg não foi demonstrada.
Tratamento da depressão e prevenção de recaídas
A dose usual é de 10 mg/dia. Dependendo da resposta individual, a dose pode ser aumentada até
um máximo de 20 mg diários. Usualmente 2-4 semanas são necessárias para obter uma resposta
antidepressiva. Após remissão dos sintomas, tratamento por pelo menos 6 meses é requerido
para consolidação da resposta.
Tratamento do Transtorno do Pânico com ou sem agorafobia
Recomenda-se uma dose inicial de 5 mg na primeira semana de tratamento, antes de se
aumentar a dose para 10 mg por dia, para evitar a ansiedade paradoxal que pode ocorrer nesses
casos. Aumentar a dose até um máximo de 20 mg por dia, dependendo da resposta individual do
paciente. A eficácia máxima é atingida após aproximadamente 3 meses. O tratamento é de longa
duração.
Tratamento do transtorno de ansiedade social (fobia social)
A dose usual é de 10 mg/dia. Para o alívio dos sintomas são necessárias de 02 a 04 semanas de
tratamento, geralmente. Dependendo da resposta individual, pode ser reduzida para 5mg ou
aumentada até o máximo de 20mg/dia.
O transtorno de Ansiedade Social é uma doença crônica, e recomenda-se o tratamento por um
período de 03 meses para a consolidação da resposta. O tratamento de longo prazo foi avaliado
por 06 meses e pode ser considerado para prevenção de recaídas; os benefícios do tratamento
devem ser reavaliados regularmente.
O Transtorno de Ansiedade Social é uma terminologia bem definida de diagnóstico de uma
doença específica, e não deve ser confundido com timidez excessiva. A farmacoterapia somente
é indicada se a doença interferir significativamente nas atividade sociais e profissionais.
Não há comparativos entre a farmacoterapia e a terapia cognitiva comportamental. A
farmacoterapia é parte da estratégia terapêutica global.
Tratamento do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
A dose inicial usual é de 10 mg/dia. Dependendo da resposta individual do paciente, a dose
pode ser aumentada para um máximo de 20 mg/dia.
O tratamento de respondedores por um período de 6 meses em pacientes utilizando 20 mg
diários pode ser utilizado para a prevenção de recaídas e deverá ser considerado como uma
opção para alguns pacientes; os benefícios do tratamento com este medicamento devem ser
reavaliados periodicamente.
Tratamento do Transtorno de Ansiedade Social (fobia social)
A dose usual é de 10 mg/dia. Para o alívio dos sintomas são necessárias de 2 a 4 semanas de
tratamento, geralmente. Dependendo da resposta individual, pode ser reduzida para 5 mg ou
aumentada até o máximo de 20 mg/dia.
O Transtorno de Ansiedade Social é uma doença crônica, e recomenda-se o tratamento por um
período de 3 meses para a consolidação da resposta. O tratamento de longo prazo foi avaliado
por 6 meses e pode ser considerado para a prevenção de recaídas; os benefícios do tratamento
doença específica, e não deve ser confundida com timidez excessiva. A farmacoterapia somente
é indicada se a doença interferir significativamente nas atividades sociais e profissionais.
Não há dados comparativos entre a farmacoterapia e a terapia cognitiva comportamental. A
Tratamento do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)
A dose usual é de 10 mg/dia. Dependendo da resposta individual, decrescer a dose para 5
mg/dia ou aumentar até um máximo de 20 mg/dia.
O TOC é uma doença crônica e os pacientes devem ser tratados por um período mínimo que
assegure a ausência de sintomas. A duração do tratamento deverá ser avaliada individualmente e
poderá ser de diversos meses ou mais. Os benefícios do tratamento e a dose devem ser
reavaliados regularmente.
Pacientes idosos (> 65 anos de idade)
Considerar a dosagem inicial de 5 mg uma vez ao dia. Dependendo da resposta individual do
paciente a dose pode ser aumentada até 10 mg diariamente. (vide “Características
farmacológicas - Farmacocinética”).
A eficácia do oxalato de escitalopram no Tratamento do Transtorno de Ansiedade Social não foi
estudada em pacientes idosos.
Crianças e adolescentes (< 18 anos)
Este medicamento não deve ser usado no tratamento de crianças e adolescentes com menos de
18 anos (vide “Características farmacológicas - Farmacocinética”).
Este medicamento não é recomendado em crianças.
Função renal reduzida
Não é necessário ajuste da dose em pacientes com disfunção renal leve ou moderada.
Recomenda-se cautela em pacientes com a função renal gravemente reduzida (clearance de
creatinina < 30 mL/min) (vide “Características farmacológicas - Farmacocinética”).
Função hepática reduzida
Recomenda-se uma dose inicial de 5 mg/dia durante as 2 primeiras semanas do tratamento em
pacientes com comprometimento hepático leve ou moderado. Dependendo da resposta
individual de cada paciente, aumentar para 10 mg/dia. Recomenda-se cautela e cuidados extras
na titulação da dose em pacientes com comprometimento hepático severo (vide
“Características farmacológicas - Farmacocinética”).
Pacientes com problemas na metabolização pela CYP2C19
Para os pacientes com problemas conhecidos de metabolização pela enzima CYP2C19,
recomenda-se uma dose inicial de 5 mg/dia durante as primeiras 2 semanas de tratamento.
Dependendo da resposta individual de cada paciente, aumentar a dose para 10 mg/dia (vide
Duração do tratamento
A duração do tratamento varia de indivíduo para indivíduo, mas geralmente tem duração
mínima de aproximadamente 6 meses. Pode ser necessário um tratamento mais prolongado. A
doença latente pode persistir por um longo período de tempo. Se o tratamento for interrompido
precocemente os sintomas podem voltar.
Sintomas de descontinuação
A interrupção abrupta do tratamento deve ser evitada. Ao interromper o tratamento com o
oxalato de escitalopram, reduzir gradualmente a dose durante de 1 a 2 semanas, para evitar
possíveis sintomas de descontinuação (vide “Advertências e Precauções” e “Reações
adversas”). Se reações intoleráveis ocorrerem após a redução da dose ou interrupção do
tratamento, o retorno da dose anteriormente prescrita pode ser considerado. Em seguida, o
médico pode continuar reduzindo a dose, porém mais gradualmente.
Esquecimento da dose
A meia-vida do oxalato de escitalopram é de aproximadamente 30 horas, fato que, associado à
obtenção da concentração de estado de equilíbrio após o período de 5 meias vidas, permite que
o esquecimento da ingestão da dose diária possa ser contornado com a simples supressão
daquela dose, retomando no dia seguinte a prescrição usual.
VPS
10 MG COM
REV CT BL AL
PLAS INC X 15
PLAS INC X 30
20 MG COM
17/03/2015 0235207/15-9
10457 –
SIMILAR –
Inclusão Inicial de
Texto de Bula –
RDC 60/12
17/05/2013 0394990/13-7
10458 –
MEDICAMENTO
NOVO – Inclusão
Inicial de Texto de
Bula – RDC 60/12
Toxicidade
Os dados clínicos sobre superdose com escitalopram são limitados e muitos casos envolvem
overdoses concomitantes a outras drogas. A maioria dos casos leves ou sem sintomas têm sido
relatados. Os casos fatais de overdose com escitalopram foram raramente relatados com
escitalopram sozinho, a maioria dos casos envolveu overdose de medicamentos concomitantes.
Doses entre 400 a 800 mg de escitalopram já foram ingeridas sem qualquer sintoma grave.
Sintomas
Os sintomas vistos em overdose de escitalopram incluem sintomas relacionados principalmente
ao sistema nervoso central (variando de tontura, tremor e agitação de raros casos de síndrome
serotoninérgica, convulsões e coma), o sistema gastrointestinal (náuseas/vômitos) e o sistema
cardiovascular (taquicardia, hipotensão, prolongamento do intervalo QT e arritmia) e equilíbrio
das condições eletrolíticas (hipocalemia, hiponatremia).
Conduta em caso de superdose
Não existe um antídoto específico. Estabelecer e manter a viabilidade das vias aéreas,
assegurando uma adequada oxigenação e ventilação. Realizar uma lavagem gástrica após a
ingestão oral, assim que possível. Recomenda-se monitorar os sinais cardíacos e vitais, em
conjunto com medidas de suporte sintomático gerais.
É recomendável o monitoramento do ECG em casos de superdose, em pacientes com
insuficiência cardíaca congestiva/bradiarritmias, em pacientes que utilizam concomitantemente
medicamentos que prolongam o intervalo QT ou com alteração de metabolismo (p. ex.
insuficiência hepática).
Em caso de intoxicação, ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.