Bula do Espironolactona para o Profissional

Bula do Espironolactona produzido pelo laboratorio Ems S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

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Bula do Espironolactona
Ems S/a - Profissional

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BULA COMPLETA DO ESPIRONOLACTONA PARA O PROFISSIONAL

Espironolactona

EMS S/A

Comprimido

25mg; 50mg e 100mg

espironolactona

“medicamento genérico Lei n° 9.787, de 1999”

APRESENTAÇÕES

Comprimidos de 25 mg embalagem de 15, 30, e 450 comprimidos.

Comprimidos de 50 mg embalagem de 15, 30, 450 e 500 comprimidos.

Comprimidos de 100 mg embalagem de 15, 16, 30, 450 comprimidos.

Embalagens Fracionáveis: 60 e 90 comprimidos para as concentrações de 25 mg, 50 mg e 100 mg.

Embalagem Hospitalar: 75 comprimidos para as concentrações de 25 mg, 50 mg e 100 mg

USO ADULTO E PEDIÁTRICO.

USO ORAL.

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido contém:

espironolactona .....................................................................................................................................25 mg

excipientes* qsp....................................................................................................................................1 com.

*(sulfato de cálcio di-hidratado, estearato de magnésio, povidona, amido e água purificada).

Cada comprimido de 50 mg contém:

espironolactona .....................................................................................................................................50 mg

Cada comprimido de 100 mg contém:

espironolactona ...................................................................................................................................100 mg

II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1.INDICAÇÕES

Espironolactona comprimidos é indicado para o tratamento da hipertensão essencial; distúrbios

edematosos, tais como: edema e ascite da insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática e síndrome

nefrótica; edema idiopático; como terapia auxiliar na hipertensão maligna; na hipopotassemia quando

outras medidas forem consideradas impróprias ou inadequadas; profilaxia da hipopotassemia e

hipomagnesemia em pacientes tomando diuréticos, ou quando outras medidas forem inadequadas ou

impróprias. Espironolactona é indicado para o diagnóstico e tratamento do hiperaldosteronismo primário

e tratamento pré-operatório de pacientes com hiperaldosteronismo primário.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

O Estudo Randomizado de Avaliação de Espironolactona (RALES, na sigla em inglês) foi um estudo

duplo-cego, multinacional, em 1.663 pacientes com fração de ejeção ≤35%, história de insuficiência

cardíaca classe IV da New York Heart Association (NYHA, na sigla em inglês) de 6 meses e insuficiência

cardíaca de classe III-IV na época da randomização. Todos os pacientes deveriam estar tomando um

diurético de alça e, se tolerado, um inibidor da ECA. Pacientes com creatinina >2,5 mg/dL na linha de

base ou um aumento recente de 25% ou com potássio sérico >5,0 mEq/L na linha de base foram

excluídos.

Os pacientes foram randomizados 1:1 para 25 mg de espironolactona por via oral uma vez ao dia ou ao

placebo correspondente. Consultas de seguimento e avaliações laboratoriais (incluindo potássio sérico e

creatinina) foram realizadas a cada quatro semanas durante as primeiras 12 semanas, a seguir a cada 3

meses durante o primeiro ano e depois a cada 6 meses.

O endpoint primário do estudo RALES foi o tempo até o evento fatal de todas as causas. O RALES foi

concluído antecipadamente, após um acompanhamento médio de 24 meses, por causa do benefício sobre

a mortalidade detectado em uma análise intermediária planejada. As curvas de sobrevida por grupo de

tratamento são mostradas na Figura 1.

Figura 1. Sobrevida por grupo de tratamento no estudo RALES

A espironolactona reduziu o risco de morte em 30% comparado ao placebo (p<0,001; intervalo de

confiança de 95% de 18% a 40%). A espironolactona reduziu o risco de morte cardíaca, a morte

primariamente súbita e a morte por insuficiência cardíaca progressiva em 31% comparado ao placebo

(p<0,001; intervalo de confiança de 95%, de 18% a 42%).

A espironolactona também reduziu o risco de hospitalização por causas cardíacas (definidas como piora

da insuficiência cardíaca, angina, arritmias ventriculares ou infarto do miocárdio) em 30% (p<0,001,

intervalo de confiança 95%, de 18% a 41%). Alterações na classe NYHA foram mais favoráveis com a

espironolactona: no grupo de espironolactona, a classe NYHA no final do estudo melhorou em 41% dos

pacientes e piorou em 38% comparado com melhora em 33% e piora em 48% no grupo placebo (P <

0,001).

Os índices de risco de mortalidade para alguns subgrupos são mostrados na Figura 2. O efeito favorável

da espironolactona na mortalidade se mostrou semelhante em ambos os sexos e em todos os grupos

etários, exceto em pacientes abaixo de 55 anos; não havia não brancos em número suficiente no estudo

RALES para obter qualquer conclusão sobre efeitos diferenciais por raça. O benefício da espironolactona

se mostrou maior em pacientes com níveis de potássio sérico baixos na linha de base e menor em

pacientes com frações de ejeção <0,2. Estas análises de subgrupo devem ser interpretadas com cautela.

Figura 2. Índices de risco de mortalidade por todas as causas por subgrupos no Rales

Figura 2: o tamanho de cada caixa é proporcional ao tamanho da amostra e à

frequência do evento. ACEI significa inibidor da enzima conversora de

angiotensina, LVEF significa fração de ejeção ventricular esquerda, Cr

Clearance significa clearance de creatinina e Ser Creatinine significa creatinina

sérica.

A eficácia e tolerância de longo prazo de espironolactona na hipertensão essencial foram avaliadas entre

20.812 pacientes em um estudo prospectivo conduzido por Jeunemaitre e cols. Em pacientes tratados com

espironolactona sozinha durante um período de acompanhamento médio de 23 meses, uma dose média de

96,5mg reduziu a pressão sistólica e a pressão diastólica em respectivamente, 18 e 10mmHg abaixo dos

níveis prétratamento. A redução da pressão arterial foi maior com doses de 75 a 100 mg (12,4% e 12,2%)

do que com doses de 25 a 50mg (5,3 e 6,5%, p <0,001). O nível de creatinina plasmática aumentou

modestamente (8,3µmol/litro), assim como o nível de potássio plasmático (0,6mmol/litro) (ambos

<0,001); o nível de ácido úrico aumentou, mas não significativamente (10,5µmol/litro). Os níveis de

glicose em jejum e de colesterol total não mudaram, os níveis de triglicérides aumentaram ligeiramente

(0,1 mmol/litro, p <0,05). Estas alterações foram semelhantes em ambos os sexos e não foram

influenciadas pela duração do acompanhamento. Os autores concluíram que a espironolactona

administrada na prática diária reduziu a pressão arterial sem induzir efeitos adversos metabólicos.

Nishizaka e cols avaliaram o benefício anti-hipertensivo de adição de baixas doses de espironolactona a

regimes de múltiplos fármacos, que incluíram um diurético e um inibidor da enzima conversora de

angiotensina (ECA) ou um bloqueador do receptor de angiotensina (BRA) em pacientes com hipertensão

resistente com e sem aldosteronismo primário. A espironolactona em baixas doses foi associada com uma

redução média adicional da pressão arterial de 21 ± 21/10 ± 14mmHg após 6 semanas e 25 ± 20/12 ± 12

mmHg no acompanhamento de 6 meses. A redução da pressão arterial foi semelhante em pacientes com e

sem aldosteronismo primário e foi aditiva ao uso de inibidores da ECA, BRAs e diuréticos. Os autores

concluíram que baixas doses de espironolactona proporcionam uma redução aditiva significativa da

pressão arterial em pacientes afroamericanos e brancos com hipertensão resistente, com e sem

aldosteronismo primário.

Saruta e cols avaliaram 40 pacientes pré-operatoriamente com aldosteronismo primário devido a

adenoma examinando a gravidade da hipertensão, história familiar de hipertensão, idade dos pacientes,

duração da hipertensão, atividade da renina plasmática, concentração da aldosterona plasmática e eficácia

de espironolactona (100mg por dia por 10 dias) na pressão arterial. Em 30 dos 40 pacientes a pressão

arterial foi reduzida para menos de 160/95mmHg dentro de um ano após adrenalectomia (respondedores).

Em outros 10 pacientes, a pressão arterial não foi reduzida marcadamente e permaneceu acima de

160/95mmHg (nãorespondedores).

Foi observada uma redução da pressão arterial média de mais de 15mmHg após administração de

espironolactona em 29 dos 30 respondedores. O outro único paciente apresentou uma redução de

11mmHg da pressão arterial média. Por outro lado, nenhum dos não-respondedores mostrou uma redução

da pressão arterial média de mais de 15mmHg após a administração de espironolactona. A partir destes

resultados os autores concluíram que a resposta pré-operatória da pressão arterial à administração de 100

mg por dia de espironolactona por 10 dias representa um indicador útil para o prognóstico pós-operatório

de hipertensão em pacientes com aldosteronismo primário devido a adenoma.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades Farmacodinâmicas

Mecanismo de Ação:

A espironolactona é um antagonista farmacológico específico da aldosterona, atuando no local de troca de

íons sódio-potássio dependente de aldosterona, localizado no túbulo contornado distal do rim. A

espironolactona causa aumento das quantidades de sódio e água a serem excretados, enquanto o potássio

é retido. A espironolactona atua como diurético e como anti-hipertensivo por este mecanismo. Ela pode

ser administrada sozinha ou com outros agentes diuréticos que atuam mais proximamente no túbulo renal.

Atividade antagonista da aldosterona:

Por aumento dos níveis de mineralocorticoides, a aldosterona está presente no hiperaldosteronismo

primário e secundário. Estados edematosos em que o aldosteronismo secundário é usualmente envolvido

incluem a insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática e a síndrome nefrótica. Pela competição com

a aldosterona pelos receptores, a espironolactona promove uma terapia eficaz no tratamento de edema e

ascites nestas condições. A espironolactona atua contra o aldosteronismo secundário induzido pelo

volume de depleção e associado com a perda de sódio causado pela terapia diurética.

A espironolactona é efetiva na diminuição da pressão sanguínea sistólica e diastólica em pacientes com

hiperaldosteronismo primário. É também efetiva na maioria dos casos de hipertensão essencial apesar do

fato da secreção de aldosterona estar dentro dos limites normais no início da hipertensão essencial.

A espironolactona não demonstrou elevar as concentrações séricas de ácido úrico, precipitar crises de

gota, ou alterar o metabolismo dos carboidratos.

Propriedades Farmacocinéticas

A espironolactona é rápida e extensamente metabolizada. Produtos contendo enxofre constituem os

principais metabólitos e acredita-se serem os principais responsáveis, junto à espironolactona, pelos

efeitos terapêuticos do medicamento. Os dados farmacocinéticos foram obtidos de 12 voluntários

saudáveis que receberam 100mg de espironolactona diariamente por 15 dias. No décimo quinto dia, a

espironolactona apresentou resultados imediatamente na coleta de sangue após um café da manhã de

baixa caloria.

Fator de Acumulação:

AUC (0-24hs, 15º

dia)/AUC (0-24hs, 1º

dia)

Pico Máximo na

Concentração Sérica

Média (SD) Meia-vida

pós-estado de repouso

7-α-(tiometil)

espironolactona (TMS)

1,25 391ng/mL às 3,2hs 13,8hs (6,4) (terminal)

6-β-hidroxi-7-α-

(tiometil)

espironolactona

(HTMS)

1,50 125ng/mL às 5,1hs 15,0hs (4,0) (terminal)

canrenona (C) 1,41 181ng/mL às 4,3hs 16,5 hs (6,3) (terminal)

espironolactona 1,30 80ng/mL às 2,6hs Aproximadamente

1,4hs

(0,5) (β meia-vida)

A atividade farmacológica dos metabólitos da espironolactona no homem não é conhecida. Contudo, no

rato adrenalectomizado, as atividades antimineralocorticoides dos metabólitos C, TMS e HTMS, relativos

à espironolactona, foram 1,10, 1,28 e 0,32 respectivamente. Relativo à espironolactona, sua afinidade de

ligação ao receptor de aldosterona em lâmina de rim de rato foi 0,19, 0,86 e 0,06 respectivamente.

Em humanos, a potência do TMS 7-α-tioespironolactona na reversão dos efeitos do mineralocorticoide

sintético, fludrocortisona, na composição eletrolítica urinária foram 0,33 e 0,26 respectivamente, relativo

à espironolactona. Contudo, visto que as concentrações séricas deste esteroide não foram determinadas,

sua incompleta absorção e/ou metabolismo de primeira passagem não poderia ser excluído como uma

razão para sua reduzida atividade in vivo.

A espironolactona e seus metabólitos são mais de 90% ligados a proteínas plasmáticas. Os metabólitos

são excretados primariamente na urina e secundariamente na bile.

O efeito de alimentos na absorção da espironolactona foi avaliado em estudo de dose única em 9 (nove)

voluntários saudáveis que não fazem uso de medicação. O alimento aumentou a biodisponibilidade da

espironolactona não metabolizado por aproximadamente 100%. A importância clínica deste achado não é

conhecida.

Dados de Segurança Pré-Clínicos

Carcinogênese, mutagênese e diminuição da fertilidade: A espironolactona administrada oralmente

demonstrou ser um tumorígeno em estudos de administração na dieta realizados com ratos, com seus

efeitos proliferativos manifestados nos órgãos endócrinos e no fígado. Em estudo de 18 meses utilizando

doses de espironolactona de 50, 150 e 500mg/kg/dia, houve um aumento estatisticamente significativo em

adenomas benignos de tireoide e testículos e, em ratos machos, um aumento relacionado à dose nas

alterações proliferativas no fígado (incluindo hepatomegalia e nódulos hiperplásicos). Em um estudo de

24 meses no qual a mesma espécie de ratos recebeu doses de 10, 30, 100 e 150mg/kg/dia de

espironolactona, a faixa de efeitos proliferativos incluíram um aumento significativo de adenomas

hepatocelulares e células de tumor intersticial testicular em machos, e um aumento significativo de

células de adenoma folicular na tireoide e carcinomas em ambos os sexos. Há aumento estatisticamente

significativo também, porém, não relacionado à dose, em pólipos estruma endometrial uterino em fêmeas.

Foi observada incidência de leucemia mielocística relacionada à dose (acima de 20mg/kg/dia), em ratos

alimentados diariamente com doses de canrenoato de potássio (um componente quimicamente similar a

espironolactona e cujo principal metabólito, canrenona, é também um principal produto da

espironolactona no homem), por um período de um ano. Em estudos de 2 anos em ratos, a administração

oral de canrenoato de potássio foi associada com leucemia mielocística e hepática, tireoide e tumores

testiculares e mamários.

Nem espironolactona ou canrenoato de potássio produziram efeitos mutagênicos em testes utilizando

bactérias ou leveduras. Na ausência de ativação metabólica, nem espironolactona ou canrenoato de

potássio se mostraram mutagênicos em testes mamários in vitro. Na presença de ativação metabólica, foi

relatado que a espironolactona apresenta resultados negativos em alguns testes mutagênicos mamários in

vitro e inconclusivos (mas ligeiramente positivo) para mutagenicidade em outros testes mamários in vitro.

Na presença de ativação metabólica, canrenoato de potássio tem sido reportado resultados positivos para

mutagenicidade em alguns testes mamários in vitro, inconclusivo em alguns e negativo em outros.

Em um estudo de reprodução de 3 gerações no qual ratas fêmeas receberam doses diárias de 15 e 50 mg

de espironolactona/kg/dia, não houve efeitos no acasalamento e fertilidade, mas houve um pequeno

aumento na incidência de filhotes natimortos com doses de 50 mg/kg/dia. Quando injetado em ratas

fêmeas (100 mg/kg/dia por 7 dias via intraperitoneal (i.p.)) de espironolactona, parece aumentar o

comprimento do ciclo estral pelo prolongamento diestro durante o tratamento e induzindo constante

diestro durante o período de observação pós-tratamento de duas semanas. Estes efeitos foram associados

ao retardo do desenvolvimento do folículo ovariano e uma redução dos níveis de estrógeno circulantes,

que poderia ser esperado prejudicar o acasalamento, fertilidade e fecundidade. A espironolactona

(100mg/kg/dia), administrado via i.p. em camundongos fêmeas durante um período de duas semanas de

coabitação com machos não tratados, diminuiu o número de concebimentos do acasalamento (este efeito

mostrou ser causado pela inibição da ovulação) e diminuição do número de embriões implantados e

daqueles que se tornaram uma gravidez (este efeito mostrou ser causado por uma inibição da

implantação), e dose de 200mg/kg, também aumentou o período de latência para o acasalamento.

4. CONTRAINDICAÇÕES

A espironolactona é contraindicado a pacientes com insuficiência renal aguda, diminuição significativa da

função renal, anúria, hiperpotassemia, doença de Addison, hipersensibilidade conhecida à espironolactona

ou a qualquer outro componente da fórmula, ou com uso concomitante de eplerenona.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Gerais

O uso concomitante de Espironolactona e outros diuréticos poupadores de potássio, inibidores da ECA

(enzima conversora de angiotensina), medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides, antagonistas da

angiotensina II, bloqueadores da aldosterona, heparina, heparina de baixo peso molecular, ou outras

drogas ou condições conhecidas que possam causar hiperpotassemia, suplementos de potássio, uma dieta

rica em potássio ou substitutos do sal contendo potássio podem levar à hiperpotassemia grave.

É aconselhável realizar uma avaliação periódica dos eletrólitos séricos, tendo em vista a possibilidade de

hiperpotassemia, hiponatremia e uma possível elevação transitória da ureia sérica especialmente em

pacientes idosos e/ou com distúrbios preexistentes da função renal ou hepática, para os quais a relação

risco/benefício deve ser considerada.

Acidose metabólica hiperclorêmica reversível, usualmente em associação com hiperpotassemia, foi

relatada em alguns pacientes com cirrose hepática descompensada, mesmo quando a função renal é

normal.

Hiperpotassemia em pacientes com Insuficiência Cardíaca Grave

Hiperpotassemia pode ser fatal. É crítico monitorar e controlar os níveis séricos de potássio em pacientes

com insuficiência cardíaca grave recebendo espironolactona. Evitar o uso de outros diuréticos poupadores

de potássio. Evitar uso de suplementos orais de potássio em pacientes com o potássio sérico >3.5 mEq/L.

A recomendação de monitoramento de potássio e creatinina é uma semana após início ou aumento da

dose de espironolactona, mensalmente após os três primeiros meses e a cada quatro meses, por um ano e

após, a cada 6 meses. Descontinuar ou interromper o tratamento se potássio sérico >5 mEq/L ou se a

creatinina sérica >4 mg/dL (vide item 8. Posologia e Modo de Usar).

Uso Durante a Gravidez e Lactação

Espironolactona não apresentou efeitos teratogênicos em camundongos. Coelhos que receberam

espironolactona apresentaram taxa de concepção reduzida, aumento da taxa de reabsorção e número

menor de nascimentos vivos.

Nenhum efeito embriotóxico foi observado em ratos aos quais houve administração de altas doses de

espironolactona, no entanto, houve relato de hipoprolactinemia limitada e relacionada à dose, assim como

diminuição dos pesos da próstata ventral e da vesícula seminal em machos e aumento da secreção de

hormônio luteinizante e dos pesos ovariano e uterino em fêmeas. Feminização da genitália externa em

fetos masculinos foi relatada em outro estudo em ratos.

A espironolactona e seus metabólitos podem atravessar a barreira placentária. Não há estudos em

mulheres grávidas. Espironolactona deve ser usado durante a gravidez somente se o potencial benéfico

justificar o risco potencial para o feto.

A canrenona, um metabólito ativo e principal da espironolactona, aparece no leite materno. Devido a

muitos fármacos serem excretados no leite materno e devido ao desconhecido potencial para eventos

adversos sobre o lactante, uma decisão deve ser tomada em relação à descontinuação do tratamento

levando-se em conta a importância do fármaco para a mãe. Caso o uso de espironolactona durante o

período da amamentação seja considerado essencial, um método alternativo de alimentação para a criança

deve ser instituído.

Espironolactona é um medicamento classificado na categoria C de risco de gravidez. Portanto, este

medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do

cirurgiãodentista.

Efeitos na Capacidade de Dirigir e Operar Máquinas

Sonolência e tontura ocorrem em alguns pacientes. É recomendada precaução ao dirigir ou operar

máquinas até que a resposta inicial ao tratamento seja determinada.

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Há casos relatados de hiperpotassemia grave em pacientes que fazem uso de diuréticos poupadores de

potássio, incluindo espironolactona e inibidores da ECA ou outras drogas que causam hiperpotassemia.

Espironolactona potencializa o efeito de outros diuréticos e anti-hipertensivos quando administrados

concomitantemente. A dose desses fármacos deverá ser reduzida quando espironolactona for incluída ao

tratamento.

Espironolactona reduz a resposta vascular à norepinefrina. Devem ser tomados cuidados com a

administração em pacientes submetidos à anestesia enquanto esses estiverem sendo tratados com

espironolactona.

Foi demonstrado que a espironolactona aumenta à meia-vida da digoxina.

Medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides tais como ácido acetilsalicílico (AAS), indometacina e ácido

mefenâmico podem atenuar a eficácia natriurética dos diuréticos devido à inibição da síntese intrarrenal de

prostaglandinas e foi demonstrado que atenuam o efeito diurético da espironolactona.

Espironolactona aumenta o metabolismo da antipirina.

Espironolactona pode interferir na análise dos exames de concentração plasmática de digoxina.

Acidose metabólica hipercalêmica foi relatada em pacientes que receberam espironolactona

concomitantemente ao cloreto de amônio ou colestiramina.

Coadministração de espironolactona e carbenoxolona podem resultar em eficácia reduzida de qualquer

uma dessas medicações.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Espironolactona deve ser conservada em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C), protegido da luz e

umidade e pode ser utilizada por 24 meses a partir da data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.

Guarde-o em sua embalagem original.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças

Características do produto:

Espironolactona 25mg: Comprimidos na cor branca, circular, biconvexo e monossectado.

Espironolactona 50mg: Comprimidos na cor branca, circular, plano e monossectado.

Espironolactona 100mg: Comprimidos na cor branca, circular, plano e monossectado

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Adultos: A dose diária pode ser administrada em doses fracionadas ou em dose única.

Hipertensão Essencial: Dose usual de 50 a 100 mg por dia, que nos casos resistentes ou graves pode ser

gradualmente aumentada, em intervalos de 2 semanas, até 200 mg/dia. O tratamento deve ser mantido por

no mínimo 2 semanas, visto que uma resposta adequada pode não ocorrer antes desse período de tempo.

A dose deverá ser, posteriormente, reajustada de acordo com a resposta do paciente.

Doenças Acompanhadas por Edema

A dose diária pode ser administrada tanto em doses fracionadas como em dose única.

Insuficiência Cardíaca Congestiva: É recomendado administrar uma dose inicial diária de 100mg de

espironolactona, administrada em dose única ou dividida, podendo variar entre 25 e 200mg diariamente.

Quando o edema estiver controlado, a dose habitual de manutenção deve ser determinada para cada

paciente.

Cirrose Hepática: Se a relação sódio urinário/potássio urinário (Na+ / K+) for maior que 1 (um), a dose

usual é de 100 mg/dia. Se essa relação for menor do que 1 (um), a dose recomendada é de 200 a 400

mg/dia. A dose de manutenção deve ser determinada para cada paciente.

Síndrome Nefrótica: Habitualmente 100 a 200 mg/dia. Espironolactona não é medicamento

antiinflamatório, não tendo sido demonstrado afetar o processo patológico básico, e seu uso é

aconselhado somente se outra terapia for ineficaz.

Edema Idiopático: A dose habitual é de 100 mg por dia.

Edema em Crianças: A dose diária inicial é de aproximadamente 3,3 mg por kg de peso administrada

em dose fracionada. A dosagem deverá ser ajustada com base na resposta e tolerabilidade do paciente.

Se necessário pode ser preparada uma suspensão triturando os comprimidos de espironolactona com

algumas gotas de glicerina e acrescentando líquido com sabor. Tal suspensão é estável por um mês

quando mantida em local refrigerado.

Diagnóstico e Tratamento do Hiperaldosteronismo Primário

Espironolactona pode ser empregado como uma medida diagnóstica inicial para fornecer evidência

presuntiva de hiperaldosteronismo primário enquanto o paciente estiver em dieta normal.

Teste a Longo Prazo: dose diária de 400mg por 3 ou 4 semanas. Correção da hipopotassemia e da

hipertensão revela evidência presuntiva para o diagnóstico de

hiperaldosteronismo primário.

Teste a Curto Prazo: dose diária de 400mg por 4 dias. Se o potássio sérico se eleva durante a

administração de espironolactona, porém diminui quando é descontinuado, o diagnóstico presuntivo de

hiperaldosteronismo primário deve ser considerado.

Tratamento Pré-operatório de Curto Prazo de Hiperaldosteronismo Primário

Quando o diagnóstico de hiperaldosteronismo for bem estabelecido por testes mais definitivos,

espironolactona pode ser administrada em doses diárias de 100 a 400 mg como preparação para a cirurgia.

Para pacientes considerados inaptos para cirurgia, espironolactona pode ser empregado como terapia de

manutenção em longo prazo, com o uso da menor dose efetiva individualizada para cada paciente.

Hipertensão Maligna

Somente como terapia auxiliar e quando houver excesso de secreção de aldosterona, hipopotassemia e

alcalose metabólica. A dose inicial é de 100 mg/dia, aumentada quando necessário a intervalos de duas

semanas para até 400 mg/dia. A terapia inicial pode incluir também a combinação de outros fármacos

anti-hipertensivos à espironolactona. Não reduzir automaticamente a dose dos outros medicamentos como

recomendado na hipertensão essencial.

Hipopotassemia/ hipomagnesemia

A dosagem de 25 mg a 100 mg por dia é útil no tratamento da hipopotassemia e/ou hipomagnesemia

induzida por diuréticos, quando suplementos orais de potássio e/ou magnésio forem considerados

inadequados.

Dose omitida: Caso o paciente esqueça-se de tomar espironolactona no horário estabelecido, deve fazê-lo

assim que lembrar. Entretanto, se já estiver perto do horário de administrar a próxima dose, deve

desconsiderar a dose esquecida e utilizar a próxima. Neste caso, o paciente não deve tomar a dose

duplicada para compensar doses esquecidas. O esquecimento de dose pode comprometer a eficácia do

tratamento.

9. REAÇÕES ADVERSAS

As seguintes reações adversas foram relatadas em tratamento com Espironolactona:

Neoplasmas Benignos, Malignos e não específicos (incluindo cistos e pólipos): neoplasma benigno de

mama.

Sistema Sanguíneo e Linfático: leucopenia (incluindo agranolocitose), trombocitopenia.

Metabólico e Nutricional: distúrbios eletrolíticos e hiperpotassemia.

Psiquiátrico: alterações na libido, confusão.

Sistema Nervoso: tontura.

Gastrointestinal: distúrbios gastrointestinais, náuseas.

Hepatobiliar: função hepática anormal.

Pele e Tecidos Subcutâneos: síndrome de Steve-Johnson, necrólise epidérmica tóxica (NET), erupção à

droga com eosinofilia e sintomas sistêmicos (DRESS) alopecia, hipertricose (crescimento de cabelo

anormal), prurido, rash, urticária.

Músculo-esquelético e Tecidos Conjuntivos: hiperpotassemia e cãibras nas pernas.

Sistema Renal e Urinário: insuficiência renal aguda.

Sistema Reprodutivo e Distúrbios Mamários: dor nas mamas, distúrbios menstruais, ginecomastia*.

Geral: mal-estar.

* A ginecomastia é geralmente reversível quando a espironolactona é descontinuada, embora, em casos

raros, o aumento das mamas pode persistir.

Outras reações também relatadas foram: sonolência, cansaço, dor de cabeça, confusão mental, febre,

ataxia, impotência. Foi observado carcinoma mamário em pacientes tomando espironolactona, todavia

uma relação de causa e efeito não pôde ser estabelecida.

Ginecomastia pode se desenvolver em associação com o uso de espironolactona e o médico deve estar

alerta para sua possível instalação.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -

NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a

Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

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