Bula do Fertnon produzido pelo laboratorio Mabra Farmacêutica Ltda.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
FERTNON®
gestodeno - DCB: 04430
etinilestradiol - DCB: 03699
I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Nome comercial: FERTNON®
Nome genérico: gestodeno (DCB 04430)
etinilestradiol (DCB 03699)
APRESENTAÇÕES
Drágea – 0,075 mg + 0,030 mg – Embalagens contendo 1 ou 50 blisters com 21 drágeas cada.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada drágea de FERTNON® contém:
gestodeno .........................................................................................................................................0,075 mg
etinilestradiol ...................................................................................................................................0,030 mg
Excipientes q.s.p.................................................................................................................................1 drágea
(lactose monoidratada, amido, estearato de magnésio, água purificada, carbonato de cálcio, cera de
carnaúba, dióxido de titânio, glicerol, macrogol, povidona, sacarose, talco, croscarmelose sódica, álcool
etílico e cloreto de metileno).
II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
FERTNON® está indicado como contraceptivo oral. Embora tendo eficácia bem estabelecida, há casos
de gravidez em mulheres utilizando contraceptivos orais.
Os seguintes benefícios à saúde relacionados ao uso de contraceptivos orais combinados são confirmados
pelos estudos epidemiológicos com formulações de contraceptivos orais combinados utilizando
amplamente doses maiores que 35 µg de etinilestradiol ou 50 µg de mestranol:
Efeitos sobre a menstruação: melhora da regularidade do ciclo menstrual; diminuição da perda de
sangue e da incidência de anemia ferropriva; diminuição da incidência de dismenorreia.
Efeitos relacionados à inibição da ovulação: diminuição da incidência de cistos ovarianos funcionais;
diminuição da incidência de gravidez ectópica.
Outros benefícios não-contraceptivos: diminuição da incidência de fibroadenomas e de doença
fibrocística da mama; diminuição da incidência de doença inflamatória pélvica aguda; diminuição da
incidência de câncer endometrial; diminuição da incidência de câncer de ovário; diminuição da incidência
e gravidade de acne.
FERTNON® é um contraceptivo oral que combina o componente estrogênico etinilestradiol e o
componente progestogênico gestodeno.
Farmacologia Clínica
Os contraceptivos orais combinados agem por supressão das gonadotrofinas. Embora o resultado primário
dessa ação seja a inibição da ovulação, outras alterações incluem mudanças no muco cervical (que
aumenta a dificuldade de entrada do esperma no útero) e no endométrio (que reduz a probabilidade de
implantação). Quando corretamente e constantemente ingeridos, a taxa provável de falha dos
contraceptivos orais combinados é de 0,1% por ano, entretanto, a taxa de falha durante uso típico é de 5%
por ano para todos os tipos de contraceptivos orais. A eficácia da maioria dos métodos de contracepção
depende da precisão com que eles são usados. A falha do método é mais comum se ocorrer esquecimento
da tomada de uma ou mais drágeas do contraceptivo.
Farmacocinética
O gestodeno é rápida e completamente absorvido pelo trato gastrintestinal. Não sofre metabolização de
primeira passagem e está quase que completamente biodisponível após administração oral. No plasma,
gestodeno liga-se amplamente às globulinas fixadoras dos hormônios sexuais (SHBG). Durante
administrações repetidas, um acúmulo de gestodeno pode ser visto no plasma, com a fase de equilíbrio
observada durante a segunda metade de um ciclo de tratamento. Entretanto, somente uma pequena fração
(< 1%) do gestodeno total está presente na forma livre. O gestodeno é completamente metabolizado por
redução do grupo 3-ceto e da dupla ligação delta-4, e por inúmeras hidroxilações. Nenhum metabólito
farmacologicamente ativo do gestodeno é conhecido. Os metabólitos do gestodeno são excretados na
urina (50%) e nas fezes (33%) com uma meia-vida de eliminação de aproximadamente um dia. O
etinilestradiol é rápida e completamente absorvido pelo trato gastrintestinal. Sofre intensa metabolização
de primeira passagem hepática. A biodisponibilidade média está em torno de 45% com significante
variação individual. O etinilestradiol liga-se fortemente à albumina e induz um aumento na concentração
plasmática de SHBG. Após repetidas administrações por via oral, a concentração sanguínea de
etinilestradiol aumenta em torno de 30-50%, atingindo a fase de equilíbrio durante a segunda metade de
cada ciclo de tratamento. Após administração oral única, os níveis plasmáticos máximos de etinilestradiol
são alcançados dentro de 1-2 horas. A curva de disposição mostra duas fases com meias-vidas de 1-3
horas e 10-14 horas aproximadamente. O etinilestradiol é primariamente metabolizado por hidroxilação
aromática, mas uma grande variedade de metabólitos hidroxilados e metilados é formada, estando
presentes como metabólitos livres ou conjugados com glicuronídeos e sulfatos. Os metabólitos de
etinilestradiol não são farmacologicamente ativos. O etinilestradiol conjugado é excretado pela bile e
sujeito a recirculação êntero-hepática. A meia-vida de eliminação de etinilestradiol é de aproximadamente
10 horas. Cerca de 40% da droga é excretada na urina e 60% eliminada nas fezes.
Os contraceptivos orais combinados não devem ser utilizados por mulheres que apresentem qualquer uma
das seguintes condições: trombose venosa profunda (história anterior ou atual), tromboembolismo
(história anterior ou atual), doença vascular cerebral ou coronariana arterial, valvulopatias trombogênicas,
distúrbios trombogênicos, trombofilias hereditárias ou adquiridas, cefaleia com sintomas neurológicos
focais tais como aura, diabetes com envolvimento vascular, hipertensão não-controlada, carcinoma da
mama conhecido ou suspeito ou outra neoplasia estrogênio-dependente conhecida ou suspeita, adenomas
ou carcinomas hepáticos, ou doença hepática ativa, desde que a função hepática não tenha retornado ao
normal, sangramento vaginal de etiologia a esclarecer, pancreatite associada à hipertrigliceridemia severa
(historia anterior ou atual), gravidez confirmada ou suspeita, hipersensibilidade a qualquer um dos
componentes de FERTNON®.
Gravidez - categoria de risco X. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou
que possam ficar grávidas durante o tratamento.
Este medicamento causa malformação ao bebê durante a gravidez.
Atenção: Este medicamento contém açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em portadores de
Diabetes.
PRECAUÇÕES
1. Exame físico e acompanhamento
Antes do início do uso de contraceptivos orais combinados, deve ser realizado minucioso histórico
individual, histórico familiar e exame físico incluindo determinação da pressão arterial. Exames das
mamas, fígado, extremidades e órgãos pélvicos também devem ser conduzidos. O Papanicolau deve ser
realizado se a paciente for sexualmente ativa ou se for indicado de alguma outra maneira. Esses exames
clínicos devem ser repetidos pelo menos anualmente durante o uso de contraceptivos orais combinados. O
primeiro retorno deve ocorrer 3 meses após o contraceptivo oral combinado ser prescrito. A cada consulta
anual, os exames devem incluir os procedimentos realizados na consulta inicial, como descrito
anteriormente.
2. Efeitos sobre os carboidratos e lipídios
Relatou-se intolerância à glicose em usuárias de contraceptivos orais combinados. Por isso, pacientes com
intolerância à glicose ou Diabetes mellitus devem ser acompanhadas criteriosamente enquanto estiverem
recebendo contraceptivos orais combinados. (veja Contraindicações) Uma pequena parcela das usuárias
de contraceptivos orais combinados pode apresentar alterações lipídicas adversas. Métodos de controle da
natalidade não hormonais devem ser considerados em mulheres com dislipidemias não controladas.
Hipertrigliceridemia persistente pode ocorrer em uma pequena parcela das usuárias de contraceptivos
orais combinados. Elevações de triglicérides plasmáticos em usuárias de contraceptivos orais combinados
podem resultar em pancreatite e outras complicações. Relatou-se aumento dos níveis séricos de
lipoproteínas de alta densidade (HDL-colesterol) com o uso de estrogênios, enquanto que com
progestogênios relatou-se diminuição dos níveis. Alguns progestogênios podem aumentar os níveis de
lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e tornar o controle das hiperlipidemias mais difícil. O efeito
resultante de um contraceptivo oral combinado depende do equilíbrio atingido entre as doses de
estrogênio e progestogênio e da natureza e quantidade absoluta dos progestogênios utilizados no
contraceptivo. A dose dos dois hormônios deve ser levada em consideração na escolha de um
contraceptivo oral combinado. Mulheres em tratamento para hiperlipidemias devem ser rigorosamente
monitoradas se optarem pelo uso de contraceptivos orais combinados.
3. Sangramento genital
Algumas mulheres podem não apresentar hemorragia por supressão durante o intervalo sem drágeas. Se o
contraceptivo oral combinado não foi utilizado de acordo com as orientações antes da ausência da
primeira hemorragia por supressão ou se não ocorrerem duas hemorragias por supressão consecutivas,
deve-se interromper o uso e utilizar um método não-hormonal de controle da natalidade até que a
possibilidade de gravidez seja excluída. Pode ocorrer sangramento de escape e spotting em mulheres em
tratamento com contraceptivos orais combinados, sobretudo nos primeiros três meses de uso. O tipo e a
dose do progestogênio podem ser importantes. Se esse tipo de sangramento persistir ou recorrer, as causas
não-hormonais devem ser consideradas e podem ser indicadas condutas diagnósticas adequadas para
excluir a possibilidade de gravidez, infecção, malignidades ou outras condições. Se essas condições forem
excluídas, o uso contínuo de contraceptivo oral combinado ou a mudança para outra formulação podem
resolver o problema. Algumas mulheres podem apresentar amenorreia pós-pílula (possivelmente com
anovulação) ou oligomenorreia, particularmente quando essas condições são preexistentes.
4. Depressão
Mulheres utilizando contraceptivos orais combinados com história de depressão devem ser observadas
criteriosamente e o medicamento deve ser suspenso se a depressão reaparecer em grau severo. As
pacientes que ficarem significantemente deprimidas durante o tratamento com contraceptivos orais
combinados devem interromper o uso do medicamento e utilizar um método de controle da natalidade
alternativo, na tentativa de determinar se o sintoma está relacionado ao medicamento.
5. Outras
As pacientes devem ser informadas que este produto não protege contra infecção por HIV (AIDS) ou
outras doenças sexualmente transmissíveis. Diarreia e/ou vômitos podem reduzir a absorção do hormônio,
resultando na diminuição das concentrações séricas (ver Orientação em caso de vômitos e Interações
Medicamentosas).
Gravidez
Se ocorrer gravidez durante o tratamento com contraceptivo oral combinado, as próximas administrações
devem ser interrompidas. Não há evidências conclusivas de que o estrogênio e o progestogênio contidos
no contraceptivo oral combinado prejudicarão o desenvolvimento do bebê se houver concepção acidental
durante seu uso. (ver Contraindicações).
Gravidez - categoria de risco X. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou
que possam ficar grávidas durante o tratamento.
Este medicamento causa malformação ao bebê durante a gravidez.
Lactação
Pequenas quantidades de contraceptivos esteroidais e/ou metabólitos foram identificadas no leite materno
e poucos efeitos adversos foram relatados em lactentes, incluindo icterícia e aumento das mamas. A
lactação pode ser afetada pelos contraceptivos orais combinados, pois contraceptivos orais combinados
podem reduzir a quantidade e alterar a composição do leite materno. Em geral, não deve ser recomendado
o uso de contraceptivos orais combinados até que a lactante tenha deixado totalmente de amamentar a
criança (ver Advertências).
ADVERTÊNCIAS
Fumar aumenta o risco de efeitos colaterais cardiovasculares sérios decorrentes do uso de
contraceptivos orais combinados. Este risco aumenta com a idade e com o consumo intenso (em
estudos epidemiológicos, fumar 15 ou mais cigarros por dia foi associado a risco significantemente
maior) e é bastante acentuado em mulheres com mais de 35 anos de idade. Mulheres que tomam
contraceptivos orais combinados devem ser firmemente aconselhadas a não fumar.
Atenção: Este medicamento contém açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em portadores de
diabetes.
1. Tromboembolismo e trombose venosa e arterial
O uso de contraceptivos orais combinados está associado a aumento do risco de eventos tromboembólicos
e trombóticos venosos e arteriais. A redução da exposição a estrogênios e progestogênios está em
conformidade com os bons princípios da terapêutica. Para qualquer combinação específica de
estrogênio/progestogênio, a posologia prescrita deve ser a que contenha a menor quantidade de estrogênio
e progestogênio compatível com um baixo índice de falhas e com as necessidades individuais de cada
paciente. A introdução do tratamento com contraceptivos orais combinados em novas usuárias deve ser
feita com formulações com menos de 50 µg de estrogênio.
- Tromboembolismo e trombose venosa
O uso de contraceptivos orais combinados aumenta o risco de eventos tromboembólicos e trombóticos
venosos. Entre os eventos relatados estão trombose venosa profunda e embolia pulmonar. O uso de
qualquer contraceptivo oral combinado apresenta risco aumentado de eventos tromboembólicos e
trombóticos venosos em comparação a não-usuárias. O aumento do risco é maior durante o primeiro ano
em que uma mulher usa um contraceptivo oral combinado. Esse risco aumentado é menor do que o risco
de eventos tromboembólicos e trombóticos venosos associados à gravidez, estimado em 60 casos por
100.000 mulheres-anos. O tromboembolismo venoso é fatal em 1 a 2% dos casos. Estudos
epidemiológicos têm demonstrado que a incidência de tromboembolismo venoso em usuárias de
contraceptivos orais de estrogênio de baixa concentração (<50mcg etinilestradiol) varia cerca de 20 a 40
casos por 100.000 mulheres/ano; esta estimativa de risco varia de acordo com o progestogênio. Isso se
compara com 5 a 10 casos por 100,000 mulheres/ano não usuárias Vários estudos epidemiológicos tem
demonstrado que mulheres usuárias de contraceptivos orais combinados com etinilestradiol,
(particularmente 30 µg), e um progestogênio, como gestodeno, estão sob risco aumentado de eventos
tromboembólicos e trombóticos venosos em comparação às que usam contraceptivos orais combinados
contendo menos de 50 µg de etinilestradiol e o progestogênio levonorgestrel. Contudo, dados de outros
estudos não demonstraram este risco aumentado. Para contraceptivos orais combinados contendo 30 µg
de etinilestradiol combinado a desogestrel ou gestodeno em comparação aos que contêm menos de 50 µg
de etinilestradiol e gestodeno, estimou-se que o risco relativo global de eventos tromboembólicos e
trombóticos venosos varia entre 1,5 e 2,0. A incidência de eventos tromboembólicos e trombóticos
venosos para contraceptivos orais combinados contendo levonorgestrel com menos de 50 µg de
etinilestradiol é de aproximadamente 20 casos por 100.000 mulheres-ano. Para contraceptivos orais
combinados contendo 30 µg de etinilestradiol combinado a desogestrel ou gestodeno, a incidência é de
aproximadamente 30-40 casos por 100.000 mulheres-ano, ou seja, 10-20 casos adicionais por 100.000
mulheres-ano. Todas essas informações devem ser levadas em consideração ao prescrever este
contraceptivo oral combinado e ao aconselhar uma paciente na escolha do(s) método(s) contraceptivo(s).
O risco de eventos tromboembólicos e trombóticos venosos é ainda maior em mulheres com condições
predisponentes para tromboembolismo e trombose venosos. Deve-se ter cuidado ao prescrever
contraceptivos orais combinados nesses casos.
A seguir, exemplos de condições predisponentes para tromboembolismo e trombose venosos:
-obesidade;
-cirurgia ou trauma com maior risco de trombose;
-parto recente ou aborto no segundo trimestre;
-imobilização prolongada;
-idade avançada.
Outros fatores de risco, que representam contraindicações para o uso de contraceptivos orais combinados
estão apresentados no item Contraindicações. Relatou-se aumento de 2 a 4 vezes do risco relativo de
complicações tromboembólicas pós-operatórias com o uso de contraceptivos orais combinados. O risco
relativo de trombose venosa em mulheres predispostas é 2 vezes maior do que nas que não apresentam
essas condições. Se possível, os contraceptivos orais combinados devem ser descontinuados: nas 4
semanas anteriores e nas 2 semanas posteriores a cirurgia eletiva associada a aumento do risco de
trombose e durante imobilização prolongada. Como o pós-parto imediato está associado a aumento do
risco de tromboembolismo, o tratamento com contraceptivos orais combinados não deve começar antes
do 28° dia após o parto ou aborto no segundo trimestre.
-Tromboembolismo e trombose arterial
arteriais. Entre os eventos relatados estão infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (AVC
isquêmicos e hemorrágicos, ataque isquêmico transitório). Para informações sobre trombose vascular
retiniana ver item 2. Lesões oculares. O risco de eventos tromboembólicos e trombóticos arteriais é ainda
maior em mulheres com fatores de risco subjacentes. Deve-se ter cuidado ao prescrever contraceptivos
orais combinados para mulheres com fatores de risco para eventos tromboembólicos e trombóticos
arteriais. A seguir, exemplos de fatores de risco para eventos tromboembólicos e trombóticos arteriais:
fumo, hipertensão, hiperlipidemias, obesidade, idade avançada. O risco de acidente vascular cerebral pode
ser maior em usuárias de contraceptivo oral combinado que sofrem de enxaqueca (particularmente
enxaqueca com aura). Outros fatores de risco, que representam contraindicações para o uso de
contraceptivos orais combinados estão apresentados no item Contraindicações.
2. Lesões oculares
Houve relatos de casos de trombose vascular retiniana com o uso de contraceptivos orais combinados,
que podem resultar em perda total ou parcial da visão. Se houver sinais ou sintomas de alterações visuais,
início de proptose ou diplopia, papiledema ou lesões vasculares retinianas, deve-se interromper o uso dos
contraceptivos orais combinados e avaliar imediatamente a causa.
3. Pressão arterial
Relatou-se aumento da pressão arterial em mulheres em tratamento com contraceptivos orais combinados.
Na maioria das pacientes, a pressão arterial volta ao valor basal com a interrupção da administração do
contraceptivo oral combinado e, aparentemente, não há diferença na ocorrência de hipertensão entre
mulheres que já usaram e as que nunca tomaram contraceptivos orais combinados. Em mulheres com
hipertensão, histórico de hipertensão ou doenças relacionadas à hipertensão (incluindo algumas doenças
renais), pode ser preferível utilizar outro método de controle da natalidade. Se pacientes hipertensas
escolherem o tratamento com contraceptivos orais combinados, devem ser monitoradas rigorosamente, se
ocorrer aumento significativo da pressão arterial, deve-se interromper o uso do contraceptivo oral
combinado. O uso de contraceptivo oral combinado é contraindicado em mulheres com hipertensão não-
controlada (ver Contraindicações).
4. Carcinoma dos órgãos reprodutores
Carcinoma Cervical
O fator de risco mais importante para o câncer cervical é a persistente infecção por papiloma vírus
humano. Alguns estudos sugerem que o uso de contraceptivo oral combinado pode estar associado a
aumento do risco de neoplasia cervical intraepitelial ou câncer cervical invasivo em algumas populações
de mulheres. No entanto, ainda há controvérsia sobre o grau em que essas descobertas podem estar
relacionadas a diferenças de comportamento sexual e outros fatores. Nos casos de sangramento genital
anormal não-diagnosticado, estão indicadas medidas diagnósticas adequadas.
Câncer de mama
Os fatores de risco estabelecidos para o desenvolvimento do câncer de mama incluem aumento da idade,
histórico familiar, obesidade, nuliparidade e idade tardia para a primeira gravidez. Uma metanálise de 54
estudos epidemiológicos relatou que o risco relativo (RR = 1,24) de diagnóstico de câncer de mama foi
ligeiramente maior em mulheres que utilizaram contraceptivos orais combinados do que nas que nunca
utilizaram. O aumento do risco desaparece gradualmente no transcorrer de 10 anos após a interrupção do
uso de contraceptivos orais combinados. Esses estudos não forneceram evidências de relação causal. O
padrão observado de aumento do risco de diagnóstico de câncer de mama pode ser consequência da
detecção mais precoce desse câncer em usuárias de contraceptivos orais combinados (devido à
monitorização clínica mais regular), dos efeitos biológicos dos contraceptivos orais combinados ou da
combinação de ambos. Como o câncer de mama é raro em mulheres com menos de 40 anos, o número
excedente de diagnósticos de câncer de mama em usuárias de contraceptivos orais combinados atuais e
recentes foi pequeno em relação ao risco de câncer de mama ao longo da vida. O câncer de mama
diagnosticado em mulheres que já utilizaram contraceptivos orais combinados tende a ser menos
avançado clinicamente que o diagnosticado em mulheres que nunca os utilizaram.
5. Neoplasia hepática/doença hepática
Os adenomas hepáticos, em casos muito raros, e os carcinomas hepatocelulares, em casos extremamente
raros, podem estar associados ao uso de contraceptivo oral combinado. Aparentemente, o risco aumenta
com o tempo de uso do contraceptivo oral combinado. A ruptura dos adenomas hepáticos pode causar
morte por hemorragia intra-abdominal. Mulheres com história de colestase relacionada ao contraceptivo
oral combinado e as que desenvolveram colestase durante a gravidez são mais propensas a apresentar
colestase com o uso de contraceptivo oral combinado. Se essas pacientes receberem um contraceptivo
oral combinado, devem ser rigorosamente monitoradas, e o uso de contraceptivo oral combinado deve ser
interrompido se colestase recorrer. Foi relatada lesão hepatocelular com o uso de contraceptivos orais
combinados. A identificação precoce da lesão hepatocelular associada ao uso de contraceptivo oral
combinado pode reduzir a gravidade da hepatotoxicidade quando o contraceptivo oral combinado é
descontinuado. Se a lesão hepatocelular for diagnosticada, a paciente deve interromper o uso do
contraceptivo oral combinado, utilizar um método de controle da natalidade não-hormonal e consultar seu
médico.
6. Enxaqueca/Cefaleia
Início ou exacerbação de enxaqueca ou desenvolvimento de cefaleia com padrão novo que seja
recorrente, persistente ou grave exige a descontinuação do contraceptivo oral combinado e a avaliação da
causa. O risco de acidente vascular cerebral pode ser maior em usuárias de contraceptivo oral combinado
que sofrem de enxaqueca (particularmente enxaqueca com aura).
7. Imune
Angioedema
Os estrogênios exógenos podem induzir ou exacerbar os sintomas de angioedema, particularmente em
mulheres com angioedema hereditário.
INTERAÇÃO COM EXAMES LABORATORIAIS
O uso de contraceptivos orais combinados pode causar algumas alterações fisiológicas que podem se
refletir nos resultados de alguns exames laboratoriais, incluindo:
-parâmetros bioquímicos da função hepática (incluindo a diminuição da bilirrubina e da fosfatase
alcalina), função tireoidiana (aumento dos níveis totais de T3 e T4 devido ao aumento da TBG [globulina
de ligação à tiroxina], diminuição da captação de T3 livre), função adrenal (aumento do cortisol
plasmático, aumento da globulina de ligação a cortisol, diminuição do sulfato de deidroepiandrosterona
[DHEAS]) e função renal (aumento da creatinina plasmática e depuração de creatinina)
-níveis plasmáticos de proteínas (carreadoras), como globulina de ligação a corticosteroide e frações
lipídicas/ lipoproteicas
-parâmetros do metabolismo de carboidratos
-parâmetros de coagulação e fibrinólise
-diminuição dos níveis séricos de folato
USO GERIÁTICO
Interações entre etinilestradiol e outras substâncias podem diminuir ou aumentar as concentrações séricas
de etinilestradiol. Concentrações séricas mais baixas de etinilestradiol podem causar maior incidência de
sangramento de escape e irregularidades menstruais e, possivelmente, podem reduzir a eficácia do
contraceptivo oral combinado. Durante o uso concomitante de produtos com etinilestradiol e substâncias
que podem diminuir as concentrações séricas de etinilestradiol, recomenda-se que um método
anticoncepcional não-hormonal (como preservativos e espermicida) seja utilizado além da ingestão
regular de FERTNON®. No caso de uso prolongado dessas substâncias, os contraceptivos orais
combinados não devem ser considerados os contraceptivos primários. Após a descontinuação das
substâncias que podem diminuir as concentrações séricas de etinilestradiol, recomenda-se o uso de um
método anticoncepcional não-hormonal por, no mínimo, 7 dias. Aconselha-se o uso prolongado do
método alternativo após a descontinuação das substâncias que resultaram na indução das enzimas
microssomais hepáticas, levando a uma diminuição das concentrações séricas de etinilestradiol. Às vezes,
pode levar várias semanas até a indução enzimática desaparecer completamente, dependendo da dose,
duração do uso e taxa de eliminação da substância indutora.
A seguir, alguns exemplos das substâncias que podem diminuir as concentrações séricas de
etinilestradiol:
- Qualquer substância que reduza o tempo do trânsito gastrintestinal e, portanto, a absorção do
etinilestradiol.
- Substâncias indutoras das enzimas microssomais hepáticas, como rifampicina, rifabutina, barbitúricos,
primidona, fenilbutazona, fenitoína, dexametasona, griseofulvina, topiramato, alguns inibidores de
protease, modafinil.
- Hypericum perforatum, também conhecido como erva de São João, e ritonavir* (possivelmente por
indução das enzimas microssomais hepáticas).
- Alguns antibióticos (por exemplo, ampicilina e outras penicilinas, tetraciclinas), por diminuição da
circulação êntero-hepática de estrogênios.
A seguir, alguns exemplos de substâncias que podem aumentar as concentrações séricas de
- atorvastatina;
- inibidores competitivos de sulfatações na parede gastrintestinal, como o ácido ascórbico (vitamina C) e
o paracetamol (acetaminofeno);
- substâncias que inibem as isoenzimas 3A4 do citocromo P450, como indinavir, fluconazol e
troleandomicina. A troleandomicina pode aumentar o risco de colestase intra-hepática durante a
administração concomitante com contraceptivos orais combinados.
O etinilestradiol pode interferir no metabolismo de outras drogas por inibição das enzimas microssomais
hepáticas ou indução da conjugação hepática da droga, sobretudo a glicuronização. Consequentemente, as
concentrações plasmáticas e teciduais podem aumentar (por exemplo: ciclosporina, teofilina,
corticosteroides) ou diminuir (por exemplo: lamotrigina). Em pacientes tratados com a flunarizina,
relatou-se que o uso de contraceptivos orais aumenta o risco de galactorreia. As bulas dos medicamentos
concomitantes devem ser consultadas para identificar possíveis interações.
*Embora o ritonavir seja um inibidor do citocromo P450 3A4, demonstrou-se que esse tratamento
diminui as concentrações séricas de etinilestradiol (vide acima).
FERTNON® deve ser conservado em temperatura ambiente (temperatura entre 15 e 30°C), protegido da
luz e umidade. Este medicamento possui prazo de validade de 24 meses a partir da sua data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
FERTNON® se apresenta na forma de uma drágea circular biconvexa de cor branca.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Como tomar FERTNON®
O blister de FERTNON® contém 21 drágeas. As drágeas devem ser tomadas seguindo a direção das
setas marcadas no blister todos os dias e aproximadamente no mesmo horário. Tomar uma drágea por dia
por 21 dias consecutivos, seguido de um intervalo de 7 dias sem a ingestão de drágeas. A embalagem
seguinte deve ser iniciada após o intervalo de 7 dias sem a ingestão de drágeas. Após 2-3 dias da última
drágea ter sido tomada, inicia-se, em geral, hemorragia por supressão que pode não cessar antes do início
da embalagem seguinte. Não iniciar ou continuar a o tratamento com FERTNON® caso haja suspeita ou
conhecimento de gravidez.
Como começar a tomar FERTNON®
Sem uso de contraceptivo hormonal no mês anterior: a primeira drágea de FERTNON® deve ser
tomada no 1° dia do ciclo natural (ou seja, o primeiro dia de sangramento menstrual). Pode-se iniciar o
tratamento com FERTNON® entre o 2° e o 7° dia, mas recomenda-se a utilização de método
contraceptivo não-hormonal (como preservativo e espermicida) nos primeiros 7 dias de administração de
FERTNON®.
Quando se passa a usar FERTNON® no lugar de outro contraceptivo oral: preferencialmente, deve-
se começar a tomar FERTNON® no dia seguinte ao último comprimido ativo do contraceptivo oral
combinado anterior ter sido ingerido, mas não mais tarde do que no dia após o intervalo sem comprimidos
ou após a ingestão do último comprimido inativo do contraceptivo oral combinado anterior.
Quando se passa a usar FERTNON® no lugar de outro método contraceptivo com apenas
progestogênio (minipílulas, implante, dispositivos intrauterinos [DIU], injetáveis): pode-se
interromper a minipílula em qualquer dia e deve-se começar a tomar FERTNON® no dia seguinte. Deve-
se iniciar o uso de FERTNON® no mesmo dia da remoção do implante de progestogênio ou remoção do
DIU. O uso de FERTNON® deve ser iniciado na data em que a próxima injeção está programada. Em
cada uma dessas situações, a paciente deve ser orientada a utilizar outro método não hormonal de
contracepção durante os 7 primeiros dias de administração de FERTNON®.
Após aborto no primeiro trimestre: pode-se começar a tomar FERTNON® imediatamente. Não são
necessários outros métodos contraceptivos.
Pós-parto: como o pós-parto imediato está associado a aumento do risco de tromboembolismo, o
tratamento com FERTNON® não deve começar antes do 28º dia após o parto em mulheres não lactantes
ou após aborto no segundo trimestre. Deve-se orientar a paciente a utilizar outro método não hormonal de
contracepção durante os 7 primeiros dias de administração de FERTNON®. Entretanto, se já tiver
ocorrido relação sexual, a possibilidade de gravidez antes do início da utilização de FERTNON® deve
ser descartada ou deve-se esperar pelo primeiro período menstrual espontâneo (ver Precauções e
Advertências).
Conduta para quando a paciente esquecer de tomar FERTNON®
A proteção contraceptiva pode ser reduzida se a paciente se esquecer de tomar alguma drágea de
FERTNON® e, particularmente, se o esquecimento ultrapassar o intervalo livre sem drágeas.
Recomenda-se consultar seu médico.
-Se a paciente esquecer de tomar uma drágea de FERTNON® e lembrar dentro de até 12 horas da dose
usual, deve-se ingeri-la tão logo se lembre. As drágeas seguintes devem ser tomadas no horário habitual.
-Se a paciente esquecer de tomar uma drágea de FERTNON® e lembrar mais de 12 horas após a dose
usual ou se tiverem sido esquecidas duas ou mais drágeas, a proteção contraceptiva pode estar reduzida.
A última drágea esquecida deve ser tomada tão logo se lembre, o que pode resultar na tomada de duas
drágeas de uma única vez. As drágeas seguintes devem ser ingeridas no horário habitual. Um método
contraceptivo não hormonal deve ser usado nos próximos 7 dias.
-Se a paciente tomar a última drágea antes do fim do intervalo de 7 dias durante o qual o uso de um
método contraceptivo não-hormonal não é necessário, a próxima embalagem deve ser iniciada
imediatamente; não deve haver intervalo sem drágeas entre as embalagens. Isto previne um intervalo
prolongado entre as drágeas, reduzindo, portanto, o risco de uma ovulação de escape. É improvável que
ocorra hemorragia por supressão até que todas as drágeas da nova embalagem sejam tomadas, embora a
paciente possa apresentar spotting ou sangramento de escape nos dias em que estiver ingerindo as
drágeas. Se a paciente não tiver hemorragia por supressão após a ingestão de todas as drágeas da nova
embalagem, a possibilidade de gravidez deve ser descartada antes de se retomar a ingestão das drágeas.
Orientação em caso de vômitos e/ou diarreia:
No caso de vômito ou diarreia no período de 4 horas após a ingestão da drágea, a absorção das drágeas
pode ser incompleta. Neste caso, as informações contidas no item “Conduta para quando a paciente se
esquecer de tomar FERTNON®” são aplicáveis.
Proteção Contraceptiva Adicional:
Quando for necessária a utilização de proteção contraceptiva adicional, utilize métodos contraceptivos de
barreira (por exemplo: diafragma ou preservativo masculino). Não utilize os métodos da tabelinha ou da
temperatura como proteção contraceptiva adicional, pois os contraceptivos orais modificam as alterações
menstruais cíclicas, tais como as variações de temperatura e do muco cervical.
Este medicamento não pode ser partido, aberto ou mastigado.
As reações adversas estão relacionadas na tabela de acordo com sua frequência:
Muito Comum: ≥ 10%
Comum: ≥ 1% e < 10%
Incomum: ≥ 0,1% e < 1%
Rara: ≥ 0,01% e < 0,1%
Muito Rara: < 0,01%
O uso de contraceptivos orais combinados tem sido associado a aumento dos seguintes riscos:
-Eventos tromboembólicos e trombóticos arteriais e venosos, incluindo infarto do miocárdio, acidente
vascular cerebral, ataque isquêmico transitório, trombose venosa e embolia pulmonar;
- Neoplasia cervical intraepitelial e câncer cervical.
- Diagnóstico de câncer de mama.
- Tumores hepáticos benignos (por exemplo: hiperplasia nodular focal, adenoma hepático).
Ver também Precauções e Advertências.
Reação muito comum (ocorre em 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): cefaleia, incluindo
enxaqueca, sangramento de escape/spotting.
Reação comum (ocorre ente 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): vaginite incluindo
candidíase; alterações de humor, incluindo depressão, alterações de libido, nervosismo, tontura, náuseas,
vômitos, dor abdominal, acne, dor, sensibilidade, aumento, secreção das mamas, dismenorreia, alteração
do fluxo menstrual, alteração da secreção e ectrópio cervical, amenorreia, retenção hídrica/edema,
alterações de peso (ganho ou perda).
Reação incomum (ocorre ente 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento): alterações de
apetite (aumento ou diminuição), cólicas abdominais, distensão, erupções cutâneas, cloasma /melasma,
que pode persistir; hirsutismo, alopecia, aumento da pressão arterial, alterações nos níveis séricos de
lipídios, incluindo hipertrigliceridemia.
Reação rara (ocorre ente 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento): reações
anafiláticas/ anafilactoides, incluindo casos muito raros de urticária, angioedema e reações graves com
sintomas respiratórios e circulatórios, intolerância à glicose, intolerância a lentes de contato, icterícia
colestática, eritema nodoso, diminuição dos níveis séricos de folato***.
Reação muito rara (ocorre com menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento):
carcinomas hepatocelulares, exacerbação do lúpus eritematoso sistêmico, exacerbação da porfiria,
exacerbação da coreia, neurite óptica*, trombose vascular retiniana, piora das varizes, pancreatite, colite
isquêmica, doença biliar, incluindo cálculos biliares**, eritema multiforme, síndrome urêmica hemolítica.
Reações adversas cuja frequência é desconhecida: doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn,
colite ulcerativa), lesão hepatocelular.
* A neurite óptica pode resultar em perda parcial ou total da visão.
** Os contraceptivos orais combinados podem piorar doenças biliares preexistentes e podem acelerar o
desenvolvimento dessa doença em mulheres anteriormente assintomáticas.
*** Pode haver diminuição dos níveis séricos de folato com o tratamento com contraceptivo oral
combinado. Isso pode ser clinicamente significativo se a mulher engravidar logo após descontinuar os
contraceptivos orais combinados.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.