Bula do Flatol produzido pelo laboratorio Legrand Pharma Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Flatol® Max
(simeticona)
Legrand Pharma Indústria Farmacêutica Ltda
cápsula gelatinosa
125 mg
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
simeticona
APRESENTAÇÕES
Cápsula gelatinosa de 125 mg. Embalagem contendo 4, 6, 8, 10 ou 80 cápsulas.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada cápsula gelatinosa de Flatol® Max contém:
simeticona ...................................................................................................... 125 mg
excipiente* q.s.p .............................................................................................. 1 cápsula
* gelatina, glicerol, corante azul brilhante, essência de menta, propilparabeno, metilparabeno, água purificada,
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Flatol® Max é indicado para o alívio dos sintomas no caso de excesso de gases no aparelho gastrintestinal constituindo motivo de dores ou cólicas
intestinais1
, tais como:
- Meteorismo1
- Eructação1
- Borborigmos1
- Aerofagia pós-cirúrgica1
- Distensão abdominal1
- Flatulência1
Sabendo que os gases no trato digestivo atrapalham os exames abdominais de imagem e a simeticona facilita a eliminação dos gases, Flatol® Max
pode ser usado na preparação do paciente a ser submetido à endoscopia digestiva e/ ou colonoscopia.
1
CID R14 – Flatulência e afecções correlatas (distensão abdominal (gasosa), dor de gases, eructação, hipertimpanismo (abdominal/intestinal) e
meteorismo)
Cinco ensaios controlados randomizados metodologicamente adequados avaliaram a eficácia da simeticona no tratamento de sintomas relacionados
ao acúmulo de gases no trato gastrintestinal e distúrbios gastrintestinais funcionais em adultos. 1-5
Os estudos que incluíram pacientes com distúrbios funcionais do trato digestivo indicaram a eficácia da simeticona (em diferentes dosagens) quando
comparada ao placebo, bem como a não-inferioridade e a superioridade do medicamento em relação à cisaprida, um pró-cinético empregado para os
distúrbios disfuncionais do trato digestivo fora de uso na prática clínica no Brasil.1-3
Nos dois estudos que avaliaram o uso da simeticona para alívio
dos sintomas relacionados ao excesso de gases em pacientes com diarreia aguda,4-5
em termos absolutos os benefícios da simeticona comparado à
loperamida e ao placebo foram pouco relevantes. A associação loperamida-simeticona mostrou-se eficaz nesse contexto, indicando benefício clínico
da adição da simeticona à loperamida para alívio dos sintomas relacionados aos gases, uma vez que a loperamida isolada não resultou em benefícios
de mesma magnitude.
Em ambos os estudos, a simeticona foi superior ao placebo, em termos absolutos, mesmo nos desfechos relacionados à resolução do quadro de
diarreia, ainda que não reportada à significância estatística da diferença.
Três ensaios clínicos controlados avaliaram a simeticona no manejo dos transtornos funcionais do trato gastrintestinal.1-3
Em Bernstein (1974), o
grupo da simeticona apresentou redução significativa de todos os sintomas quando analisados em conjunto (gases, pirose, plenitude gástrica, distensão
abdominal, indigestão, inchaço, pressão, acidez, desconforto estomacal, dor pós-prandial; p<0,001) e em 8 deles quando analisados separadamente
(gases, plenitude gástrica, inchaço, distensão, indigestão, desconforto gástrico, acidez e dor pós-prandial). A redução na intensidade de todos os
sintomas combinados foi significativamente maior no grupo tratado com simeticona (p<0,001), assim como da maioria dos sintomas isolados (gases,
plenitude, inchaço, distensão, desconforto, dor, indigestão e acidez).1
Holtmann (1999) avaliou os escores de intensidade dos sintomas resultante da soma dos escores atribuídos a plenitude gástrica, dor no abdômen
superior, gases, saciedade precoce, náusea, vômito, regurgitação, pirose, perda de apetite e percepção dos movimentos intestinais. Durante o estudo, a
soma do escore de sintomas diminuiu significativamente no grupo da simeticona, com a diferença entre os grupos sendo de -55,2% (IC 95% -85,2% a
- 25,2%) após duas semanas e -24,2% (-54,3% a 5,8%) após 4 semanas, obedecendo aos critérios determinados no estudo para estabelecer a não
inferioridade da simeticona em relação à cisaprida (p<0,001).2
Holtmann (2002) comparou simeticona, cisaprida e placebo, com seguimento de 8 semanas.
Os sintomas avaliados foram: plenitude gástrica, dor em abdômen superior, borborigmos,eructação, saciedade precoce, náusea, vômito, regurgitação,
pirose e perda de apetite. Após 2, 4 e 8 semanas de tratamento, a soma dos escores de sintoma foi significativamente menor no grupo com a
simeticona ou a cisaprida comparadas ao grupo placebo. A simeticona foi não inferior à cisaprida após 4 (p<0,0001) e 8 semanas (p=0,0004) e foi
superior à cisaprida após 2 semanas (p=0,0007). Durante as oito semanas de duração do estudo, a simeticona resultou em uma melhora
numericamente melhor dos sintomas quando comparada à cisaprida e as diferenças foram significativas no nível 2,5% para as duas primeiras semanas
para os sintomas plenitude, dor, saciedade e náusea.3
Kaplan 1999 e Hanauer 2007 compararam quatro diferentes esquemas de tratamento: associação de loperamida 2 mg e simeticona 125 mg;
loperamida 2 mg isolada; simeticona 125 mg isolada; e placebo. Os pacientes inicialmente receberam 250 mg de simeticona, seguidos de 125 mg a
cada episódio de fezes não formadas até o limite máximo de 500 mg a cada 24 horas, durante 48 horas de seguimento.4.5
Kaplan 1999 avaliou o efeito da simeticona no que diz respeito ao alívio dos sintomas relacionados ao excesso de gases em pacientes com diarreia
aguda, tendo observado que a simeticona apresentou resultados absolutos melhores do que a loperamida isolada e o placebo em termos de tempo para
alívio dos sintomas (21,1 horas, 42,0 horas e 48,0 horas, respectivamente), porém menores do que os da associação loperamida-simeticona (12,0
horas, p<0,001). Não foi reportada a significância estatística da comparação entre simeticona e loperamida ou placebo. No que diz respeito ao
julgamento do paciente sobre a eficácia do tratamento ao final do estudo, os pacientes tratados com simeticona reportaram um escore médio de alívio
do desconforto abdominal (1,9 pontos) maior do que os pacientes no grupo da loperamida isolada (1,5 pontos, sem informação sobre a significância
estatística). A associação loperamida-simeticona demonstrou maior benefício em todos os parâmetros de avaliação subjetiva do paciente (p<0,001).4
Hanauer 2007 obteve resultados semelhantes aos de Kaplan (1999), também sem informação de significância estatística para a diferença observada
entre a simeticona isolada e a loperamida ou placebo. Manteve-se o benefício estatisticamente significativo da associação simeticona-loperamida em
relação a todos os comparadores para os desfechos relacionados aos sintomas associados ao excesso de gases secundário a quadros de diarreia aguda,
reforçando a importância da simeticona nesse grupo de pacientes.5
Avramovic et al realizaram um estudo duplo-cego em pacientes do sexo feminino submetidas a parto cesário, visando estudar o efeito da simeticona
sobre os sinais subjetivos e objetivos de distensão gasosa durante o período pós-operatório. Os resultados obtidos com a simeticona demonstraram
uma redução significativamente maior das queixas subjetivas analisadas (náusea, vômitos, meteorismo, desconforto no estômago, dores abdominais),
bem como dos movimentos peristálticos e flatulência em relação ao placebo. Com base nos resultados obtidos e considerando a não-toxicidade do
fármaco, sua característica de ser inerte quimicamente, boa tolerância e uso simples, os autores consideraram a simeticona muito útil na prevenção do
desconforto pós-operatório devido ao acúmulo de gás e distensão gastrointestinal após o parto cesário.6
A eficácia da simeticona na melhoraria da visibilidade durante a colonoscopia foi avaliada por Sudduth RH et al 10
. Eles estudaram 86 pacientes
recebendo ou simeticona (n=42) ou placebo (n=44). Este estudo indica que o uso de simeticona combinado com uma preparação de fosfato de sódio
pode melhorar a visibilidade do cólon, diminuindo a presença de bolhas. A melhor visualização proporcionou o aumento da detecção de lesões
patológicas na mucosa.7
Propriedades Farmacodinâmicas
Flatol® Max, cujo componente ativo é a simeticona, é um silicone antifisético com ação antiflatulenta, que alivia o mal estar gástrico causado pelo
excesso de gases.
Flatol® Max atua no estômago e no intestino, diminuindo a tensão superficial dos líquidos digestivos, levando ao rompimento das bolhas, à
dificuldade de formação destas bolhas, ou à formação de bolhas maiores que serão facilmente expelidas. As bolhas dos gases são as responsáveis pela
dor abdominal e pela flatulência, e a sua eliminação resulta no alívio dos sintomas associados com a retenção dos gases.
As propriedades antifiséticas da simeticona, um agente antiflatulento, foram investigadas por Brecevic et al 8
em três diferentes sistemas espumantes
contendo surfactante catiônico, surfactante aniônico e solução de sabão. Os resultados obtidos das medidas da densidade da espuma inicial,
estabilidade da espuma e tensão superficial fornecem evidências de que a ligação entre o filme líquido dos surfactantes pela simeticona, auxiliado e
acelerado pela presença de partículas hidrofóbicas de sílica, provocam a ruptura deste filme, mesmo ele sendo relativamente fino, sendo o provável
mecanismo de inibição de espuma em todos os sistemas. O efeito foi mais pronunciado no sistema com solução catiônica do que com a solução
aniônica e sabão. Esses achados contribuem para o estudo que relaciona a eficácia da simeticona como antídoto e agente antiespumante em casos de
ingestão e envenenamento por detergente.
Propriedades Farmacocinéticas
A simeticona atua localmente, o que significa que ela não é absorvida. Desta forma, estudos de farmacocinética são inviáveis com o fármaco, cujo
mecanismo de ação foi demonstrado in vitro em alguns estudos.
O tempo de início, para a ação clínica da simeticona, é estimado em aproximadamente 10 minutos para as síndromes dispéptivas1 e em 20 a 30
minutos para os sintomas pós-operatórios e uso para realização de exames endoscópicos de trato intestinal. 8,17
Flatol® Max é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula.
Flatol® Max é contraindicado aos pacientes com perfuração ou obstrução intestinal suspeita ou conhecida.
Não exceda a dose recomendada.
Ponderando-se evidências adequadas, este medicamento representa risco mínimo quando usado em mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez.
Categoria de risco na gravidez: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
Não são conhecidas interações de Flatol® Max com outros medicamentos ou alimentos.
Manter à temperatura ambiente (15ºC e 30ºC). Proteger da luz e manter em lugar seco
Flatol® Max possui prazo de validade de 24 meses à partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas
Cápsula gelatinosa mole, de coloração azul, transparente, contendo uma suspensão cinza translúcida.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Flatol® Max deve ser administrado por via oral.
Não há estudos dos efeitos de Flatol® Max cápsula gelatinosa administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para eficácia destas
apresentações, a administração deve ser somente pela via oral.
Flatol® Max cápsula gelatinosa deve ser engolido, não devendo ser mastigado. As cápsulas gelatinosas são moles e fáceis de engolir.
Flatol® Max pode ser administrado 4 vezes ao dia, após as refeições e ao deitar, ou quando necessário.
Não é recomendada a ingestão de mais de 500 mg (4 cápsulas) de Flatol® Max por dia.
A cápsula gelatinosa não deve ser partida, aberta ou mastigada.
A simeticona não é absorvida pelo organismo. Ela atua somente dentro do aparelho digestivo, e é totalmente eliminada nas fezes, sem alterações.
Portanto, reações indesejáveis são menos prováveis de ocorrer.
• Eczema de contato;
• Em casos raros: reações imediatas como urticaria.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Experiência de superdose após a comercialização é limitada, sendo registrada com ou sem sintomas. Sintomas podem incluir diarreia e dor abdominal.
Caso ocorra ingestão excessiva, o paciente deve ser observado e medidas adequadas de suporte devem ser consideradas, se necessário.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
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