Bula do Florinefe produzido pelo laboratorio Bristol-Myers Squibb Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Florinefe
Comprimidos
0,1 mg
Bristol-Myers Squibb Farmacêutica S.A.
BULA PARA O PROFISSIONAL DE SAÚDE - FLORINEFE - Rev1013 1
acetato de fludrocortisona
APRESENTAÇÃO
FLORINEFE (acetato de fludrocortisona) é apresentado na forma farmacêutica de comprimido de 0,1
mg em frasco contendo 100 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido de FLORINEFE contém 0,1 mg de acetato de fludrocortisona.
Excipientes: lactose monoidratada, lactose, fosfato de cálcio dibásico, amido, benzoato de sódio, talco
e estearato de magnésio.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
FLORINEFE é indicado como terapia de substituição parcial nos casos de insuficiência adrenocortical
(Doença de Addison) primária1
e secundária2
, e para o tratamento da síndrome adrenogenital de perda
de sal3
.
1
CID E27.1 – Insuficiência adrenocortical primária
2
CID E27.4 – Outras insuficiências adrenocorticais e as não especificadas
3
CID E25.0 – Transtornos adrenogenitais congênitos associados à deficiência enzimática
Dez pacientes com doença de Addison, dentre os quais nove com nível de aldosterona indetectável no
plasma, apresentavam depleção de sódio, água e altos níveis de atividade da renina no plasma, apesar
de receberem 0,05 – 0,1 mg /dia de fludrocortisona além de uma dose ideal de glicocorticóide como
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terapia de reposição. A fludrocortisona foi retirada enquanto os pacientes estavam no hospital e a
ingestão de sódio se manteve constante. Com esta retirada, houve uma natriurese com aumento da
atividade da renina plasmática. Quando uma dose diária de 0,3 mg de fludrocortisona foi administrada,
todos os pacientes retiveram sódio e água e ganharam peso. Houve uma queda na atividade da renina
plasmática em todos os pacientes e uma queda na uréia sanguínea e no potássio plasmático, além de
um aumento no volume plasmático. No acompanhamento destes pacientes, uma dose de
fludrocortisona foi ajustada de acordo com a atividade da renina plasmática. Para a maioria dos
pacientes foi necessário 0,2 mg de fludrocortisona para manter o balanço de sódio e água adequado.
Oito dos dez pacientes se sentiram melhor com o aumento da dose de fludrocortisona, enquanto dois
não sentiram nenhuma mudança.A
O princípio ativo de FLORINEFE comprimidos é o acetato de fludrocortisona (também conhecido
como fluo(ro)hidrocortisona), um esteroide adrenocortical sintético, que possui potentes propriedades
mineralocorticoides e alta atividade glicocorticoide; é utilizado por seus efeitos mineralocorticoides.
Propriedades Farmacodinâmicas
Os corticosteroides parecem agir, ao menos em parte, no controle da velocidade da síntese de proteína
no interior das células. A relação entre esta atividade e os efeitos metabólicos não está completamente
explicada.
A ação fisiológica do acetato de fludrocortisona é semelhante a da hidrocortisona, mas o efeito
glicocorticoide é 15 vezes maior e o efeito mineralocorticoide é 125 vezes maior. A reabsorção de
sódio nos túbulos distais dos rins e em outros tecidos parece contribuir para a ação fisiológica
característica dos mineralocorticoides.
Em pequenas doses, o acetato de fludrocortisona produz marcante retenção de sódio e aumenta a
excreção urinária de potássio e hidrogênio. Proporciona elevação da pressão sanguínea, aparentemente
decorrente de sua ação sobre os níveis de eletrólitos. Em altas doses, o acetato de fludrocortisona inibe
a secreção endógena do córtex adrenal, a atividade tímica e a excreção da corticotrofina hipofisária;
proporciona depósito de glicogênio no fígado e, se não houver ingestão adequada de proteína, poderá
provocar balanço negativo de nitrogênio.
A meia-vida farmacodinâmica da fludrocortisona é de aproximadamente 18 a 36 horas.
Propriedades Farmacocinéticas
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A meia-vida farmacocinética aproximada da fludrocortisona é de 5,5 horas. É altamente ligada às
proteínas plasmáticas e é eliminada pelos rins, principalmente como metabólitos inativos. A duração
da ação é de 1 a 2 dias.
FLORINEFE é contraindicado em pacientes com suspeita ou com hipersensibilidade conhecida a
fludrocortisona ou a qualquer dos ingredientes inativos.
Doses médias e elevadas de hidrocortisona ou cortisona podem causar elevação da pressão sanguínea,
retenção hidrossalina e aumento da excreção de potássio. A ocorrência destes efeitos é menos provável
com os derivados sintéticos exceto quando do seu uso em doses elevadas. Visto que o acetato de
fludrocortisona é um mineralocorticoide potente, tanto a dosagem como a ingestão de sal devem ser
cuidadosamente monitorizadas a fim de evitar o desenvolvimento da hipertensão, edema ou aumento
de peso. FLORINEFE não deve ser usado por pacientes com insuficiência cardíaca congestiva não-
controlada.
Controles periódicos dos níveis séricos dos eletrólitos durante a terapia prolongada são aconselháveis;
restrição de sal na dieta e suplementação de potássio podem ser necessárias. Todos os corticosteroides
aumentam a excreção do cálcio, o que pode predispor à osteoporose ou agravar uma condição
preexistente de osteoporose.
Os corticosteroides podem mascarar alguns sinais de infecção e novas infecções podem ocorrer
durante o seu uso. Pode haver diminuição na resistência e impossibilidade de localizar a infecção
quando corticosteroides são usados. A terapia com corticosteroides pode levar casos de catapora,
sarampo, herpes zoster ou infestações de ascárides, por exemplo, a seguir um curso mais grave, ou até
mesmo fatal, em adultos não-imunes.
Os pacientes não devem ser vacinados ou imunizados enquanto sob terapia com corticoides,
especialmente sob doses elevadas, devido à falta de resposta na formação de anticorpos que predispõe
a complicações médicas, particularmente as neurológicas.
O uso de FLORINEFE em pacientes com tuberculose ativa deve ser restrito àqueles casos de
tuberculose fulminante ou disseminada nos quais o corticosteroide é utilizado no tratamento da doença
em associação com um regime terapêutico antituberculoso adequado. A quimioprofilaxia deve ser
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usada em pacientes com tuberculose latente ou reativos à tuberculina que estejam em tratamento com
corticoides.
O uso prolongado de corticosteroides pode produzir catarata subcapsular posterior ou glaucoma com
possível lesão do nervo ótico e pode aumentar a ocorrência de infecções oculares secundárias.
Reações adversas a corticosteroides podem ser produzidas pela interrupção muito rápida ou pelo
emprego contínuo de doses elevadas.
A fim de evitar a insuficiência adrenal induzida pela droga, dosagem de suporte pode ser necessária
em períodos de "stress" (tais como trauma, cirurgia, ou doença grave), tanto durante o tratamento com
FLORINEFE como durante o período subsequente de 12 meses.
Ocorre uma exacerbação do efeito corticosteroide em pacientes com hipotireoidismo e naqueles com
cirrose.
Corticosteroides devem ser usados com precaução em pacientes com herpes simples ocular devido a
uma possível perfuração da córnea.
Perturbações psíquicas podem ocorrer quando do uso de corticosteroides. Estas podem variar de
insônia, depressão (algumas vezes graves), euforia, oscilações do humor, manifestações psicóticas
nítidas e alterações na personalidade. Instabilidade emocional preexistente ou tendências psicóticas
também podem se agravar com corticosteroides. O uso de antidepressivos não contribui e pode
exacerbar os distúrbios mentais induzidos por adrenocorticoides.
Deve-se usar corticosteroides com precaução em pacientes com as seguintes condições: colite
ulcerativa inespecífica (se existir probabilidade de perfuração, abscesso ou outra infecção piogênica),
diverticulite, anastomoses intestinais recentes, úlcera péptica ativa ou latente, insuficiência renal,
glomerulonefrite aguda, nefrite crônica, hipertensão, insuficiência cardíaca congestiva, tromboflebite,
tromboembolismo, osteoporose, exantema, síndrome de Cushing, diabetes mellitus, distúrbios
convulsivos, carcinoma metastático e miastenia grave. Além disso, a terapia com corticosteroides
provoca irregularidades menstruais e hiperacidez gástrica ou úlcera péptica. Recomenda-se uma
ingestão adequada de proteínas para pacientes sob tratamento longo com corticosteroides para
contrabalançar qualquer tendência à perda de peso ou fraqueza muscular associadas ao balanço
negativo de nitrogênio.
Carcinogênese, Mutagênese e Comprometimento da Fertilidade
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Não existem dados suficientes para se determinar se o acetato de fludrocortisona tem atividade
mutagênica ou carcinogênica ou se afeta a fertilidade em machos ou fêmeas.
Categoria de risco na gravidez: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
Uso na gravidez e na lactação
Muitos corticosteroides mostraram-se teratogênicos em animais de laboratório, em baixas doses. Já
que estudos adequados de reprodução humana não foram realizados com corticosteroides, o uso destas
drogas na gravidez, na amamentação ou por mulheres com probabilidade de engravidar deve ser
analisado para os possíveis benefícios da droga contra os danos potenciais para a mãe, o embrião, o
feto ou o lactente. A presença de outros corticosteróides sistêmicos foi demonstrada no leite humano e
parece elevar em 1% o risco de fenda palatina em fetos humanos.
Recém-nascidos de mães que receberam doses substanciais de acetato de fludrocortisona durante a
gravidez devem ser cuidadosamente observados para sinais de depressão adrenal.
Uso geriátrico
Os efeitos adversos de corticosteroides sistêmicos, tais como osteoporose ou hipertensão podem estar
associados a consequências mais graves em pacientes idosos. Portanto, recomenda-se supervisão
clínica cuidadosa.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas
Os efeitos da terapia com corticosteroides sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas
Quando usados concomitantemente, os seguintes medicamentos podem interagir com os
adrenocorticosteroides:
Anfotericina B ou diuréticos depletores de potássio - (por exemplo: benzotiadiazinas e derivados,
ácido etacrínico e furosemida) - aumento da hipocalemia. Os níveis de potássio sérico devem ser
avaliados periodicamente; se necessário, usar suplementos de potássio (vide 5. ADVERTÊNCIAS E
PRECAUÇÕES).
Anticolinesterases - efeitos do agente anticolinesterase podem ser antagonizados.
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Anticoagulantes orais - os corticosteroides podem aumentar ou diminuir a ação anticoagulante.
Pacientes que estiverem fazendo uso de anticoagulantes orais e de corticosteroides devem ser
monitorados.
Antidiabéticos (agentes orais e insulina) - têm seu efeito hipoglicemiante diminuído. O paciente deve
ser monitorado para os sintomas de hiperglicemia; a dosagem do antidiabético deve ser ajustada, se
necessário.
Antituberculosos - as concentrações séricas de isoniazida podem estar diminuídas em alguns pacientes.
Ciclosporina - pode haver aumento das atividades da ciclosporina e dos corticosteroides quando
administrados concomitantemente.
Glicosídeos Digitálicos - risco maior de arritmias ou intoxicação digitálica associada à hipocalemia.
Os níveis de potássio sérico devem ser controlados; se necessário, usar suplementos de potássio.
Estrógenos (inclusive contraceptivos orais) - a meia-vida e a concentração do corticosteroide podem
aumentar e o clearance diminuir. Ao se iniciar uma terapia com estrógeno, pode ser necessária uma
redução na dosagem do corticosteroide; ao se terminar a terapia com o estrógeno, pode ser necessário
o aumento na dosagem do corticosteroide.
Indutores das enzimas hepáticas (por exemplo: barbituratos, fenitoína, carbamazepina, rifampicina) -
o clearance metabólico da fludrocortisona aumenta. Os pacientes devem ser observados para possível
diminuição do efeito do esteróide, sendo que a dosagem de FLORINEFE deve ser ajustada de acordo.
Hormônio do crescimento humano - o efeito promotor do crescimento do hormônio de crescimento
humano pode estar inibido.
cetoconazol - o clearance do corticosteroide pode diminuir, resultando em aumento do efeito
terapêutico.
Relaxantes musculares não-despolarizantes - os corticosteroides podem diminuir ou aumentar a ação
bloqueadora neuromuscular.
Agentes antiinflamatórios não-esteroidais - aumento do efeito ulcerogênico; diminuição do efeito
farmacológico do ácido acetilsalicílico. Às vezes, pode ocorrer toxicidade por salicilato em pacientes
que interrompem o uso de esteróides, com terapia concomitante com altas doses de ácido
acetilsalicílico. Os corticosteroides devem ser usados junto ao ácido acetilsalicílico com cuidado em
pacientes com hipoprotrombinemia.
Drogas tireoidianas - o clearance metabólico dos adrenocorticoides é menor em pacientes com
hipotireoidismo e maior em pacientes com hipertireoidismo. Alterações da tireóide podem necessitar
de ajustes da dosagem de adrenocorticoides.
Vacinas - complicações neurológicas e ausência de resposta imunológica podem ocorrer quando
pacientes em corticoterapia são vacinados (vide 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).
Interações nos testes laboratoriais
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Corticosteroides podem afetar o teste de nitroblue tetrazolium para infecções bacterianas, produzindo
resultados falso-negativos.
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Histórico de alteração para a bula
A dosagem depende da gravidade da doença e da resposta do paciente. A menor dose possível deve ser
usada para controlar a condição a ser tratada e uma redução de dosagem deve ser feita (gradualmente)
quando possível.
Para segurança e eficácia desta apresentação, FLORINEFE comprimidos não deve ser administrado por
vias não recomendadas. A administração deve ser somente pela via oral.
Insuficiência adrenocorticoide (crônica)
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Na doença de Addison, a associação de FLORINEFE com um glicocorticoide, tal como a
hidrocortisona ou cortisona, proporciona terapia de substituição para uma atividade adrenal normal
aproximada.
A dose usual é de 1 comprimido (0,1 mg) de FLORINEFE ao dia, embora se empregue dosagens
variando de 1 comprimido (0,1 mg) três vezes por semana a 2 comprimidos (0,2 mg) diariamente. Se
houver desenvolvimento de hipertensão como uma consequência da terapia, a dose deve ser reduzida
para 0,05 mg ao dia.
Administra-se preferivelmente FLORINEFE em associação com a cortisona (de 10 mg a 37,5 mg ao
dia em doses divididas) ou hidrocortisona (de 10 mg a 30 mg em doses divididas).
Síndrome Adrenogenital com perda de sal
A dose recomendada para o tratamento da Síndrome Adrenogenital com perda de sal é de 1
comprimido (0,1 mg) a 2 comprimidos (0,2 mg) de FLORINEFE ao dia.
A maioria das reações adversas de FLORINEFE é causada pela atividade mineralocorticóide da droga
e incluem hipertensão, edema, hipertrofia cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva, perda de
potássio e alcalose hipocalêmica.
Quando a fludrocortisona é usada nas dosagens recomendadas, os efeitos colaterais glicocorticoides
não estão normalmente presentes, entretanto, os seguintes efeitos adversos têm sido espontaneamente
relatados em dois ou mais pacientes em tratamento com FLORINEFE: anorexia, convulsões, diarreia,
cefaleia, atrofia muscular, miastenia, superdosagem, síncope, alterações do paladar, alucinações.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária - NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm,
ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.