Bula do Fosfato de Clindamicina produzido pelo laboratorio Ems S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
FOSFATO DE CLINDAMICINA
EMS S/A
Gel – 10mg/g
fosfato de clindamicina
“Medicamento genérico Lei n° 9.787 de 1999”
APRESENTAÇÕES
Gel - Caixa contendo 1 bisnaga de 20g, 25g, 30g ou 45 g
USO EXTERNO – USO TÓPICO
USO ADULTO E PACIENTES ACIMA DE 12 ANOS
COMPOSIÇÃO
Cada grama do gel contém
Fosfato de clindamicina*.................................................................................................................................................................13,1926 mg
excipiente q.s.p**..........................................................................................................................................................................................1 g
* equivalente a 10 mg de clindamicina base.
**carbômer 934, macrogol 400, propilenoglicol, fenoxietanol + parabenos, hidróxido de sódio, água purificada.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Fosfato de clindamicina é indicado no tratamento de infecções cutâneas sensíveis à clindamicina, inclusive acne vulgar.
A clindamicina (na forma de fosfato de clindamicina) age no principal micro-organismo envolvido na etiopatogenia da acne vulgar, o
Propionibacterium acnes, bactéria gram-positiva, anaeróbia, do gênero Corynebacterium, que faz parte da microbiota normal residente
da pele. 1,2
Um ponto relevante é que a clindamicina possui também atividade anti-inflamatória, independente da atividade antibacteriana.
1
Apresentações tópicas com fosfato de clindamicina a 1% têm baixa absorção cutânea com níveis séricos indetectáveis. É um antibiótico
de amplo espectro efetivo contra bactérias aeróbias e anaeróbias. Estudos demonstram que a clindamicina tópica apresenta eficácia
comparável aos antibióticos orais no tratamento da acne vulgar. 3,4
Uma revisão sistemática, entre 1966 e 2003, avaliou o uso tópico da clindamicina e da eritromicina no tratamento da acne e observou que
não houve diminuição da eficácia da clindamicina tópica no tratamento da acne vulgar durante todo o período do estudo, provavelmente
pela supressão da quimiotaxia de leucócitos ou pela inibição da produção de lipase extracelular pelas propionibactérias. 1
1. SIMONART, T. and DRAMAIX M. Treatment of acne with topical antibiotics: lessons from clinical studies. British Journal of
Dermatology, 153:395-403, 2005.
2. COSTA, A. et al. Fatores etiopatogênicos da acne vulgar. An Bras Dermatol, 83 (5): 451-9, 2008.
3. HSU, S. et al. Topical antibacterial agents. In: Wolverton, SE. Comprehensive Dermatologic Drug Therapy. 1st Edition.
Philadelphia: WB Saunders, 2001. 472-496.
4. OZOLINS, M. et al. Randomized controlled multiple treatment comparison to provide a cost-effectiveness rationale for the
selection of antimicrobial therapy in acne. Health Technol Assess, 9 (1): iii-212, 2005.
Farmacodinâmica
Grupo farmacoterapêutico: preparação de uso tópico anti-acne - clindamicina.
Código ATC: D10AF01
Mecanismo de ação
O fosfato de clindamicina é inativo in vitro, mas é rapidamente hidrolisado in vivo pelas fosfatases teciduais para clindamicina base ativa.
A clindamicina se liga à subunidade 50S do ribossoma da bactéria suscetível e previne o alongamento da cadeia peptídica, interferindo
com a peptidiltransferase e causando, em consequência, a inibição da síntese proteica. A clindamicina tem demonstrado possuir atividade
in vitro contra isolados de Propionibacterium acnes, micro-organismo frequentemente associado com a acne vulgar.
A atividade da clindamicina foi demonstrada em comedões de pacientes com acne. A concentração média da atividade antibiótica nos
extratos de comedões, após aplicação de solução de fosfato de clindamicina tópica por 4 semanas, foi igual a 597 mcg/g do material de
comedão (faixa de 0-1490).
A clindamicina in vitro inibe todas as culturas testadas de Propionibacterium acnes (MCI 0,4 mcg/ml). Os ácidos graxos livres da
superfície da pele foram diminuídos, aproximadamente, de 14% para 2% após aplicação de clindamicina tópica.
A clindamicina também reduz a inflamação pela inibição da quimiotaxia dos leucócitos.
A resistência do P. acnes à clindamicina já foi relatada.
Farmacocinética
O fosfato de clindamicina é rapidamente hidrolisado em clindamicina pelas fosfatases da pele.
Níveis significantes de clindamicina foram detectados em comedões de pacientes que aplicaram clindamicina tópica por duas ou mais
semanas.
Absorção
Um estudo aberto, com grupo paralelo de 24 pacientes com acne vulgar, com administração tópica uma vez ao dia de aproximadamente
3-12 gramas/dia de fosfato de clindamicina gel 1% por cinco dias, resultou em um pico plasmático de concentração de clindamicina
menor que 5,5 ng/mL.
Distribuição
Não há evidências de que a pele aja como um reservatório para a clindamicina após repetidas aplicações ou que ela acumule
sistemicamente.
Metabolismo
A clindamicina é metabolizada no fígado em metabólitos ativos e inativos.
Eliminação
A clindamicina é rapidamente eliminada do plasma e excretada principalmente na urina como um composto inalterado.
Fosfato de clindamicina é contraindicado em indivíduos hipersensíveis à clindamicina, lincomicina, ou a qualquer componente da
fórmula.
A clindamicina é contraindicada para pacientes com antecedentes de enterite regional, colite ulcerativa ou colite induzida ou associada a
antibióticos (incluindo colite pseudomembranosa).
Fosfato de clindamicina deve ser utilizado com cautela em pacientes com conhecida sensibilidade ou alergia a formulações contendo
clindamicina ou lincomicina.
Deve-se evitar o contato com olhos, nariz, boca, lábios, outras membranas mucosas ou áreas de pele não íntegra na aplicação de fosfato
de clindamicina.
Terapia concomitante tópica para acne deve ser utilizada com cautela devido ao possível efeito irritante cumulativo, especialmente com o
uso de peeling, agentes abrasivos ou descamantes. Caso ocorra irritação ou dermatite, o produto deve ser descontinuado.
Seis a oito semanas de tratamento podem ser necessárias antes de se observar um efeito terapêutico. Caso não haja melhora após seis a
oito semanas ou se a condição piorar, o tratamento deverá ser descontinuado. O médico deverá avaliar o benefício de se continuar o
tratamento após 12 semanas de uso sem interrupção, considerando o risco aumentado de resistência microbiana.
Até o momento, não há informações de que a clindamicina possa causar doping. Em caso de dúvida, consulte o seu médico.
Resistência a clindamicina
O tratamento de acne com antibióticos tópicos está associado ao desenvolvimento de resistência microbiana em Propionibacterium
acnes, assim como outras bactérias (por exemplo: Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes). O uso de clindamicina pode resultar
no desenvolvimento de resistência induzida nestes organismos.
Resistência cruzada
Resistência cruzada foi demonstrada entre clindamicina e lincomicina.
Resistência a clindamicina é comumente associada com resistência a eritromicina.
O uso de agentes antibióticos pode estar associado ao crescimento aumentado de organismos resistentes a antibióticos. Caso isto ocorra,
descontinue o uso.
Colite pseudomembranosa
Colite pseudomembranosa foi reportada com aproximadamente todos os agentes antibacterianos, incluindo clindamicina, podendo variar
em gravidade leve até associada a risco de vida, com início até algumas semanas depois de interrompida a terapia. Apesar de ser
improvável de ocorrer com aplicação tópica de clindamicina, caso ocorra diarréia significante ou prolongada, ou os pacientes
apresentarem cólicas abdominais, o tratamento deve ser interrompido imediatamente e o paciente depois investigado, uma vez que os
sintomas podem indicar colite associada a antibiótico.
Gravidez e lactação
Fertilidade: não existem dados sobre o efeito tópico da clindamicina na fertilidade humana.
Gravidez: existem dados limitados sobre o uso de clindamicina tópica em mulheres grávidas. Nenhum efeito durante a gravidez é
esperado uma vez que a exposição à clindamicina é muito limitada. Entretanto, a clindamicina tópica deve ser utilizada durante a
gravidez apenas se o benefício esperado justificar o potencial risco ao feto (vide dados não clínicos).
Categoria B – Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Lactação: a absorção percutânea de clindamicina é muito limitada, entretanto, não se sabe se a clindamicina é excretada no leite humano
após o uso tópico deste medicamento. A clindamicina é excretada no leite humano após administração oral ou parenteral. Clindamicina
administrada oralmente foi reportada no leite materno na faixa de 0,7 – 3,8 g/μmL.
Fosfato de clindamicina deve ser utilizado durante a lactação apenas se o benefício esperado justificar o potencial risco ao lactente.
Caso seja utilizado durante a lactação, fosfato de clindamicina não deve ser aplicado na área dos seios para evitar ingestão acidental pelo
lactente.
Dirigir e operar máquinas: nenhum efeito é esperado com base no perfil de reações adversas.
Crianças: A segurança e eficácia do uso tópico em crianças até 12 anos não foram estabelecidas.
Idosos: não há recomendações específicas para uso em idosos.
Insuficiência renal ou hepática: não é necessário ajuste de dose. Uma vez que a absorção percutânea da clindamicina é muito baixa
após a aplicação tópica, não é esperado que a insuficiência renal ou hepática resultem em exposição sistêmica com significância clínica.
Dados não clínicos
Dados pré-clínicos não revelaram riscos específicos para humanos baseados em estudos de toxicologia convencionais de dose simples e
repetida.
Carcinogenicidade / mutagenicidade
A carcinogenicidade de clindamicina gel 1% foi avaliada pela aplicação diária em camundongos por dois anos. A dose diária utilizada
neste estudo foi maior que a dose de clindamicina administrada em humanos. Não foi observado aumento significante de tumores nos
animais tratados.
A clindamicina gel 1% causou uma redução estatisticamente significante do tempo médio para o aparecimento do tumor em um estudo
com camundongos sem pelo, nos quais os tumores foram induzidos pela exposição à luz solar simulada.
A clindamicina foi negativa no teste de Ames e no teste de aberração cromossômica.
Toxicidade reprodutiva
- Fertilidade
Estudos reprodutivos em ratos utilizando doses orais de cloridrato de clindamicina e palmitato de clindamicina não revelaram evidências
de impactos na fertilidade.
- Gravidez
Estudos de reprodução foram conduzidos em ratos e camundongos utilizando doses orais e subcutâneas de fosfato de clindamicina,
Foi demonstrado in vitro que clindamicina e eritromicina são antagônicos.
A clindamicina sistêmica apresentou propriedades de bloqueio neuromuscular que podem intensificar a ação de outros agentes de
bloqueio neuromuscular. Portanto, a clindamicina deve ser usada com cautela em pacientes que receberem esses agentes.
Fosfato de clindamicina deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C).
Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Fosfato de clindamicina é um gel homogêneo, transparente, isento de grumos e impurezas.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Aplicar uma camada fina de fosfato de clindamicina sobre a área afetada, 2 vezes ao dia ou conforme orientação médica.
O efeito terapêutico pode requerer 6-8 semanas de tratamento para ser observado. Se não houver melhora clínica após 6-8 semanas ou em
caso de piora, o tratamento deve ser descontinuado.
O prescritor deve avaliar o benefício em manter o tratamento além de 12 semanas de uso ininterrupto, levando em consideração um risco
a aumentado para indução de resistência antimicrobiana.
Cuidados para a aplicação
- Antes da aplicação, se possível, lavar e secar a pele.
- Lavar as mãos após a aplicação.
Não há estudos dos efeitos de fosfato de clindamicina administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para garantir a
eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via tópica.
Foi utilizada a convenção abaixo para classificar as reações adversas:
Muito comum: ≥1/10
Comum: ≥1/100 a <1/10
Incomum: ≥1/1000 a <1/100
Rara: ≥1/10000 a <1/1000
Muito rara: <1/10000
Não conhecida: não pode ser estimada com os dados disponíveis
Distúrbios da pele e do tecido subcutâneo
Comuns: Reações no local da aplicação, incluindo ardência, prurido, ressecamento, eritema, dor e erupção cutânea.
Distúrbios do sistema nervoso
Comuns: Cefaléia
Dados pós-comercialização
Distúrbios do sistema imunológico
Raras: Reação Alérgica
Distúrbios gastrintestinais
Raras: Diarréia, dor abdominal, diarréia hemorrágica, colite (incluindo colite pseudomembranosa)
Distúrbios da pele e subcutâneos
Raras: Urticária
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Superdose de clindamicina aplicada topicamente pode ser absorvida em quantidade suficiente para produzir efeitos sistêmicos.
No caso de ingestão acidental, reações adversas gastrintestinais similares a aquelas apresentadas quando da administração sistêmica de
clindamicina podem ser observadas.
Tratamento
Deverá ser conforme clinicamente indicado.
Em caso de intoxicação, ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.