Bula do Furp-Lamivudina para o Profissional

Bula do Furp-Lamivudina produzido pelo laboratorio Fundação para o Remédio Popular - Furp
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Furp-Lamivudina
Fundação para o Remédio Popular - Furp - Profissional

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BULA COMPLETA DO FURP-LAMIVUDINA PARA O PROFISSIONAL

FURP-LAMIVUDINA_COM REV_BPROF_REV02

FURP-LAMIVUDINA

Fundação para o Remédio Popular – FURP

Comprimido Revestido

150 mg

BULA PARA O PROFISSIONAL DE SAÚDE

LEIA ESTA BULA ATENTAMENTE ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO.

FURP-LAMIVUDINA 150 mg Comprimido Revestido

lamivudina

APRESENTAÇÃO

Comprimido revestido

 Frasco com 60 comprimidos de 150 mg.

USO ORAL

USO ADULTO E PEDIÁTRICO (crianças acima de 14 kg)

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido revestido contém 150 mg de lamivudina.

Excipientes: dióxido de silício coloidal, estearato de magnésio, amidoglicolato de sódio, celulose microcristalina e

opadry white.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

FURP-LAMIVUDINA é indicada para o tratamento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), em

adultos e crianças, em associação com outros agentes antirretrovirais.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

A lamivudina reduziu em 50% a dosagem sérica do RNA-HIV 1 em 75% dos pacientes, quando usado isoladamente, e

em 94% dos pacientes, quando usado em combinação com a zidovudina

1

.

ERON, JJ. et al. Treatment with lamivudine, zidovudine, or both in HIV-positive patients with 200 to 500 CD4+ cells

per cubic millimeter. North American HIV Working Party. N Engl J Med, 333(25): 1662-1669, 1995.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: análogos de nucleosídeos.

A lamivudina é um potente inibidor seletivo da replicação de HIV-1 e HIV-2 in vitro. É também ativa contra isolados

clínicos de HIV resistentes à zidovudina. A lamivudina é metabolizada intracelularmente ao 5’-trifosfato, a molécula

ativa, cuja meia-vida intracelular é de 16-19 horas. O 5’-trifosfato de lamivudina é um inibidor fraco das atividades

dependentes do RNA e do DNA da transcriptase reversa do HIV. Seu principal mecanismo de ação é o término da

cadeia de transcriptase reversa do HIV. Foi demonstrado que a lamivudina atua de modo aditivo ou sinérgico com

outros agentes anti-HIV, sobretudo a zidovudina, inibindo a replicação do HIV em cultura celular.

A lamivudina não interfere no metabolismo dos desoxinucleotídeos celulares e exerce pouco efeito sobre o conteúdo de

DNA de mitocôndrias e células de mamíferos.

In vitro, a lamivudina demonstra baixa citotoxicidade em linfócitos do sangue periférico, linhagens celulares

estabelecidas de linfócitos e monócitos macrófagos e em uma variedade de células-mãe medulares. Portanto, possui, in

vitro, alto índice terapêutico.

A resistência do HIV-1 à lamivudina envolve o desenvolvimento de uma alteração no aminoácido M184V próximo ao

sítio ativo da transcriptase reversa (TR) viral. Essa variante surge tanto in vitro quanto em pacientes infectados pelo

HIV-1 tratados com terapia antirretroviral que contém lamivudina. O mutante M184V apresenta suscetibilidade

altamente reduzida à lamivudina e capacidade de replicação viral diminuída in vitro. Estudos in vitro indicam que os

isolados virais resistentes à zidovudina podem tornar-se sensíveis a este fármaco quando simultaneamente adquirem

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resistência à lamivudina. A relevância clínica de tais descobertas ainda não está bem definida.

A resistência cruzada conferida pela transcriptase reversa do M184V é limitada à classe de agentes antirretrovirais

inibidores de nucleosídeos. A zidovudina e a estavudina mantêm sua atividade antirretroviral contra o HIV-1 resistente à

lamivudina. O abacavir mantém sua atividade antirretroviral contra o HIV-1 resistente à lamivudina, abrigando somente

a mutação do M184V. O M184V TR mutante apresenta suscetibilidade à didanosina e à zalcitabina quatro vezes menor.

A significância clínica dessas descobertas permanece desconhecida. Os testes de sensibilidade in vitro ainda não foram

padronizados, e os resultados podem variar de acordo com fatores metodológicos.

Demonstrou-se nos estudos clínicos que a lamivudina em combinação com a zidovudina reduz a carga viral do HIV-1 e

aumenta a contagem de células CD4. Os desfechos clínicos indicam que a lamivudina em combinação com a

zidovudina, ou combinada com regimes de tratamento que contêm zidovudina, resulta em redução significativa do risco

de progressão da doença e da mortalidade.

Relatou-se redução da sensibilidade in vitro à lamivudina em vírus isolados de pacientes que receberam terapia com

lamivudina. Além disso, estudos clínicos revelaram evidências de que lamivudina mais zidovudina retardam o

aparecimento de vírus isolados resistentes à zidovudina em indivíduos que não receberam terapia antirretroviral prévia.

A lamivudina tem sido amplamente usada como um dos componentes da terapia antirretroviral combinada a outros

agentes da mesma classe (inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos) ou de classes diferentes

(inibidores da protease e inibidores da transcriptase reversa não análogos de nucleosídeos).

Terapias antirretrovirais múltiplas que contêm lamivudina têm demonstrado efetividade tanto em pacientes que nunca

receberam terapia antirretroviral como naqueles que apresentam o vírus com mutações do M184V.

A relação entre a suscetibilidade do HIV in vitro à lamivudina e a resposta clínica à terapia ainda está em fase de

investigação.

Propriedades farmacocinéticas

Absorção

A lamivudina é bem absorvida no nível gastrintestinal, e a biodisponibilidade da droga por via oral em adultos situa-se

normalmente entre 80% e 85%. Após administração oral, o tempo médio (Tmáx) para atingir a concentração sérica

máxima (Cmáx) é de cerca de uma hora. Em doses terapêuticas, isto é, 4 mg/kg/dia (em duas doses, com intervalo de 12

horas), a Cmáx é da ordem de 1-1,9 mcg/mL. Não é necessário nenhum ajuste da dose quando a lamivudina é

administrada junto com alimentos, visto não haver alteração da sua biodisponibilidade (baseada na AUC), mesmo tendo

sido observados atraso do Tmáx e redução da Cmáx (redução de até 47%).

Não é esperado que a administração dos comprimidos macerados, misturados com líquidos ou com uma pequena porção

de comida semissólida (pastosa), tenha impacto na qualidade farmacêutica de FURP-LAMIVUDINA. Portanto, não é

esperada nenhuma alteração no efeito clínico.

Essa conclusão é baseada nas características físico-químicas e farmacocinéticas do ingrediente ativo e no

comportamento da dissolução in vitro dos comprimidos de lamivudina em água, assumindo-se que o paciente macere e

transfira 100% do comprimido (ou da metade do comprimido, conforme a dose recomendada) e engula imediatamente.

Distribuição

Com base em estudos com o medicamento por via intravenosa, constatou-se que o volume médio de distribuição é de

1,3 L/kg, e a meia-vida terminal média de eliminação, de cinco a sete horas. A lamivudina exibe farmacocinética linear

na faixa de doses terapêuticas e caracteriza-se por sua baixa ligação à principal proteína plasmática, a albumina. Dados

limitados demonstraram que a lamivudina penetra no sistema nervoso central e atinge o líquido cefalorraquidiano

(LCR). A relação média entre a concentração de lamivudina no LCR e no soro, dentro de duas a quatro horas após a

administração oral, foi de cerca de 0,12. O verdadeiro grau de penetração e a relação com qualquer eficácia clínica são

desconhecidos.

Metabolismo e eliminação

O clearance sistêmico médio da lamivudina é de aproximadamente 0,32 L/h/kg, com clearance predominantemente

renal (> 70%) através de secreção tubular ativa (sistema de transporte catiônico orgânico), porém com pouco

metabolismo hepático (< 10%).

A molécula ativa, 5’-trifosfato de lamivudina intracelular, possui meia-vida prolongada na célula (16 a 19 horas), em

comparação à meia-vida da lamivudina plasmática (cinco a sete horas). Em 60 voluntários adultos sadios, lamivudina

300 mg administrada uma vez ao dia demonstrou ser farmacocineticamente equivalente, no estado de equilíbrio, à

lamivudina 150 mg administrada duas vezes ao dia, em relação à AUC24 e à Cmáx do trifosfato intracelular.

A probabilidade de interação medicamentosa adversa entre a lamivudina e outros produtos medicinais é baixa, devido ao

seu metabolismo, à limitada ligação com as proteínas plasmáticas e à eliminação quase total da droga por via renal na

sua forma inalterada.

Farmacocinética em pacientes com insuficiência renal

Em pacientes com insuficiência renal, a concentração plasmática da lamivudina (área sob a curva – AUC) é aumentada

devido à diminuição do clearance. A dosagem da lamivudina deverá ser reduzida para os pacientes com clearance da

creatinina < 50 mL/min (ver Posologia).

Farmacocinética em pacientes com insuficiência hepática

Dados obtidos em pacientes com insuficiência hepática de moderada a grave demonstram que a farmacocinética da

lamivudina não é afetada de maneira significativa pela insuficiência hepática.

Farmacocinética em crianças

De forma geral, a farmacocinética da lamivudina em crianças é semelhante à dos adultos. No entanto, a

biodisponibilidade absoluta (aproximadamente 55% a 65%) é reduzida em crianças menores de 12 anos. Além disso, o

clearance é aumentado em crianças muito novas e diminui com a idade, aproximando-se dos valores de referência para

os adultos por volta dos 12 anos. Descobertas recentes indicam que a exposição em crianças com 2 a <6 anos de idade

pode ser reduzida em aproximadamente 30% quando comparada a outras faixas etárias. Os dados que corroboram essa

conclusão ainda são aguardados. Atualmente, os dados disponíveis não sugerem que a lamivudina seja menos eficaz

nesse grupo de pacientes.

Existem dados farmacocinéticos limitados sobre pacientes com menos de 3 meses. Em neonatos com uma semana de

vida, o clearance da lamivudina oral é reduzido em comparação ao de pacientes pediátricos, provavelmente pela função

renal imatura e absorção variável. Portanto, para alcançar uma concentração similar à de adultos e crianças, a dose

recomendada para neonatos é de 2 mg/kg, duas vezes ao dia. Não existem dados disponíveis em neonatos acima de uma

semana de idade.

Farmacocinética em idosos

Não há dados farmacocinéticos em pacientes com mais de 65 anos de idade.

Farmacocinética durante a gravidez

A farmacocinética da lamivudina em grávidas é similar à de mulheres adultas não grávidas. Em humanos, de acordo

com a transmissão passiva da lamivudina através da placenta, a concentração plasmática no recém-nascido é similar à da

mãe e à do soro do cordão umbilical no parto.

Profilaxia pós-exposição

Diretrizes reconhecidas internacionalmente (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, junho de

1998) recomendam que uma combinação de zidovudina e lamivudina seja administrada rapidamente (preferencialmente

em até duas horas) após exposição acidental a sangue infectado por HIV (por exemplo, perfuração com agulha). Em

casos de maior risco de infecção, deve ser incluído nesse tratamento um inibidor da protease. É recomendável que a

profilaxia antirretroviral seja mantida por quatro semanas. Nenhum estudo clínico controlado foi realizado em outros

casos de profilaxia após exposição, e dados que apoiem essa indicação são limitados. A soroconversão pode ocorrer,

apesar do tratamento imediato com agentes antirretrovirais.

4. CONTRAINDICAÇÕES

O uso de FURP-LAMIVUDINA é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade conhecida à lamivudina ou a

qualquer componente da fórmula.

FURP-LAMIVUDINA comprimidos é contraindicada para crianças que pesam menos de 14 kg. Para esse grupo de

pacientes é recomendado o uso da solução oral, disponível no mercado.

Este medicamento é contraindicado para uso por crianças com menos de 14 kg.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

FURP-LAMIVUDINA não é recomendada para uso monoterápico.

É importante avisar aos pacientes que ainda não foi comprovado que a terapia antirretroviral atual, incluindo-se o uso de

FURP-LAMIVUDINA, tem a propriedade de prevenir o risco de transmissão do HIV através de contato sexual ou

contaminação por sangue. Portanto, é necessário adotar as precauções apropriadas.

Os pacientes tratados com FURP-LAMIVUDINA, ou que recebam qualquer outra terapia antirretroviral, podem, mesmo

assim, adquirir infecções oportunistas e apresentar outras complicações decorrentes da infecção por HIV. Por isso,

devem ser mantidos sob rigorosa observação clínica por médicos experientes no tratamento de pacientes com doenças

associadas ao HIV.

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Pacientes com insuficiência renal

Em pacientes com insuficiência renal de moderada a grave, a concentração plasmática (AUC) da lamivudina é

aumentada devido à diminuição do clearance. Portanto, a dose deve ser ajustada (ver Posologia).

Pancreatite

Foi observada a ocorrência de pancreatite em alguns pacientes tratados com lamivudina. Contudo, não se sabe ao certo

se o desenvolvimento dessa doença se deve ao tratamento medicamentoso ou à infecção por HIV subjacente. É

necessário considerar a possibilidade de pancreatite toda vez que o paciente se queixar de dor abdominal, náuseas e

vômitos ou quando apresentar níveis elevados de marcadores bioquímicos. Deve-se suspender o uso de FURP-

LAMIVUDINA até que seja excluído o diagnóstico de pancreatite.

Acidose láctica/hepatomegalia grave com esteatose

Foram relatados casos de acidose láctica e hepatomegalia grave com esteatose (com a ocorrência de casos fatais) durante

o uso de antirretrovirais análogos de nucleosídeos, isolados ou em combinações, incluindo a lamivudina. A maioria

ocorreu em mulheres.

Sintomas clínicos que podem ser indicativos do desenvolvimento de acidose láctica são: fraqueza generalizada, anorexia

e perda súbita de peso, sintomas gastrintestinais e respiratórios (dispneia e taquipneia). Deve-se ter cuidado ao

administrar FURP-LAMIVUDINA a qualquer paciente, especialmente àqueles que apresentem fatores de risco

conhecidos para doenças hepáticas. O tratamento com FURP-LAMIVUDINA deve ser suspenso em qualquer paciente

com sintomas clínicos ou achados laboratoriais sugestivos de acidose láctica ou hepatotoxicidade (que deve incluir

hepatomegalia e esteatose, mesmo na ausência de elevação acentuada de transaminase).

Redistribuição de gordura

Redistribuição/acúmulo de gordura, incluindo obesidade central, aumento da camada de gordura dorso-cervical (buffalo

hump), perda de gordura periférica e facial, aumento das mamas, elevação dos níveis de lipídios séricos e glicose

sanguínea têm sido observados, tanto separadamente quanto juntos, em alguns pacientes tratados com terapia

antirretroviral (ver Reações adversas).

Apesar de todos os integrantes das classes de medicamentos inibidores da protease e inibidores da transcriptase reversa

análogos de nucleosídeos estarem associados a um ou mais desses eventos adversos específicos, relacionados a uma

síndrome normalmente conhecida como lipodistrofia, dados indicam que existem diferenças nos riscos entre cada um

dos exemplares das respectivas classes terapêuticas. Além disso, a síndrome lipodistrófica tem uma etiologia

multifatorial, exemplificada pelo status da doença pelo HIV, pela idade avançada e pela duração do tratamento

antirretroviral, e todos desempenham um importante papel, possivelmente sinérgico.

As consequências em longo prazo desses eventos adversos são desconhecidas.

O exame clínico deve incluir avaliação de sinais físicos de redistribuição de gordura. Deve ser considerada a

quantificação dos lipídios séricos e da glicose sanguínea. Distúrbios lipídicos devem ser tratados de modo clinicamente

apropriado.

Síndrome de Reconstituição Imune

Em portadores de HIV com deficiência imune grave no início do tratamento antirretroviral, uma reação inflamatória a

infecções oportunistas assintomáticas ou residuais pode surgir e causar problemas médicos graves ou o agravamento dos

sintomas. Tipicamente, essas reações foram observadas nas primeiras semanas ou meses após o início do tratamento

antirretroviral. Exemplos relevantes são a retinite por citomegalovírus, infecções micobacterianas generalizadas e/ou

focais e pneumonia por Pneumocystis jiroveci. Quaisquer sintomas inflamatórios têm de ser avaliados sem demora, e o

tratamento deve ser iniciado, quando necessário. Distúrbios autoimunes (como doença de Graves, polimiosite e

síndrome de Guillain-Barre) também foram relatados por ocorrerem na reconstituição imune. Contudo, o tempo de

início é variável, e pode ocorrer vários meses após o início do tratamento e, algumas vezes, podem ter uma apresentação

atípica.

Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco

Crianças com menos de 3 meses de idade:

Os dados são insuficientes para recomendar doses específicas (ver Propriedades farmacocinéticas).

Pacientes idosos:

Nenhum dado específico está disponível. Entretanto, é aconselhável que se tenha cuidado especial devido a várias

alterações associadas a essa faixa etária, como diminuição da função renal e alteração dos parâmetros hematológicos.

Pacientes coinfectados com o vírus da hepatite B:

Estudos clínicos e o uso comercial de lamivudina têm demonstrado que alguns pacientes portadores de hepatite B

crônica podem apresentar evidências clínicas ou laboratoriais de recorrência dessa doença no caso de descontinuação do

medicamento. Isso pode ter consequências mais sérias em pacientes portadores de doenças hepáticas descompensadas.

Se o uso de FURP-LAMIVUDINA for descontinuado em pacientes coinfectados pelos HIV e VHB, deve ser levada em

consideração a monitoração periódica da função hepática e da replicação viral do VHB.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas

Não foi realizado nenhum estudo para investigar o efeito da lamivudina sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar

máquinas. E com base na farmacologia do medicamento, é impossível prever qualquer efeito prejudicial sobre essas

atividades. No entanto, deve-se levar em conta as condições clínicas do paciente e o perfil de efeitos adversos de FURP-

LAMIVUDINA quando se pretende estabelecer a capacidade de o indivíduo tratado com FURP-LAMIVUDINA dirigir

veículos ou operar máquinas.

Gravidez e lactação

Lamivudina foi avaliada pelo Antiretroviral Pregnancy Registry em mais de 11.000 mulheres durante a gestação e no

pós-parto. Dados de estudos em humanos disponíveis a partir do Antiretroviral Pregnancy Registry não mostraram um

aumento do risco das principais deficiências congênitas para lamivudina em comparação com a taxa de base. No entanto,

não existem estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas e a segurança do uso de lamivudina durante a

gravidez não foi estabelecida.

Estudos em humanos demonstraram que a lamivudina atravessa a placenta. Embora os estudos de reprodução em

animais nem sempre forneçam uma previsão da resposta que irá ocorrer em humanos, achados em coelhas sugerem risco

potencial de letalidade precoce do embrião.

Têm sido relatadas elevações moderadas e transitórias nos níveis de lactato, que podem ter ocorrido devido à disfunção

mitocondrial, em neonatos e crianças expostos in utero ou pós-parto a inibidores da transcriptase reversa análogos de

nucleosídeos (ITRNs). A relevância clínica das elevações transitórias no lactato sérico é desconhecida. Também tem

havido relatos raros de desenvolvimento retardado, ataques epilépticos e outras doenças neurológicas. Entretanto, não

foi estabelecida relação causal entre esses eventos e a exposição a ITRNs in utero ou pós-parto. Tais achados não afetam

as recomendações correntes para o uso da terapia antirretroviral em mulheres grávidas para prevenir a transmissão

vertical do HIV.

A administração de lamivudina durante a gravidez só deve ser considerada se os benefícios esperados forem maiores do

que qualquer risco possível.

Alguns profissionais de saúde recomendam que, sempre que possível, mulheres vivendo com HIV não amamentem seus

filhos para evitar a transmissão do vírus. Em situações em que o uso de fórmulas infantis não é viável e o aleitamento

materno durante o tratamento antirretroviral for considerado, devem ser seguidos os guias locais para amamentação e

tratamento.

Em um estudo, após a administração oral de lamivudina 150 mg duas vezes ao dia (em combinação a 300 mg de

zidovudina duas vezes ao dia) ou 300 mg de lamivudina duas vezes ao dia (em combinação a 300 mg de zidovudina ou

em uma associação em dose fixa), esta foi eliminada no leite materno humano (0,5 a 8,2 microgramas/mL) em

concentrações semelhantes às encontradas no soro. Em outros estudos, após a administração oral repetida de 150 mg de

lamivudina duas vezes ao dia, a proporção soro: leite materno variou entre 0,6 e 0,33. A concentração média de

lamivudina no soro infantil variou entre 18 e 28 ng/mL e não foi detectável em um dos estudos (ensaio de

sensibilidade 7 ng/mL). Não foram avaliados os níveis intracelulares de trifosfato de lamivudina, substância ativa da

lamivudina, em crianças pós-amamentação. Portanto, a relevância clínica da concentração sérica dos compostos

mensurados nas mães é desconhecida.

Categoria C de risco na gravidez.

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

A probabilidade de qualquer interação é baixa, em virtude de o fármaco apresentar metabolismo limitado e ligação

reduzida com as proteínas plasmáticas, com clearance renal quase completo na sua forma inalterada.

A lamivudina é predominantemente eliminada pela secreção catiônica orgânica ativa. A possibilidade de interação com

outras drogas deve ser considerada, particularmente quando a principal via de eliminação for a secreção renal ativa

mediante o transporte catiônico orgânico, como é o caso da trimetoprima. Outras drogas, tais como a ranitidina e a

cimetidina, são parcialmente eliminadas através desse mecanismo, mas não demonstraram interação com a lamivudina.

É pouco provável que ocorram interações clinicamente significativas entre a lamivudina e drogas que são

predominantemente eliminadas tanto pela via de secreção aniônica orgânica ativa quanto pela filtração glomerular.

zidovudina: um aumento discreto na Cmáx da zidovudina (28%) foi observado quando essa droga é administrada em

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associação com a lamivudina. Contudo, a área sob a curva não foi significativamente alterada. A zidovudina não exerce

efeito sobre a farmacocinética da lamivudina (ver Características farmacológicas).

trimetoprima/sulfametoxazol: a administração de trimetoprima/sulfametoxazol, nas doses de 160 mg/800 mg,

aumentou a concentração da lamivudina em aproximadamente 40%, devido ao componente trimetoprima. No entanto, a

menos que o paciente tenha alteração da função renal, nenhum ajuste de dosagem da lamivudina é necessário (ver

Posologia). A lamivudina não exerce nenhum efeito sobre a farmacocinética da trimetoprima e do sulfametoxazol. Os

efeitos da associação da lamivudina com doses maiores de trimetoprima/sulfametoxazol para o tratamento da pneumonia

por Pneumocystis jiroveci (P. carinii) e toxoplasmose não foram estudados.

zalcitabina: a lamivudina pode inibir a fosforilação intracelular da zalcitabina quando os dois produtos são

administrados concomitantemente. Assim, não é recomendado o uso de FURP-LAMIVUDINA em combinação com a

zalcitabina.

entricitabina: a lamivudina pode inibir a fosforilação intracelular da entricitabina quando os dois produtos são

administrados concomitantemente. Além disso, o mecanismo de resistência viral tanto para a lamivudina quanto para

entricitabina é mediado através de mutação no mesmo gene da transcriptase reversa viral (M184V) e, consequentemente,

a eficácia terapêutica desta combinação pode ser limitada. Assim, não é recomendado o uso de lamivudina em

combinação com entricitabina ou combinações contendo doses fixas de entricitabina.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conservação

Conserve este medicamento em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C), protegido da luz e umidade.

Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Aspectos físicos/Características organolépticas

Comprimido revestido, circular, branco, sulcado e sem odor ou sabor.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Modo de uso

Uso oral.

A terapia com FURP-LAMIVUDINA deve ser iniciada por um médico experiente no tratamento de adultos e crianças

infectados pelo HIV.

FURP-LAMIVUDINA pode ser administrada com ou sem alimentos.

Para garantir a administração da dose completa, o comprimido deve, preferencialmente, ser engolido sem ser amassado

(macerado). Para pacientes com dificuldade de ingerir comprimidos, eles podem ser amassados e misturados a líquidos

ou a uma pequena quantidade de comida semissólida (pastosa), e consumidos imediatamente (ver Farmacocinética).

Posologia

Adultos e adolescentes com peso de pelo menos 30 kg

A dose recomendada de FURP-LAMIVUDINA é de 300 mg ao dia, administrando-se 150 mg (1 comprimido) duas

vezes ao dia, a cada 12 horas, ou dois comprimidos uma vez ao dia.

Crianças com mais de 3 meses e com peso inferior a 30 kg

Crianças com peso de 21 a 30 kg:

A dose oral recomendada de FURP-LAMIVUDINA é a metade de um comprimido sulcado pela manhã e um

comprimido inteiro à noite.

Crianças com peso de 14 a 21 kg:

A dose oral recomendada de FURP-LAMIVUDINA é metade de um comprimido sulcado duas vezes ao dia.

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Crianças com menos de 14 kg:

FURP-LAMIVUDINA comprimidos não é indicada para uso em crianças com menos de 14 kg. Nesses casos, é

indicado o uso da solução oral disponível no mercado, e a dose recomendada é de 4 mg/kg duas vezes ao dia, até um

máximo de 300 mg/dia.

Crianças com menos de 3 meses de idade:

Os dados limitados são insuficientes para recomendar doses específicas (ver Propriedades farmacocinéticas).

A solução oral, disponível no mercado, também é indicada para pacientes que não consigam engolir comprimidos.

Pacientes com insuficiência renal:

Em pacientes com insuficiência renal de moderada a grave, a concentração plasmática (AUC) de lamivudina é

aumentada devido à redução do clearance (ver Propriedades farmacocinéticas).

A dosagem deve ser reduzida para os pacientes com clearance de creatinina < 50 mL/min, como demonstrado nas

tabelas abaixo. O mesmo percentual de redução da dose deve ser aplicado para pacientes pediátricos com insuficiência

renal, como demonstrado na segunda tabela.

Para doses abaixo de 150 mg é recomendado o uso de solução oral de 10 mg/mL, disponível no mercado.

Posologia recomendada para adultos e adolescentes com peso de pelo menos 30 kg:

Clearance de creatinina

(mL/min)

Primeira dose Dose de manutenção Intervalo

30 até < 50 150 mg # 150 mg # uma vez ao dia

15 até < 30 * 150 mg # 100 mg (10 mL de solução

oral)

uma vez ao dia

5 até < 15 * 150 mg # 50 mg (5 mL de solução oral) uma vez ao dia

< 5 * 50 mg (5 mL de solução oral) 25 mg (2,5 mL de solução oral) uma vez ao dia

# 150 mg: um comprimido inteiro de 150 mg, ou 15 mL de solução oral de 10 mg/mL, disponível no mercado.

* Nessas faixas, o esquema posológico requer o uso de solução oral de 10 mg/mL, disponível no mercado.

Posologia recomendada para crianças com mais de 3 meses e peso inferior a 30 kg:

Clearance de creatinina (mL/min) Primeira dose Dose de manutenção Intervalo

30 até < 50 * 4 mg/kg 4 mg/kg uma vez ao dia

15 até < 30 * 4 mg/kg 2,6 mg/kg uma vez ao dia

5 até < 15 * 4 mg/kg 1,3 mg/kg uma vez ao dia

< 5 * 1,3 mg/kg 0,7 mg/kg uma vez ao dia

* Nessas faixas, o esquema posológico requer o uso de solução oral, disponível no mercado.

Pacientes com insuficiência hepática

Não se faz necessário ajustar a dose em pacientes portadores de disfunção hepática moderada e grave, exceto se

acompanhada de insuficiência renal (ver Propriedades farmacocinéticas).

Idosos

Nenhum dado específico está disponível. Entretanto, é aconselhável que se tenha cuidado especial devido a várias

alterações associadas a esse grupo etário, como diminuição da função renal e alteração dos parâmetros hematológicos.

O uso incorreto causa resistência do vírus e falha no tratamento.

Este medicamento não deve ser mastigado.

9. REAÇÕES ADVERSAS

As reações adversas estão listadas abaixo por frequência. As frequências são definidas como:

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Muito comum (> 1/10)

Comum (> 1/100 e < 1/10)

Incomum (> 1/1.000 e < 1/100)

Rara (> 1/10.000 e < 1/1.000)

Muito rara (< 1/10.000)

Os efeitos adversos relacionados foram relatados durante o tratamento da infecção pelo HIV com o uso de lamivudina

como monoterapia ou associado a outros antirretrovirais. Ainda não está esclarecido se a ocorrência das reações está

diretamente relacionada à droga ou se é resultado da própria doença subjacente.

Reações comuns (> 1/100 e < 1/10):

Hiperlactemia; dor de cabeça; náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia; rash cutâneo; alopecia; artralgia; distúrbios

musculares; fadiga, febre, mal-estar.

Reações incomuns (> 1/1.000 e < 1/100):

Neutropenia, anemia, trombocitopenia; aumento transitório da concentração plasmática de enzimas hepáticas (TGP,

TGO).

Reações raras (> 1/10.000 e < 1/1.000):

Acidose láctica; pancreatite, embora a relação causal com o tratamento permaneça incerta; aumento da concentração de

amilase sérica; rabdomiólise.

Reações muito raras (< 1/10.000):

Aplasia de células vermelhas; parestesia. Neuropatia periférica tem sido relatada, embora a relação causal com o

tratamento permaneça incerta.

Redistribuição/acúmulo de gordura corporal (ver Advertências e precauções). A incidência desse evento depende de

múltiplos fatores, entre eles a combinação específica das drogas antirretrovirais.

Em casos de eventos adversos, notifique-os ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA,

disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

10. SUPERDOSE

Existem dados limitados sobre as consequências da superdosagem em humanos. Nenhum caso fatal foi relatado, e todos

os pacientes se recuperaram. Nenhum sinal ou sintoma específico foi identificado.

Caso ocorra superdosagem, o paciente deve ser monitorado e, se necessário, receber tratamento de suporte padronizado.

Uma vez que a lamivudina é eliminada com a diálise, a hemodiálise contínua pode ser usada no tratamento da

superdosagem, apesar de não ter sido estudada.

Em caso de intoxicação, ligue para 0800 722 6001 se você precisar de mais orientações.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.