Bula do Glimepirida para o Profissional

Bula do Glimepirida produzido pelo laboratorio Biosintética Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Glimepirida
Biosintética Farmacêutica Ltda - Profissional

Download
BULA COMPLETA DO GLIMEPIRIDA PARA O PROFISSIONAL

 

glimepirida

Biosintética Farmacêutica Ltda.

comprimidos

1 mg

2 mg

4 mg

glimepirida_BU 01_VPS 1

BULA PARA PROFISSIONAL DE SAÚDE

Bula de acordo com a Resolução-RDC nº 47/2009

I- IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO

Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999

APRESENTAÇÕES

Comprimidos de 1 mg: embalagem com 30 comprimidos.

Comprimidos de 2 mg: embalagem com 30 comprimidos.

Comprimidos de 4 mg: embalagem com 30 comprimidos.

USO ORAL

USO ADULTO

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido de glimepirida 1 mg contém:

glimepirida.................................................................................................................1 mg

Excipientes: lactose monoidratada, povidona, óxido de ferro vermelho, celulose microcristalina,

amidoglicolato de sódio e estearato de magnésio.

Cada comprimido de glimepirida 2 mg contém:

glimepirida.................................................................................................................2 mg

Excipientes: lactose monoidratada, povidona, corante azul FDC nº 2 laca de alumínio, óxido de ferro

amarelo, celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio e estearato de magnésio.

Cada comprimido de glimepirida 4 mg contém:

glimepirida.................................................................................................................4 mg

Excipientes: lactose monoidratada, povidona, corante azul FDC nº 2 laca de alumínio, celulose

microcristalina, amidoglicolato de sódio e estearato de magnésio.

II- INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Glimepirida é indicada para o tratamento oral de diabetes mellitus não insulino-dependente (Tipo 2 ou

diabetes do adulto), quando os níveis de glicose não podem ser adequadamente controlados por meio de

dieta alimentar, exercícios físicos e redução de peso.

Glimepirida pode ser associada a outros antidiabéticos orais que não estimulam a secreção de insulina.

Glimepirida pode ser associada a metformina quando os níveis glicêmicos não podem ser adequadamente

controlados por meio de dieta alimentar, exercícios físicos e uso de glimepirida ou metformina em

monoterapia.

Glimepirida também pode ser utilizada em associação com insulina (vide “Posologia”).

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

A glimepirida é um agente de primeira geração para o tratamento de pacientes com diabetes mellitus não

insulino-dependentes (DMNID), que não tiveram sucesso de resposta adequada à dieta e aos exercícios.

Assim como a metformina, a glimepirida reduz a glicose do jejum em cerca de 60 mg/dL e a hemoglobina

glicosilada em 1,5 a 2,0%. O uso de glimepirida 1 a 8 mg por dia provocou reduções dose-dependentes

nas concentrações da glicose sanguínea do jejum e pós-prandial. Esses efeitos se mantiveram por mais de

2 anos, quando a glimepirida era usada em monoterapia (Anon, 1995a; Higgins, 1995a). A glimepirida

pode ser usada em combinação com metformina ou com insulina se um controle glicêmico adequado não

for atingido com a glimepirida em monoterapia (Anon, 1995a).

Monoterapia

glimepirida_BU 01_VPS 2

A monoterapia com glimepirida proporcionou um controle adequado da glicose sanguínea em pacientes

com diabetes mellitus (DM) tipo 2 precocemente diagnosticados. Em um estudo aberto, prospectivo,

randomizado, 14 homens (entre 32 e 75 anos) com diabetes tipo 2 precocemente diagnosticados (glicose

plasmática no jejum-GPJ maior ou igual a 140 mg/dL) receberam glimepirida 2 mg uma vez ao dia pela

manhã por 24 semanas. A dosagem era aumentada em 1 mg a cada 2 semanas até um máximo de 8 mg.

Voluntários sadios com idades semelhantes (n=10) sem história familiar de DM serviu como grupo

controle. Uma redução significativa na GPJ reduziu significativamente com o tratamento com glimepirida

(252 ± 13 mg/dL para 113 ± 4 mg/dL, p 0,01; controle: 95 ± 2 mg/dL). O tratamento foi bem tolerado

(Kabadi & Kabadi, 2004).

Em outro estudo, glimepirida 1 a 8 mg ao dia foi mais eficaz do que o placebo para o controle do diabetes

mellitus não insulino-dependente (Schade et al, 1998). Neste estudo multicêntrico, pararelo, dose-titulado,

249 pacientes foram designados randomicamente ao tratamento cego com placebo ou glimepirida 1 mg

com titulação a 8 mg, se necessário. A dose permaneceu a mesma durante as 14 próximas semanas do

estudo. Os níveis médios de glicose plasmática no jejum (p menos que 0,01) e a hemoglobina glicosilada

média (p menos que 0,001) foi significativamente menor em pacientes recebendo glimepirida versus

placebo. No final do estudo, 69% dos pacientes tratados com glimepirida atingiram uma hemoglobina

glicosilada menor que 7,2%, comparada a 32% dos pacientes tratados com placebo. Efeitos adversos

foram relatados em 11 e 9% dos pacientes tratados com glimepirida e placebo, respectivamente; tontura,

astenia e dor de cabeça ocorreram com a glimepirida, mas não houve nenhuma ocorrência de

hipoglicemia laboratorial relatada. Pacientes tratados com placebo relataram sintomas de hiperglicemia.

A administração de glimepirida uma vez ao dia foi tão eficaz quanto a administração duas vezes ao dia

em pacientes com diabetes mellitus tipo 2. Neste estudo cruzado de 14 semanas (n=161), pacientes foram

selecionados randomicamente a receber glimepirida 3 mg duas vezes por semana ou glimepirida 6 mg ao

dia por 4 semanas. Uma redução estatisticamente significativa na concentração média de glicose em 24 h

(p=0,018) comparada ao início do estudo ocorreu em pacientes recebendo glimepirida 3 mg duas vezes ao

dia; contudo, a diferença foi pequena. Os efeitos adversos foram comparáveis aos do placebo em ambos

os grupos de tratamento (Sonnerberg et al, 1997).

A glimepirida 4 e 8 mg foi mais eficaz do que a glimepirida 1 mg (p < 0,001) ou o placebo (0,001) na

redução dos níveis de glicose pós-prandial e do jejum e da hemoglobina glicosilada (Goldberg et al,

1996). Hipoglicemia sintomática foi o único efeito adverso que ocorreu em mais de 5% dos pacientes.

Este estudo foi conduzido em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 e com uma duração média da doença

de 5 a 7 anos. Todos os pacientes pararam os tratamentos que não eram apenas a dieta por 3 semanas e

então foram randomizados a placebo ou glimepirida 1, 4 ou 8 mg. O período de tratamento foi de 14

semanas. Os resultados confirmam que a dosagem mínima é 1 mg e que a resposta é dose-dependente.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Farmacodinâmica

Mecanismo de ação

Tanto em pessoas saudáveis quanto em pacientes com diabetes mellitus Tipo 2, a glimepirida diminui as

concentrações sanguíneas da glicose, principalmente pela estimulação da secreção de insulina pelas

células beta do pâncreas. Este efeito está baseado predominantemente no aumento da resposta das células

beta do pâncreas ao estímulo fisiológico da glicose. Ao mesmo tempo em que promove uma redução

equivalente da glicemia, a administração de baixas doses de glimepirida em animais e voluntários sadios

leva à liberação de menores quantidades de insulina comparativamente a glibenclamida. Este fato sugere

a existência de efeitos extrapancreáticos (sensibilização à insulina e mimetismo da insulina) da

glimepirida.

Adicionalmente, quando comparada às outras sulfonilureias, a glimepirida apresenta menor efeito sobre o

sistema cardiovascular. A glimepirida reduz a agregação plaquetária (dados de estudos in vitro e em

animais) e promove uma redução marcante na formação de placas ateroscleróticas (dados de estudos em

animais).

- Secreção de insulina: Como todas as sulfonilureias, a glimepirida regula a secreção de insulina através

da interação com os canais de potássio sensíveis a ATP presentes na membrana da célula beta.

Contrariamente às outras sulfonilureias, a glimepirida liga-se especificamente à proteína 65 kDa,

localizada na membrana da célula beta. Esta interação da glimepirida com sua proteína ligadora determina

a probabilidade do canal de potássio sensível a ATP permanecer aberto ou fechado.

A glimepirida fecha o canal de potássio, o que induz a despolarização da célula beta e resulta na abertura

do canal de cálcio sensível à voltagem e, consequentemente, no influxo de cálcio para o interior da célula.

glimepirida_BU 01_VPS 3

Finalmente, o aumento da concentração intracelular de cálcio ativa a secreção da insulina por meio da

exocitose.

A glimepirida se associa e se dissocia da proteína ligadora muito mais rápido e frequentemente do que a

glibenclamida. Acredita-se que a característica de alta taxa de associação/dissociação da glimepirida à

proteína ligadora é responsável pelo seu pronunciado efeito de sensibilização à glicose e pelo efeito de

proteção da célula beta contra a dessensibilização e exaustão prematura.

- Efeito de sensibilização à insulina: A glimepirida aumenta a ação normal da insulina sobre a absorção

periférica de glicose (dados de estudos em humanos e animais).

- Efeitos de mimetismo da insulina: A glimepirida mimetiza a ação da insulina na absorção periférica de

glicose e produção hepática de glicose.

A absorção periférica de glicose ocorre pelo seu transporte para o interior das células musculares e

lipídicas. A glimepirida aumenta diretamente o número de moléculas de glicose transportadas pela

membrana plasmática das células musculares e lipídicas. O aumento do influxo de glicose leva à ativação

da fosfolipase C glicosilfosfatidilinositol-específica. Como resultado, os níveis celulares de AMPc

diminuem, causando redução

da atividade da proteína quinase A, que, por sua vez, estimula o metabolismo da glicose.

A glimepirida inibe a produção hepática de glicose por meio do aumento da concentração de frutose-2,6-

bifosfato, que inibe a gliconeogênese.

- Efeitos sobre a agregação plaquetária e formação de placas ateroscleróticas: A glimepirida reduz a

agregação plaquetária in vitro e in vivo. Este efeito é provavelmente o resultado da inibição seletiva da

ciclo-oxigenase, que é responsável pela formação de tromboxano A, um importante fator endógeno de

agregação plaquetária.

A glimepirida reduz significativamente a formação das placas ateroscleróticas em animais. O mecanismo

de ação relacionado a este efeito ainda não está elucidado.

- Efeitos cardiovasculares: As sulfonilureias afetam o sistema cardiovascular por meio dos canais de

potássio sensíveis a ATP (ver acima). Comparada às sulfonilureias convencionais, a glimepirida exerce

um efeito significativamente menor no sistema cardiovascular (dados de estudos em animais). Este fato

pode ser explicado pela natureza específica da interação entre a glimepirida e a proteína ligadora do canal

de potássio sensível a ATP.

Em pessoas saudáveis, a dose oral mínima efetiva é de aproximadamente 0,6 mg. O efeito da glimepirida

é dose-dependente e reprodutível. A resposta fisiológica ao exercício físico agudo, como por exemplo, a

redução da secreção de insulina, continua presente sob o efeito de glimepirida.

Não existem diferenças significativas relacionadas à administração do fármaco 30 minutos ou

imediatamente antes da refeição. Em pacientes diabéticos, alcança-se um bom controle metabólico

durante 24 horas com a administração de uma única dose. Adicionalmente, em um estudo clínico, 12 de

16 pacientes com insuficiência renal (clearance de creatinina entre 4 e 79 mL/min) alcançaram um bom

controle metabólico.

Apesar do metabólito hidroxi da glimepirida causar uma redução pequena, porém significativa da glicose

sérica em pessoas saudáveis, ele é responsável por somente uma pequena parte do efeito total do fármaco.

- Terapia combinada com metformina: Em pacientes que não alcançaram um controle adequado com a

dose máxima tanto de glimepirida quanto de metformina, pode-se iniciar a terapia concomitante com

ambos agentes antidiabéticos. Em dois estudos, verificou-se melhora no controle metabólico no

tratamento combinado em comparação ao tratamento com o fármaco isolado.

- Terapia combinada com insulina: Em pacientes que não alcançaram um controle metabólico adequado

com a dose máxima de glimepirida, pode-se iniciar a terapia concomitante com insulina. Em dois estudos,

a terapia com a associação de insulina e glimepirida promoveu o mesmo controle metabólico que insulina

em monoterapia; entretanto, foi necessária uma dose média menor de insulina na terapia associada.

Farmacocinética

Absorção, distribuição, metabolismo e eliminação

A biodisponibilidade absoluta da glimepirida é completa. A ingestão de alimentos não exerce nenhuma

influência relevante na absorção. As concentrações séricas máximas (Cmáx) são alcançadas

aproximadamente 2,5 horas após a administração oral (309 ng/mL durante a administração de doses

múltiplas de 4 mg por dia) e existe uma relação linear entre dose/Cmáx e dose/AUC. A glimepirida

apresenta um pequeno volume de distribuição (aproximadamente 8,8 L), que é aproximadamente igual ao

volume de distribuição da albumina; alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas (> 99%) e baixo

clearance (aprox. 48 mL/min). A meia-vida sérica média predominante, que é relevante para as

glimepirida_BU 01_VPS 4

concentrações séricas alcançadas com a administração de doses múltiplas, é de cerca de 5 a 8 horas. Após

a administração de doses elevadas, foi observado um leve aumento da meia-vida do fármaco.

Após a administração de dose única de glimepirida radiomarcada, 58% da radioatividade foi recuperada

na urina e 35% nas fezes. Não foi detectado fármaco inalterado na urina. Foram identificados dois

metabólitos, provavelmente resultantes do metabolismo hepático (a principal enzima é a CYP2C9), tanto

na urina quanto nas fezes: um derivado hidroxi e um derivado carboxi. Após a administração oral de

glimepirida, as meias-vidas terminais destes metabólitos foram de 3 a 6 horas e de 5 a 6 horas,

respectivamente.

A comparação entre a administração diária de dose única e dose múltipla não revelou diferenças

significativas em relação aos parâmetros farmacocinéticos e a variabilidade intraindividual foi muito

baixa. Não foi observado acúmulo relevante do fármaco.

Os parâmetros farmacocinéticos obtidos em 5 pacientes não diabéticos após cirurgia do ducto biliar foram

semelhantes àqueles obtidos em pessoas saudáveis.

Populações especiais

Sexo: a farmacocinética é semelhante entre homens e mulheres.

Idosos: a farmacocinética é semelhante entre pacientes jovens e idosos (acima de 65 anos).

Pacientes pediátricos: um estudo que avaliou a farmacocinética, segurança e a tolerabilidade de 1 mg de

glimepirida em dose única em 30 pacientes pediátricos (de 10 a 17 anos) com diabetes tipo 2 mostrou

AUC média (0-final), Cmáx e T ½ similar aos observados previamente em adultos.

Insuficiência renal: em um estudo fase aberta, dose única, conduzido em 15 pacientes com insuficiência

renal, glimepirida (3 mg) foi administrada em 3 grupos de pacientes com diferentes níveis de clearance de

creatinina médio (CLcr); (Grupo I, CLcr = 77,7 mL/min, n = 5), (Grupo II, CLcr = 27,4 mL/min, n = 3) e

(Grupo III, CLcr = 9,4 mL/min, n = 7). A glimepirida demonstrou ser bem tolerada em todos os 3 grupos.

Em pacientes com clearance de creatinina baixo, foi observada tendência de aumento do clearance da

glimepirida e de redução da concentração sérica média da mesma, devido provavelmente à eliminação

mais rápida do fármaco, causada pela diminuição da sua ligação às proteínas plasmáticas. A eliminação

renal dos dois metabólitos foi prejudicada. Resultados de um estudo de titulação multidose conduzido em

16 pacientes diabéticos Tipo 2 com insuficiência renal, utilizando doses variando de 1 a 8 mg diariamente

por 3 meses, foram consistentes com resultados observados após uma dose única. Todos os pacientes com

um CLcr menor que 22 mL/min tiveram controle adequado de seus níveis de glicose com um regime

posológico de apenas 1 mg por dia. Em geral, não existem riscos adicionais de acúmulo do fármaco em

tais pacientes.

Não é conhecido se a glimepirida é dialisável.

Dados de segurança pré-clínica

Toxicidade crônica

Em estudos de toxicidade crônica e subcrônica conduzidos em ratos, camundongos e cães observou-se

declínio da glicose sérica, assim como desgranulação das células beta do pâncreas; estes efeitos

demonstraram ser, a princípio, reversíveis e relacionados aos sinais do efeito farmacodinâmico do

medicamento. Em um estudo de

toxicidade crônica conduzido em cães, dois dos animais que receberam a maior dose (320 mg/kg de peso

corpóreo) desenvolveram catarata. Estudos in vitro com cristalinos bovinos e investigações realizadas em

ratos não demonstraram nenhum potencial cataratogênico ou cocataratogênico.

Carcinogenicidade

Estudos prolongados em ratos não revelaram nenhum potencial carcinogênico. Em camundongos, foi

observado aumento da incidência de hiperplasia e adenoma de células da ilhota; estas observações foram

relacionadas como resultantes da estimulação crônica das células beta. A glimepirida não demonstrou

nenhum efeito mutagênico ou genotóxico.

Toxicologia reprodutiva

A administração em ratos não demonstrou nenhum efeito sobre a fertilidade, o curso da gravidez ou o

parto. Os fetos que nasceram através de cesariana apresentaram um leve retardo no crescimento. Foram

observadas deformações no úmero, fêmur e articulação do quadril e do ombro em fetos que nasceram por

meio de parto normal, de ratas que receberam altas doses do medicamento. A administração oral de

glimepirida na fase avançada da gravidez e/ou durante a lactação aumentou o número de óbitos fetais e

produziu as mesmas deformações de membros citadas anteriormente.

A glimepirida não apresentou nenhum efeito reconhecível sobre a audição, desenvolvimento físico,

comportamento funcional, aprendizagem, memória e fertilidade da prole.

Em animais, a glimepirida é excretada no leite.

glimepirida_BU 01_VPS 5

A glimepirida é ingerida pelos lactentes através do leite materno; a administração de altas doses de

glimepirida em ratas que estavam amamentando causou hipoglicemia em ratos jovens lactentes.

Foram observadas malformações fetais (por exemplo: malformações oculares, fissuras e anormalidades

ósseas) em ratos e coelhos; foi observado aumento do número de abortos e óbitos intrauterinos somente

em coelhos.

Todas as descobertas de toxicologia reprodutiva estão provavelmente relacionadas aos efeitos

farmacodinâmicos de doses excessivas e não são específicas à substância.

4. CONTRAINDICAÇÕES

É contraindicada a pacientes que apresentam hipersensibilidade à glimepirida ou a outras sulfonilureias,

outras sulfonamidas ou aos demais componentes da formulação.

Glimepirida é contraindicada durante a gravidez e lactação.

Não há experiência suficiente na utilização de glimepirida em pacientes com insuficiência hepática grave

e em pacientes sob diálise. Em pacientes com insuficiência da função hepática é indicada a substituição

pela insulina, ao menos para se obter um controle metabólico adequado.

Glimepirida não deve ser administrada para o tratamento de diabetes mellitus insulino-dependente (Tipo

1, ou seja, para o tratamento de diabéticos com história de cetoacidose), de cetoacidose diabética ou de

pacientes em pré-coma ou coma diabético. Essa condição deve ser tratada com insulina.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Em situações excepcionais de estresse (como trauma, cirurgia, infecções febris) pode ocorrer uma

desregulação do nível sanguíneo de glicose, fazendo-se necessário substituir temporariamente o

hipoglicemiante oral por insulina, a fim de se manter um controle metabólico adequado.

Durante as primeiras semanas de tratamento, o risco da ocorrência de hipoglicemia pode estar aumentado

e necessita de monitorização cuidadosa. Fatores que favorecem a hipoglicemia incluem:

- Indisposição (mais comum em pacientes idosos) ou incapacidade do paciente para cooperar;

- Desnutrição, refeições irregulares ou refeições suprimidas;

- Desequilíbrio entre o esforço físico e ingestão de carboidratos;

- Alterações na dieta;

- Consumo de álcool, principalmente quando combinado com supressão de refeições;

- Função renal comprometida;

- Alteração severa da função hepática;

- Superdose com glimepirida;

- Algumas alterações descompensadas do sistema endócrino que afetam o metabolismo dos carboidratos

ou a contrarregulação da hipoglicemia (como, por exemplo, em certas alterações da função da tireoide ou

na insuficiência corticoadrenal ou pituitária anterior);

- Administração concomitante de outros medicamentos (vide “Interações Medicamentosas”);

- Tratamento com glimepirida na ausência de qualquer indicação.

Caso tais fatores de risco para hipoglicemia estejam presentes, pode ser necessário um ajuste da posologia

de glimepirida ou de toda a terapia. Isto também se aplica sempre que ocorrer outra doença durante o

tratamento ou de alterações no estilo de vida do paciente.

Estes sintomas de hipoglicemia que refletem a contrarregulação adrenérgica do organismo (vide Reações

Adversas) podem ser mais leves ou ausentes quando a hipoglicemia se desenvolve de forma gradual, em

idosos, e quando existe uma neuropatia autonômica ou quando o paciente está recebendo tratamento

concomitante com beta-bloqueadores, clonidina, reserpina, guanetidina ou outros fármacos simpatolíticos.

A hipoglicemia pode ser, quase sempre, prontamente controlada pela administração imediata de

carboidratos (glicose ou açúcar).

Sabe-se pelo uso de outras sulfonilureias que, apesar do sucesso inicial de medidas de controle, pode

ocorrer hipoglicemia novamente. Portanto, os pacientes devem ser mantidos sob observação rigorosa.

Hipoglicemia severa requer tratamento imediato e acompanhamento médico e, em algumas

circunstâncias, cuidados hospitalares.

O tratamento de pacientes com deficiência de G6PD com sulfonilureia pode levar à anemia hemolítica.

Considerando que a glimepirida pertence à classe das sulfonilureias, deve-se ter cautela na prescrição para

tais pacientes e deve-se considerar a prescrição de medicamentos não pertencentes à classe das

sulfonilureias.

Gravidez e lactação:

glimepirida_BU 01_VPS 6

Glimepirida não deve ser administrada durante a gravidez, devido ao risco de dano à criança, portanto a

paciente deve substituir seu tratamento por insulina. As pacientes que estiverem planejando engravidar

devem informar o médico. Recomenda-se, para estas pacientes, a substituição do tratamento por insulina.

A fim de evitar uma possível ingestão pelo leite materno e possível dano à criança, glimepirida não deve

ser utilizada por mulheres lactantes. Se necessário, a paciente deve substituir o tratamento com

glimepirida por insulina, ou interromper a amamentação.

Categoria de risco na gravidez: C.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do

cirurgião dentista.

Alterações na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas:

Pode ocorrer diminuição do estado de alerta do paciente devido à hipoglicemia ou hiperglicemia,

especialmente no início ou após alterações no tratamento, ou quando glimepirida não for ingerido

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Com base na experiência do uso de glimepirida e no que se conhece das outras sulfonilureias, as seguintes

interações devem ser consideradas:

Medicamento-medicamento:

A glimepirida é metabolizada pelo citocromo P450 2C9 (CYP2C9). Deve-se levar em consideração tal

fato, quando a glimepirida for concomitantemente administrada a indutores (como a rifampicina) ou

inibidores (como o fluconazol) do CYP2C9.

- Potencialização do efeito hipoglicemiante e, portanto, em alguns casos, pode ocorrer hipoglicemia

quando um dos seguintes fármacos é administrado: insulina ou outro antidiabético oral; inibidores da

ECA; esteroides anabolizantes e hormônios sexuais masculinos; cloranfenicol; derivados cumarínicos;

ciclofosfamidas; disopiramida; fenfluramina; feniramidol; fibratos; fluoxetina; guanetidina; ifosfamida;

inibidores da MAO; miconazol; fluconazol; ácido para-aminosalicílico; pentoxifilina (uso parenteral em

doses elevadas); fenilbutazona; azapropazona; oxifembutazona; probenecida; quinolonas; salicilatos;

sulfimpirazona; claritomicina; antibióticos sulfonamídicos; tetraciclinas; tritoqualina; trofosfamida.

- Redução do efeito hipoglicemiante e, portanto, ocorrência de hiperglicemia quando um dos seguintes

fármacos é administrado, por exemplo: acetazolamida; barbitúricos; corticoesteroides; diazóxido;

diuréticos; epinefrina (adrenalina) e outros agentes simpatomiméticos; glucagon; laxantes (após uso

prolongado), ácido nicotínico (em doses elevadas), estrogênios e progestagênios; fenotiazínicos;

fenitoína; rifampicina; hormônios da tireoide.

- Antagonistas de receptores H2, beta-bloqueadores, clonidina e reserpina podem induzir tanto a

potencialização quanto a diminuição do efeito hipoglicemiante da glimepirida.

Sob influência de fármacos simpatolíticos, como beta-bloqueadores, clonidina, guanetidina e reserpina, os

sinais da contrarregulação adrenérgica para hipoglicemia podem estar reduzidos ou ausentes.

O uso de glimepirida pode potencializar ou diminuir os efeitos dos derivados cumarínicos.

- Sequestrador de ácidos biliares: o colesevelam se liga à glimepirida e reduz sua absorção no trato

gastrintestinal.

Nenhuma interação foi observada quando a glimepirida foi tomada, pelo menos, 4 horas antes do

colesevelam.

Portanto, a glimepirida deve ser administrada, pelo menos, 4 horas antes do colesevelam.

Medicamento-substância química, com destaque para o álcool:

Tanto a ingestão crônica como a aguda de álcool podem potencializar ou diminuir a ação hipoglicemiante

de glimepirida de maneira imprevisível.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade. Desde que respeitados

os cuidados de armazenamento, o medicamento apresenta uma validade de 24 meses a contar da data de

sua fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Características do medicamento:

Glimepirida 1 mg: comprimido oblongo, cor rosa claro e com vinco em uma das faces.

Glimepirida 2 mg: comprimido oblongo, cor verde claro e com vinco em uma das faces.

Glimepirida 4 mg: comprimido oblongo, cor azul claro e com vinco em uma das faces.

glimepirida_BU 01_VPS 7

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Os comprimidos devem ser tomados com líquido, por via oral. Eles devem ser engolidos sem mastigar e

com quantidade suficiente de água (aproximadamente ½ copo).

Em princípio, a dose de glimepirida é regida pelo nível desejável de glicose no sangue. A dose de

glimepirida deve ser a menor possível que seja suficiente para atingir o controle metabólico desejado.

Durante o tratamento com glimepirida, os níveis de glicose no sangue e na urina devem ser medidos

regularmente. Além disso, recomenda-se que sejam realizadas determinações regulares da hemoglobina

glicada.

Equívocos, como o esquecimento de uma dose, nunca devem ser corrigidos pela administração de uma

dose maior.

Medidas para lidar com tais enganos (principalmente esquecer uma dose ou pular uma refeição) ou

situações em que a dose não pode ser administrada no horário prescrito, devem ser discutidas e acordadas

previamente entre o médico e paciente.

A dose inicial usual: 1 mg de glimepirida diariamente. Se necessário, esta dose diária poderá ser

aumentada.

Recomenda-se que tal aumento se faça de acordo com o controle do nível de glicose no sangue e de forma

gradual, em intervalos de 1 a 2 semanas, de acordo com as seguintes etapas: 1 mg, 2 mg, 3 mg, 4 mg, 6

mg.

A dose inicial usual para pacientes com diabetes bem controlado: 1 a 4 mg de glimepirida ao dia.

Doses diárias superiores a 6 mg (até 8 mg) somente são eficazes para uma minoria de pacientes; portanto

doses superiores não devem ser utilizadas.

A distribuição e horário das doses são determinados pelo médico, levando-se em consideração o estilo de

vida atual do paciente.

Normalmente, uma única dose diária de glimepirida é suficiente. Recomenda-se administrar

imediatamente antes da primeira refeição substancial ou da primeira refeição principal. É muito

importante alimentar-se bem após a administração da medicação.

Ajuste secundário da dose: a sensibilidade à insulina aumenta à medida que melhora o controle do

diabetes; portanto, as necessidades de glimepirida podem diminuir durante o tratamento. Para evitar

hipoglicemia, deve-se considerar oportuna uma redução temporária na dose ou interrupção da terapia com

glimepirida.

Um ajuste de dose deverá ser considerado caso ocorram mudanças no peso ou no estilo de vida do

paciente, ou ainda na ocorrência de outros fatores que aumentem a susceptibilidade para hipo ou

hiperglicemia (vide “Advertências e Precauções”).

Duração do tratamento:

O tratamento com glimepirida é de longa duração, dependente da resposta e evolução do paciente e da

conduta e decisão do médico responsável.

Substituição de outros antidiabéticos orais por glimepirida:

Não há uma exata relação entre a dose de glimepirida e a de outros agentes hipoglicemiantes orais.

Quando for substituir a administração destes agentes por glimepirida, a dose diária inicial deve ser de 1

mg; isto é aplicável mesmo quando se parte de doses máximas de outro agente hipoglicemiante oral. Todo

aumento na dose de glimepirida deve ser realizado seguindo-se as diretrizes indicadas no item Posologia.

Deve-se ter em conta a potência e a duração da ação do agente hipoglicemiante empregado previamente.

Pode ser necessário interromper o tratamento para evitar efeitos aditivos que aumentariam o risco de

hipoglicemia.

Em alguns casos de pacientes com diabetes Tipo 2 anteriormente controlados com insulina, uma

substituição por glimepirida pode ser indicada. A substituição geralmente deve ser feita no hospital.

Uso em associação com metformina:

Nos pacientes que não obtiveram um controle adequado com a dose máxima diária de glimepirida ou

metformina, pode-se iniciar o tratamento concomitante com ambos agentes antidiabéticos orais. Se a

terapia estabelecida tanto com glimepirida quanto com metformina progredir em um mesmo nível de

dose, o tratamento adicional com glimepirida ou metformina deve ser iniciado com uma dose baixa, a

qual deve ser quantificada dependendo do nível de controle metabólico desejado, até a dose máxima

diária. O tratamento com a associação deve ser iniciado sob supervisão médica cuidadosa.

Uso em associação com insulina:

glimepirida_BU 01_VPS 8

Nos pacientes que não obtiveram um controle adequado com a dose diária máxima de glimepirida, pode-

se iniciar o tratamento concomitante com insulina. Deve-se manter a mesma dose de glimepirida e iniciar

o tratamento com insulina em dose baixa, aumentando esta dose gradualmente até se alcançar o nível

desejado de controle metabólico. O tratamento com a associação deve ser iniciado sob supervisão médica

cuidadosa.

Não há estudos dos efeitos de glimepirida administrado por vias não recomendadas. Portanto, por

segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via oral.

Populações especiais:

Insuficiência renal: existe informação limitada disponível quanto ao uso de glimepirida na insuficiência

renal.

Pacientes com insuficiência da função renal podem ser mais sensíveis aos efeitos hipoglicemiantes de

glimepirida (vide “Farmacocinética”).

População Pediátrica: os dados são insuficientes para recomendar a utilização de glimepirida.

Este medicamento não deve ser mastigado.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Distúrbios do metabolismo e nutrição:

Como resultado da ação de redução da glicose sanguínea da glimepirida, pode ocorrer hipoglicemia, que,

com base no que se conhece das outras sulfonilureias, pode ser prolongada.

Possíveis sintomas de hipoglicemia incluem cefaleia, excesso de apetite, náusea, vômitos, fadiga, insônia,

alteração do sono, inquietação, agressividade, prejuízo da concentração, alteração das reações e do estado

de alerta, depressão, confusão, alterações na fala, afasia, alterações visuais, tremor, paresias, alterações

sensoriais, tontura, sensação de abandono, perda do autocontrole, delírio, convulsões, sonolência e perda

da consciência, podendo evoluir para coma, dificuldade de respiração e bradicardia.

Adicionalmente, sinais de contrarregulação adrenérgica podem estar presentes, tais como sudorese, pele

úmida e fria, ansiedade, taquicardia, hipertensão, palpitação, angina do peito e arritmias cardíacas.

O quadro clínico de um ataque hipoglicêmico severo pode assemelhar-se a um acidente vascular cerebral.

Os sintomas de hipoglicemia quase sempre regridem quando esta é corrigida.

Distúrbios oculares:

Especialmente no início do tratamento, pode ocorrer alteração visual temporária devido às modificações

dos níveis glicêmicos. A causa é uma alteração temporária da turgidez e o aumento do índice de refração

do cristalino, que é dependente do nível glicêmico.

Distúrbios gastrintestinais

Ocasionalmente, podem ocorrer sintomas gastrintestinais como náusea, vômito, sensação de pressão ou

plenitude gástrica, dor abdominal e diarreia.

Em casos isolados, pode-se observar hepatite, aumento dos níveis de enzimas hepáticas e/ou colestase e

icterícia que podem progredir para insuficiência hepática com risco de vida, mas que regridem com a

suspensão do tratamento.

Distúrbios do sangue e sistema linfático:

Ocorre raramente trombocitopenia e, em casos isolados, leucopenia, anemia hemolítica, eritrocitopenia,

granulocitopenia, agranulocitose ou pancitopenia. Foram relatados em experiência pós-comercialização,

casos de trombocitopenia severa com contagem de plaquetas menor que 10.000/μL e púrpura

trombocitopênica.

Outras reações adversas:

Ocasionalmente, podem ocorrer reações alérgicas ou pseudoalérgicas como, por exemplo, prurido,

urticária ou erupções. Tais reações leves podem tornar-se graves, acompanhadas por dispneia e

hipotensão arterial, algumas vezes evoluindo até choque.

Em casos isolados, pode ocorrer redução da concentração sérica de sódio e vasculite alérgica ou

hipersensibilidade cutânea à luz.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -

NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a

Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.