Bula do Haloperidol produzido pelo laboratorio Hypofarma - Instituto de Hypodermia e Farmácia Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
haloperidol
(Medicamento Genérico, Lei nº 9787, de 1999)
Hypofarma – Instituto de Hypodermia e Farmácia Ltda.
Solução injetável
5 mg/mL
Medicamento Genérico, Lei nº 9787, de 1999
Solução Injetável
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APRESENTAÇÕES
Solução injetável de haloperidol (5 mg/mL) em embalagem com 5 ampolas de 1 mL.
Solução injetável de haloperidol (5 mg/mL) em embalagem com 25 ampolas de 1 mL.
Solução injetável de haloperidol (5 mg/mL) em embalagem com 50 ampolas de 1 mL.
USO INTRAMUSCULAR
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada mL da solução injetável contém 5 mg de haloperidol.
Excipientes: ácido láctico e água para injetáveis.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
INDICAÇÕES
Como agente antipsicótico: em delírios e alucinações na esquizofrenia aguda e crônica. Na
paranoia, na confusão mental aguda e no alcoolismo (Síndrome de Korsakoff). Como um agente
antiagitação psicomotor: mania, demência, alcoolismo, oligofrenia. Agitação e agressividade no
idoso. Distúrbios graves do comportamento e nas psicoses infantis acompanhadas de excitação
psicomotora. Movimentos coreiformes. Soluços, tiques, disartria. Estados impulsivos e
agressivos. Síndrome de Gilles de la Tourette.
Como antiemético: náuseas e vômitos incoercíveis de várias origens, quando outras terapêuticas
mais específicas não foram suficientemente eficazes.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Um estudo duplo-cego envolvendo 105 pacientes sofrendo de episódios graves de náusea e
vômito devido a desordens gastrintestinais foi realizado para verificar a eficácia do haloperidol
em comparação com placebo por um período de 12 horas de estudo. Cinquenta e cinco pacientes
receberam uma única injeção intramuscular de haloperidol (1,0 mg/mL) e 50 pacientes
receberam placebo. Entre os pacientes recebendo haloperidol 89% obtiveram uma resposta
marcante ou moderada, enquanto apenas 38% daqueles recebendo placebo obtiveram o mesmo
grau de alívio.
Em um estudo duplo-cego, randomizado, controlado com placebo durante 6 semanas (fase A),
2-3 mg/dia de haloperidol (dose padrão), e 0,50-0,75 mg/dia de haloperidol (dose baixa), foram
comparados em 71 pacientes com Doença de Alzheimer. Para os 60 pacientes que completaram
a fase A, a dose padrão de haloperidol foi eficaz e superior à dose baixa e ao placebo na Escala
Breve de Avaliação Psiquiátrica e Fatores Psicóticos e na agitação psicomotora. A taxa de
resposta de acordo com os 3 critérios foi maior com a dose padrão (55-60%) do que com a dose
baixa (25-35%) e com o placebo (25-30%).
A eficácia do haloperidol em reduzir os sintomas exibidos por crianças e adolescentes com
distúrbios emocionais foi avaliada em 100 pacientes psiquiátricos hospitalizados (53 crianças e
47 adolescentes), em um estudo aberto controlado. Cinquenta e quatro pacientes apresentavam
retardo mental. A administração foi feita na forma de um líquido sem sabor, cor e odor
utilizando dose média inicial de 2,0 e 1,9 mg/dia para pacientes com retardo e sem retardo,
respectivamente, por um período médio de 42 dias. A eficácia do haloperidol foi de 95%
considerando os pacientes sem retardo e 87% para os considerados com retardo mental.
Em um estudo duplo-cego com pacientes esquizofrênicos, foi administrado Foi realizado um
estudo aberto de curta duração para avaliar a segurança e a eficácia de haloperidol no controle
dos sintomas de esquizofrenia aguda. Foram selecionados 25 pacientes (idade média de 26
anos) os quais receberam doses iniciais variando de 2,5-10 mg de haloperidol por via
intramuscular avaliando-se os efeitos a cada 30 minutos. A dose média utilizada durante o
período de 6 horas de estudo foi de 22,5 mg, ocorrendo melhora marcante em 6 casos, moderada
em 11 e menos efetiva em 5.
haloperidol na forma de comprimidos e um controle (placebo) por um período de 6 semanas,
com um esquema de doses variando de 1,0-6,0 mg. O haloperidol demonstrou ser
significativamente mais efetivo que o controle na melhora dos sintomas (p entre 0,01 e 0,025).
Referências
1. Christman R.S., et al. Low-Dose Haloperidol as Antiemetic Treatment in Gastrointestinal
Disorders: A Double-Blind Study. Current Therapeutic Research, 1974; 16(11): 1171-1176.
2. Devanand D.P., et al. A Randomized, Placebo-Controlled Dose-Comparison Trial of
Haloperidol for Psychosis and Disruptive Behaviors in Alzheimer’s Disease. Am J Psychiatry,
1998; 155: 1512-1520.
3. Vann L.J. Haloperidol in the Treatment of Behavioural Disorders in Children and
Adolescents. Canada Psychiat. Ass. J., 1969; 14(2): 217-220.
4. Hopkin, J.T. et al. Injectable Haloperidol in the Control of Acute Schizophrenia: Efficacy and
Safety. Current Therapeutic Research, 1980; 27(4): 620-626.
5. Rees L., et al. A Study of the Value of Haloperidol in the Management and Treatment of
Schizophrenic and Maniac Patients. International Journal of Neuropsychiatry, 1965; 1(3): 263-
266.
CARACTERÍSTICAS FARMACÓLOGICAS
Mecanismo de ação
Haloperidol é um antipsicótico do grupo das butirofenonas. Ele é um bloqueador potente dos
receptores
dopaminérgicos centrais, classificado como um antipsicótico muito incisivo. O haloperidol não
tem atividade anti-histamínica ou anticolinérgica.
Propriedades Farmacodinâmicas
Como consequência direta do bloqueio dopaminérgico, Haloperidol apresenta uma ação
incisiva sobre os delírios e alucinações (provavelmente a nível mesocortical e límbico) e uma
ação sobre os gânglios da base (via nigro-estriatal). Haloperidol causa sedação psicomotora
eficiente, o que explica seus efeitos favoráveis na mania, agitação psicomotora e outras
síndromes de agitação.
A atividade em nível dos gânglios da base é provavelmente responsável pelos efeitos
extrapiramidais (distonia, acatisia e parkinsonismo).
Os efeitos antidopaminérgicos periféricos explicam a ação contra náuseas e vômitos (via
quimiorreceptores - zona do gatilho), o relaxamento dos esfíncteres gastrintestinais e o aumento
na liberação de prolactina (através da inibição da atividade do PIF - Fator de Inibição da
Prolactina) em nível de adeno-hipófise.
Propriedades Farmacocinéticas
Absorção: após a administração oral, a biodisponibilidade da droga é de 60 % a 70 %. Os
níveis do pico plasmático do haloperidol ocorrem entre 2 a 6 horas após a dose oral e cerca de
20 minutos após a administração intramuscular.
Distribuição: 92% se ligam à proteínas plasmáticas. O volume de distribuição no estado de
equilíbrio (VDss) é grande (7,9 + 2,5 L/kg). O haloperidol atravessa a barreira hematoencefálica
facilmente.
Metabolismo: O haloperidol é metabolizado por muitas rotas, incluindo o sistema enzimático
do citocromo P450 (particularmente CYP 3A4 ou CYP 2D6) e glicuronidação.
Eliminação: a meia-vida plasmática (eliminação terminal) é de 24 horas (variando de 12 a 38
horas) após a administração oral e de 21 horas (variando de 13 a 36 horas) após a administração
intramuscular. A excreção ocorre 60% com as fezes e 40% com a urina. Cerca de 1% do
haloperidol ingerido é excretado inalterado com a urina.
Concentração terapêutica: foi sugerido que a concentração plasmática de haloperidol varia de
4 mcg/L até o limite de 20 a 25 mcg/L para se obter uma resposta terapêutica.
Dados pré-clínicos de segurança: Dados não-clínicos baseados nos estudos convencionais de
toxicidade de doses repetidas, genotoxicidade, carcinogenicidade não revelam riscos para
humanos. O haloperidol mostrou diminuir a fertilidade em roedores, limitada teratogenicidade
assim como efeitos embriotóxicos.
O haloperidol tem demonstrado bloquear os canais cardíacos de hERG em muitos estudos “in
vitro” publicados. Em um número de estudos “in vivo” a administração IV do haloperidol em
alguns modelos animais causou prolongamento significativo do intervalo QTc nas doses de
cerca de 0,3 mg/kg IV, fornecendo Cmáx 3 a 7 vezes maior que a concentração eficaz em
humanos de 4 a 20 ng/mL. Essas doses intravenosas que prolongam o intervalo QTc não
causaram arritmias. Em alguns estudos, doses maiores que 1 a 5 mg/kg de haloperidol IV
causaram prolongamento do intervalo QTc e/ou arritmia ventricular com Cmáx plasmático de
19 a 68 vezes maior do que a concentração plasmática efetiva em humanos.
CONTRAINDICAÇÕES
Mortalidade
Raros casos de morte súbita têm sido reportados em pacientes psiquiátricos que recebem
antipsicóticos, incluindo Haloperidol.
Pacientes idosos com demência relacionada à psicose tratados com medicamentos antipsicóticos
possuem aumento no risco de morte. Análise dos 17 estudos clínicos placebos controlados
(duração modal de 10 semanas), mostrou que grande parte dos pacientes que tomam
antipsicóticos atípicos apresentaram risco de morte relacionado ao medicamento entre 1,6 a 1,7
vezes maior do que o grupo de pacientes tratados com placebo. Durante o período de 10
semanas de estudo controlado, a taxa de morte dos pacientes tratados com o medicamento foi de
cerca de 4,5%, comparada com a taxa de cerca de 2,6% no grupo do placebo. Embora as causas
das mortes tenham sido variadas, a maioria das mortes parecem ter sido por razões
cardiovasculares (como por exemplo, insuficiência cardíaca, morte súbita) ou infecção
(pneumonia). Estudos observacionais sugerem que de maneira similar aos medicamentos
antipsicóticos atípicos, o tratamento com antipsicóticos convencionais podem aumentar a
mortalidade. Não está clara a extensão em que os achados do aumento da mortalidade em
estudos observacionais podem ser atribuídos ao medicamento antipsicótico em oposição a
algumas características do paciente.
Efeitos cardiovasculares
Relatos muito raros de prolongamento do intervalo QT e/ou arritmias ventriculares em adição
aos raros casos de morte súbita têm sido relatados com haloperidol. Eles parecem ocorrer com
maior frequência em altas doses e em pacientes predispostos.
Como um prolongamento do intervalo QT tem sido observado durante o tratamento com
Haloperidol, recomenda-se cautela em pacientes com condições de intervalo QT prolongado
(Síndrome do QT longo, hipopotassemia, desequilíbrio eletrolítico, fármacos que sabidamente
prolongam o intervalo QT, doenças cardiovasculares, ou histórico familiar de prolongamento do
intervalo QT), principalmente quando Haloperidol é administrado parenteralmente. O risco de
prolongamento do intervalo QT e/ou arritmia ventricular pode ser aumentado em casos de doses
mais elevadas, ou com o uso parenteral, particularmente na administração intravenosa.
Monitoramento contínuo do eletrocardiograma deve ser feito para prolongamento do intervalo
QT e arritmias cardíacas sérias, se Haloperidol for administrado por via intravenosa.
Haloperidol injetável é recomendado apenas para administração intramuscular (IM).
Taquicardia e hipotensão também têm sido relatadas em pacientes ocasionais.
Síndrome Neuroléptica Maligna
Como outros medicamentos antipsicóticos, Haloperidol tem sido relacionado com Síndrome
Neuroléptica Maligna, resposta idiossincrática rara caracterizada por hipertermia, rigidez
muscular generalizada, instabilidade autonômica e alteração da consciência. Hipertermia é
geralmente um sinal precoce desta síndrome. O tratamento antipsicótico deve ser descontinuado
imediatamente e instituídos terapia de suporte adequada e cuidadoso monitoramento.
Discinesia Tardia
Como em todos agentes antipsicóticos, discinesia tardia pode aparecer em alguns pacientes em
uso prolongado ou após a descontinuação. Esta síndrome é principalmente caracterizada por
movimentos involuntários rítmicos da língua, face, boca ou maxilares. As manifestações podem
ser permanentes em alguns pacientes. A síndrome pode ser mascarada quando o tratamento é
reinstituído, quando há aumento na dose ou quando há a troca para outro medicamento
antipsicótico. O tratamento deve ser descontinuado assim que possível.
Sintomas extrapiramidais
É comum de todos agentes antipsicóticos, a ocorrência de sintomas extrapiramidais, tais como
tremor, rigidez, hipersalivação, bradicinesia, acatisia e distonia aguda.
Medicamentos antiparkinsonianos do tipo anticolinérgicos podem ser prescritos se necessário,
mas não devem ser prescritos rotineiramente como medida preventiva. Se a administração
concomitante de medicamentos antiparkinsonianos é requerida, esta deve ser mantida após a
interrupção do tratamento com Haloperidol, se sua excreção for mais rápida do que a de
Haloperidol a fim de evitar o desenvolvimento ou piora dos sintomas extrapiramidais. O
médico precisa estar ciente quanto a um possível aumento da pressão intraocular quando
anticolinérgicos, incluindo agentes antiparkinsonianos, são administrados concomitantemente
com Haloperidol.
Convulsões
Foi relatado que Haloperidol pode provocar convulsões. Ele deve ser usado com cuidado em
situações predispondo a convulsões (abstinência alcoólica e doença cerebral) e em pacientes
epilépticos.
Hepatobiliares
Como Haloperidol é metabolizado pelo fígado, deve-se ter cautela em pacientes com doença
hepática. Casos isolados de anormalidades na função hepática ou hepatite, mais frequentemente
colestática, foram relatados.
Sistema endócrino
A tiroxina facilita a toxicidade do haloperidol. A terapia antipsicótica em pacientes com
hipertiroidismo deve ser administrada apenas com bastante cautela e precisa sempre ser
acompanhada por terapia para manter o estado tiroidiano. Efeitos hormonais dos medicamentos
antipsicóticos incluem: hiperprolactinemia, que pode causar galactorreia, ginecomastia,
oligorreia ou amenorreia. Casos muito raros de hipoglicemia e síndrome de secreção
inapropriada de ADH foram relatados.
Tromboembolismo venoso
Casos de tromboembolismo venoso (TEV) foram relatados com medicamentos antipsicóticos.
Já que pacientes tratados com antipsicóticos frequentemente apresentam fatores de risco
adquiridos para TEV, todos os possíveis fatores de risco para TEV devem ser identificados
antes e durante o tratamento com Haloperidol e medidas preventivas devem ser tomadas.
Considerações adicionais
Na esquizofrenia, a resposta ao tratamento pode não ser imediata. Igualmente, se o tratamento é
interrompido, o reaparecimento dos sintomas pode não ser aparente por várias semanas ou
meses. Sintomas de abstinência aguda incluindo náusea, vômito e insônia são raros, mesmo
após interrupção abrupta de altas doses de antipsicóticos. A interrupção do tratamento deve ser
gradual devido ao risco de recaídas. Como para todos os agentes antipsicóticos. Haloperidol
não deve ser usado isoladamente em casos em que a depressão é predominante. Ele deve ser
combinado com antidepressivos para tratar aquelas condições onde a depressão e a psicose
coexistem.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
Haloperidol pode reduzir a capacidade de atenção, principalmente no início do tratamento e
com doses maiores, redução essa que pode ser potencializada pela ingestão de bebidas
alcoólicas. Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois
sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.
Gravidez (Categoria C) e Lactação
Gravidez
Recém-nascidos expostos a medicamentos antipsicóticos (incluindo haloperidol) durante o
terceiro trimestre de gravidez correm o risco de apresentar sintomas extrapiramidais e/ou de
retirada, que podem variar em severidade após o parto. Estes sintomas em recém-nascidos
podem incluir agitação, hipertonia, hipotonia, tremor, sonolência, dificuldade respiratória ou
transtornos alimentares.
Em estudos populacionais amplos, nenhum aumento significativos nas anormalidades fetais foi
associado com o uso de Haloperidol. Foram descritos casos isolados de malformação fetal após
exposição ao Haloperidol, a maioria associados a outros medicamentos. Estudos em animais
demonstraram efeito teratogênico do haloperidol. Haloperidol poderá ser usado durante a
gravidez, quando os benefícios forem claramente superiores aos potenciais riscos fetais.
Lactação
Haloperidol é excretado no leite materno. Se a sua administração é considerada essencial para a
mãe, os benefícios da amamentação devem ser balanceados com os riscos potenciais. Sintomas
extrapiramidais têm sido observados em lactentes de mulheres tratadas com Haloperidol.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas, sem orientação médica
ou do cirurgião-dentista.
Uso em Idosos, crianças e outros grupos de risco
Como os pacientes idosos são sensíveis aos efeitos de Haloperidol, recomenda-se prudência na
posologia a fim de se evitar efeitos secundários extrapiramidais e possíveis alterações do apetite
e do sono. Sintomas extrapiramidais têm sido observados em lactentes de mulheres tratadas com
Haloperidol.
Como Haloperidol é metabolizado no fígado, sua utilização em pacientes com doença hepática
deve ser feita com cuidado.
A administração deve também ser cautelosa em pacientes com distúrbios cardiovasculares
graves.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Como com outros antipsicóticos, deve-se ter cautela ao prescrever haloperidol a pacientes que
utilizem medicamentos que prolonguem o intervalo QT.
O haloperidol é metabolizado por muitas vias, incluindo glicuronidação e por enzimas do
sistema do citocromo P450 (particularmente CYP 3A4 ou CYP 2D6). A inibição destas rotas do
metabolismo por outras drogas ou a diminuição da atividade enzimática da CYP2D6 pode
resultar em um aumento das concentrações de haloperidol e o aumento do risco de ocorrer
eventos adversos, incluindo prolongamento do intervalo QT. Em estudos farmacocinéticos, o
aumento leve ou moderado da concentração de haloperidol foi relatado quando o haloperidol foi
administrado concomitantemente com drogas caracterizadas como substratos ou inibidoras das
isoenzimas CYP3A4 ou CYP2D6, tais como: itraconazol, nefazodona, buspirona, venlafaxina,
alprazolam, fluvoxamina, quinidina, fluoxetina, sertralina, clorpromazina e prometazina. A
diminuição da atividade enzimática da CYP2D6 pode resultar no aumento da concentração do
haloperidol. O aumento do QTc foi observado quando o haloperidol foi dado em associação
com os inibidores metabólicos do cetoconazol (400 mg/dia) e paroxetina (20 mg/dia). Pode ser
necessário reduzir a dose do haloperidol. Deve-se ter cautela quando utilizar associações que
causem desequilíbrio eletrolítico.
Efeitos de outros medicamentos sobre o haloperidol
O uso prolongado de agentes indutores enzimáticos tais como carbamazepina, fenobarbital e
rifampicina, em associação ao Haloperidol, pode reduzir significativamente os níveis
plasmáticos do haloperidol. Neste caso, a dose de Haloperidol deverá ser reajustada, quando
necessário. Após interrupção do tratamento com tais fármacos, pode ser necessária a redução
das doses de Haloperidol. O valproato de sódio, medicamento sabidamente inibidor da
glicuronidação, não afeta a concentração plasmática do haloperidol.
Efeito do haloperidol em outros medicamentos
Como é o caso para todos os antipsicóticos, Haloperidol pode aumentar a depressão do SNC
causada por outros depressores centrais, como bebidas alcoólicas, hipnóticos, sedativos e
analgésicos potentes. Um aumento dos efeitos centrais foi relatado quando Haloperidol é
associado à metildopa.
Haloperidol pode antagonizar a ação da adrenalina e outros agentes simpatomiméticos e
reverter os efeitos hipotensores dos agentes bloqueadores adrenérgicos, tais como a guanetidina.
Haloperidol pode prejudicar o efeito antiparkinsoniano da levodopa.
O haloperidol é um inibidor da CYP 2D6. Haloperidol inibe o metabolismo de antidepressivos
tricíclicos, aumentando os níveis plasmáticos destes medicamentos.
Outras formas de interação
Em raros casos os seguintes sintomas foram relatados durante uso concomitante de lítio e
haloperidol: encefalopatia, sintomas extrapiramidais, discinesia tardia, síndrome neuroléptica
maligna, distúrbios do tronco cerebral, síndrome cerebral aguda e coma. Muitos destes sintomas
foram reversíveis. Não está estabelecido ainda se estes casos representam uma entidade clínica
distinta.
De qualquer forma, recomenda-se que naqueles pacientes que estejam sendo tratados
concomitantemente com lítio e Haloperidol, o tratamento seja interrompido imediatamente no
caso de ocorrência de tais sintomas.
Antagonismo ao efeito anticoagulante da fenidiona foi relatado.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Conservar em temperatura ambiente (entre 15° C e 30° C). Proteger da luz. Este medicamento
tem validade de 60 meses a partir da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Aspecto Físico
Haloperidol 5 mg solução injetável (solução límpida e incolor).
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
As doses sugeridas a seguir são doses médias e devem ser adequadas de acordo com a resposta
do paciente. Frequentemente, isto implica em titulação da dose para cima na fase aguda e
redução gradual na fase de manutenção, a fim de determinar a dose mínima eficaz. Doses
maiores devem ser administradas apenas em pacientes que não respondem bem às doses
menores.
Posologia
Os estudos clínicos preconizam as seguintes doses:
Administração Parenteral
Indicada nos estados agudos de agitação psicomotora ou quando a via oral é impraticável.
Injetar de 2,5 a 5 mg por via intramuscular. Repetir após cada hora, se necessário, embora
intervalos de 4 a 8 horas sejam satisfatórios. Tão logo seja possível, esta via será substituída
pela via oral.
REAÇÕES ADVERSAS
Nesta seção, as reações adversas são apresentadas. As reações adversas são eventos adversos
considerados razoavelmente associados ao uso de haloperidol, com base na avaliação
abrangente das informações disponíveis de evento adverso. Uma relação causal com o
haloperidol não pode ser estabelecida de forma confiável em casos individuais. Além disso,
como os estudos clínicos são conduzidos sob condições amplamente variadas, as taxas de
reação adversas observadas dos estudos clínicos de um medicamento não podem ser diretamente
comparadas às taxas dos estudos clínicos de outro medicamento e podem não refletir as taxas
observadas na prática clínica.
Dados de estudos clínicos
Dados de estudos clínicos duplo-cegos, controlados por placebo – reações adversas
relatadas com incidência > 1 %.
A segurança de Haloperidol (2-20mg/dia) foi avaliada em 566 indivíduos (dos quais 284 foram
tratados com Haloperidol, 282 receberam placebo) que participaram de 3 estudos clínicos
duplo-cegos, controlados por placebo, dois para o tratamento de esquizofrenia e o terceiro no
tratamento do distúrbio bipolar. As reações adversas relatadas por > 1% dos indivíduos tratados
com Haloperidol nestes estudos estão na Tabela 1.
Tabela 1. Reações adversas relatadas por ≥1% dos indivíduos tratados com Haloperidol em três
estudos duplo-cegos, paralelos, controlados com placebo, com Haloperidol.
Sistemas/Classes de órgãos
Reações adversas
Haloperidol (n=284)
%
Placebo
(n=282)
Distúrbios do sistema nervoso central
Distúrbios extrapiramidais
Hipercinesia
Tremor
Hipertonia
Distonia
Sonolência
Bradicinesia
34,2
10,2
8,1
7,4
6,3
5,3
4,2
8,5
2,5
3,6
0,7
0,4
1,1
Distúrbios oftalmológicos
Distúrbios visuais 1,8 0,4
Distúrbios gastrintestinais
Constipação
Boca seca
Hipersecreção salivar
1,8
1,2
Dados de estudos controlados com comparador ativo - Reações Adversas ao Medicamento
relatadas com incidência ≥ 1%.
Dezesseis estudos duplo-cegos controlados com comparador ativo foram selecionados para
determinar a incidência das RAMs. Nestes 16 estudos, 1295 indivíduos foram tratados com 1-45
mg/dia de Haloperidol para o tratamento da esquizofrenia. As reações adversas relatadas por ≥
1% dos indivíduos tratados com Haloperidol observados nos estudos clínicos controlados com
comparador ativo estão listados na Tabela 2.
Tabela 2. Reações adversas relatadas por ≥ 1% dos indivíduos tratados com Haloperidol nos
16 estudos duplo-cego controlados com comparador ativo, de Haloperidol.
Haloperidol (n=1295)
Distúrbios do sistema nervoso
Tontura
Acatisia
Discinesia
Hipocinesia
Discinesia tardia
4,8
2,9
2,2
1,69
Crise oculorígica 1,24
Distúrbios vasculares
Hipotensão ortostática
Hipotensão
6,6
1,47
Distúrbios do sistema reprodutor e mamário
Disfunção erétil 1,0
Investigações
Perda de peso 7,8
Dados de estudos controlados por placebo e com comparador ativo – Reações
Adversas ao Medicamento relatadas com incidência <1%.
Reações adversas adicionais que ocorreram em <1% dos indivíduos tratados com
Haloperidol em qualquer um dos estudos clínicos anteriormente mencionados estão
listados na Tabela 3.
Tabela 3. Reações adversas ao medicamento relatadas por <1% dos indivíduos tratados
com Haloperidol no estudo clinico controlado com placebo ou comparador.
Distúrbios endócrinos
Hiperprolactinemia
Distúrbios psiquiátricos
Diminuição da libido
Perda da libido
Inquietação
Disfunções motoras
Contração muscular involuntária
Síndrome neuroléptica maligna
Nistagmo
Parkinsonismo
Sedação
Visão embaçada
Distúrbios cardíacos
Taquicardia
Distúrbios do tecido conectivo e musculoesquelético
Trismo
Torcicolo
Rigidez muscular
Espasmo muscular
Rigidez musculoesquelética
Contração muscular
Amenorréia
Desconforto nas mamas
Dor nas mamas
Galactorréia
Disminorréia
Disfunção sexual
Distúrbios menstruais
Menorragia
Distúrbios gerais e condições no local da aplicação
Distúrbios da marcha
Dados pós-comercialização
Eventos adversos inicialmente identificados como reações adversas durante a experiência pós-
comercialização com haloperidol estão apresentados a seguir, por frequência da categoria
estimada a partir de taxas de relatos espontâneos. A revisão pós-comercialização foi baseada na
revisão de todos os casos que foram relatados com o uso de haloperidol (em ambos haloperidol
e decanoato de haloperidol).
Reação muito rara (< 1/10000), incluindo casos isolados:
- Distúrbios do sistema sanguíneo e linfático: agranulocitose, pancitopenia, trombocitopenia,
leucopenia e neutropenia.
- Distúrbios do sistema imunológico: reação anafilática, hipersensibilidade.
- Distúrbios endócrinos: secreção inapropriada do hormônio antidiurético.
- Distúrbios do metabolismo e nutricionais: hipoglicemia.
- Distúrbios psiquiátricos: transtorno psicótico, agitação, estado confusional, depressão e
insônia.
- Distúrbios do sistema nervoso: convulsão e cefaleia.
- Distúrbios cardíacos: Torsade de Pointes, fibrilação ventricular, taquicardia ventricular,
extrassístole.
- Distúrbios do mediastino, respiratório e torácico: broncoespasmo, laringoespasmo, edema de
laringe, dispneia.
- Distúrbios gastrintestinais: vômito e náusea.
- Distúrbios hepatobiliares: insuficiência hepática aguda, hepatite, colestase, icterícia,
anormalidade no teste da função hepática.
- Distúrbios da pele e do tecido subcutâneo: vasculite leucocitoclástica, dermatite esfoliativa,
urticária, reação de fotossensibilidade, erupção cutânea, prurido, hiperidrose.
- Distúrbios renais e urinários: retenção urinária.
- Gravidez, puerpério e condições perinatais: síndrome neonatal de retirada do medicamento.
- Distúrbios do sistema reprodutivo e das mamas: priapismo e ginecomastia.
- Distúrbios gerais e condições no local de aplicação: morte súbita, edema de face, edema,
hipotermia e hipertermia.
- Investigações: prolongamento do intervalo QT, perda de peso.
Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a
Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Sinais e Sintomas
Geralmente, os sintomas de superdose de haloperidol constituem uma exacerbação dos efeitos
farmacológicos e reações adversas já referidas, predominando as reações graves do tipo
extrapiramidal, hipotensão e sedação. A reação extrapiramidal é manifestada por rigidez
muscular e por tremor generalizado ou localizado. Pode ocorrer hipertensão, em vez de
hipotensão. Em casos extremos, o paciente pode apresentar-se comatoso, com depressão
respiratória e hipotensão, às vezes grave o suficiente para determinar um estado de choque.
Existe também um risco de arritmias ventriculares possivelmente associadas a um
prolongamento do intervalo QT.
Tratamento
Como não existem antídotos específicos, o tratamento é principalmente de suporte. Carvão
ativado pode ser administrado. Para pacientes comatosos, as vias aéreas devem ser
restabelecidas através do uso de uma via orofaríngea ou tubo endotraqueal. ECG e sinais vitais
devem ser monitorizados até que estejam normais. Arritmias cardíacas severas deverão ser
tratadas com medidas antiarrítmicas adequadas. Hipotensão e colapso circulatório devem ser
controlados com infusão de soro, plasma ou albumina concentrada e agentes vasopressores
(dopamina, noradrenalina). Não utilizar adrenalina, que pode causar hipotensão grave quando
usada com Haloperidol.
Em casos de reações extrapiramidais importantes, administrar medicação antiparkinsoniana (por
exemplo, mesilato de benzatropina, 1 a 2 mg IM ou IV) por via parenteral.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.