Bula do Ipraneo produzido pelo laboratorio Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
IPRANEO®
(brometo de ipratrópio)
Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.A.
Solução para Inalação
0,25mg/mL
Ipraneo®
solução para inalação - Bula para o profissional da saúde 1
I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO:
brometo de ipratrópio
APRESENTAÇÕES
Embalagens contendo 1 frasco com 20mL
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: INALATÓRIA
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada mL (20 gotas*) da solução para inalação contém:
brometo de ipratrópio (equivalente a 0,202mg de ipratrópio)...................................................... 0,25mg
veículo q.s.p…………………………............................................................................................... 1mL
(cloreto de benzalcônio, edetato dissódico, cloreto de sódio, ácido clorídrico e água.)
*Cada gota contém 0,0125mg de brometo de ipratrópio.
solução para inalação - Bula para o profissional da saúde 2
II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE:
Ipraneo®
é indicado como broncodilatador para o tratamento de manutenção do broncoespasmo associado
à doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que inclui bronquite crônica e enfisema.
solução para inalação também é indicado em combinação com medicação beta-2-agonista no
tratamento do broncoespasmo agudo associado à asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC),
incluindo bronquite crônica.
Em estudos controlados de 85-90 dias em pacientes com broncoespasmo associado à doença pulmonar
obstrutiva crônica (bronquite crônica e enfisema), observou-se uma significante melhora na função
pulmonar dentro de 15 minutos, alcançando o pico em 1 a 2 horas e persistindo, por 4-6 horas.
O efeito broncodilatador de brometo de ipratrópio no tratamento do broncoespasmo agudo associado à
asma foi demonstrado em estudos realizados em adultos e crianças acima de 6 anos de idade. Na maioria
destes estudos brometo de ipratrópio foi administrado em combinação com um beta-agonista inalatório.
1. Summers Q. Tarala RA. Nebulized ipratropium in the treatment of acute asthma. Chest
1990;97(2):425-429.
2. Roeseler J, Reynaert MS. A comparison of fenoterol and fenoterol - ipratropium nebulisation treatment
in acute asthma. A short report. Acta Ther 1987;13:571-578.
3. Watson WTA, Becker AB, Simons FER. Comparison of ipratropium solution, fenoterol solution, and
their combination administered by nebulizer and face mask to children with acute asthma. J Allergy
Clin Immunol 1988;82(6):1012-1018.
Farmacodinâmica
Ipraneo®
tem como princípio ativo o brometo de ipratrópio, que é um composto de amônio quaternário
com propriedades anticolinérgicas (parassimpaticolíticas). Em estudos pré-clínicos, parece inibir os
reflexos mediados pelo vago por antagonismo do receptor da acetilcolina, o neurotransmissor liberado
pelo nervo vago. Agentes anticolinérgicos previnem o aumento da concentração intracelular de cálcio
provocado pela interação da acetilcolina com o receptor muscarínico no músculo liso dos brônquios.
A liberação de cálcio é mediada pelo sistema de segundo mensageiro que consiste em IP3 (inositol
trifosfato) e DAG (diacilglicerol).
A broncodilatação observada após a inalação de Ipraneo®
(brometo de ipratrópio) é devido primariamente
a sua ação local e específica para o pulmão, não apresentando natureza sistêmica.
Evidências pré-clínicas e clínicas não sugerem qualquer efeito predudicial de brometo de ipratrópio sobre
a ação secretora da mucosa brônquica, na depuração mucociliar ou troca gasosa.
Farmacocinética
O efeito terapêutico de Ipraneo®
é produzido por ação local nas vias aéreas. A broncodilatação e a
farmacocinética sistêmica não correm em paralelo. O efeito inicia-se dentro de poucos minutos após a
inalação. Em pacientes asmáticos, cerca de 50% do efeito broncodilatador do brometo de ipratrópio surge
em torno de 3 minutos e 80% de seu efeito em até 30 minutos após sua inalação.
Após inalação, 10 a 30% da dose deposita-se nos pulmões, dependendo da formulação e da técnica de
inalação. A maior parte da dose é deglutida e passa para o trato gastrintestinal.
A porção da dose depositada nos pulmões atinge rapidamente a circulação (dentro de minutos).
A excreção renal cumulativa (0-24 horas), do composto inalterado é de aproximadamente 46% de uma
dose administrada por via endovenosa, abaixo de 1% de uma dose oral e cerca de 3-13% de uma dose
inalada. Baseado nestes dados, a biodisponibilidade sistêmica da dose oral e inalada de brometo de
ipratrópio é estimada em 2% e 7-28%, respectivamente.
Levando isso em consideração, a ingestão de parte da dose de brometo de ipratrópio não contribui de
forma relevante para exposição sistémica.
Os parâmetros farmacocinéticos que descrevem a distribuição de ipratrópio foram calculados a partir das
concentrações plasmáticas após administração IV. É observado um rápido declínio bifásico das
concentrações plasmáticas. O volume de distribuição no estado estacionário (Vdss) é de
aproximadamente 176L (≈ 2,4L/kg). Menos de 20% da droga liga-se às proteínas plasmáticas. O
ipratrópio por ser uma amina quaternária não atravessa a barreira hematoencefálica.
A meia-vida da fase terminal de eliminação é de aproximadamente 1,6 horas.
A depuração total do ipratrópio é de 2,3L/min e a depuração renal de 0,9L/min. Após administração
endovenosa, cerca de 60% da dose é metabolizada, provavelmente em sua maioria, por oxidação hepática.
solução para inalação - Bula para o profissional da saúde 3
Em um estudo sobre balanço da excreção, a excreção renal cumulativa (6 dias) do fármaco radioativo
(incluindo sua forma inalterada e seus metabolitos) representou 72,1% após a administração endovenosa,
9,3% após a administração oral e 3,2% após a inalação. A radioatividade total excretada pelas fezes foi de
6,3% após administração endovenosa, 88,5% após uso oral e 69,4% após a inalação. Em relação a
excreção do composto radioativo após a administração endovenosa, ela ocorre principalmente através dos
rins. A meia-vida de eliminação do fármaco-radioativo (a substância ativa e metabolitos) é de 3,6 horas.
Os principais metabólitos urinários se ligam fracamente ao receptor muscarínico e devem ser
considerados inefetivos.
Ipraneo®
é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade conhecida à atropina ou aos seus
derivados e/ou a qualquer dos componentes da fórmula.
Podem ocorrer reações de hipersensibilidade imediata após administração de Ipraneo®
, como
demonstrado por casos raros de urticária, edema angioneurótico, erupção da pele, broncoespasmo, edema
orofaríngeo e anafilaxia.
Ipraneo®
deve ser usado com prudência em pacientes com predisposição a glaucoma de ângulo fechado
ou com patologia obstrutiva do trato urinário inferior pré-existente (como obstrução do colo da bexiga ou
hiperplasia da próstata).
Pacientes com fibrose cística podem estar mais sujeitos a distúrbios na motilidade gastrintestinal.
Embora raros, já foram relatados complicações oculares (como midríase, aumento da pressão intraocular,
glaucoma de ângulo fechado e dor ocular) quando o conteúdo de aerossois contendo brometo de
ipratrópio, combinado ou não com beta-2-agonistas, atingiu inadvertidamente os olhos.
Desconforto ou dor ocular, visão turva, visão de imagens coloridas ou halos em associação com olhos
avermelhados decorrentes de congestão conjuntiva e edema de córnea podem ser sinais de glaucoma de
ângulo fechado. Desenvolvendo-se qualquer desses sintomas, deve-se administrar soluções mióticas e
procurar um especialista imediatamente.
Os pacientes devem ser orientados quanto à correta administração de Ipraneo®
solução para inalação.
Deve-se tomar cuidado para não expor os olhos à solução para inalação. Recomenda-se que a solução
nebulizada seja administrada através de um bocal. Se este não estiver disponível e for utilizada uma
máscara para nebulização, esta deve ajustar-se perfeitamente. Pacientes com predisposição a glaucoma
devem ser alertados especificamente a proteger os olhos.
solução para inalação contém cloreto de benzalcônio como conservante, e edetato dissódico di-
hidratado como estabilizante. Quando inalados estes componentes podem causar broncoespasmo em
pacientes sensíveis com hiperreatividade das vias aéreas.
Não foram realizados estudos sobre os efeitos na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas. No
entanto, os pacientes devem ser advertidos de que durante o tratamento com Ipraneo®
podem ocorrer
efeitos indesejáveis tais como tonturas, distúrbio na acomodação visual, midríase e visão turva. Portanto,
deve-se recomendar cautela ao dirigir automóveis ou operar máquinas. Se os pacientes apresentarem os
eventos adversos mencionados acima devem evitar tarefas potencialmente perigosas como dirigir ou
operar máquinas.
Gravidez, Lactação e Fertilização
A segurança do uso de Ipraneo®
durante a gravidez não está estabelecida. Os benefícios com o uso de
durante a gravidez ou quando há suspeita de gravidez devem ser considerados contra o possível
perigo ao feto. Estudos pré-clínicos não mostraram efeitos embriotóxicos nem teratogênicos após inalação
ou aplicação intranasal de doses consideravelmente mais altas que as recomendadas para o ser humano.
está classificado na categoria B de risco na gravidez.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
Não se sabe se o brometo de ipratrópio é excretado no leite materno. Embora cátions quaternários
insolúveis em lipídios passem para o leite materno, não é de se esperar que o brometo de ipratrópio
alcance o lactente de maneira importante, quando administrado por via inalatória à lactante. Entretanto,
como muitas drogas são excretadas no leite materno, brometo de ipratrópio deve ser administrado com
cuidado a lactantes.
Estudos pré-clínicos realizados com brometo de ipratrópio não mostraram nenhum evento adverso na
fertilidade. Não há dados clínicos disponíveis para o brometo de ipratrópio sobre a fertilidade.
Agentes beta-adrenérgicos (como fenoterol, salbutamol, isoxsuprina, piperidolato e terbutalina) e
derivados de xantina (como aminofilina e bamifilina) podem intensificar o efeito broncodilatador.
O risco de glaucoma agudo em pacientes com histórico de glaucoma de ângulo fechado pode aumentar
com a administração simultânea de brometo de ipratrópio nebulizado e betamiméticos (como fenoterol,
salbutamol, salmeterol).
7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO
Ipraneo®
deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original
Características organolépticas: solução límpida incolor.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
A posologia deve ser adaptada conforme as necessidades do paciente, que deve ser mantido sob
supervisão médica durante o tratamento.
Aconselha-se a não exceder a dose diária recomendada durante o tratamento de manutenção ou da crise
aguda.
Se o tratamento não produzir melhora significativa, ou se houver piora do paciente, deverá ser
determinado um novo esquema terapêutico. Os pacientes devem ser instruídos a procurar imediatamente
o médico em caso de dispneia aguda ou piora rápida da mesma.
A menos que seja prescrito de modo diferente, recomenda-se a seguinte dosagem:
Cada 1mL (20 gotas) de Ipraneo®
solução para inalação contém 0,25mg de brometo de ipratrópio, que
correspondem a 0,202mg de ipratrópio. Cada gota contém 0,0125mg de brometo de ipratrópio
Tratamento de manutenção
• Adultos (incluindo idosos e adolescentes acima de 12 anos): 2mL (40 gotas = 0,5mg), 3 a 4 vezes
ao dia.
• Crianças entre 6-12 anos: 1,0mL (20 gotas = 0,25mg), 3 a 4 vezes ao dia.
• Crianças com menos de 6 anos: 0,4-1,0mL (8-20 gotas = 0,1 a 0,25mg), 3 a 4 vezes ao dia.
Devido à informação limitada nesta faixa etária, Ipraneo®
só deve ser administrado a crianças até 12 anos
sob supervisão médica.
Tratamento da crise aguda
• Adultos (incluindo idosos e adolescentes acima de 12 anos): 2mL (40 gotas = 0,5mg).
• Crianças entre 6-12 anos: 1,0mL (20 gotas = 0,25mg).
• Crianças com menos de 6 anos: 0,4-1,0mL (8-20 gotas = 0,1-0,25mg).
As doses acima podem ser repetidas até que o paciente se estabilize. O intervalo entre as doses deve ser
determinado pelo médico. Ipraneo®
pode ser administrado em associação com um beta-agonista
inalatório.
Doses diárias acima de 2mg para adultos e crianças acima de 12 anos, e 1mg para crianças menores de 12
anos de idade, devem ser administradas sob supervisão médica.
sob supervisão de um adulto.
Modo de usar
A dose recomendada deve ser diluída em solução fisiológica até um volume final de 3-4mL. A solução
diluída deve ser nebulizada e inalada até ser totalmente consumida. A solução sempre deve ser diluída
antes de cada utilização. Qualquer quantidade residual da solução deve ser eliminada. A dose pode
depender do modo de inalação e da qualidade da nebulização.
A duração da inalação pode ser controlada pelo volume de diluição. Ipraneo®
pode ser utilizado com
qualquer aparelho de nebulização comercialmente disponível. Onde houver oxigênio disponível, a
solução é melhor administrada com fluxo de 6 a 8 litros/minuto.
Ipraneo®
solução para inalação pode ser combinado com mucolíticos como o ambroxol e a bromexina e
com beta-2-agonistas como o fenoterol em solução para inalação.
solução para inalação - Bula para o profissional da saúde 5
não deve ser misturado com cromoglicato dissódico no mesmo nebulizador, pois pode ocorrer
precipitação do produto.
Muitos dos eventos adversos listados podem ser atribuídos às propriedades anticolinérgicas de brometo de
ipratrópio. Assim como acontece com todo inalatório, no tratamento com Ipraneo®
podem ocorrer
sintomas de irritação local. Os eventos adversos foram identificados a partir de dados obtidos em estudos
clínicos e pela farmacovigilância durante o uso após a aprovação do medicamento.
– Reações comuns (> 1/100 e <1/10): cefaleia; tontura; irritação na garganta; tosse; boca seca; náusea;
distúrbios da motilidade gastrintestinal.
– Reação incomum (> 1/1.000 e < 1/100): hipersensibilidade; reação anafilática; visão turva; midríase;
aumento da pressão intra-ocular; glaucoma; dor ocular; visão de halos; hiperemia conjuntival; edema de
córnea; palpitações; taquicardia supraventricular; broncoespasmo; broncoespasmo paradoxal; espasmo da
laringe; edema oro-faríngeo; garganta seca; diarreia; constipação; vômito; estomatite; erupção cutânea;
prurido, edema angioeneurótico, retenção urinária.
– Reação rara (>1/10.000 e < 1/1.000): distúrbios na acomodação visual; fibrilação atrial; aumento da
frequência cardíaca (taquicardia); urticária.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária-
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/ hotsite/notivisa/ index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.