Bula do Iruxol produzido pelo laboratorio Abbott Laboratórios do Brasil Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
IRUXOL®
(colagenase + cloranfenicol)
ABBOTT LABORATÓRIOS DO BRASIL LTDA.
Pomada dermatológica
0,6 U/g + 10 mg/g
BU 04_IRUXOL_POM DERM_Profissional_Anvisa 1
Abbott Laboratórios do Brasil Ltda Rua Michigan 735, Brooklin
São Paulo - SP
CEP: 04566-905
Tel: 55 11 5536 7000
Fax: 55 11 5536 7126
MODELO DE BULA PARA O PROFISSIONAL DE SAÚDE
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO:
IRUXOL
colagenase
cloranfenicol
APRESENTAÇÕES
Pomada dermatológica:
-0,6U/g + 10mg/g (colagenase/cloranfenicol): embalagens com 1 bisnaga de 15 g, 30 g ou 50 g.
-0,6U/g + 10mg/g (colagenase/cloranfenicol): embalagem hospitalar com 50 bisnagas de 30 g.
USO TÓPICO
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada g de pomada contém:
colagenase .................... 0,6 U
cloranfenicol .................. 0,01 g
Excipientes: parafina líquida e vaselina.
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
GYNO IRUXOL®
(colagenase e cloranfenicol) é destinado ao tratamento da eliminação de tecidos
necrosados e restos de tecidos após a cauterização e intervenção no colo do útero, cervicites
erosivas, vaginites ulcerativas, vaginites, cervicites pós-parto, episiorrafias e colpoperineorrafias.
Artigo de revisão evidenciou as vantagens da colagenase na prática clínica: remove seletivamente o
tecido morto pela clivagem de filamentos de colágeno; procedimento indolor sem sangramento,
pode ser utilizado em instalações de cuidados a longo prazo e em atendimento domiciliar; pode ser
usado em combinação com desbridamento mecânico; aumenta a formação de tecido de granulação;
promove a atração de células inflamatórias e fibroblastos para a ferida.1
Estudo duplo cego avaliou a eficácia e tolerabilidade de três formulações de limpeza enzimática de
feridas (colagenase/cloranfenicol = I; DNAse fibrinolisina = F; e concentrado de colagenase = Im).
Não houve diferença de eficácia e tolerabilidade entre os produtos com colagenase, mas ambos
diferem significativamente de F (p< 0,005). A colagenase proporciona rápida cicatrização da ferida
(média de 9 dias versus 20 dias F). Os autores concluíram que os produtos com colagenase devem
ser considerados como superiores às formulações inespecíficas. 2
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Referências Bibliográficas
1. Jung W et al. Considerations for the use of Clostridial Collagenase in Clinical Practice. Clin
Drug Invest. 1998 Mar; 15(3): 245-252.
2. Helaly P et al. Wound healing impairment and topical enzymatic therapy: A multicentre double-
blind study. Swiss Medical Journal (PRAXIS) 1988; 77(52): 1428-34.
Descrição
GYNO IRUXOL®
(colagenase e cloranfenicol) é uma associação de colagenase com cloranfenicol
e é utilizado como agente desbridante em lesões superficiais, promovendo a limpeza enzimática das
áreas lesadas, retirando ou dissolvendo, enzimaticamente, tecidos necrosados e crostas.
A colagenase contribui para a formação de tecido de granulação e subsequente reepitelização de
úlceras da pele. O colágeno de tecido sadio ou do tecido de granulação recentemente formado não é
afetado pela colagenase. Não se dispõe de informações sobre a absorção da colagenase através da
pele ou de suas concentrações nos líquidos orgânicos associadas a efeitos terapêuticos e/ou tóxicos,
grau de ligação às proteínas plasmáticas, grau de recaptação por algum órgão em particular, ou pelo
feto, e sobre a passagem através da barreira hemoliquórica.
Propriedades farmacodinâmicas
A colagenase é uma preparação liofilizada obtida a partir de filtrados purificados de culturas de
Clostridium histolyticum, que contém a clostridiopeptidase A com proteases associadas como
componente ativo.
O cloranfenicol é um antibiótico bacteriostático de amplo espectro derivado de Streptomyces
venezuelae. É solúvel em água e propilenoglicol; muito solúvel em metanol, etanol, butanol e
acetona; pouco solúvel em éter; insolúvel em benzeno.
Mecanismo de ação e efeitos farmacodinâmicos
A colagenase é uma enzima proteolítica que apresenta a propriedade de decompor o colágeno em
seu estado natural ou desnaturado devido a sua alta especificidade ao colágeno.
A cicatrização da ferida é acelerada se não houver tecido necrosado no ferimento. Há diferentes
métodos de limpar essa ferida.
A aplicação tópica de enzimas hidrolíticas é um método não traumático. A colagenase é indicada
para o desbridamento de feridas, digerindo e removendo o tecido necrosado e, consequentemente,
promovendo o processo de cicatrização. O tecido necrosado está fixado à superfície da ferida
através de filamentos de colágeno e só pode ser removido enzimaticamente após a digestão desses
filamentos. Colagenases são as únicas enzimas proteolíticas capazes de digerir filamentos de
colágeno natural. Essas enzimas atacam a região apolar das fibras de colágeno, que são formadas
por sucessivos tripeptídeos com sequência específica de aminoácidos glicina, prolina e
hidroxiprolina ou outro aminoácido. Através da clivagem da região apolar, a fibra colágena é
quebrada em peptídeos com alto peso molecular, que podem ser completamente digeridos por
peptidases específicas para colágeno e proteases não específicas.
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Devido a sua especificidade pelo substrato, o efeito isolado da colagenase não é suficiente para o
desbridamento de feridas, pois não afeta proteínas fibrosas ou globulares. A ação combinada da
colagenase com proteínas associadas garante a digestão de todos os componentes proteicos da
ferida, intensificando o efeito de limpeza da ferida.
O cloranfenicol é um antibiótico de largo espectro com ação contra bactérias gram-positivas e
gram-negativas e pouca evidência de resistência adquirida. O cloranfenicol inibe a síntese de
proteína bacteriana por anexar reversivelmente à subunidade 50S do ribossomo bacteriano. O
cloranfenicol é primariamente bacteriostático, portanto, após a descontinuação da droga, a síntese
de proteínas bacterianas começa novamente. Bactérias frequentemente isoladas de infecções
cutâneas e oculares e susceptíveis ao cloranfenicol são: espécies de Enterobacter, incluindo
Escherichia coli (MIC90 3-12 µg/ml); Haemophilus influenzae; espécies de Klebsiella; espécies
de Moraxella; espécies de Neisseria; Staphilococcus aureus (MIC90 3-12 µg/ml); streptococci
incluindo Streptococcus pneumoniae (MIC90 1-8 µg/ml) (pneumococos). Cloranfenicol pode
também ser eficaz contra a clamídia.
Dados de segurança pré-clínica
Toxicologia
Do ponto de vista toxicológico, a colagenase é bem tolerada. Dificilmente há alguma toxicidade
aguda; pele e mucosa saudáveis não são significantemente afetadas. Nenhum sinal de potencial
alergênico ou intolerabilidade sistêmica foi observado depois da aplicação tópica na pele intacta ou
com ferimentos.
De acordo com resultados de estudos imunológicos, não há evidências de absorção sistêmica de
colagenase após aplicação na pele intacta ou em áreas de ulceração. Portanto, não foram
desenvolvidos extensos estudos toxicológicos. Estudos de reprodução, mutagenicidade e
carcinogênese não foram realizados.
Propriedades farmacocinéticas
O efeito ótimo da colagenase se dá após 8 a 12 horas da aplicação e tem a duração de até 24 horas.
Anticorpos anticolagenase ou colagenase não foram detectados no sangue de pacientes com lesões
de pele tratadas topicamente com colagenase por até nove semanas.
Pesquisas clínicas que envolveram tratamento de pacientes com uma preparação enzimática de
Clostridium histolyticum na forma de pomada reportaram os mesmos resultados. Além disso, não
houve evidência de absorção de colagenase em um estudo de quatro semanas com macacos
(Macaca arctoides) com traumas de pele comuns, nem tampouco as amostras séricas desses
animais revelaram anticorpos anticolagenase precipitantes.
Consequentemente colagenase não é absorvida através da pele necrosada inflamada, inclusive,
parece ser inativada e digerida na própria área necrosada. Seria como se os produtos da degradação
das enzimas contidas na pomada de colagenase se tornassem parte da porção endógena de
peptídeos e aminoácidos.
GYNO IRUXOL®
(colagenase e cloranfenicol) é contraindicado em casos de hipersensibilidade à
colagenase, ao cloranfenicol ou a qualquer outro componente da fórmula do produto (ver
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COMPOSIÇÃO), e a pacientes com conhecida ou histórico familiar de doenças
hematológicas/discrasias sanguíneas (ex.: panmielopatia, icterícia hemolítica e anemia aplástica).
Também é contraindicado em pacientes com queimaduras extensas.
A absorção de cloranfenicol não pode ser excluída, portanto, reações adversas sistêmicas
teoricamente podem ocorrer.
Evitar o contato da pomada com os olhos e com a mucosa da cavidade oral.
A variação de pH ideal para a colagenase situa-se entre 6 e 8. Condições de pH mais baixo ou mais
alto diminuem a atividade enzimática e devem ser tomadas precauções apropriadas. Assim, deve-se
evitar o uso de compressas contendo íons metálicos ou soluções ácidas que baixam o pH.
A colagenase deve ser utilizada com cautela em pacientes debilitadas devido à um risco aumentado
de bacteremia e/ou sepse bacteriana.
Recomenda-se aplicar a pomada, cuidadosamente, dentro da área lesada.
A fim de se evitar a possibilidade de reinfecção, deve-se observar rigorosa higiene pessoal durante
a utilização do produto. O uso prolongado de antibióticos pode, ocasionalmente, resultar no
desenvolvimento de microorganismos não susceptíveis, inclusive fungos. Caso isto ocorra, deve-se
descontinuar o tratamento e tomar as medidas adequadas.
Se não houver melhora após 14 dias, o tratamento com GYNO IRUXOL®
(colagenase e
cloranfenicol), deverá ser descontinuado.
A absorção sistêmica de cloranfenicol não pode ser excluída após aplicação tópica. Reações
adversas graves hematológicas, incluindo a supressão da medula óssea e anemia aplástica têm sido
reportadas após o uso de cloranfenicol tópico. Deve ser evitada a administração concomitante de
cloranfenicol com outros medicamentos que possam deprimir a função da medula óssea.
Cuidados e advertências para populações especiais:
Uso na gravidez: não foram realizados estudos em mulheres grávidas. A absorção de
cloranfenicol não pode ser excluída, portanto GYNO IRUXOL®
(colagenase e cloranfenicol) não
deve ser utilizado durante a gravidez.
Categoria de risco: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Uso na lactação: como a colagenase não atravessa a circulação sistêmica, a excreção no leite
materno é improvável. Porém, como a absorção de cloranfenicol não pode ser excluída, não se
recomenda o uso de GYNO IRUXOL®
(colagenase e cloranfenicol) durante a amamentação.
Uso pediátrico: não há justificativa, baseando-se na indicação do produto, para o uso desta
apresentação em crianças.
Gênero: não há justificativa, baseando-se na indicação terapêutica e via de administração do
produto, para uso desta apresentação em homens.
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Tel: 55 11 5536 7000
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Uso em idosos: não existem, até o momento, restrições ou recomendações especiais para o uso por
pacientes idosos.
Efeitos na capacidade de dirigir ou operar máquinas: é improvável que colagenase exerça
GYNO IRUXOL®
(colagenase e cloranfenicol) não deve ser utilizado na presença de antissépticos,
metais pesados, detergentes, hexaclorofeno, sabões ou soluções ácidas, pois a atividade da
colagenase será inibida. Havendo suspeita de utilização dos materiais referidos acima, o local
deverá ser cuidadosamente limpo por lavagens repetidas com solução salina normal antes da
aplicação da pomada.
Tirotricina, gramicidina e tetraciclinas não devem ser utilizadas localmente com colagenase.
A administração concomitante de cloranfenicol com outros medicamentos que possam causar
depressão da medula óssea deve ser evitada.
Foram relatadas interações entre o cloranfenicol e outras substâncias, sendo o potencial significado
clínico não estabelecido em relação ao uso tópico da pomada de GYNO IRUXOL®
(colagenase e
cloranfenicol). São elas: alfentanil, clorpropamida, fenitoína, tolbutamida, varfarina, fenobarbital
(diminui o metabolismo dessas substâncias e aumenta sua concentração plasmática), rifampicina
(aumenta o metabolismo do cloranfenicol), vitamina B12, preparações contendo ferro ou agentes
mielossupressores (aumenta o grau de supressão da medula óssea).
Materiais de limpeza tais como peróxido de hidrogênio (água oxigenada), líquido de Dakin
(solução diluída de hipoclorito de sódio) e solução salina normal (0,9 %) são compatíveis com
(colagenase e cloranfenicol) pomada.
GYNO IRUXOL
(colagenase e cloranfenicol) deve ser armazenado dentro da sua embalagem
original. Conservar em temperatura ambiente (temperatura entre 15 e 30ºC).
Durante a fabricação do produto é possível a entrada de ar na bisnaga, porém, isto não afeta o peso
final nem a qualidade do produto.
Prazo de validade: se armazenado nas condições recomendadas, o medicamento se manterá próprio
para consumo pelo prazo de validade de 36 meses, a partir da sua data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Características físicas e organolépticas
GYNO IRUXOL®
(colagenase e cloranfenicol) apresenta-se como uma pomada lipofílica de
coloração amarronzada clara de odor característico.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
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CEP: 04566-905
Tel: 55 11 5536 7000
Fax: 55 11 5536 7126
Deve-se fazer rigorosa higiene local antes da utilização do produto.
Posologia
Não é necessário aplicar uma quantidade de produto maior do que a indicada, pois o processo de
limpeza não será mais eficaz.
A. Cervicite e vaginite discretas:
Introduza na vagina, todas as noites ao deitar, aproximadamente 5 g de pomada. O tratamento deverá
continuar até acabar o conteúdo de uma ou duas bisnagas de 30 g (cerca de 6 a 12 aplicações),
segundo orientação médica.
B. Cervicite e vaginite graves:
O tratamento deve ser iniciado por ocasião da primeira consulta da paciente ao médico, pela
aplicação intravaginal do conteúdo de toda a bisnaga, tamponando-se depois o canal vaginal. O
tamponamento deve ser retirado no dia seguinte. Outras aplicações podem ser necessárias a critério
médico.
Instruções para uso do aplicador:
1. Retire a tampa da bisnaga. Perfure o selo com o estilete da tampa;
2. Encaixe o aplicador fechado na bisnaga;
3. Mantendo o conjunto em posição vertical, aperte a base da bisnaga até que o êmbolo tenha saído
completamente;
4. Destaque o aplicador e feche novamente a bisnaga;
5. Introduza o aplicador na vagina o mais profundamente possível e pressione o êmbolo para
dentro até completo esvaziamento. Após a utilização, o aplicador pode ser descartado.
6. Se não houver melhora após 14 dias, o tratamento com GYNO IRUXOL®
(colagenase e
cloranfenicol) deve ser descontinuado.