Bula do Jumexil produzido pelo laboratorio Chiesi Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Jumexil®
cloridrato de selegilina
APRESENTAÇÕES
Comprimidos. Cada comprimido contém 5 mg de cloridrato de selegilina. Cartuchos com
20 comprimidos.
Drágeas. Cada drágea contém 10 mg de cloridrato de selegilina. Cartuchos com 30
drágeas.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido contém:
cloridrato de selegilina .............................................................................. 5 mg
Excipientes q.s.p. ........................................................................................1 comprimido
Excipientes: lactose, povidona, metilcelulose, estearato de magnésio e amido.
Cada drágea contém:
cloridrato de selegilina .............................................................................. 10 mg
Excipientes q.s.p. ............................................................................................. 1 drágea
Excipientes: lactose, amido, sacarose, povidona, estearato de magnésio, talco,
metilcelulose, carbonato de cálcio, dióxido de titânio, dióxido de silício, hidróxido de
alumínio, cera de carnaúba, cera de abelha e indigotina laca de alumínio.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Jumexil®
é indicado para o tratamento da Doença de Parkinson idiopática em
combinação com levodopa ou levodopa e carbidopa. Jumexil®
também é indicado no
tratamento da síndrome psicorgânica primária.
Shoulson (1992) discutiu a eficácia da selegilina na progressão da incapacidade na
Doença de Parkinson recente e chegou à seguinte conclusão: a selegilina (10 mg/dia)
retarda o início da incapacidade associada à Doença de Parkinson recente ou não
tratada. Permanece incerto se esse benefício foi derivado dos mecanismos que são
sintomáticos (dopaminérgicos), protetores (antineurotóxicos) ou ambos. (EBADI et al.,
2002).
Um estudo clínico controlado por placebo, duplo-cego e de braços paralelos foi
conduzido com selegilina como tratamento inicial de pacientes com Doença de
Parkinson sem prévia exposição ao tratamento. A incapacidade foi menos frequente no
grupo tratado com selegilina do que no grupo controle (placebo). Segundo este estudo,
o atraso da necessidade do início do tratamento com levodopa é antes uma
consequência de seus efeitos sintomáticos do que um possível retardo na progressão
da doença. (MAGYAR et al., 2004).
Um grande estudo intitulado DATATOP incluiu 800 pacientes que foram randomizados
para receber ou selegilina, tocoferol (vitamina E), ou a combinação destes dois
fármacos ou placebo. O estudo demonstrou claramente que a progressão dos sintomas
da Doença de Parkinson foi sensivelmente amenizada e que a necessidade de começar
a terapia com levodopa pode ser significativamente retardada com selegilina.
(HEINONEN e MYLLYLÄ, 1998).
Birkmayer e colaboradores relataram um estudo retrospectivo aberto no qual pacientes
com Doença de Parkinson que receberam selegilina mais levodopa tiveram menos
incapacidade e tiveram sua expectativa de vida aumentada comparada com pacientes
tratados somente com levodopa. (OLANOW et al., 1998).
Um estudo multicêntrico conduzido na França investigou se a incapacidade de
pacientes com Doença de Parkinson sem exposição prévia ao tratamento com
selegilina poderia obter melhora durante os três primeiros meses de monoterapia com
selegilina 10 mg/dia. O estudo duplo-cego, randomizado, controlado por placebo foi
conduzido com 93 pacientes distribuídos em treze centros. A selegilina foi considerada
significativamente melhor do que o placebo em ambos os escores de avaliação motora
e de depressão. (KOLLER, 1996).
Referências Bibliográficas:
- HEINONEN, E. H.; MYLLYLÄ, V. Safety of selegiline (Deprenyl) in the
treatment of Parkinson’s disease. Drug Safety. 1998; 19(1):11-22..
- KOLLER, W. C. Selegiline monotherapy in the treatment of Parkinson’s
disease. Neurology. 1996; 47(6 Suppl 3):S196-9.
- MAGYAR, K. et al. Pharmacological aspects of (-)-Deprenyl. Current Medicinal
Chemistry. 2004; 11(15):2017-2031.
- OLANOW, C.W.; MYTILINEOU, C.; TATTON, W. Current status of selegiline as
a neuroprotective agent in Parkinson’s disease. Movement disorders. 1998; 13
Suppl. 1:55-58.
Propriedades farmacodinâmicas
O cloridrato de selegilina apresenta as seguintes ações:
1- Ação antiMAO (Monoaminoxidase) potente e seletiva sobre a MAO-B, demonstrada
“in vitro” e “in vivo”, através da inibição de oxidação da benzilamina, da feniletilamina e
da dopamina em concentrações que não influenciam significativamente o metabolismo
da serotonina.
2- Um efeito importante é aquele sobre a dopamina, em relação às aplicações
terapêuticas da substância. Foi demonstrado em animais e no ser humano que o
cloridrato de selegilina aumenta os níveis cerebrais de dopamina, seja através da
inibição do metabolismo, seja pela inibição da recaptação (“re-uptake”) da dopamina.
Portanto, o cloridrato de selegilina apresenta uma ação ativadora dos neurônios
dopaminérgicos da substância nigra estriada, resultando um complemento com relação
à levodopa, que, estimulando os receptores pós-sinápticos e os autoreceptores
dopaminérgicos pré-sinápticos, inibe a atividade dos neurônios dopaminérgicos.
3- O cloridrato de selegilina corrige a atividade excessiva da MAO-B e dessa forma a
diminuição da dopamina. Esta diminuição é ocasionada, seja pela destruição dos
neurônios, onde a dopamina é sintetizada, seja pela proliferação substitutiva das células
da glia, que ocasionam um aumento da atividade da MAO-B.
4- Diferentemente dos IMAO clássicos, reduz a liberação de noradrenalina ao nível do
tecido cerebral. Além disso, inibe a captação “uptake” de noradrenalina marcada com
isótopo radioativo, em locais do tecido.
5- O efeito estimulante do cloridrato de selegilina em ratos é uma confirmação definitiva
da estimulação (agonismo) dopaminérgica.
6- Nas fases iniciais da doença (parkinsonismo primeira fase), o uso do cloridrato de
selegilina, na forma de monoterapia, pode ser eficaz do ponto de vista clínico na
melhoria da invalidez dos pacientes e sobre a diminuição da progressão da doença,
retardando de maneira significativa a necessidade do uso da levodopa, segundo alguns
estudos.
7- O tratamento com cloridrato de selegilina em associação com a levodopa está
particularmente indicado nos pacientes que, durante o tratamento com doses elevadas
de levodopa, apresentem fenômenos de flutuações (“on off”), discinesias e acinesias. O
sal possibilita reduzir em média 30% das doses de levodopa necessárias para controle
da sintomatologia. Assim sendo, colabora para que não apareça a eventual síndrome
do tratamento prolongado com a levodopa (“long-term levodopa syndrome”).
Propriedades farmacocinéticas
A selegilina é prontamente absorvida pelo trato gastrintestinal e as concentrações
plasmáticas de pico ocorrem em 30 minutos, após doses orais. Embora sujeita a grande
variação interindividual, a biodisponibilidade é cerca de 10% e é aumentada quando
administrada com alimentos. A selegilina é rapidamente distribuída pelo organismo e
atravessa a barreira hematoencefálica. Ela sofre metabolismo de primeira passagem no
fígado para produzir pelo menos 5 metabólitos, incluindo a desmetilselegilina,
metilanfetamina e anfetamina. As concentrações plasmáticas de metabólitos da
selegilina são muito reduzidas após doses do preparado liofilizado oral, a maioria dos
quais sofre absorção através da mucosa bucal. O uso tópico também evita o
metabolismo de primeira passagem e aproximadamente 25-30% do teor declarado fica
disponível sistemicamente. A selegilina é excretada como metabólitos, principalmente
pela urina e aproximadamente 15% aparecem nas fezes. No estado estacionário o
tempo de meia-vida de eliminação é de aproximadamente 10 horas.
O tempo médio para início de ação é de aproximadamente 1 hora, podendo ocorrer
variações individuais.
Absolutas: Hipersensibilidade individual demonstrada ao produto.
Relativas: A selegilina não deverá ser administrada em pacientes com:
- Movimentos involuntários anormais, na fase “on”;
- Psicose grave ou demência profunda;
- Úlcera péptica ativa;
- Outras doenças extrapiramidais, tais como: tremor essencial (hereditário), discinesia
tardia e coreia Huntington;
- Gravidez e amamentação.
Categoria “C” de risco na gravidez - Não foram realizados estudos em animais e nem
em mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais revelaram risco, mas não
existem estudos disponíveis realizados em mulheres grávidas.
Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos de idade.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
médica ou do cirurgião-dentista.
Não utilizar o produto no tremor essencial e coreia de Huntington, que são síndromes
não relacionadas à falta de dopamina.
Não se indica o cloridrato de selegilina em associação a produtos inibidores não
seletivos da monoaminoxidase (IMAO).
Durante o tratamento aconselha-se efetuar controles periódicos da função hepática.
Realizar seguimento periódico do paciente a fim de ajustar a posologia da levodopa de
forma gradativa, de acordo com a evolução clínica do paciente. Não deve ser
administrado à noite, pois pode produzir insônia. Deve ser usado com cautela em
nefropatas e hepatopatas pelo provável efeito acumulativo.
Uso durante a gravidez e lactação:
Embora o produto seja indicado para uma doença que atinge pessoas, em geral, acima
dos 50 anos, o produto não deverá ser utilizado em mulheres grávidas ou na lactação,
pois a segurança da selegilina não foi estabelecida nessas situações. Porém, caso se
faça necessário, os médicos deverão avaliar cuidadosamente a possibilidade de
administrar o produto durante a gravidez, com base na relação risco-benefício.
Não se sabe se este medicamento é eliminado através do leite materno, portanto, deve
se ter cautela ao administrá-lo durante a amamentação.
Este medicamento é contraindicado para uso durante a gravidez e aleitamento.
Uso pediátrico:
A segurança em crianças não foi avaliada e, portanto, não é recomendado.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas:
Não há indícios de efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas
com a utilização de Jumexil®
.
Este medicamento pode causar doping.
Jumexil®
10 mg: Atenção: este medicamento contém Açúcar, portanto deve ser
A selegilina potencializa os efeitos adversos da levodopa. A dose de levodopa deve ser
reduzida 2 a 3 dias após o início da administração de selegilina. Interage com
meperidina e outros opiáceos, levando a complicações severas.
Doses altas de selegilina (20 mg) interagem com a tiramina, presente em alguns
alimentos, podendo causar crise hipertensiva súbita e severa.
Conservar o medicamento em temperatura ambiente (15° a 30°C), proteger da luz e
umidade.
Desde que seguidos os cuidados de conservação, o prazo de validade de Jumexil®
é
de 24 meses, a contar da data de fabricação (vide embalagem externa).
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua
embalagem original.
Os comprimidos de Jumexil®
5 mg têm formato arredondado, apresentam marca para
quebra no caso de uso de meia dose (sulco) e cor branca.
As drágeas de Jumexil®
10 mg têm formato arredondado abaulado e cor branca.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Para comprimidos de 5 mg:
Em associação com a levodopa ou com as associações da levodopa + inibidores da
descarboxilase: posologia inicial de ½ ou 1 comprimido ao dia (a cada 24 horas), pela
manhã ou em duas administrações diárias (de 12 em 12 horas).
Nos pacientes que apresentam discinesias, acinesias e fenômenos de flutuações (“on-
off”): a dose de manutenção, geralmente, é de dois comprimidos, que podem ser
administrados uma vez ao dia (2 comprimidos a cada 24 horas), pela manhã, ou
administrados duas vezes ao dia (1 comprimido de 12 em 12 horas).
Para aqueles pacientes que recebem doses máximas de levodopa e inibidor periférico
sem obter benefícios terapêuticos satisfatórios, agregar selegilina diretamente ao
tratamento usual do paciente com o mesmo esquema anterior.
Caso haja excessivos efeitos adversos da L-Dopa, reduzir esta à medida que se chega
à dose ótima de selegilina. Doses maiores que 10 mg/dia não são mais eficazes e
podem levar a reações hipertensivas mediadas pela tiramina.
Para drágeas de 10 mg:
A dose diária recomendada é de 10 mg, 1 vez ao dia (a cada 24 horas),
preferencialmente pela manhã.
Doses maiores que 10 mg/dia não são mais eficazes e podem levar a reações
hipertensivas mediadas pela tiramina, bem como ao aumento dos riscos associados aos
inibidores não seletivos de monoaminoxidase.
Em geral, não são necessários cuidados especiais para interrupção do tratamento.
O limite máximo diário recomendado é de 10 mg ao dia, ou seja, 2 comprimidos de
Jumexil®
5 mg ou 1 comprimido de Jumexil®
10 mg.
Pacientes são beneficiados pela terapia de manutenção com selegilina, com duração
média de 25 dias, conforme demonstrado em um estudo controlado.
Caso haja reações adversas em demasia relacionadas à levodopa, reduzir a dose de
levodopa à medida em que se estabelece a dose ótima de selegilina.
A segurança do uso de Jumexil®
em crianças não foi avaliada e, portanto não é
recomendado.
Cloridrato de selegilina é, em geral, bem tolerado. A selegilina aumenta os efeitos
colaterais dose dependentes da levodopa, ou L-Dopa + carbidopa, que desaparecem
após a diminuição da dose.
Quando houver sido determinada a dose ideal da levodopa, os efeitos colaterais do
tratamento em associação são, geralmente, inferiores àqueles da levodopa usada
isoladamente.
A selegilina pode causar aumento das enzimas hepáticas.
Os eventos adversos da selegilina em monoterapia, até hoje assinalados, são: insônia,
vertigens ou tonturas, cefaleias, náuseas e outras alterações gastrintestinais,
hipotensão ortostática, agitação, bradicinesia, coreias, delírios, hipertensão, síncope.
Aumento dos movimentos involuntários, arritmia, episódios novos ou recidivantes de
angina, edema dos membros inferiores, queda de cabelos, perda de peso e nervosismo,
ansiedade, obstipação, letargia, distonia, sudorese, sangramento gastrintestinal, asma.
Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.html, ou
para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Não foram relatados casos de superdosagem com cloridrato de selegilina se usado de
acordo com a posologia indicada.
Observou-se, porém, que alguns indivíduos expostos à dose de 600 mg/dia,
apresentaram agitação psicomotora e depressão. Sendo o produto IMAO, pode-se
esperar quadro clínico semelhante aos dos outros IMAO.
Em caso de superdose, providenciar imediata hospitalização. Aconselha-se a indução
do vômito somente se a ingestão for recente, ou então, realizar lavagem gástrica. Os
parâmetros hemodinâmicos deverão ser monitorizados durante pelo menos 48 horas
após a ocorrência do episódio.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais
orientações.