Bula do Lacnax produzido pelo laboratorio Germed Farmaceutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Lacnax
Germed Farmacêutica Ltda.
Xarope
667 mg/mL
lactulose
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
APRESENTAÇÃO:
LACNAX (lactulose)
Xarope 667 mg/mL sabor ameixa: frasco com 100, 120, 150, 200, 250 e 480 mL.
Xarope 667 mg/mL sabor salada de frutas: frasco com 100, 120, 150, 200, 250 e 480 mL.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada mL de LACNAX Xarope sabor ameixa contém:
lactulose*............................................................................................................................................667 mg
excipientes** q.s.p..................................................................................................................................1 mL
*cada mL contém 1340,00 mg de lactulose a 49,776% m/m, que corresponde a 667 mg de lactulose por
mL.
**aroma de ameixa.
Cada mL de LACNAX Xarope sabor salada de frutas contém:
lactulose*.............................................................................................................................................667 mg
*cada mL contém 1340,00 mg de lactulose a 49,776% p/p, que corresponde a 667 mg de lactulose por
**aroma de salada de frutas.
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
LACNAX é indicado para o tratamento sintomático da constipação intestinal. Também é indicado para a
prevenção e o tratamento de encefalopatia hepática, tanto no pré-coma quanto no coma hepático.
O uso de LACNAX no tratamento de encefalopatia hepática foi comprovado num estudo que demonstrou
seu benefício na redução da concentração sérica de amônia (de 25 a 50%). A resposta clínica foi
observada em 75% dos tratados, em um período de estudo superior a dois anos. Outro estudo, realizado
com portadores de encefalopatia hepática subaguda, mostrou que o tratamento por longos períodos (24
semanas) levou a uma diminuição dos níveis séricos de amônia, melhorando o desempenho psicométrico
e a qualidade de vida e diminuindo, assim, a prevalência de encefalopatia hepática. Entretanto, o
tratamento por um curto período (oito semanas) não melhorou o curso natural da doença.
Em um estudo, 21 crianças com idades entre um e 15 anos, com histórico de constipação, receberam 10 a
15 mL de lactulose por dia ou 10 a 20 mL de xarope de sene por dia, durante uma semana. A avaliação
baseada em registros diários a cada período de sete dias de tratamento mostrou que houve
significativamente mais resultados positivos naquelas tratadas com lactulose do que naquelas tratadas
com sene. As reações adversas, como cólica, diarreia e distensão abdominal, foram significativamente
mais frequentes durante o tratamento com sene (12 casos) do que com lactulose (um caso).
Outros estudos foram realizados com pessoas de todas as faixas etárias. A lactulose foi utilizada em 20
pessoas entre 20 e 50 anos de idade com história de constipação crônica (por dois a 15 anos). A dose
utilizada foi de 45 mL ao dia, dividida em três tomadas, após as principais refeições. Ocorreu aumento do
número de evacuações em 90% dos casos, e a sintomatologia associada desapareceu em 14 dos 19 casos
em que estava presente, diminuindo nos outros cinco. Constatou-se também amolecimento das fezes sem
aparecimento de diarreia, maior facilidade na evacuação e ausência de ardor anal.
Outro estudo duplo-cego incluiu 103 pessoas usuárias de laxantes, divididas em dois grupos, para tratar a
constipação crônica. Um deles recebeu lactulose (de 8 a 30 mL por dia), e o outro, placebo. Comparando-
se com o período pré tratamento (duas semanas), verificou-se a eficácia sobre o hábito intestinal e a
frequência do uso de laxantes nas três semanas de tratamento e mais duas semanas pós-tratamento. Os
resultados mostraram que, em geral, a lactulose foi estatisticamente mais eficaz que o placebo (86% e
60% respectivamente).
Farmacocinética/Farmacodinâmica:
O LACNAX apresenta como princípio ativo a lactulose, um dissacarídeo comum, formado por uma
molécula de galactose e outra de frutose, também denominada quimicamente 4-O-ß-D-galactopiramosil-
D-frutose.
Uma vez ingerida, a lactulose não é absorvida pelo trato gastrintestinal nem é hidrolisável pelas enzimas
intestinais, devido à ausência da enzima específica, a lactulase. Dessa forma, chega ao cólon praticamente
inalterada, onde é fermentada pelas bactérias sacarolíticas, produzindo o ácido lático, bem como pequenas
quantidades de ácido acético e ácido fórmico.
A acidificação do meio, que ocorre na degradação da lactulose, desencadeia mecanismos responsáveis
pela sua ação na constipação e na encefalopatia hepática. A acidificação do conteúdo intestinal e o
aumento na pressão osmótica causam um afluxo de líquidos para o interior do cólon, o que resulta em
aumento e amolecimento do bolo fecal, acelerando, dessa forma, o trânsito intestinal.
O LACNAX também reduz a concentração sanguínea de amônia (de 25 a 50%), uma vez que, estando a
acidez do conteúdo colônico acima daquela do sangue, ocorre uma migração de amônia do sangue para o
cólon, formando o íon amônio (NH4+), que, por não ser absorvido, é eliminado nas fezes. Dessa forma, o
medicamento melhora o estado de consciência observado no eletroencefalograma e aumenta a tolerância
às proteínas da dieta em pessoas com encefalopatia hepática.
Por sua ação fisiológica e não farmacológica, o LACNAX é indicado especialmente nos casos em que se
busca facilitar ao máximo a evacuação, evitando-se o esforço, por exemplo em cardíacos e hipertensos.
Também é indicada na constipação associada a problemas pediátricos, no puerpério, a idosos e acamados,
a pessoas submetidas a cirurgia e com condições dolorosas do reto e do ânus, como fissuras, hemorroidas
e após hemorroidectomia, ou quando a constipação é consequência do tratamento com determinados
fármacos, como hipnoanalgésicos e obstipantes, bem como a dependentes de laxantes estimulantes.
O LACNAX não é um medicamento laxante, e sim um agente fisiológico que restabelece a regularidade
intestinal, podendo levar de três a quatro dias para que se obtenham os primeiros efeitos. Por sua ação
fisiológica, o LACNAX não induz o hábito, podendo ser utilizada por longo prazo.
LACNAX é contraindicado em:
· Pessoas com história de hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula;
· Casos de intolerância à lactose, galactose, frutose;
· Pessoas com apendicite, hemorragia retal não diagnosticada ou com obstrução intestinal;
· Como agente para o preparo intestinal de exames proctológicos em que se pretenda usar eletrocautério.
Hipertensos e pessoas desidratadas devem ter cautela na administração de LACNAX, pois tais condições
podem ser agravadas com sua administração.
Além da lactulose (substância não absorvida e, assim, desprovida de valor calórico), o medicamento
contém pequenas quantidades de galactose e lactose. Isso deve ser levado em consideração especialmente
ao se administrar o LACNAX a diabéticos, pelo fato de haver relatos de casos em que houve o aumento
dos níveis plasmáticos de glicose com a administração do xarope.
Portadores de encefalopatia hepática devem ser monitorados quanto ao risco de acidose, devido às doses
elevadas de LACNAX necessárias ao tratamento.
Idosos debilitados, tratados continuamente com LACNAX, devem ter os níveis séricos de eletrólitos
(sódio, potássio, cloreto e bicarbonato) controlados em intervalos regulares.
O uso de LACNAX em crianças somente deve ser realizado com orientação médica, após se eliminar a
possibilidade de os sintomas estarem associados a outras patologias.
No tratamento inicial da encefalopatia hepática, recomenda-se evitar o uso associado da lactulose com
outros laxantes, para que ocorra a ação acidificante da lactulose.
Embora os estudos com lactulose em animais não tenham revelado nenhum potencial teratogênico e a
substância ativa seja pouco absorvida pelo organismo, recomenda-se levar em consideração o fato de que
o uso da lactulose não foi avaliado em grávidas. Nesse caso, o tratamento deve ser feito quando os
benefícios justificarem os potenciais riscos para o feto. Não foi estabelecido se há excreção da lactulose
no leite materno; portanto, seu uso durante a lactação deve ser avaliado pelo médico.
Categoria de risco na gravidez: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
No caso em que pessoas tratadas com LACNAX sejam submetidas a eletrocauterização durante
proctoscopia e colonoscopia, recomenda-se lavagem colônica prévia com uma solução não fermentável,
devido à presença de hidrogênio produzido pela ação da lactulose.
O uso em crianças deve ser realizado apenas sob orientação médica.
Embora existam relatos contraditórios sobre o uso concomitante da neomicina e da LACNAX, a
eliminação de certas bactérias do cólon pela neomicina pode interferir na degradação da lactulose e
impedir a acidificação adequada do cólon.
Devem ser administrados com cautela os medicamentos que induzam hipopotassemia ou
hipomagnesemia, como droperidol e levometadil, pois há aumento do risco de ocorrer um efeito
cardiotóxico (prolongamento do intervalo QT).
O LACNAX não deve ser administrada juntamente com laxantes, pois podem reduzir o efeito acidificante
da lactulose. O uso de antiácidos pode inibir a ação da lactulose.
Conservar o produto em temperatura ambiente (15ºC a 30ºC), proteger da luz e umidade.
Desde que respeitadas as condições de conservação, o prazo de validade do produto é de 24 meses a partir
da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
LACNAX é um líquido viscoso, límpido, de cor amarelo, sabor e odor de ameixa ou de salada de frutas,
isento de partículas e material estranho.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL CRÔNICA
Lactentes: 5 mL/dia
Crianças de 1 a 5 anos: 5 a 10 mL/dia
Crianças de 6 a 12 anos: 10 a 15 mL/dia
Acima de 12 anos e adultos: 15 a 30 mL/dia
A posologia pode ser ajustada para que se obtenham duas ou três evacuações diariamente.
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA, PRÉ-COMA E COMA HEPÁTICO
Iniciar com 60 mL ao dia, podendo chegar, em casos graves, a 150 mL ao dia.
LACNAX pode ser administrado preferencialmente em uma única tomada pela manhã ou à noite, sozinho
ou com alimentos, ou ainda misturado a suco de fruta, leite, iogurte, água ou qualquer líquido.
Se houver esquecimento da administração de uma dose, deve-se tomá-la assim que possível, caso não
esteja perto da próxima tomada. Caso o horário da próxima dose esteja próximo, deve-se aguardá-lo.
O uso de doses altas de lactulose em encefalopatia hepática pode causar distensão abdominal, flatulência,
meteorismo, eructação, desconforto e aumento da sede, normalmente transitórios. Náusea e vômito têm
sido relatados com pouca frequência.
Caso ocorra diarreia em resposta à lactulose, a dose deve ser reduzida.
Alterações de exames laboratoriais: a administração prolongada ou de doses elevadas de lactulose pode
aumentar a concentração plasmática de glicose e diminuir os níveis séricos de potássio.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária
Estadual ou Municipal.
Se houver superdose, esperam-se sintomas como diarreia, espasmos e cólicas abdominais, sede fraqueza,
fadiga e vômito. Podem ocorrer desidratação, hipopotassemia, hipernatremia e piora da insuficiência
hepática. O tratamento consiste em reposição de volume e correção dos desequilíbrios eletrolíticos. Essas
medidas são particularmente importantes no caso de idosos e crianças.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.