Bula do Lamotrigina para o Profissional

Bula do Lamotrigina produzido pelo laboratorio Medley Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

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Bula do Lamotrigina
Medley Indústria Farmacêutica Ltda - Profissional

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BULA COMPLETA DO LAMOTRIGINA PARA O PROFISSIONAL

 

lamotrigina  

Medley Indústria Farmacêutica Ltda. 

comprimido 

25 mg, 50 mg e 100 mg 

lamotrigina

Medicamento Genérico, Lei nº 9.787, de 1999

APRESENTAÇÕES

Comprimidos de 25 mg, 50 mg e 100 mg: embalagens com 30 comprimidos.

USO ORAL

USO ADULTO E PEDIÁTRICO (ACIMA DE 12 ANOS)

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido contém:

lamotrigina ............................... 25 mg ........................... 50 mg .................................. 100 mg

excipientes q.s.p. ...................... 1 comprimido ............... 1 comprimido ..................... 1 comprimido

(lactose monoidratada, celulose microcristalina, croscarmelose sódica, poloxâmer, estearato de magnésio,

óxido de ferro amarelo, povidona, crospovidona)

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

A lamotrigina é uma droga antiepilética indicada como adjuvante ou em monoterapia para o tratamento

de crises convulsivas parciais e crises generalizadas, incluindo crises tônico-clônicas.

Após o controle epiléptico ter sido alcançado durante terapia combinada, drogas antiepiléticas (DAEs)

concomitantes geralmente podem ser retiradas, substituindo-as pela monoterapia com lamotrigina.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Três estudos com nível de evidência A avaliaram a eficácia e tolerabilidade da lamotrigina em pacientes

diagnosticados com epilepsia generalizada e parcial. O primeiro destes estudos avaliou 260 pacientes que

foram randomizados para receberem lamotrigina ou carbamazepina. O resultado obtido para epilepsia

parcial, considerando pacientes livres de crises convulsivas no período de 24 semanas após a titulação do

tratamento, foi de 48% dos pacientes tratados com lamotrigina e 51% daqueles tratados com

carbamazepina. No grupo com epilepsia generalizada os resultados foram respectivamente, 78% e 76%

[1]. O segundo destes estudos utilizou desenho semelhante, porém entre pacientes idosos e, à semelhança

do estudo anterior, não reportou diferenças de eficácia significativas entre lamotrigina e carbamazepina

[2]. O terceiro estudo comparativo entre lamotrigina e fenitoína com desenho semelhante aos anteriores

também não demonstrou diferença significativa entre os grupos com relação ao controle das crises, com

43% dos pacientes no grupo lamotrigina e 36% no grupo fenitoína permanecendo livres de crises nas 24

semanas de acompanhamento [3].

 

Referências:

[1] BRODIE, MJ. et al. Double-blind comparison of lamotrigine and carbamazepine in newly diagnosed

epilepsy. UK Lamotrigine/Carbamazepine Monotherapy Trial Group. Lancet, 345(8948): 476-479, 1995.

[2] BRODIE, MJ. et al. Multicentre, double-blind, randomised comparison between lamotrigine and

carbamazepine in elderly patients with newly diagnosed epilepsy. The UK Lamotrigine Elderly Study

Group, 37(1):81-7, 1999.

[3] STEINER TJ. et al. Lamotrigine monotherapy in newly diagnosed untreated epilepsy: a double-blind

comparison with phenytoin. Epilepsia, 40(5):601-7, 1999.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades farmacodinâmicas

Modo de ação: os resultados de estudos farmacológicos sugerem que a lamotrigina age nos canais de

sódio sensíveis à diferença de potencial (ddp), estabilizando as membranas neuronais e inibindo a

liberação de neurotransmissores, principalmente de glutamato, um aminoácido excitatório que

desempenha papel-chave no desencadeamento de crises epiléticas.

Farmacodinâmica: em testes destinados a avaliar os efeitos de drogas sobre o sistema nervoso central,

usando-se doses de 240 mg de lamotrigina administradas a voluntários adultos sadios, os resultados não

diferiram daqueles obtidos com o placebo, ao passo que 1.000 mg de fenitoína e 10 mg de diazepam

comprometeram significativamente a boa coordenação motora visual e os movimentos oculares,

aumentaram a instabilidade corporal e produziram efeitos sedativos subjetivos.

Em outro estudo, doses orais únicas de 600 mg de carbamazepina comprometeram significativamente a

boa coordenação motora visual e os movimentos oculares, ao mesmo tempo em que aumentaram a

instabilidade corporal e a frequência cardíaca, enquanto os resultados com a lamotrigina, em doses de 150

mg e 300 mg, não diferiram daqueles com o placebo.

Propriedades farmacocinéticas

Absorção: a lamotrigina é rapidamente e completamente absorvida pelo intestino, sem metabolismo

significativo de primeira passagem. O pico de concentração plasmática ocorre aproximadamente 2,5

horas após a administração oral da droga. O tempo necessário para que se atinja a concentração máxima é

discretamente retardado após alimentação, porém a extensão da absorção não é afetada. O perfil

farmacocinético é linear até 450 mg, a mais alta dose única testada. Há variação considerável das

concentrações máximas no estado de equilíbrio entre indivíduos, mas, em um mesmo indivíduo, esta

concentração raramente varia.

Distribuição: a lamotrigina apresenta ligação de 55% às proteínas plasmáticas, e é muito improvável que

seu deslocamento das proteínas resulte em toxicidade. Seu volume de distribuição é de 0,92 a 1,22 L/kg.

Metabolismo: UDP-glicuronil transferases têm sido identificadas como as enzimas responsáveis pelo

metabolismo da lamotrigina.

 

A lamotrigina induz discretamente seu próprio metabolismo, dependendo da dose. Entretanto, não

existem evidências de que a lamotrigina afete a farmacocinética de outras drogas antiepiléticas, e os

dados sugerem que são pouco prováveis as interações entre a lamotrigina e as drogas metabolizadas pelas

enzimas do citocromo P450.

Eliminação: o clearance (depuração) médio em adultos saudáveis, no estado de equilíbrio, é de 39 ± 14

mL/min. O clearance da lamotrigina é primariamente metabólico, com eliminação subsequente na urina

do material conjugado com glicuronídeo. Menos de 10% da lamotrigina são excretados pela urina na

forma inalterada. Apenas 2% de substâncias relacionadas à droga são excretados nas fezes. O clearance e

a meia-vida são independentes da dose. A meia-vida de eliminação média em adultos saudáveis é de 24 a

35 horas. Em um estudo com indivíduos afetados pela Síndrome de Gilbert, o clearance médio aparente

foi reduzido em 32% quando comparado com os controles normais. Porém, os valores estão dentro da

faixa da população em geral.

A meia-vida da lamotrigina é significativamente afetada por medicação concomitante. A meia-vida média

é reduzida para aproximadamente 14 horas quando a lamotrigina é administrada com drogas indutoras de

glicuronidação, tais como carbamazepina e fenitoína, e é aumentada para uma média de aproximadamente

70 horas quando coadministrada com valproato (vide “Posologia e Modo de usar” e “Interações

Medicamentosas”).

Populações de pacientes especiais

Crianças: o clearance ajustado ao peso corporal é maior em crianças do que em adultos, com valores

mais altos em crianças abaixo de 5 anos. A meia-vida da lamotrigina é, geralmente, menor em crianças do

que em adultos, com um valor médio de aproximadamente 7 horas, quando administrada juntamente com

drogas indutoras enzimáticas, tais como carbamazepina e fenitoína. A meia-vida da lamotrigina é

aumentada para um valor médio de 45 a 50 horas quando coadministrada com valproato (vide “Posologia

e Modo de usar”).

Idosos: resultados da análise farmacocinética de uma população, incluindo pacientes jovens e idosos com

epilepsia envolvidos nos mesmos testes, indicaram que o clearance da lamotrigina não se altera de modo

clinicamente relevante. Após a administração de doses únicas isoladas, o clearance aparente decresceu

em 12%, de 35 mL/min em pacientes com 20 anos para 31 mL/min em pacientes com 70 anos. O

decréscimo após 48 semanas de tratamento foi de 10%, de 41 para 37 mL/min entre grupos jovens e

idosos. Adicionalmente, a farmacocinética da lamotrigina foi estudada em 12 indivíduos idosos

saudáveis, após dose única de 150 mg. O clearance médio nestes idosos (0,39 mL/min/kg) encontrou-se

dentro da faixa dos valores médios de clearance (0,31 a 0,65 mL/min/kg) obtidos em nove estudos com

adultos não idosos depois de dose única de 30 a 450 mg.

Pacientes com insuficiência renal: em estudo com 12 voluntários com insuficiência renal crônica e

outros seis indivíduos passando por hemodiálise em que cada um fez uso de dose única de lamotrigina de

100 mg, a média do CL/F foi de 0,42 mL/min/kg (insuficiência renal crônica), 0,33 mL/min/kg (entre as

sessões de hemodiálise) e 1,57 mL/min/kg (durante a hemodiálise), comparada a 0,58 mL/min/kg em

voluntários sadios. A média de meia-vida plasmática foi de 42,9 h (insuficiência renal crônica), 57,4 h

(entre as sessões de hemodiálise) e 13 h (durante a hemodiálise), comparada a 26,2 h em voluntários

sadios. Considerando a média, aproximadamente 20% (entre 5,6% e 35,1%) da quantidade de lamotrigina

presente no corpo foram eliminados durante quatro horas de hemodiálise. Para esta população, doses

iniciais de lamotrigina devem ser baseadas em pacientes em uso de drogas antiepiléticas. Doses reduzidas

de manutenção podem ser efetivas para pacientes com significativa falha da função renal.

Pacientes com insuficiência hepática: um estudo farmacocinético com dose única envolveu 24 pacientes

com diferentes graus de insuficiência hepática e 12 indivíduos saudáveis como controle. O clearance

mediano aparente da lamotrigina foi 0,31; 0,24 ou 0,10 mL/min/kg em pacientes com insuficiência

hepática de grau A, B ou C (Classificação Child-Pugh), respectivamente, comparado a 0,34 mL/min/kg

nos indivíduos-controle saudáveis. As doses iniciais, de escalonamento e manutenção geralmente devem

ser reduzidas em 50% em pacientes com insuficiência hepática moderada (Child-Pugh B) e 75% na

insuficiência hepática grave (Child- Pugh C). O escalonamento e a manutenção da dose devem ser

ajustados de acordo com a resposta clínica do paciente.

4. CONTRAINDICAÇÕES

Este medicamento é contraindicado em indivíduos com conhecida hipersensibilidade à lamotrigina ou a

qualquer outro componente da formulação.

Este medicamento é contraindicado para menores de 12 anos.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Exantema

Existem relatos de reações adversas dermatológicas que geralmente têm ocorrido nas primeiras oito

semanas após o início do tratamento com a lamotrigina. A maioria dos exantemas (rash) é leve e

autolimitada, entretanto, exantemas de pele graves, que requerem hospitalização e descontinuação de

lamotrigina, foram relatados. Esses casos são potencialmente ameaçadores à vida e incluem a Síndrome

de Stevens-Johnson (SJS) e a necrólise epidérmica tóxica (NET, Síndrome de Lyell) (vide “Reações

Adversas”).

Nos adultos participantes dos estudos, utilizando as doses recomendadas, a incidência de exantema de

pele grave foi de aproximadamente 1:500 em pacientes epilépticos. Aproximadamente metade desses

casos foi relatada como SJS (1:1000).

O risco de exantema grave em crianças é maior do que nos adultos.

Dados disponíveis sugerem que a incidência de exantemas associados à hospitalização de crianças é de

1:300 a 1:100.

Em crianças, a presença inicial de exantema pode ser confundida com uma infecção. Os médicos devem

considerar a possibilidade de reação medicamentosa em crianças que desenvolvem sintomas de exantema

e febre durante as primeiras oito semanas de tratamento com lamotrigina.

Além disso, o risco global de aparecimento de exantema pode estar fortemente associado a:

 

 altas doses iniciais de lamotrigina;

 doses que excedam o escalonamento de doses recomendado;

 uso concomitante de valproato (vide “Posologia e Modo de usar”).

Deve-se ter cuidado ao tratar pacientes com história de alergia ou rash cutâneo a outras drogas

antiepiléticas, já que a frequência de rash não grave após tratamento com lamotrigina foi

aproximadamente três vezes maior nestes pacientes do que nos que não apresentavam história de alergia

e/ou rash.

Todos os pacientes (adultos e crianças) que desenvolverem exantema devem ser rapidamente avaliados, e

o uso da lamotrigina descontinuado, a menos que o exantema se mostre claramente não relacionado à

droga. É recomendado que a lamotrigina não seja reiniciada em pacientes que tiveram a terapia suspensa

por terem apresentado exantema no tratamento anterior com lamotrigina, a menos que o benefício se

sobreponha ao risco.

Exantema também tem sido relatado como parte de uma síndrome de hipersensibilidade associada a um

padrão variável de sintomas sistêmicos – incluindo febre, linfadenopatia, edema facial, anormalidades

hematológicas e hepáticas e meningite asséptica (vide “Reações Adversas”). A síndrome exibe um largo

espectro de gravidade clínica e pode, raramente, levar à coagulação intravascular disseminada (CID) e à

insuficiência de múltiplos órgãos. É importante notar que manifestações de hipersensibilidade precoce

(por exemplo: febre, linfadenopatia) podem estar presentes mesmo que não ocorra exantema. Se tais

sinais e sintomas estiverem presentes, o paciente deve ser avaliado imediatamente, e o uso de lamotrigina

deve ser descontinuado, a menos que possa ser estabelecida uma etiologia alternativa.

A meningite asséptica foi reversível com a retirada da droga na maioria dos casos, mas reapareceu em

alguns casos de reexposição à lamotrigina. A reexposição resultou em um retorno rápido dos sintomas,

que eram frequentemente mais graves. A lamotrigina não deve ser reiniciada em pacientes que tenham

interrompido devido à meningite relacionada a tratamento prévio com lamotrigina.

Risco de suicídio

Sintomas de depressão e/ou transtorno bipolar podem ocorrer em pacientes com epilepsia, e existem

evidências de que os pacientes com epilepsia e transtorno bipolar apresentam risco elevado para

suicidalidade.

De 25% a 50% dos pacientes com transtorno bipolar tentam suicidar-se pelo menos uma vez e podem

apresentar piora dos sintomas depressivos e/ou aparecimento de ideias e comportamentos suicidas

(suicidalidade), estejam eles tomando ou não medicações para o transtorno bipolar, incluindo a

lamotrigina.

Ideação e comportamento suicidas foram relatados em pacientes tratados com DAEs em diversas

indicações, inclusive epilepsia e transtorno bipolar. Uma meta-análise de estudos randomizados com

DAEs (inclusive lamotrigina) controlados com placebo também demonstrou pequeno aumento no risco de

ideação e comportamento suicidas. O mecanismo desse risco não é conhecido, e os dados disponíveis não

descartam a possibilidade de risco aumentado para lamotrigina.

Portanto, os pacientes devem ser monitorados para detecção de sinais de ideação e comportamentos

suicidas. Os pacientes (e os cuidadores deles) devem ser aconselhados a buscar auxílio médico caso

apareçam sinais de ideação ou comportamento suicidas.

Contraceptivos hormonais

Efeito dos contraceptivos hormonais na eficácia de lamotrigina

Foi demonstrado que a associação de etinilestradiol/levonorgestrel (30 mcg/150 mcg) aumenta o

clearance da lamotrigina em aproximadamente duas vezes, resultando em redução dos níveis de

lamotrigina (vide “Interações Medicamentosas”). Após a titulação, doses de manutenção mais elevadas

de lamotrigina podem ser necessárias (em até duas vezes ou mais) para atingir a resposta terapêutica

máxima. Em mulheres que não estejam usando substâncias indutoras de glicuronidação da lamotrigina e

em uso de contraceptivos hormonais que incluam uma semana de medicação inativa (por exemplo, uma

semana sem pílula), aumentos graduais transitórios nos níveis de lamotrigina ocorrerão durante a semana

de medicação inativa. Esses aumentos devem ser maiores quando o aumento da dose de lamotrigina se

der nos dias que antecedem ou durante a semana de medicação inativa. Para instruções de dose, vide

“Posologia e Modo de usar”.

Os médicos devem fazer acompanhamento clínico apropriado da mulher que comece ou pare de tomar

contraceptivos hormonais durante o tratamento com lamotrigina, uma vez que ajustes na dosagem de

lamotrigina serão necessários na maioria dos casos.

Outros contraceptivos orais e tratamentos de Terapia de Reposição Hormonal não foram estudados.

Entretanto, eles podem, de forma similar, afetar os parâmetros farmacocinéticos da lamotrigina.

Efeito da lamotrigina na eficácia de contraceptivos hormonais

Em um estudo de interação com 16 voluntárias saudáveis demonstrou-se que quando a lamotrigina e o

contraceptivo hormonal (associação de etinilestradiol/levonorgestrel) são administrados em associação há

um modesto aumento no clearance do levonorgestrel e alterações nos níveis de FSH e LH séricos (vide

“Interações Medicamentosas”). O impacto dessas alterações na atividade ovulatória é desconhecido.

Entretanto, não pode ser excluída a possibilidade dessas alterações resultarem numa diminuição da

eficácia contraceptiva em algumas pacientes que estejam tomando medicações hormonais e lamotrigina.

Assim, as pacientes devem ser instruídas a relatar imediatamente ao médico qualquer alteração em seu

ciclo menstrual, como sangramentos entre os períodos.

Efeito da lamotrigina nos substratos do transportador catiônico orgânico 2 (OCT 2)

A lamotrigina é um inibidor da secreção tubular renal via proteínas OCT 2 (vide “Interações

Medicamentosas”). Isso pode resultar em aumento dos níveis plasmáticos de certas drogas que são

substancialmente excretadas por esta via. A coadministração de lamotrigina com os substratos dos

transportadores OCT 2 com um índice terapêutico estreito, por exemplo, a dofetilida, não é recomendada.

Diidrofolato redutase

A lamotrigina é um fraco inibidor da diidrofolato redutase. Portanto, há possibilidade de interferência

com o metabolismo do folato durante tratamentos prolongados. Entretanto, em períodos de até um ano, a

lamotrigina não provocou alterações significativas na concentração da hemoglobina, no volume

corpuscular médio e nas concentrações de folato em nível sérico ou das hemácias. Em períodos de

tratamento de até cinco anos não houve alterações significativas na concentração de folato das hemácias.

Insuficiência renal

Em estudos com dose única em pacientes com insuficiência renal terminal as concentrações plasmáticas

de lamotrigina não foram significativamente alteradas. No entanto, como é esperado que haja acúmulo do

metabólito glicuronato, deve-se ter cuidado ao tratar pacientes com insuficiência renal.

Pacientes sendo tratados com outras formulações contendo lamotrigina

Este medicamento não deve ser administrado a pacientes que estejam sendo tratados com outras

formulações contendo lamotrigina sem recomendação médica.

Epilepsia

Como ocorre com outras drogas antiepiléticas, a suspensão abrupta de lamotrigina pode provocar crises

de rebote. A menos que seja necessária a interrupção abrupta (em casos de exantema, por exemplo), a

dose de lamotrigina deve sofrer redução gradual ao longo de duas semanas.

Há relatos na literatura de que crises convulsivas graves, incluindo estado de mal epiléptico, podem levar

à rabdomiólise, disfunção de múltiplos órgãos e coagulação intravascular disseminada, algumas vezes

levando à morte. Casos semelhantes ocorreram em associação ao uso de lamotrigina.

Testes de laboratório

A lamotrigina tem demonstrado interferir em testes rápidos de urina usados para detecção de drogas,

podendo resultar em falsos positivos, particularmente para fenciclidina. Um método químico alternativo

mais específico deve ser utilizado para confirmar um resultado positivo.

Alteração na capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas

Dois estudos com voluntários demonstraram que o efeito da lamotrigina sobre a coordenação motora

visual, movimentos dos olhos, movimentos corporais e de sedação não diferiram do placebo. Em estudos

clínicos com lamotrigina, eventos adversos de características neurológicas, como vertigem e diplopia, têm

sido reportados. Desta forma, os pacientes devem avaliar como serão afetados pela terapia com este

medicamento antes de dirigir e operar máquinas.

Como existe uma variação individual em resposta a todas as terapias com drogas antiepilépticas, o

paciente deve consultar seu médico especificamente sobre a questão de dirigir e a epilepsia.

Gravidez e lactação

A administração de lamotrigina não prejudicou a fertilidade de animais em estudos de reprodução. Não há

experiência do efeito da lamotrigina sobre a fertilidade humana.

Dados pós-comercialização, resultantes de diversos registros prospectivos de gravidezes, documentaram

resultados de cerca de 2.000 mulheres expostas à lamotrigina usada em monoterapia durante o primeiro

trimestre de gravidez. Globalmente, estes dados não são sugestivos de aumento substancial do risco de

malformações congênitas maiores, embora os dados de um número limitado de registros apresentem

relatos de aumento do risco de fendas orais. Um estudo caso-controle não demonstrou maior risco de

fendas orais em comparação a outros defeitos após a exposição à lamotrigina. Os dados relacionados ao

uso de lamotrigina em associação a outros fármacos são insuficientes para avaliar se o risco de

malformações associado a outros agentes é afetado pelo uso concomitante deste medicamento.

Como a maioria das drogas, a lamotrigina não deve ser usada na gravidez, a menos que, a critério clínico,

o benefício potencial para a mãe justifique qualquer risco possível ao desenvolvimento fetal.

As alterações fisiológicas relacionadas à gravidez podem afetar os níveis e/ou efeitos terapêuticos da

lamotrigina. Há relatos de diminuição dos níveis de lamotrigina durante a gravidez. Deve-se assegurar o

adequado acompanhamento clínico à mulher grávida que esteja em tratamento com este medicamento.

Houve relatos de que lamotrigina passa para o leite materno em concentrações altamente variáveis,

resultando em níveis totais de lamotrigina em bebês de até cerca de 50% dos níveis observados nas mães.

Portanto, em alguns bebês amamentados, as concentrações séricas de lamotrigina podem atingir níveis

nos quais ocorrem efeitos farmacológicos.

O benefício potencial da amamentação deve ser considerado frente ao risco potencial de efeitos adversos

aos bebês.

Categoria de risco na gravidez: C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

A UDP-glicuronil transferase foi identificada como sendo a enzima responsável pelo metabolismo da

lamotrigina. Não há evidências de que a lamotrigina cause indução ou inibição clinicamente relevante de

enzimas hepáticas de metabolização oxidativa de drogas, e as interações entre a lamotrigina e drogas

metabolizadas pelas enzimas do citocromo P450 são improváveis. A lamotrigina pode induzir seu próprio

metabolismo, mas o efeito é modesto e, provavelmente, não apresenta consequências clínicas

significativas.

 

Tabela 1 – Efeito de outras drogas na glicuronidação da lamotrigina (vide “Posologia e Modo de

usar”)

Drogas que inibem

significativamente a

glicuronidação da lamotrigina

Drogas que induzem

Drogas que não inibem nem

induzem significativamente a

valproato

carbamazepina

fenitoína

primidona

fenobarbitona

rifampicina

lopinavir/ritonavir

atazanavir/ritonavir*

Associação de

etinilestradiol/levonorgestrel**

lítio

bupropiona

olanzapina

oxcarbazepina

felbamato

gapabentina

levetiracetam

pregabalina

topiramato

zonisamida

aripripazol

*Para orientações de dosagem, vide “Posologia e Modo de usar – Recomendações posológicas gerais

para populações de pacientes especiais”.

**Outros contraceptivos orais e terapias de reposição hormonal não foram estudados, embora possam

afetar os parâmetros farmacocinéticos de forma similar: vide “Posologia e Modo de usar -

Recomendações posológicas gerais para populações de pacientes especiais - Mulheres tomando

contraceptivos hormonais”; e “Advertências e Precauções – Contraceptivos hormonais”.

Interações envolvendo drogas antiepilépticas - DAEs (vide “Posologia e Modo de usar”)

O valproato, que inibe a glicuronidação da lamotrigina, reduz o metabolismo e aumenta a meia-vida

média da lamotrigina em cerca de duas vezes.

Alguns agentes antiepiléticos (como fenitoína, carbamazepina, fenobarbital e primidona), que induzem as

enzimas hepáticas de metabolização de drogas, induzem a glicuronidação da lamotrigina, aumentando seu

metabolismo.

Há relatos de eventos em nível do sistema nervoso central - incluindo vertigem, ataxia, diplopia, visão

turva e náuseas - em pacientes recebendo carbamazepina após a introdução de lamotrigina. Esses eventos

são normalmente resolvidos quando a dose de carbamazepina é reduzida. Efeito similar foi observado

durante estudo com oxcarbazepina e lamotrigina em voluntários adultos saudáveis, mas a redução da dose

não foi investigada.

Em estudo com voluntários adultos saudáveis, utilizando doses de 200 mg de lamotrigina e 1.200 mg de

oxcarbazepina, observou-se que a oxcarbazepina não altera o metabolismo da lamotrigina e a lamotrigina

não altera o metabolismo da oxcarbazepina.

Em estudo com voluntários sadios, a coadministração de felbamato (1.200 mg, duas vezes ao dia) e

lamotrigina (100 mg, duas vezes ao dia, por 10 dias) não demonstrou ter efeitos clínicos relevantes na

farmacocinética da lamotrigina.

Baseado nas análises retrospectivas dos níveis plasmáticos em pacientes que recebiam lamotrigina isolada

ou juntamente com gabapentina, o clearance da lamotrigina não pareceu ser alterado pela gabapentina.

Interações potenciais entre levetiracetam e lamotrigina foram pesquisadas avaliando-se as concentrações

séricas de ambos agentes durante estudo clínico placebo-controlado. Os dados indicaram que a

lamotrigina não influencia a farmacocinética do levetiracetam, e o levetiracetam não afeta a

O estado de equilíbrio das concentrações plasmáticas de lamotrigina não foi afetado pela administração

concomitante com pregabalina (200 mg, três vezes ao dia). Não existem interações farmacocinéticas entre

lamotrigina e pregabalina.

O topiramato não alterou as concentrações plasmáticas de lamotrigina, enquanto foi observado aumento

de 15% nas concentrações de topiramato.

Em estudo com pacientes com epilepsia, a coadministração de zonisamida (200 a 400 mg/dia) com

lamotrigina (150 a 500 mg/dia) durante 35 dias não teve efeito significativo na farmacocinética da

lamotrigina.

Apesar de terem sido reportadas alterações nas concentrações plasmáticas com outras drogas

antiepiléticas, estudos controlados não demonstraram evidências de que a lamotrigina afete as

concentrações plasmáticas de drogas antiepiléticas quando administradas concomitantemente. Evidências

de estudos in vitro indicaram que a lamotrigina não altera a ligação de outras drogas antiepiléticas às

proteínas.

Interações envolvendo outros agentes psicoativos (vide “Posologia e Modo de usar”)

A farmacocinética do lítio, após a administração de 2 g de gliconato de lítio anidro, duas vezes ao dia,

durante seis dias, a 20 indivíduos saudáveis, não foi alterada pela administração concomitante de 100

mg/dia de lamotrigina.

Múltiplas doses orais de bupropiona não tiveram efeitos estatisticamente significativos na farmacocinética

de dose única de lamotrigina em 12 indivíduos e houve somente um leve aumento na área sob a curva

(AUC) do metabólito glicuronídeo de lamotrigina.

Em estudo com voluntários adultos saudáveis, 15 mg de olanzapina reduziu a área sob a curva (AUC) e a

concentração máxima (Cmáx) da lamotrigina numa média de 24% e 20%, respectivamente. Em geral,

espera-se que um efeito dessa magnitude não seja clinicamente relevante. A lamotrigina, em doses de 200

mg, não afetou a farmacocinética da olanzapina.

Doses múltiplas orais de lamotrigina (400 mg/dia) não tiveram efeito clínico significativo na

farmacocinética de uma única dose de 2 mg de risperidona em 14 voluntários adultos saudáveis. Após a

coadministração de risperidona 2 mg com lamotrigina, 12 dos 14 voluntários apresentaram sonolência,

comparado a 1(um) de 20, quando tomaram risperidona isoladamente, e nenhum, quando lamotrigina foi

administrada isoladamente.

Em um estudo com 18 pacientes adultos com transtorno bipolar I, que receberam um esquema

estabelecido de lamotrigina (≥ 100 mg/dia), doses de aripiprazol foram aumentadas de 10 mg/dia para

uma dose alvo de 30 mg/dia ao longo de um período de 7 dias e continuadas uma vez ao dia por mais 7

dias. Uma redução média de cerca de 10% na Cmáx e AUC da lamotrigina foi observada. Não se espera

que um efeito dessa magnitude tenha alguma consequência clínica.

Experimentos de inibição in vitro indicaram que a formação do metabólito primário da lamotrigina, o 2-

N- glicuronídeo, foi minimamente afetada pela coincubação com amitriptilina, bupropiona, clonazepam,

fluoxetina, haloperidol ou lorazepam. Dados sobre o metabolismo do bufuralol, obtidos de microssoma

hepático humano, sugeriram que a lamotrigina não reduz o clearance das drogas eliminadas

predominantemente pelo CYP2D6. Resultados de experimentos in vitro também sugerem que é

improvável que o clearance da lamotrigina seja afetado pela clozapina, fenelzina, risperidona, sertralina

ou trazodona.

Interações com contraceptivos hormonais

Efeito de contraceptivos hormonais na farmacocinética da lamotrigina

Em um estudo com 16 voluntárias, verificou-se que o uso de contraceptivo contendo 30 mcg de

etinilestradiol e 150 mcg de levonorgestrel associados causou aumento no clearance oral da lamotrigina

em aproximadamente duas vezes, resultando numa redução média de 52% e 39% na área sob a curva

(AUC) e Cmáx, respectivamente. As concentrações séricas da lamotrigina aumentaram gradualmente

durante o curso de uma semana de medicação inativa (por exemplo, uma semana sem contraceptivo), com

concentrações pré-dose ao final da semana de medicação inativa sendo, em média, aproximadamente duas

vezes mais altas que durante a coterapia (vide “Posologia e Modo de usar - Recomendações

posológicas gerais para populações de pacientes especiais - Mulheres tomando contraceptivos

hormonais”; e “Advertências e Precauções – Contraceptivos hormonais”).

Efeito da lamotrigina na farmacocinética dos contraceptivos hormonais

Em um estudo com 16 voluntárias, a dose de equilíbrio de 300 mg de lamotrigina não afetou a

farmacocinética do componente etinilestradiol na medicação associada. Um modesto aumento no

clearance oral do componente levonorgestrel foi observado, resultando numa redução média de 19% e

12% na área sob a curva (AUC) e Cmáx do levonorgestrel, respectivamente. Medidas das concentrações

séricas de FSH, LH e estradiol durante o estudo indicaram certa perda da supressão da atividade hormonal

ovariana em algumas mulheres, embora a medida da progesterona sérica tenha indicado que não houve

evidência hormonal de ovulação em nenhuma das 16 voluntárias. O impacto do modesto aumento do

clearance do levonorgestrel e das alterações das concentrações séricas de FSH e LH na atividade

ovulatória é desconhecido (vide “Advertências e Precauções”). O efeito de doses diferentes de 300

mg/dia de lamotrigina não foi estudado, e estudos com outras formulações hormonais femininas não

foram conduzidos.

Interações envolvendo outras medicações

Em um estudo com 10 voluntários do sexo masculino, verificou-se que a rifampicina aumentou o

clearance e diminuiu a meia-vida da lamotrigina pela indução das enzimas hepáticas responsáveis pela

glicuronidação. Em pacientes recebendo terapia concomitante com rifampicina, deve-se empregar o

regime de tratamento recomendado para a lamotrigina e indutores de glicuronidação competitivos (vide

“Posologia e Modo de usar”).

Em estudo com voluntários saudáveis, lopinavir/ritonavir reduziu aproximadamente pela metade as

concentrações plasmáticas de lamotrigina, provavelmente pela indução da glicuronidação. Em pacientes

recebendo terapia concomitante com lopinavir/ritonavir, o regime de tratamento recomendado para

lamotrigina e indutores da glicuronidação deve ser considerado (vide “Posologia e Modo de usar”).

Em um estudo com voluntários adultos sadios, atazanavir/ritonavir (300 mg/100 mg) reduziu a área sob a

curva (AUC) e a Cmáx de lamotrigina (dose única de 100 mg) em uma média de 32% e 6%,

respectivamente (vide “Posologia e Modo de usar – Recomendações posológicas gerais para

populações de pacientes especiais”).

Os dados da avaliação in vitro do efeito da lamotrigina no OCT 2 demonstram que lamotrigina, mas não o

metabótito N (2)-glucuronídeo, é um inibidor de OCT 2 em concentrações potencialmente relevantes

clinicamente. Estes dados demonstram que a lamotrigina é um inibidor mais potente de OCT 2 que a

cimetidina, com valores IC50 de 53,8 µM e 186 µM , respectivamente (vide “Advertências e

Precauções”).

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Este medicamento deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15 e 30 °C). Proteger da luz e

umidade.

Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Características físicas e organolépticas

Este medicamento se apresenta na forma de:

- lamotrigina 25 mg: comprimido circular, amarelo, biconvexo e liso nas duas faces.

- lamotrigina 50 mg: comprimido circular, amarelo, biconvexo e liso nas duas faces.

- lamotrigina 100 mg: comprimido circular, amarelo, biconvexo e liso nas duas faces.

 

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

O comprimido deve ser engolido inteiro, com o auxílio de um copo de água.

Se uma dose calculada de lamotrigina (por exemplo: para uso em crianças e pacientes com insuficiência

hepática) não puder ser dividida em doses menores, a dose a ser administrada será igual à menor dose

equivalente a um comprimido inteiro.

Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.

Reintrodução da terapia

Os médicos devem avaliar a necessidade de escalonamento de dose ao reintroduzir a terapia com

lamotrigina, em pacientes que descontinuaram seu uso por alguma razão, uma vez que há sérios riscos de

exantema associados a altas doses iniciais e ao exceder a dose recomendada para o escalonamento de

lamotrigina (vide “Advertências e Precauções”). Quanto maior o intervalo entre o uso prévio e a

reintrodução, maior o cuidado que se deve tomar no escalonamento da dose de manutenção. Quando este

intervalo exceder cinco meias-vidas (vide “Características farmacológicas – Propriedades

farmacocinéticas”), a lamotrigina deve ser escalonada à dose de manutenção de acordo com um

programa apropriado.

Recomenda-se que lamotrigina não seja reiniciada em pacientes que tenham descontinuado seu uso por

causa de exantema associado ao tratamento prévio com lamotrigina, a menos que o potencial benefício

ultrapasse os possíveis riscos.

Epilepsia

Quando drogas antiepilépticas de uso concomitante são retiradas para monoterapia com lamotrigina ou

quando outra droga antiepilética (DAE) é adicionada ao regime de tratamento contendo lamotrigina,

devem-se considerar os efeitos sobre a farmacocinética da lamotrigina (vide “Interações

Medicamentosas”).

Doses em monoterapia

Adultos e crianças acima de 12 anos de idade

A dose inicial de lamotrigina em monoterapia é de 25 mg, uma vez ao dia, por duas semanas, seguida por

50 mg, uma vez ao dia, por duas semanas. A partir daí, a dose deve ser aumentada em até um máximo de

50-100 mg, a cada uma a duas semanas, até que uma resposta ótima seja alcançada. A dose usual de

manutenção para se alcançar uma resposta ideal é de 100-200 mg/dia, administrados uma vez ao dia ou

em duas doses fracionadas. Alguns pacientes podem necessitar de até 500 mg/dia de lamotrigina para

alcançar a resposta desejada.

 

Por conta do risco de exantema (rash), a dose inicial e o escalonamento de doses subsequentes não devem

ser excedidos (vide “Advertências e Precauções”).

Doses em terapia combinada

Nos pacientes recebendo valproato, com ou sem outra droga antiepilética (DAE), a dose inicial de

lamotrigina deve ser de 25 mg, em dias alternados, por duas semanas, seguida por 25 mg, uma vez ao dia,

por duas semanas. Em seguida, a dose deve ser aumentada até um máximo de 25-50 mg, a cada uma ou

duas semanas, até que uma resposta adequada seja alcançada. A dose usual de manutenção para se obter

uma resposta ótima é de 100-200 mg/dia, administrados uma vez ao dia ou fracionados em duas tomadas.

Nos pacientes tomando DAEs concomitantes ou outras medicações (vide “Interações Medicamentosas”)

que induzam a glicuronidação da lamotrigina, com ou sem outras DAEs (exceto valproato), a dose inicial

de lamotrigina é de 50 mg, uma vez ao dia, por duas semanas, seguidos por 100 mg/dia, administrados em

duas doses fracionadas, por duas semanas.

A partir daí, a dose deve ser aumentada até um máximo de 100 mg a cada uma ou duas semanas, até que

uma resposta adequada seja alcançada. A dose usual de manutenção para se obter uma resposta ótima é de

200-400 mg/dia, administrados em duas doses fracionadas.

Alguns pacientes podem necessitar de até 700 mg/dia de lamotrigina para alcançar a resposta desejada.

Em pacientes usando outras drogas que não induzem ou inibem significativamente a glicuronidação da

lamotrigina (vide “Interações Medicamentosas”), a dose inicial de lamotrigina é 25 mg uma vez ao dia

por duas semanas, seguidos por 50 mg, uma vez ao dia, por duas semanas. A partir daí, a dose deve ser

aumentada até um máximo de 50 a 100 mg a cada uma ou duas semanas, até que uma resposta adequada

seja alcançada. A dose usual de manutenção para se obter uma resposta ótima é de 100-200 mg /dia,

administrados uma vez ao dia ou em duas doses fracionadas.

Tabela 2 – Regime de tratamento recomendado em epilepsia para adultos e maiores de 12 anos

Semanas 1 + 2 Semanas 3 + 4 Dose de manutenção

Monoterapia

25 mg

(uma vez ao dia)

50 mg

100-200 mg

(uma vez ao dia ou em

duas doses

fracionadas).

Para se atingir a dose

de manutenção, as

doses podem ser

aumentadas até 50-100

mg a cada 1-2 semanas.

Terapia combinada com valproato 12,5 mg 25 mg 100-200 mg

independentemente do uso de

qualquer outra medicação

concomitante

(25 mg

administrados em

dias alternados)

(uma vez ao dia) (uma vez ao dia ou em

aumentadas até 25-50

Terapia

combinada

sem

valproato

Este regime de

doses deve ser

usado com outras

drogas que não

induzem ou inibem

significativamente

a glicuronidação da

lamotrigina (vide

“Interações

Medicamentosas”)

Esse regime de

usado com:

fenitoína

carbamazepina

fenobarbitona

primidona

ou com outros

indutores da

glicuronidação da

lamotrigina

100 mg

(duas doses

fracionadas)

200-400 mg

Para se atingir a

manutenção, as doses

podem ser aumentadas

até 100 mg a cada 1-2

semanas.

Nota: em pacientes tomando DAEs cuja interação farmacocinética com a lamotrigina seja

desconhecida, deve ser utilizado o regime de tratamento recomendado para o uso da associação

lamotrigina/valproato.

Face ao risco de exantema (rash), a dose inicial e o escalonamento de doses subsequentes não devem ser

excedidos (vide “Advertências e Precauções”).

Recomendações posológicas gerais para populações de pacientes especiais

Mulheres tomando contraceptivos hormonais

- Iniciando o tratamento com lamotrigina em pacientes que já estejam tomando contraceptivos

hormonais: embora haja evidências de que os contraceptivos hormonais aumentam o clearance da

lamotrigina (vide “Advertências e Precauções” e “Interações Medicamentosas”), nenhum ajuste no

escalonamento de dose de lamotrigina deve ser necessário com base somente no uso de contraceptivos

hormonais. O escalonamento das doses deve seguir as diretrizes recomendadas, baseando-se no fato de a

lamotrigina ser adicionada a valproato (um inibidor da glicuronidação da lamotrigina) ou a um indutor da

glicuronidação da lamotrigina, ou de lamotrigina ser adicionada na ausência de valproato ou de um

indutor da glicuronidação da lamotrigina.

- Iniciando o uso de contraceptivos hormonais em pacientes que já estejam tomando doses de manutenção

de lamotrigina e não estejam tomando substâncias indutoras da glicuronidação da lamotrigina: na maioria

dos casos, será necessário aumentar a dose de manutenção de lamotrigina para valores duas vezes maiores

(vide “Advertências e Precauções” e “Interações Medicamentosas”). É recomendado que, a partir do

momento em que seja iniciado o uso de contraceptivos hormonais, a dose de lamotrigina seja aumentada

para até 50 a 100 mg/dia a cada semana, de acordo com a resposta clínica individual. Os aumentos de

dose não devem exceder esse valor, a menos que a resposta clínica indique a necessidade de acréscimos

maiores.

- Interrompendo o uso de contraceptivos hormonais em pacientes que já estejam tomando doses de

manutenção de lamotrigina e não estejam tomando substâncias indutoras da glicuronidação da

lamotrigina: na maioria dos casos, será necessário reduzir a dose de manutenção de lamotrigina para

valores até 50% menores (vide “Advertências e Precauções” e “Interações Medicamentosas”). É

recomendado que seja feita a redução gradual da dose diária de lamotrigina de até 50 a 100 mg a cada

semana (não excedendo 25% da dose diária total semanal) pelo período de três semanas, a menos que a

resposta clínica indique o contrário.

Administração com atazanavir/ritonavir

Apesar de atazanavir/ritonavir ter mostrado reduzir a concentração plasmática de lamotrigina (vide

“Interações Medicamentosas”), nenhum ajuste no escalonamento de dose de lamotrigina deve ser

necessário com base somente no uso de atazanavir/ritonavir. O escalonamento das doses deve seguir as

diretrizes recomendadas, baseando-se no fato de a lamotrigina ser adicionada ao valproato (um inibidor

da glicuronidação da lamotrigina) ou a um indutor da glicuronidação da lamotrigina, ou de lamotrigina

ser adicionada na ausência de valproato ou de um indutor da glicuronidação da lamotrigina.

Em pacientes que já tomam doses de manutenção de lamotrigina e que não utilizam indutores de

glicuronidação, pode ser necessário aumentar a dose de lamotrigina se atazanavir/ritonavir forem

utilizados ou diminuir a dose se atazanavir/ritonavir forem descontinuados.

Idosos (acima de 65 anos de idade)

Nenhum ajuste de dose é necessário. A farmacocinética da lamotrigina nesta faixa etária não difere

significativamente da população de adultos não idosos.

Insuficiência hepática

As doses iniciais de escalonamento e manutenção devem ser geralmente reduzidas em aproximadamente

50% em pacientes com insuficiência hepática moderada (Child-Pugh grau B) e em 75% na insuficiência

hepática grave (Child-Pugh grau C). As doses de escalonamento e manutenção devem ser ajustadas de

acordo com a resposta clínica.

Insuficiência renal

Deve-se ter cautela ao administrar lamotrigina a pacientes com insuficiência renal. Em pacientes em

estágio terminal de insuficiência renal, as doses iniciais de lamotrigina devem ser baseadas no regime de

DAEs dos pacientes. Doses de manutenção reduzidas podem ser eficazes para pacientes com insuficiência

renal significativa (vide “Advertências e Precauções”). Para informações farmacocinéticas mais

detalhadas, vide “Características farmacológicas – Propriedades farmacocinéticas”.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Utilizou-se a seguinte convenção para classificar as reações adversas: muito comum (> 1/10), comum (>

1/100 e < 1/10), incomum (> 1/1.000 e < 1/100), rara (> 1/10.000 e < 1/1.000), muito rara (< 1/10.000).

Epilepsia

Observadas durante estudos em monoterapia

Reação muito comum (> 1/10): dor de cabeça.

Reação comum (> 1/100 e < 1/10): sonolência, insônia, tontura, tremor, náusea, vômito, diarreia.

Reação incomum (> 1/1.000 e < 1/100): ataxia, nistagmo, diplopia, visão turva.

Observadas durante outras experiências clínicas

Reações muito comuns (>1/10): sonolência, ataxia, vertigem, dor de cabeça, diplopia, visão turva,

náusea, vômito.

Reações comuns (>1/100 e <1/10): nistagmo, tremor, insônia, diarreia.

Reação rara (> 1/10.000 e < 1.000): meningite asséptica (vide “Advertências e Precauções”),

conjuntivite.

Reação muito rara (< 1/10.000): agitação, inconstância, distúrbios do movimento, piora da doença de

Parkinson***, efeitos extra-piramidais***, coreoatetose, aumento na frequência das convulsões,

pesadelos.

Dados pós-comercialização

 

Reações muito comuns (>1/10): exantema cutâneo*

Reações comuns (>1/100 e <1/10): agressividade, irritabilidade, fadiga

Reações raras (> 1/10.000 e <1/1000): Síndrome de Stevens-Johnson

Reações muito raras (<1/10.000):

 necrólise epidérmica tóxica;

 reações semelhantes ao lúpus;

 tiques, alucinações, confusão;

 testes de função hepática aumentados, disfunção hepática****, insuficiência hepática;

 anormalidades hematológicas** (incluindo neutropenia, leucopenia, anemia, trombocitopenia,

pancitopenia, anemia aplástica, agranulocitose), linfadenopatia associadas ou não à síndrome de

hipersensibilidade**;

 síndrome de hipersensibilidade (incluindo sintomas como febre, linfadenopatia, edema facial,

anormalidades sanguíneas e do fígado, Coagulação Intravascular Disseminada (CID),

insuficiência múltipla de órgãos)**.

*Em estudos clínicos duplo-cegos em adultos, ocorreram exantemas cutâneos (rashes cutâneos) em até

10% dos pacientes que tomavam lamotrigina e em 5% dos pacientes que tomavam placebo. Os exantemas

cutâneos levaram à suspensão do tratamento com lamotrigina em 2% dos pacientes. O exantema,

normalmente de aparência máculo-papular, geralmente aparece dentro de oito semanas após o início do

tratamento, ocorrendo regressão com a suspensão da droga (vide “Advertências e Precauções”).

Raramente, foram observados exantemas cutâneos graves, incluindo Síndrome de Stevens-Johnson e

Necrólise Epidérmica Tóxica (NET, Síndrome de Lyell). Embora na maioria dos casos ocorra pronta

recuperação com a suspensão da droga, alguns pacientes experimentam déficit de cicatrização irreversível

e, em alguns raros casos, evoluem para o óbito (vide “Advertências e Precauções”).

O risco de exantema global parece estar associado com:

 altas doses iniciais de lamotrigina;

 doses que excedam o escalonamento de doses recomendado na terapia com lamotrigina (vide

“Posologia e Modo de usar”);

 uso concomitante de valproato (vide “Posologia e Modo de usar”).

Exantema tem sido relatado como parte de uma síndrome de hipersensibilidade associada a um padrão

variável de sintomas sistêmicos**.

**Além disso, foi relatado como parte da síndrome de hipersensibilidade associado a um padrão variável

de sintomas sistêmicos como febre, linfadenopatia, edema facial e anormalidades do sangue e fígado. A

síndrome mostra um amplo espectro de gravidade clínica e pode, raramente, levar à síndrome de

coagulação disseminada (CID) e insuficiência múltipla de órgãos. É importante notar que manifestações

de hipersensibilidade prematuras (por exemplo, febre e linfadenopatia) podem estar presentes sem que o

exantema seja evidente. Se tais sinais e sintomas estiverem presentes, o paciente deverá ser avaliado

imediatamente, e a lamotrigina, descontinuada, caso uma etiologia alternativa não seja estabelecida.

***Foi relatado que a lamotrigina pode piorar os sintomas parkinsonianos em pacientes com doença de

Parkinson pré-existente. Há relatos isolados de efeitos extrapiramidais e coreoatetose em pacientes sem

esta predisposição.

****A disfunção hepática ocorre geralmente associada a reações de hipersensibilidade, mas foram

relatados casos isolados sem sinais claros de hipersensibilidade.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –

NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância

Sanitária Estadual ou Municipal.

10. SUPERDOSE

Sinais e sintomas: foi descrita a ingestão aguda de doses de até 10 a 20 vezes a dose terapêutica máxima,

incluindo casos fatais. A superdose resultou em sintomas que incluem nistagmo, ataxia, alteração no nível

de consciência, epilepsia do tipo grande mal e coma. Alargamento do QRS (atraso da condução

intraventricular) também tem sido observado em pacientes em overdose.

Tratamento: no caso de superdose, o paciente deve ser hospitalizado para receber tratamento sintomático

e de suporte apropriados, conforme clinicamente indicado ou conforme recomendado pelo Centro de

Controle de Intoxicação, onde estiver disponível.

Em caso de intoxicação, ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.