Bula do Linatron produzido pelo laboratorio Blau Farmacêutica S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Blau Farmacêutica S/A.
LINATRON®
Blau Farmacêutica S.A.
Solução Injetável
300 mg/mL
MODELO DE BULA PROFISSIONAL DE SAÚDE RDC 47/09
cloridrato de lincomicina
APRESENTAÇÃO
Solução injetável. Embalagem com 50 ampolas de 2 mL.
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: INTRAVENOSA OU INTRAMUSCULAR
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada mL da solução injetável contém:
cloridrato de lincomicina (equivalente à 300 mg de lincomicina base) ...................................................................................340,22 mg
excipientes (álcool benzílico, ácido clorídrico e água para injetáveis) q.s.p. ...................................................................................1 mL
I) INFORMAÇÕES AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Linatron®
é indicado no tratamento de infecções graves causadas por bactérias aeróbias Gram-positivas, incluindo estreptococos,
estafilococos (inclusive estafilococos produtores de penicilinase) e pneumococos. Não é ativa contra Streptococcus faecalis,
leveduras ou bactérias Gram-negativas, como N. gonorrhoeae e H. influenzae, entre outros.
Cloridrato de lincomicina apresenta eficácia no tratamento de diversas infecções graves causadas por bactérias aeróbias Gram-
positivas, incluindo estreptococos, estafilococos (inclusive estafilococos produtores de penicilinase) e pneumococos. As taxas de
eficácia atingiram 88,8% num estudo de 150 pacientes com infecção de tecidos moles tratados com cloridrato de lincomicina
(Spízek & Rezanka, 2004; Greval et al, 1991).
Referências Bibliográficas
Spízek J, Rezanka T. Lincomycin, clindamycin and their applications. Appl Microbiol Biotechnol. 2004 May; 64(4):455-64. Epub
2004 Feb 5.
Greval RS, Goyal SC, Sofat JR. A pilot study of parenteral lincomycin therapy in soft tissue infections. Indian J Med Sci. 1991
Aug;45(8):209-11, 208.
O cloridrato de lincomicina é um agente antibiótico da classe das lincosamidas.
Propriedades Farmacodinâmicas
Aproximadamente 20% a 30% da dose oral é absorvida. O pico de concentração sérica ocorre 2 a 4 h após a administração oral e 1 h
após a administração intramuscular. A ligação a proteínas plasmáticas é de 72%; os níveis no fluido cefalorraquidiano são maiores
quando as meninges estão inflamadas. O volume de distribuição do fármaco é de 23 a 38 L; a sua meia-vida de eliminação é de 2 a
11,5 h. O fármaco é metabolizado pelo fígado e 5% a 10% do fármaco inalterado é excretado na urina, 30% a 40% e 4% a 14% do
fármaco inalterado é excretado nas fezes após administração oral e parenteral, respectivamente.
Linatron®
é contraindicado a pacientes que apresentam hipersensibilidade conhecida à lincomicina, à clindamicina ou a qualquer
outro componente do produto. Não deve ser utilizada no tratamento de infecções bacterianas leves ou por vírus.
Geral
A formulação injetável de Linatron®
contém álcool benzílico. O conservante álcool benzílico tem sido associado a eventos adversos
graves, incluindo a “Síndrome de Gasping” e à morte em pacientes pediátricos.
Embora doses terapêuticas normais desse medicamento forneçam quantidades de álcool benzílico substancialmente menores que as
relatadas em associação com a “Síndrome de Gasping”, a quantidade mínima de álcool benzílico que pode causar toxicidade não é
conhecida.
O risco de toxicidade do álcool benzílico depende da quantidade administrada e da capacidade hepática de desintoxicação da
substância química. Crianças prematuras e que nasceram com peso baixo estão mais propensas a desenvolver a toxicidade.
Tem-se relatado colite pseudomembranosa, que pode evoluir de leve a grave (ameaçadora à vida), com o uso de muitos antibióticos,
inclusive lincomicina. Portanto, é importante considerar o diagnóstico em pacientes que apresentam diarreia subsequente à
administração de antibióticos.
Por ser uma terapia associada à colite grave, que pode ser fatal, a lincomicina somente deverá ser utilizada em infecções graves, nas
quais antibióticos menos tóxicos forem inapropriados. A lincomicina não deve ser empregada em pacientes com infecções não
bacterianas, como as infecções virais do trato respiratório superior.
Clostridium difficile associado a diarreia (CDAD) foi relatado com o uso de vários agentes antibacterianos, incluindo a lincomicina,
e pode resultar em diarreia moderada/grave a colite fatal. O tratamento com agentes antibacterianos altera a flora do cólon e pode
permitir o crescimento de C. difficile.
C. difficile produz as toxinas A e B que contribuem para o desenvolvimento da CDAD. Colônias de C. difficile produtoras de
hipertoxina causam aumento da morbidade e mortalidade, uma vez que estas infecções podem ser refratárias a terapias
antimicrobianas e podem necessitar colectomia. A CDAD deve ser considerada em todos os pacientes que apresentaram diarreia
após o uso de antibiótico. O histórico médico cuidadoso é necessário uma vez que a CDAD foi relatada até dois meses após a
administração do agente antimicrobiano.
Estudos indicam que a toxina produzida por Clostridium difficile é a causa primária da colite associada a antibióticos. Após o
estabelecimento do diagnóstico de colite pseudomembranosa, medidas terapêuticas devem ser iniciadas. Casos leves de colite
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pseudomembranosa normalmente respondem à simples descontinuação do fármaco. Em casos moderados a graves, deve-se
considerar a terapia com fluidos e eletrólitos, suplementação de proteínas e tratamento com antibiótico clinicamente eficaz contra
colite por Clostridium difficile.
O aparecimento de diarreia, colite e colite pseudomembranosa foi observado até várias semanas após o término do tratamento com
lincomicina.
Outras causas de colite devem ser também consideradas. A sensibilidade prévia ao fármaco e a outros alérgenos deve ser
cuidadosamente pesquisada.
A colite associada a antibioticoterapia e diarreia ocorrem mais frequentemente, e podem ser mais graves, em pacientes idosos e/ou
debilitados. Quando tratados com lincomicina, estes pacientes devem ser cuidadosamente monitorizados quanto às alterações na
frequência intestinal.
Linatron®
deve ser utilizado com cautela em pacientes com histórico de doença gastrintestinal, principalmente colite.
Como qualquer medicamento, o cloridrato de lincomicina deve ser utilizado com precaução em pacientes com história de asma
brônquica ou alergia significativa.
Certas infecções podem requerer incisões e drenagem, ou outras intervenções cirúrgicas indicadas, além da terapia com antibióticos.
não deve ser utilizado no tratamento de meningite, pois não penetra adequadamente no fluido cefalorraquidiano.
No intuito de reduzir o desenvolvimento de bactérias resistentes à medicação e manter a efetividade de Linatron®
e outros agentes
antibacterianos, Linatron®
deve ser utilizado somente para tratar ou prevenir infecções comprovadas ou altamente suspeitas de ter
origem bacteriana.
O uso de antibióticos pode ocasionar crescimento excessivo de microrganismos não sensíveis, especialmente leveduras. Medidas
adicionais deverão ser tomadas, caso apareçam tais infecções. Quando pacientes com infecções por monilia pré-existentes
necessitarem de tratamento com o cloridrato de lincomicina, deverá ser administrado um tratamento antimonilia adequado.
não é recomendado para uso em recém-nascidos.
A meia-vida sérica do cloridrato de lincomicina é aumentada em pacientes com função renal ou hepática prejudicada; deve-se,
portanto, considerar a possibilidade de diminuir a frequência de administração nesses pacientes. Quando lincomicina é administrada
a pacientes com insuficiência renal grave, a dose adequada é 25% a 30% daquela recomendada para pacientes com função renal
normal. Em pacientes com disfunção hepática, a meia-vida do cloridrato de lincomicina pode ser duplicada, quando comparada à
meia-vida do fármaco em pacientes com função hepática normal. A dose de lincomicina deve ser determinada cuidadosamente em
pacientes com disfunção renal grave ou disfunção hepática e os níveis séricos de lincomicina devem ser monitorados durante a
terapia com altas doses.
Durante terapia prolongada, recomenda-se monitorar as funções renal, hepática e hematológica.
No caso de administração por infusão, Linatron®
não deve ser administrado na forma de “bolus”, e sim lentamente (vide item 8.
Posologia e Modo de Usar).
Uso durante a Gravidez
O álcool benzílico pode atravessar a placenta, ver item 5. Advertências e Precauções subitem Geral.
Não foram observados efeitos adversos na ninhada, desde o nascimento até o desmame, em estudos desenvolvidos com ratos,
utilizando-se doses orais de lincomicina até 1.000 mg/kg (7,5 vezes a dose máxima humana de 8 g/dia). Não foram observados
efeitos teratogênicos em um estudo conduzido em ratos tratados com doses maiores que 55 vezes a dose mais alta recomendada em
humanos adultos (8 g/dia).
Em humanos, a lincomicina atravessa a placenta e resulta em níveis séricos no cordão de cerca de 25% dos níveis séricos maternos.
Não há acúmulo significativo no líquido amniótico. Não há estudos controlados em mulheres grávidas; porém, não foram
demonstrados aumentos em anormalidades congênitas ou atraso no desenvolvimento em filhos de 302 pacientes tratadas com
lincomicina em vários estágios da gravidez, quando comparado a um grupo controle, até 7 anos após o nascimento. A lincomicina
deve apenas ser utilizada na gravidez se claramente necessário.
Categoria de risco na gravidez: B.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Uso durante a Lactação
A lincomicina foi detectada no leite humano em concentrações de 0,5 a 2,4 mcg/mL. Devido ao potencial do fármaco em causar
reações adversas graves em lactentes, a decisão de descontinuar o tratamento deve ser realizada, considerando-se a importância do
fármaco para a mãe.
Efeitos na Habilidade de Dirigir e Operar Máquinas
O efeito de Linatron®
na habilidade de dirigir ou de operar máquinas não foi estudado, mas, considerando suas propriedades
Demonstrou-se antagonismo entre a lincomicina e a eritromicina in vitro. Devido ao possível significado clínico, esses dois
fármacos não devem ser administrados concomitantemente.
A lincomicina tem propriedades de bloqueio neuromuscular que podem aumentar a ação de outros agentes bloqueadores
neuromusculares. Portanto, deve ser utilizada cuidadosamente em pacientes sob terapia com tais agentes.
Linatron®
solução injetável deve ser conservado em temperatura ambiente entre 15 e 30ºC.
Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas
Solução límpida, incolor à levemente amarelada com leve odor, isenta de partículas visíveis.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no
aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Blau Farmacêutica S/A.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Uso em Adultos
Injeção Intramuscular: 600 mg (2 mL) a cada 24 horas. Infecções mais graves: 600 mg (2 mL) a cada 12 horas, ou mais
frequentemente, dependendo da gravidade da infecção.
Infusão Intravenosa: 600 mg a 1 g a cada 8 ou 12 horas. Infecções mais graves: essas doses podem ser aumentadas. Em infecções
que ameacem a vida, doses de até 8 g diárias têm sido administradas. Administrar em infusão diluída, como descrito na tabela de
Diluição e Índices de Infusão.
Uso em Crianças acima de 1 mês de idade
Injeção Intramuscular: 10 mg/kg a cada 24 horas. Infecções mais graves: 10mg/kg a cada 12 horas ou mais frequentemente.
Infusão Intravenosa: 10 a 20 mg/kg/dia, dependendo da gravidade da infecção. Administrar como infusão diluída, como descrito na
tabela de Diluição e Índices de Infusão.
Uso em pacientes Idosos
Aos pacientes idosos aplicam-se todas as recomendações acima descritas.
Em infecções por estreptococos beta-hemolíticos, o tratamento deve continuar durante pelo menos 10 dias, para diminuir a
possibilidade de febre reumática ou glomerulonefrite subsequente.
Uso em pacientes com diminuição da função hepática ou renal
Quando Linatron®
é administrado a pacientes com insuficiência renal grave, a dose adequada é de 25% a 30% daquela recomendada
para pacientes com função renal normal.
Em pacientes com disfunção hepática ou renal, a meia-vida do cloridrato de lincomicina está aumentada. Deve-se considerar a
diminuição da frequência de administração de lincomicina em pacientes com prejuízo na função renal ou hepática.
Infecções por Estreptococos Beta-hemolíticos
O tratamento deve continuar por pelo menos 10 dias.
Diluição e Índices de Infusão
Doses de até 1 g devem ser diluídas em pelo menos 100 mL de uma solução adequada, e administradas por infusão de, pelo menos,
1 hora de duração.
Dose Volume de diluente Tempo de administração
600 mg 100 mL 1 h
1 g 100 mL 1 h
2 g 200 mL 2 h
3 g 300 mL 3 h
4 g 400 mL 4 h
Essas doses devem ser repetidas sempre que for necessário, até o limite da dose diária máxima recomendada de 8 g de lincomicina.
Ocorreram reações cardiopulmonares graves com a administração do medicamento de forma mais rápida e mais concentrada do que
o recomendado.
Linatron®
poderá ser administrada utilizando-se as técnicas de infusão IV direta, por acoplamento ou tubo em “Y”.
Compatibilidades
é fisicamente compatível por 12 horas, em temperatura ambiente, temperatura ambiente protegido da luz e em geladeira
entre 2ºC e 8ºC com:
Soluções para infusão: dextrose em água, 5% e 10%; dextrose em salina, 5% e 10%; e solução de Ringer.
Incompatibilidades
é fisicamente incompatível com novobiocina, canamicina e fenitoína. Deve ser ressaltado que as determinações de
compatibilidade e incompatibilidade são observações físicas, e não determinações químicas.
Não foi desenvolvida uma avaliação clínica adequada sobre segurança e eficácia dessas combinações.
Gastrintestinais: náuseas, vômitos, distúrbios abdominais, diarreia persistente (vide item 5. Advertências e Precauções), glossite,
estomatite, prurido anal. Colite pseudomembranosa.
Hematopoiéticas: neutropenia, leucopenia, agranulocitose, púrpura trombocitopênica e eosinofilia. Raramente foram registradas
anemia aplásica e pancitopenia.
Reações de hipersensibilidade: têm sido relatados edema angioneurótico, doença do soro e anafilaxia. Foram relatados raramente
casos de eritema multiforme, alguns semelhantes à síndrome de Stevens-Johnson. Se reações de hipersensibilidade à lincomicina
ocorrerem, deve-se descontinuar o tratamento. Reações sérias de hipersensibilidade aguda podem requerer tratamento com
epinefrina e outras medidas de emergência, incluindo oxigênio, fluidos intravenosos, anti-histamínicos intravenosos,
corticosteroides, aminas pressoras e manejo das vias respiratórias, como clinicamente indicado.
Pele e membranas mucosas: prurido, rash cutâneo, urticária, vaginite e, raramente, dermatite esfoliativa e vesículo-bolhosa.
Hepáticas: icterícia e anormalidades nos testes de função hepática (particularmente elevação da transaminase sérica).
Renais: embora não tenha sido estabelecida relação direta entre o tratamento com lincomicina e danos renais, foi raramente
observada insuficiência renal, evidenciada por azotemia, oligúria e/ou proteinúria.
Cardiovasculares: foi relatada hipotensão após administração parenteral, particularmente após administração muito rápida. Casos
raros de parada cardiopulmonar após infusão muito rápida.
Reações locais: irritação local, dor, enduração, formação de abscesso estéril no caso de injeção IM, tromboflebite com injeção IV.
Outras: ocasionalmente foram relatados zumbidos e vertigem.
Blau Farmacêutica S/A.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.