Bula do Lipidil produzido pelo laboratorio Abbott Laboratórios do Brasil Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Abbott Laboratórios do Brasil Ltda Rua Michigan 735, Brooklin
São Paulo - SP
CEP: 04566-905
Tel: 55 11 5536 7000
Fax: 55 11 5536 7126
LIPIDIL®
fenofibrato
ABBOTT LABORATÓRIOS DO BRASIL LTDA.
Cápsulas
200 mg
BU 02_LIPIDIL 200 mg_PROFISSIONAL_Anvisa
1
MODELO DE BULA PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
fenofibrato 200 mg
APRESENTAÇÕES:
(fenofibrato) 200 mg cápsulas: embalagem com 30 cápsulas contendo 200 mg de
fenofibrato.
VIA ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada cápsula de LIPIDIL®
(fenofibrato) 200 mg contém:
fenofibrato micronizado....................................................................... 200,0 mg
Excipientes...................................................................................q.s.p.1 cápsula
Excipientes: laurilsulfato de sódio, lactose monoidratada, amido pré-gelatinizado, crospovidona,
estearato de magnésio, dióxido de titânio, óxido férrico hidratado, eritrosina e gelatina.
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
LIPIDIL®
(fenofibrato) 160 mg é indicado para:
Hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia isolada ou combinada (dislipidemias tipo IIa, IIb, IV assim
como a dislipidemia do tipo III) em pacientes que não respondem à dieta apropriada e à outras medidas
terapêuticas não medicamentosas (por ex. diminuição do peso corporal ou aumento da atividade física)
em especial quando existem fatores de risco associados como a hipertensão e o tabagismo.
A dieta iniciada antes do tratamento deve continuar durante o uso de LIPIDIL®
(fenofibrato).
A eficácia terapêutica do fenofibrato micronizado uma vez ao dia foi avaliado em estudos comparativos
e não comparativos em pacientes com dislipidemia IIa, IIb, III ou IV e separadamente em pacientes
com diabetes ou síndrome metabólica. A maioria dos estudos incluiu um período sem droga ou placebo
em conjunção com controle dietético por 1 a 4 meses, antes do início da droga ativa.
Em estudo duplo-cego, controlado por grupo paralelo e placebo, 189 pacientes foram randomizados em
3 grupos: placebo, fenofibrato micronizado e fenofibrato não micronizado 100mg 3x/dia. Depois de 3
meses a análise “intent-to-treat” indicou sucesso (conforme avaliado pelo número de pacientes que
experimentaram redução de colesterol > 15%) significativamente maior no grupo de fenofibrato
micronizado (71,9%) do que com placebo em reduzir o colesterol total (-18%), LDL – colesterol (-
22%), triglicérides (-19%) e apolipoproteína B (-24%).
BU 02_LIPIDIL 160 mg_PROFISSIONAL_Anvisa
2
Abbott Laboratórios do Brasil Ltda Rua Michigan 735, Brooklin
São Paulo - SP
CEP: 04566-905
Tel: 55 11 5536 7000
Fax: 55 11 5536 7126
Os efeitos modificadores de lípidios do fenofibrato micronizado 200mg foram comparados com com as
estatinas disponíveis incluindo sinvastatina, lovastatina,
pravastatina,
e atorvastatina. Estes estudos
incluíram duração de tratamento de 2 a 4 meses. Avaliação da mudança dos níveis de lipoproteínas no
fim de cada estudo mostrou uma diminuição significativamente maior em comparação aos valores
basais dos níveis de triglicérides com fenofibrato micronizado do que com qualquer estatina em
pacientes com ambos os tipos IIa e IIb. O fenofibrato geralmente levou a um aumento maior em HDL
colesterol, particularmente em pacientes do tipo IIb (até 34% com fenofibrato versus 11% com
sinvastatina). Fenofibrato micronizado foi geralmente menos efetivo na diminuição do LDL colesterol
do que a sinvastatina 20mg e atorvastatina 10mg, mas teve um eficácia similar à pravastatina 20 a 40mg
e lovastatina 20mg.
O estudo FIELD, trouxe um melhor entendimento dos benefícios clínicos do fenofibrato além de
representar um marco em relação aos estudos clínicos porque foi o maior estudo realizado em pacientes
com diabetes tipo 2 (n=9795) e sem eventos cardiovasculares pregresso (7664, 78%) jamais antes
estudados. Este estudo avaliou 9795 pacientes diabéticos, com um controle glicêmico geral bom,
durante 5 anos, que tinham seus níveis de colesterol e de triglicérides normais ou próximos do normais,
e, portanto, não haveria a necessidade de um tratamento hipolipemiante. O critério principal de
avaliação foi verificar se o uso de fenofibrato reduziria o número de infartos do miocárdio (fatal ou não
fatal). Como critério secundário avaliou-se outros acontecimentos cardiovasculares maiores como, por
exemplo, acidente vascular cerebral (AVC), bem como todos os outros acontecimentos
cardiovasculares. E, como critério terciário, analisou-se a progressão de doença renal, a necessidade de
tratamento com laser de retinopatia (diabetes) e amputações. O fenofibrato foi associado com 11% de
redução no “end point” primário (primeiro infarto não fatal ou morte por doença coronariana) (P =
0,16). Os níveis substancialmente maiores de estatina usados no grupo placebo podem ter mascarado
alguns efeitos benéficos do fenofibrato. Porém, quando ajustado para o uso de estatinas, o fenofibrato
foi associado com uma redução de 19% no “end point” primário (P = 0,01). Verificou-se também que o
fenofibrato foi associado com uma redução significante de 11% nos eventos coronarianos totais (P =
0,35) e que, quando ajustado para o uso de estatinas, o fenofibrato foi associado com uma redução de
15% nos eventos coronarianos totais (P = 0,004). O fenofibrato reduziu significativamente os índices de
infarto do miocárdio não fatal em 24% (P = 0,010), a revascularização coronariana em 21% (P = 0,003),
os eventos microvasculares (progressão para albuminuria e necessidade de tratamento a laser para
retinopatia). O fenofibrato foi geralmente bem tolerado mesmo em terapias concomitantes (mesmo na
combinação fenofibrato-estatina).
Um outro estudo mais recente (ACCORD Lipid), com o fenofibrato, avaliou pacientes diabéticos tipo 2
que receberam tratamento com sinvastatina associado com placebo ou fenofibrato. Neste estudo, não
houve redução de desfechos cardiovasculares com a associação de fenofibrato à sinvastatina, no entanto
os níveis basais de triglicérides não eram muito elevados, o que poderia justificar parte da perda de
benefício com o fibrato. Análise de subgrupos deste estudo evidenciou que indivíduos com níveis de
triglicérides acima de 204 mg/dL concomitante a níveis de HDL-C abaixo de 34 mg/dL apresentaram
benefício como uso de fenofibrato. Metanálise de 2010 comprovou redução de risco de evento
cardiovascular global em 10% e coronariano em 13%, com o uso de fibratos.
Referências:
Berthezere F. Comparative placebo controlled study of 2 fenofibrate formulations 3x 100mg/day
fenofibrate and 1x 200mg/day micronized fenofibrate. Internal report CFEN 88 02 FR 90 02,
March 1990.
Farnier M. Six month, double-blind, comparative trial of fenobibrate 200 M versus simvastatin in
patients with primary hyperlipidaemia IIa or IIb. Internal report CFEN 89 04 FR 91 02, October
1991.
Farnier M, Bonnefous F, Debbas N, Irvine A. Comparative efficacy and safety of micronized
fenofibrate and simvastatin in patients with primary type IIa or IIb hyperlipidaemia. Arch Inter
Med 1994; 154: 441-449.
3
Steinmetz A, Schawarz T, Hehnke U, et al. Multicenter comparison of micronised fenofibrate and
simvastatin in patients with primary type Iia or Iib hyperlipoproteinaemia. J Cardiovasc
Pharmacol 1996; 27:563-570.
De Lorgeril M. Single center, double-blind and parallel-group controlled clinical study of cardiac
function in coronary patients with dyslipidemia treated for 12 weeks with 200mg/dy micronized
fenofibrate or 20mg/day simvastatin. Internal report CFEN 93 05 FR 98 02. November 1998,
revised in October 1999.
De Lorgeril M, Salen P, Bontemps L et al. Effects of lipid-lowering drugs on left ventricular
function and exercise tolerance in dyslipidemic coronary patients. J Cardiovasc Pharmacol
1999; 33: 473-478.
Weisweiler P. Comparison of the efficacy of a 200mg fenofibrate formulation with lovastatin.
Internal report CFEN 89 03 WG 90 02, September 1990.
Vanhaelst L. Multicenter, parallel group, double-blind clinical trial comparing the efficacy and
safety of 200mg micronized fenofibrate and 20mg pravastatin administered during 3 or 6
months to patients with type IIa and IIb dyslipidaemis. Internal report CFEN 90 06 EU 98 02,
December 1998.
Ducobu J, Vanhaelst L, Pometta D, et al. A randomized double-blind, comparative, multinational
study on lipid-lowering effects of 200mg micronized fenofibrate or 20mg pravastatin in type II
dyslipidemic patients. 66th European Atherosclerosis Society, July 13-17, 1996, Florence
(Italy).
Bairaktari ET, Tzallas CS, Tsimihodimos VK et al. Comparison of the efficacy of atorvastatin
and micronized fenofibrate in the treatment of mixed hyperlipidaemia. Journal of
Cardiovascular Risk 1999; 6: 113-116.
The effect of 12 weeks treatment with micronized fenofibrate 200mg compared to atorvastatin
10mg on HDL-cholesterol in patients with dyslipidemia. A multi-centre, randomized, open trial.
Internal report CFEN 97 04 WO 01 02; November 2001.
Despres JP, Lemieux I, Salomon H and Delaval D. Effects of micronized fenofibrate versus
atorvastatin in the treatment of dyslipidaemic patients with low plasma HDL-cholesterol levels.
A 12-week randomized trial. J Intern Med 2002; 251: 490-499.
Lemieux I, Salomon H, Despres JP. Contribution of apo CIII reduction to the greater effect of 12
week micronized fenofibrate than atorvastatin therapy on triglyceride levels and LDL size in
dyslipidemic patients. Ann Med 2003; 35: 442-448.
Krempf M, Luc G, Le Malicot K, Ansquer J. Effect of fenofibrate and atorvastatin on LDL
particle distribution: a randomized study in hypercholesterolemic patients. Abstract: W02.113.
Citation: Atherosclerosis Supplements 2004; 5:26.
FIELD Study Investigators. Effects of long-term fenofibrate therapy on cardiovascular events in
9795 people with type 2 diabetes mellitus (the FIELD study): randomized controlled trial.
Lancet 2005; 366:1849-61.
Keech AC, Mitchell P, Summanen PA, et al; FIELD study investigators. Effect of fenofibrate on
the need for laser treatment for diabetic retinopathy (FIELD study): a randomized controlled
trial. Lancet 2007;370:1687-97.
Burgess D, Hunt D, Li LP, et al; on behalf of the FIELD Investigators. Effects of fenofibrate on
silent myocardial infarction, hospitalization for acute coronary syndromes and amputation in
type 2 diabetes: the Fenofibrate Intervention and Event Lowering in Diabetes (FIELD) study.
Circulation 2007;116 (Suppl II): 838 (abstract 3693).
Scott R, d’Emden M, Best J, et al; on behalfof the FIELD Investigators. Features of metabolic
syndrome identify individuals with type 2 diabetes mellitus at high risk for cardiovascular
events and greater absolute benefits of fenofibrate. Circulation 2007;116 (Suppl II): 838
(abstract 3691).
The ACCORD Study Group. Effects of combination lipid therapy in type 2 diabetes mellitus. N
Engl J Med, 2010;362:1563-74.
4
Jun M, Foote C, Lv J, et al. Effects of fibrates on cardiovascular outcomes: a systematic review
and meta-analysis. Lancet, 2010;375:1875-84.
The ACCORD Study GroupAbstract 19724: Hypertriglyceridemia and Low HDL-C Predicts
Fenofibrate Response in The ACCORD-Lipid Trial. Circulation. 2010; 122: A19724
Propriedades farmacodinâmicas
O fenofibrato é um derivado do ácido fíbrico cujos efeitos de modificação de lipídios relatados em seres
humanos são mediados através da ativação dos Receptores Ativados da Proliferação de Peroxissomos
(PPAR).
Através da ativação do PPAR, o fenofibrato aumenta a lipólise e a eliminação de partículas
aterogênicas ricas em triglicerídeos do plasma por ativação da lipoproteína lipase e redução da produção
da apoproteína CIII. A ativação do PPAR também induz o aumento da síntese das apoproteínas AI e
AII.
Os efeitos supramencionados do fenofibrato sobre as lipoproteínas levam a uma redução das frações de
baixa densidade (VLDL e LDL) contendo a apoproteina B e um aumento das frações de lipoproteínas de
alta densidade (HDL) contendo as apoproteinas AI e AII.
Além disso, pela modulação da síntese e do catabolismo das frações VLDL, o fenofibrato aumenta a
depuração dos LDL e reduz a taxa de LDL menos densos. As taxas de LDL menos densos são
frequentemente aumentados nos pacientes com risco de doença coronária (Perfil Lipídico Aterogênico).
Nos estudos clínicos com o fenofibrato, a redução do colesterol total foi de 20 a 25%, a dos triglicérides
de 40 a 55% e a taxas de colesterol HDL aumentaram de 10 a 30%.
Nos pacientes hipercolesterolêmicos para os quais as taxas de colesterol LDL diminuíram de 20 a 35%,
o efeito global sobre o colesterol leva a uma diminuição da relação colesterol total sobre colesterol
HDL, colesterol LDL sobre colesterol HDL ou Apo B sobre Apo AI, que são todos os marcadores do
risco aterogênico.
Os depósitos de colesterol extra-vasculares (xantomas tendinosos e tuberosos) podem regredir de modo
importante ou até mesmo desaparecer totalmente quando de um tratamento com fenofibrato.
Os pacientes que apresentam altas taxas de fibrinogênio e tratado com fenofibrato mostraram uma
redução significativa deste parâmetro como aqueles apresentando taxas elevadas de Lp(a). Outros
marcadores de inflamação, tais como a Proteína C-Reativa são reduzidos com o tratamento com
fenofibrato.
O efeito uricosúrico do fenofibrato leva a uma redução de aproximadamente 25% dos níveis de ácido
úrico que deve ser um benefício adicional para os pacientes dislipidêmicos com hiperuricemia.
Um efeito antiagregante plaquetário do fenofibrato tem sido demonstrado em animais e num estudo
clínico que colocou em evidência uma diminuição da agregação plaquetária provocada pelo ADP, o
ácido araquidônico e epinefrina.
Propriedades farmacocinéticas
LIPIDIL®
(fenofibrato) 160 mg, comprimidos revestidos de fenofibrato micronizado é
suprabiodisponível (biodisponibilidade aumentada) comparado com o LIPIDIL®
(fenofibrato) 200 mg
cápsulas.
Absorção: as concentrações plasmáticas máximas (Cmax) são obtidas 4 a 5 horas depois da administração
oral. Em caso de tratamento continuo, estas concentrações são estáveis em qualquer indivíduo.
A administração concomitante de alimento aumenta a absorção do fenofibrato.
Distribuição: o ácido fenofibrico está fortemente ligado à albumina plasmática (mais de 99%).
Meia vida plasmática: a meia vida de eliminação plasmática do ácido fenofibrico é da ordem de 20
horas.
Metabolismo e excreção: Depois da administração oral, o fenofibrato é rapidamente hidrolisado pelas
esterases e se torna o metabólito ativo ácido fenofíbrico. Não é possível detectar fenofibrato inalterado
BU 02_LIPIDIL 160 mg_PROFISSIONAL_Anvisa
5
Abbott Laboratórios do Brasil Ltda Rua Michigan 735, Brooklin
São Paulo - SP
CEP: 04566-905
Tel: 55 11 5536 7000
Fax: 55 11 5536 7126
no plasma. Fenofibrato não é substrato para a CYP3A4. Não há envolvimento do metabolismo
microssomal hepático. O medicamento é excretado essencialmente por via urinária. A eliminação do
medicamento é quase completa em 6 dias. O fenofibrato e principalmente excretado sob a forma de
ácido fenofibrico e de seus glucoronídeos conjugados Nos pacientes idosos, a depuração plasmática
aparente total não é modificada. Os estudos de cinética após administração de dose única e tratamento
contínuo tem demonstrado a ausência de acumulação do medicamento.
O ácido fenofibrico não é eliminado pela hemodiálise.
Os efeitos do fenofibrato começam a ocorrer a partir da segunda semana de tratamento e são mantidos
durante todo o tratamento.
Dados de segurança pré-clínica
Estudos de toxicidade crônica não trouxeram informações relevantes sobre a toxicidade especifica do
fenofibrato. Os estudos de mutagenicidade sobre o fenofibrato se mostraram negativos. Em ratos e
camundongos, foram observados tumores hepáticos com doses elevadas que foram atribuídas a uma
proliferação dos peroxissomos. Estas manifestações são específicas de pequenos roedores e não foram
observadas em outras espécies de animais. Isto é, sem consequência para a utilização terapêutica no
homem.
Estudos nos camundongos, ratos e coelhos não revelaram nenhum efeito teratogênico. Efeitos
embriotóxicos foram observados em níveis semelhantes aos da toxicidade materna. Uma prolongação do
período de gestação e dificuldades durante o parto foi observada com doses elevadas. Nenhum efeito foi
observado no que diz respeito à fertilidade.
LIPIDIL®
(fenofibrato) 160 mg é contraindicado nos casos de:
Hipersensibilidade ao fenofibrato ou a qualquer um dos componentes da fórmula (ver
COMPOSIÇÃO);
Insuficiência hepática (incluindo cirrose biliar e anormalidade da função hepática persistente
sem explicação);
Doença renal crônica grave;
Reação fototóxica ou fotoalérgica conhecida durante o tratamento com fibratos ou cetoprofeno.
Doença da vesícula biliar e
Pancreatite crônica ou aguda com exceção de uma pancreatite aguda devido a uma
hipertrigliceridemia severa.
(fenofibrato) 160 mg, comprimido revestido é contraindicado aos pacientes alérgicos ao
amendoim, ao óleo de amendoim, à lecitina de soja ou a algum dos seus derivados devido ao risco de
ocorrerem reações de hipersensibilidade.
Função hepática: Como ocorre com outros hipolipidemiantes, uma elevação das transaminases foi
observada em alguns pacientes. Na maioria dos casos, essas elevações foram transitórias, leves e
assintomáticas. É recomendado monitorar as taxas de transaminases a cada 3 meses durante os 12
primeiros meses de tratamento e depois disso periodicamente. Uma atenção especial deve ser dada aos
pacientes que tiveram um aumento da taxa de transaminase e o tratamento deverá ser interrompido em
caso de aumento das taxas de aspartato-aminotransferase (AST) e de alanina-aminotransferase (ALT)
acima de 3 vezes o limite superior do intervalo normal. Quando os sintomas indicarem a ocorrência de
BU 02_LIPIDIL 160 mg_PROFISSIONAL_Anvisa
6
Abbott Laboratórios do Brasil Ltda Rua Michigan 735, Brooklin
São Paulo - SP
CEP: 04566-905
Tel: 55 11 5536 7000
Fax: 55 11 5536 7126
hepatite (ex: icterícia, prurido) e testes laboratoriais confirmarem, a terapia com fenofibrato deve ser
descontinuada.
Pâncreas: Pancreatites têm sido reportadas por pacientes que tomam fenofibrato (ver
CONTRAINDICAÇÕES E REAÇÕES ADVERSAS). Esse fato pode representar a falta de eficácia nos
pacientes com hipertrigliceridemia severa, efeito direto do medicamento, ou um fenômeno secundário
mediado por pedras no trato biliar ou à formação de litíases ou de lamas biliares obstruindo o duto
biliar.
Musculo: Toxicidade muscular incluindo casos raros de rabdomiólise, com ou sem insuficiência renal,
tem sido relatada quando da administração de fibratos ou de outros agentes hipolipidemiantes. A
incidência destes distúrbios aumenta no caso de hipoalbuminemia e insuficiência renal pré-existente.
Pacientes com fatores de pré-disposição para miopatia e/ou rabdomiólise, incluindo aqueles com idade
de mais de 70 anos, ou apresentando antecedentes pessoais ou familiares de problemas musculares,
insuficiência renal, hipotiroidismo e consumo elevado de álcool, podem apresentar um risco mais
elevado de rabdomiólise. Para estes pacientes, o equilíbrio risco- benefício do tratamento com
fenofibrato deve ser cuidadosamente avaliado.
A toxicidade muscular deve ser suspeitada em pacientes apresentando uma mialgia difusa, miosite,
câimbras e fraquezas musculares e/ou aumentos importantes do CPK (> 5 vezes ao limite superior
normal). Nestes casos, o tratamento por fenofibrato deverá ser suspenso.
O risco de toxicidade pode ser aumentado se o medicamento é administrado com outro fibrato ou um
inibidor de HMG-CoA redutase, em particular em caso de doença muscular pré-existente.
Consequentemente, a combinação de Lipidil com inibidores de HMG-CoA ou outros fibratos deve ser
reservada a pacientes com dislipidemia mista severa e alto risco cardiovascular sem histórico de doença
muscular prévia e com monitoramento cuidadoso dos sinais de toxicidade muscular.
Causas secundárias de hiperlipidemia
Causa secundária de hiperlipidemia, como diabetes tipo II não controlada, hipotiroidismo, síndrome
nefrótica, disproteinemia, doença hepática obstrutiva, tratamento farmacológico, alcolismo, devem ser
adequadamente tratados antes da terapia com fenofibrato. Para os pacientes hiperlipidêmicos em
tratamento com estrogênio ou contraceptivos contendo estrogênios, convém assegurar se a
hiperlipidemia é de natureza primaria ou secundária (possível aumento das taxas de lipídios provocado
pela administração oral dos estrogênios).
Função renal
O tratamento deve ser interrompido em caso de aumento da creatinina > 50% de LSN (limite superior
do normal). É recomendado que a creatinina seja avaliada durante os três primeiros meses de tratamento
e depois disso periodicamente.
Excipientes
Este medicamento contém lactose. Portanto, os pacientes com problemas hereditários raros de
intolerância à galactose, deficiência de Lapp lactase ou síndrome da má absorção da galactose-glucose
não devem tomar este medicamento.
Uso durante a gravidez
Gravidez: categoria C
Não existem dados adequados sobre o uso de fenofibrato em mulheres grávidas. Os estudos em animais
não demonstraram nenhum efeito teratogênico. Efeitos embriotóxicos foram observados somente na
dose tóxica materna (ver Dados de segurança pré-clínica). O risco potencial para humanos é
7
desconhecido. Além disso, LIPIDIL®
(fenofibrato) 160 mg só deve ser utilizado durante a gravidez
após uma avaliação criteriosa do risco-benefício.
Uso durante a lactação
Não existem dados sobre a excreção de fenofibrato e/ou dos seus metabólitos no leite materno. Um
risco para recem nascidos e crianças não pode ser excluído. Consequentemente, LIPIDIL®
(fenofibrato) 160 mg não deve ser usado durante a lactação.
ESTE MEDICAMENTO NÃO DEVE SER UTILIZADO POR MULHERES GRÁVIDAS SEM
ORIENTAÇÃO MÉDICA.
Uso em crianças
A segurança e eficácia do fenofibrato em crianças e adolescentes com menos de 18 anos não foi
estabelecida. Não existem dados disponíveis. Portanto o uso do fenofibrato não é recomendado para
pacientes pediátricos com menos de 18 anos.
Pacientes com insuficiência hepática e/ou renal
LIPIDIL®
(fenofibrato) 160 mg é contraindicado em pacientes portadores de insuficiência hepática
e/ou renal graves.
(fenofibrato) 160 mg não afeta a habilidade de dirigir ou operar máquinas.
Anticoagulantes orais: O fenofibrato potencializa o efeito dos anticoagulantes e pode aumentar o risco
de sangramentos. É recomendado que a dose dos anticoagulantes seja reduzida em um terço do inicio do
tratamento e se necessário reajustar progressivamente a dose em função do INR (Índice Internacional
Normalizado) monitorado.
Ciclosporina: Alguns casos graves de danos das funções renais reversíveis foram relatados durante
administração concomitante de fenofibrato e ciclosporina. Nestes pacientes a função renal deverá ser
atentamente controlada e o tratamento com fenofibrato suspenso em caso de alterações importantes dos
parâmetros laboratoriais.
Inibidores de HMG-CoA redutase e outros fenofibratos: O risco de uma toxicidade muscular grave
aumenta se o fenofibrato é utilizado em associação com os inibidores de HMG-CoA redutase ou outros
fibratos. Esta associação deve ser utilizada com cuidado, e os pacientes deven ser monitorados de perto
para sinais de toxicidade muscular (ver PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS);
Glitazonas:
Alguns casos de redução de colesterol HDL paradoxal reversível têm sido relatados durante
administração concomitante de fenofibrato e glitazona. Portanto, é recomendado monitorar colesterol
HDL se um destes componentes é adicionado ao outro e interromper um dos tratamentos se o colesterol
HDL ficar muito baixo.
Enzimas do Citocromo P450
Estudos in vitro utilizando microssomos hepáticos humanos indicam que o fenofibrato e o ácido
fenofíbrico não são inibidores das isoformas de citocromo (CYP) P450 CYP3A4, CYP2D6, CYP2E1 ou
CYP1A2. Eles são fracos inibidores da CYP2C19 e CYP2A6, e médios para moderados da CYP2C9 em
concentrações terapêuticas.
BU 02_LIPIDIL 160 mg_PROFISSIONAL_Anvisa
8
Abbott Laboratórios do Brasil Ltda Rua Michigan 735, Brooklin
São Paulo - SP
CEP: 04566-905
Tel: 55 11 5536 7000
Fax: 55 11 5536 7126
Pacientes em coadministração de fenofibrato e CYP2C19, CYP2A6 e especialmente drogas
metabolizadas por CYP2C9 com estreito índice terapêutico devem ser cuidadosamente monitorados, e
se necessário o ajuste de dose dessas drogas é recomendado.
Conservar LIPIDIL®
(fenofibrato) 160 mg em temperatura ambiente (15-30°C) e em sua embalagem
original. Proteger da luz e da umidade.
O prazo de validade do LIPIDIL®
(fenofibrato) 160 mg, desde que seguido os cuidados de
conservação, é de 36 meses e encontra-se gravado na embalagem externa. Em caso de vencimento,
inutilizar o produto.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
ASPECTO FÍSICO DO LIPIDIL®
(fenofibrato) 160 mg
LIPIDIL®
(fenofibrato) 160 mg comprimidos: Comprimido revestido branco, oblongo.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
A resposta da terapia deve ser monitorada pela determinação dos valores séricos de lipídios. Se uma
resposta adequada não for alcançada depois de alguns meses (ex. 3 meses) de tratamento com
LIPIDIL®
(fenofibrato), medidas terapêuticas complementares devem ser consideradas.
Adultos: A dose recomendada é um comprimido contendo 160 mg de fenofibrato por dia. Os pacientes
tomando uma cápsula de LIPIDIL (fenofibrato) 200 mg podem trocar por um comprimido de LIPIDIL
(fenofibrato) 160 mg, sem ajuste posológico.
Pacientes Idosos: sem insuficiência renal é recomendada a dose usual para adulto.
Insuficiência renal: uma diminuição da posologia é recomendada para os pacientes com insuficiência
renal. Em pacientes com doença renal crônica grave, fenofibrato não é recomendado.
Crianças: A segurança e eficácia do fenofibrato em crianças e adolescentes com menos de 18 anos não
foi estabelecida. Não existem dados disponíveis. Portanto o uso do fenofibrato não é recomendado para
pacientes pediátricos com menos de 18 anos. O comprimido deve ser engolido inteiro durante uma
refeição.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
As reações adversas mais comumente reportadas durante a terapia com LIPIDIL®
(fenofibrato) 160
mg são digestivas, gástricas ou desordens intestinais.
As reações adversas a seguir têm sido obervadas durante estudos clínicos placebo-controlados (n=2344)
com as frequências indicadas.
BU 02_LIPIDIL 160 mg_PROFISSIONAL_Anvisa
9
Abbott Laboratórios do Brasil Ltda Rua Michigan 735, Brooklin
São Paulo - SP
CEP: 04566-905
Tel: 55 11 5536 7000
Fax: 55 11 5536 7126
Reações Comuns > 1/100, < 1/10
Distúrbios gastrointestinais: sinais gastrointestinais e sintomas (dores abdominais, náuseas, vômitos,
diarreia e flatulência).
Distúrbios hepato-biliares: elevações das transaminases (ver PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS).
Reações Incomuns > 1/1.000, < 1/100
Distúrbios do sistema nervoso: dor de cabeça.
Distúrbios vasculares: tromboembolismo (embolismo pulmonar, trombose venosa profunda*).
Distúrbios gastrointestinais: pancreatite*
Distúrbios hepato-biliares: colelitíase
Distúrbios do tecido subcutâneo e da pele: hipersensibilidade cutânea (ex: rash, prurido, urticária)
Distúrbios ósseos, do tecido conjuntivo e músculo-esquelético: distúrbios musculares (ex: mialgia,
miosite, espasmos musculares e fraqueza)
Distúrbios do sistema reprodutor: disfunção sexual
Exames laboratoriais: aumento da creatinina no sangue
Reações Raras > 1/10.000, < 1/1.000
Distúrbios do sistema sanguíneo e linfático: diminuição da hemoglobina e dos leucócitos.
Distúrbios do sistema imune: hipersensibilidade, fadiga e vertigem,
Distúrbios hepato-biliares: hepatite
Distúrbios do tecido subcutâneo e da pele: alopecia e reações de fotossensibilidade
Exames laboratoriais: aumento da uréia no sangue
*Observamos no estudo Field, estudo randomizado, placebo controlado, realizado em 9795 pacientes
com diabetes do tipo 2, um aumento estatisticamente significativo de casos de pancreatite nos pacientes
que receberam fenofibrato em relação àqueles que receberam placebo (0,8% versus 0,5%; p=0,031).
Neste mesmo estudo, um aumento estatisticamente significativo foi relatado sobre a incidência de
embolias pulmonares (0,7% no grupo placebo contra 1,1% no grupo fenofibrato; p=0,022) e um
aumento estatisticamente não significativo das tromboses venosas profundas (placebo: 1,0% (48/4.900
pacientes) versus fenofibrato 1,4% (67/4.895 pacientes); p=0,074).
Em adição a esses eventos reportados durante os estudos clínicos, as reações adversas a seguir têm sido
reportadas espontâneamente durante a pós-comercialização do LIPIDIL (fenofibrato). A frequência
precisa não pode ser estimada através dos dados disponíveis e é, portanto classificada como
desconhecida.
Distúrbios respiratórios, torácicos e mediastinais: doença intersticial pulmonar
Distúrbios ósseos, do tecido conjuntivo e músculo-esquelético: rabdomiólise
Distúrbios hepato-biliares: icterícia, complicações da colelitíase (ex: cólica biliar, colecistite e colangite)
e severas reações cutâneas (ex: eritrema multiforme, síndrome do Stevens-Johnson, necrólise
epidérmica tóxica).
ATENÇÃO: este é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e
segurança aceitáveis para comercialização, efeitos indesejáveis e não conhecidos podem ocorrer.
Neste caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a
Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
10