Bula do Melleril produzido pelo laboratorio Valeant Farmacêutica do Brasil Ltda
para o Paciente com todas as informações sobre este medicamento
MELLERIL
Solução Oral
30mg/mL
Melleril®
cloridrato de tioridazina
APRESENTAÇÕES
Solução oral 30 mg/mL (3% por volume) - embalagem contendo um frasco de vidro com 50 mL com dosador graduado em
miligramas.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada mL de solução oral concentrada em conteúdo alcóolico contém 32,950 mg de cloridrato de tioridazina (equivalente a
30 mg de tioridazina base).
Excipientes: aroma de cereja, metilparabeno, propilparabeno, sorbitol, água e álcool etílico.
MELLERIL®
é indicado para pacientes adultos no tratamento da esquizofrenia crônica ou exacerbações agudas não
responsivas ao tratamento com outros fármacos antipsicóticos, por causa de baixa efetividade ou incapacidade de alcançar
uma dose eficaz devido a reações adversas intoleráveis destes medicamentos.
MELLERIL®
atua sobre os sintomas da esquizofrenia.
é um neuroléptico com atividade farmacológica básica similar à de outras fenotiazinas, mas seu espectro
clínico mostra diferenças significativas em relação a outros agentes dessa classe. As características típicas de MELLERIL®
são sua baixa tendência de causar efeitos extrapiramidais (os sintomas extrapiramidais são os relacionados à coordenação e
movimento, ex: tremores, tiques, rigidez, hipersalivação) e sua baixa atividade antiemética.
é absorvido rápida e completamente no trato gastrointestinal. Concentrações plasmáticas máximas são
obtidas 2 a 4 horas após a ingestão. Com MELLERIL®
comprimidos retard, a absorção é prolongada, sendo atingidas
concentrações plasmáticas máximas 2 a 4 horas mais tarde do que com as formas não retard.
Geralmente são necessárias duas a três semanas ou mais para demonstrar efeitos positivos inequivocados em pacientes
esquizofrênicos hospitalizados. O benefício máximo pode requerer seis semanas a seis meses para se desenvolver em
pacientes psicóticos crônicos. Em contraste, a melhora de pacientes psicóticos agudos pode ser observada em 24 a 48 horas.
Antes de se iniciar o tratamento com MELLERIL®
, deve ser realizado ECG (eletrocardiograma) para excluir pacientes
com doença cardiovascular relevante preexistente.
MELLERIL®
é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade à tioridazina ou a outros componentes da
formulação. MELLERIL®
também é contraindicado em pacientes com história de reações de hipersensibilidade a
outras fenotiazina (exemplo: clorpromazina, levomeprazina, trifluoperazina) e de doença cardiovascular grave.
deve ser usado durante a gravidez somente se os benefícios para a mãe suplantarem os possíveis riscos
para o feto. Informe o seu médico sobre a ocorrência de gravidez na vigência do tratamento ou após o seu término.
(Categoria C)
Mães tratadas com MELLERIL®
não devem amamentar.
Advertências
Sintomas extrapiramidais
Uma variedade de síndromes neurológicas, em particular envolvendo o sistema extrapiramidal, ocorrem após o uso
de várias drogas antipsicóticas: distonia aguda, acatisia (incapacidade de se manter imóvel), parkinsonismo e
discinesia tardia (incapacidade de iniciar o movimento). Apesar do risco com a tioridazina ser relativamente baixo e
virtualmente ausente em doses baixas, podem ocorrer sintomas extrapiramidais, especialmente, com altas doses de
MELLERIL®
.
Existem relatos raros de discinesia tardia em pacientes que estejam recebendo tioridazina. Apesar de nenhuma
associação clara entre o desenvolvimento desta síndrome e a duração do tratamento com droga antipsicótica ter sido
mostrada, a descontinuação ou redução à dose mínima efetiva deve ser considerada em pacientes que desenvolvam
sinais e sintomas de discinesia tardia durante terapia com MELLERIL®
. Tais sintomas podem gradualmente piorar
ou até mesmo ocorrer após a descontinuação do tratamento.
Síndrome neuroléptica maligna (SNM)
Esta síndrome foi relatada em casos muito raros em associação com tioridazina. Esta síndrome é uma doença
potencialmente fatal caracterizada por rigidez muscular, hipertermia, alteração de consciência e disfunção
autonômica (pulso ou pressão irregulares, taquicardia, diaforese (suor e transpiração excessiva) e arritmias
cardíacas). Sinais adicionais podem incluir creatinina fosfoquinase elevada, mioglobinúria (rabdomiólise) e
insuficiência renal aguda.
Nos casos em que a SNM se desenvolve e em pacientes com febre alta inexplicável, sem manifestações clínicas
adicionais de SNM, MELLERIL®
deve ser descontinuado.
Se um paciente necessita de tratamento com drogas antipsicóticas após recuperação de SNM, a reintrodução da
terapia deve ser cuidadosamente considerada, uma vez que recorrências de SNM foram relatadas.
Limiar convulsivo
Muitas drogas neurolépticas, incluindo a tioridazina, podem diminuir o limiar convulsivo e induzir padrões de
descarga no ECG (eletrocardiograma) que são associados a distúrbios epilépticos. MELLERIL®
, entretanto,
mostrou ser útil no tratamento de distúrbios de comportamento em pacientes epilépticos. Em tais casos, a medicação
anticonvulsivante deve ser mantida, a dosagem de antipsicóticos deve ser aumentada gradativamente e a
possibilidade de interações e ajustes da dose de antiepiléptico deve ser considerada (ver Interações Medicamentosas).
Doença Cardiovascular
É aconselhável cautela em pacientes com história de doença cardiovascular, especialmente em idosos e naqueles com
insuficiência cardíaca congestiva, distúrbios de condução, arritmias, síndrome congênita do QT prolongado ou
instabilidade circulatória. Antes de se iniciar o tratamento com MELLERIL®
, deve ser feito ECG a fim de se excluir
pacientes com doença cardiovascular relevante preexistente. Assim, aumentos no intervalo QT, parada cardíaca,
arritmias cardíacas e muito raramente arritmia torsade de pointes foram relatadas em associação com tioridazina;
casos isolados foram fatais. Essas alterações são usualmente confinadas a altas doses e são mais prováveis de
ocorrerem quando os níveis sanguíneos de potássio estão baixos. Relatos ocasionais implicaram a terapia com
fenotiazina em alguns casos de morte súbita. Apesar da retrospectiva de tais casos ser difícil de interpretar, casos
isolados de morte súbita em indivíduos jovens aparentemente saudáveis podem ser diretamente atribuíveis a
arritmias cardíacas seguidas de tratamento com tioridazina.
Precauções
Recomenda-se precaução em pacientes com glaucoma de ângulo estreito, hipertrofia prostática ou doença
cardiovascular (doença cardiovascular grave é contraindicação).
Propriedades anticolinérgicas: em virtude de suas propriedades anticolinérgicas, MELLERIL®
deve ser utilizado
com cautela em pacientes com histórico de glaucoma de ângulo estreito, aumento de pressão intraocular, retenção
urinária (como na hipertrofia prostática) e constipação crônica.
Disfunções hepáticas: em pacientes com doença hepática é necessário o monitoramento regular da função hepática.
Discrasias sanguíneas: embora a incidência de leucopenia e/ou agranulocitose com MELLERIL®
seja baixa, como
com qualquer outro fenotiazínico, deve-se realizar hemogramas regularmente durante os primeiros meses de
tratamento e imediatamente, se ocorrerem sinais clínicos sugestivos de discrasia sanguínea.
Pressão arterial: hipotensão ortostática é frequentemente observada em pacientes aos quais é administrada a
tioridazina. Ao iniciar o tratamento com MELLERIL®
, aconselha-se checar a pressão arterial, especialmente em
idosos e pacientes com hipotensão postural ou com circulação lábil.
Álcool: como o álcool pode potencializar o risco de reações hepatotóxicas, hipertermia, acatisia, distonia ou outros
transtornos do SNC, o seu consumo durante a terapia com tioridazina deve ser evitado.
Tolerância: tolerância aos efeitos sedativos das fenotiazinas e tolerância cruzada entre fármacos antipsicóticos foram
relatadas. A tolerância pode também ser a responsável pelo aparecimento de sintomas causados pela retirada do
fármaco.
Quando a terapêutica a longo prazo é descontinuada, uma redução gradual da dosagem durante várias semanas é
recomendada, uma vez que a retirada abrupta de medicamentos neurolépticos pode causar, em alguns pacientes
recebendo altas doses ou tratamento de longa duração, sintomas como náusea, vômito, distúrbios gástricos,
tremores, tonturas, ansiedade, agitação e insônia assim como sinais discinéticos transitórios. Isso pode predizer
incorretamente o início de um episódio depressivo ou psicótico.
Exames laboratoriais (hemograma e testes de função hepática) devem ser feitos conforme orientação de seu médico.
Pacientes idosos
Foi relatado que o risco de fraturas de quadril está aumentado em pacientes idosos recebendo antipsicóticos,
sugerindo que a sedação induzida por antipsicóticos ou a hipotensão ortostática pode aumentar o risco de quedas
neste grupo de pacientes.
Existem algumas evidências de que o uso de antipsicóticos para o controle de complicações comportamentais da
demência pode aumentar o índice de declínio cognitivo. Há relatos de que pacientes idosos com demência,
especialmente demência de Lewy-body, são altamente suscetíveis aos efeitos colaterais extrapiramidais das drogas
antipsicóticas, e a reação pode ser extremamente grave, em alguns casos fatal. Caso haja necessidade do uso dessas
drogas em pacientes idosos com demência, doses muito baixas devem ser administradas e cuidado especial deve ser
dedicado em caso de suspeita de demência tipo Lewy-body, uma vez que pode ocorrer súbita deterioração com risco
de vida. Preparações do tipo depot não devem ser usadas neste grupo de pacientes.
Gravidez e lactação: mães que utilizam MELLERIL®
não devem amamentar. MELLERIL®
deve ser usado durante
a gravidez somente se os benefícios para a mãe suplantarem os possíveis riscos para o feto. Informe o seu médico
sobre a ocorrência de gravidez na vigência do tratamento ou após o seu término.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista
(Categoria C).
Devido ao efeito sedativo, deve-se ter cuidado em atividades que necessitem atenção, como dirigir veículos e/ou
operar máquinas.
Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem
estar prejudicadas.
Interações medicamentosas
acentua o efeito depressor do SNC causado por bebidas alcoólicas e outras substâncias depressoras
tais como benzodiazepinas, maprotilina ou anestésicos gerais, sedativos e anti-histamínicos.
Deve-se ter cautela na administração concomitante com: levodopa, vasoconstritores adrenérgicos (por exemplo,
efedrina e fenilefrina), inibidores da MAO, lítio, anti-hipertensivos e betabloqueadores, antiácidos e antidiarreicos,
quinidina, antiarrítmicos, diuréticos tiazidicos, antidiabéticos, agentes anticolinérgicos, cimetidina, fluoxetina,
paroxetina, outros inibidores seletivos da recaptação de serotonina e moclobemida, antidepressivos tricíclicos,
antipsicóticos, barbitúricos e anticoagulantes.
Antidiabéticos: fenotiazinas afetam o metabolismo de carboidratos e, portanto, podem interferir no controle de
pacientes diabéticos.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento (incluindo
medicamentos fitoterápicos, homeopáticos, chás).
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Conservar em temperatura ambiente (ambiente com temperatura entre 15 e 30ºC)
MELLERIL®
Retard possui 36 meses de validade a partir de sua data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Comprimido redondo, achatado, com manchas amarelas e vermelhas com pontos brancos.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma
mudança no aspecto, consulte o médico ou o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo. Todo medicamento deve
ser mantido fora do alcance das crianças.
MELLERIL®
deve ser utilizado apenas por via oral.
A posologia e o horário de tomada do medicamento devem ser ajustados individualmente, de acordo com a natureza e a
gravidade dos sintomas. Recomenda-se iniciar com doses baixas e aumentá-las gradativamente até que se atinja o nível
plenamente eficaz. As quantidades diárias totais de MELLERIL®
são geralmente administradas em 2 a 4 doses.
Esquizofrenia e exacerbações agudas
Exacerbações agudas em pacientes psicóticos adultos: 100 a 600 mg/dia até um máximo de 800 mg/dia.
Esquizofrenia crônica: 100 a 600 mg/dia em pacientes hospitalizados e 50 a 300 mg/dia em pacientes ambulatoriais.
Em pacientes que apresentam sobrepeso, insuficiência renal ou hepática recomenda-se uma dose inicial particularmente
baixa seguida por pequenos aumentos.
A dosagem ótima de medicamentos antipsicóticos algumas vezes é difícil de ser determinada e pode ser necessário um
esquema terapêutico flexível com ajustes de doses. Isto também pode ajudar a reduzir a incidência de efeitos colaterais.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não
interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Se você se esquecer de tomar o medicamento, tome-o assim que puder. Se for quase hora da próxima dose, espere até lá
para tomar o remédio e pule a dose esquecida. Não use medicamento extra para compensar uma dose esquecida.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
Como com outras fenotiazinas, os efeitos colaterais de MELLERIL®
são dose-dependentes e normalmente
representam efeitos farmacológicos exagerados. As reações adversas são leves e transitórias dentro da faixa de
dosagem recomendada. As reações adversas mais graves foram observadas principalmente com doses elevadas; em
doses menores, as frequências são muito baixas e efeitos adversos como sintomas extrapiramidais e desordens
sanguíneas são muito raros.
Reação muito comum (ocorre em 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): sedação e sonolência.
Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): tontura, boca seca, visão
borrada, distúrbios de acomodação visual, congestão nasal, hipotensão ortostática e galactorreia (é a produção de
leite fora do período pós-parto ou de lactação. Pode ocorrer no sexo masculino).
Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento): confusão, agitação,
alucinação, irritabilidade, dor de cabeça, náuseas, vômitos, diarreia, constipação, perda de apetite, retenção ou
incontinência urinária, alterações no ECG (Eletrocardiograma) tais como prolongamento do intervalo QT,
taquicardia, amenorreia, irregularidades menstruais, alteração de peso, distúrbios de ereção, inibição da ejaculação
e anormalidade das enzimas hepáticas.
Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento): pseudo-parkinsonismo,
convulsões, sintomas extrapiramidais (tremor, rigidez muscular, acatisia, discinesia, distonia), hipercinesia,
discinesia tardia, palidez e tremor, arritmias, priapismo, leucopenia, agranulocitose, trombocitopenia (redução do
número de plaquetas no sangue), hepatite, dermatite, erupções cutâneas, urticária, erupções alérgicas,
fotossensibilidade, inchaço da parótida, hipertermia, depressão respiratória. Raros casos de retinopatia pigmentar
após tratamento prolongado, principalmente com doses superiores à dose máxima recomendada de 800 mg por dia.
Reação muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento): depressão, insônia,
pesadelos, reações psicóticas, síndrome neuroléptica maligna, íleo paralítico, torsade de pointes e parada cardíaca,
ambos podendo resultar em morte súbita, inchaço das mamas, edema periférico, anemia e leucocitose.
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do
medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.