Bula do Meromax produzido pelo laboratorio Eurofarma Laboratórios S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Meromax
Bula para profissional da saúde
Pó para solução injetável
2 G
MEROMAX®
meropeném tri-hidratado
FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕES
USO ADULTO
USO INTRAVENOSO
Embalagem contendo 5 frascos-ampola.
Composição:
Cada frasco-ampola contém:
meropeném tri-hidratado* ..................................................................................................... 2280 mg
Excipiente q.s.p. ..................................................................................................... 1 frasco-ampola
Excipiente: carbonato de sódio.
* Cada 2,28 g de meropeném tri-hidratado equivalem a 2,00 g de meropeném anidro.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Meromax®
(meropeném tri-hidratado) por infusão prolongada está indicado para o tratamento de infecções
graves, ocasionadas por bactérias multirresistentes sendo intrinsicamente mais potente contra Acinetobacter
baumannii e Pseudomonas aeruginosa, tais como:
- pneumonia associada ao uso de ventiladores mecânicos
- meningite bacteriana
- septicemia
- fibrose cística
A avaliação da eficácia do meropeném para o tratamento de pneumonias associadas ao uso de ventiladores
mecânicos (PAV) foi realizada comparando três posologias distintas: 2 g por infusão prolongada por 3 horas a
cada 8 horas por um período de 24 horas, injeção em bolus de meropeném 1 g por 10 minutos a cada 8 horas por
um período de 24 h e 1 g por infusão prolongada por 3 horas cada 8 h por um período de 24h. Foi evidenciada
proporcionalidade entre dose e ASC (área sob a curva) por infusão prolongada. O breakpoint utilizado foi o
estabelecido pela CLSI, que é a CIM maior de 4,0 µg/mL. Logo, as concentrações séricas médias obtidas após
infusão de 1 g de meropeném por 3 h ficaram acima de 4,0 µg/mL por aproximadamente 72% do intervalo de
dosagens de 8 horas. Da mesma maneira, quando uma injeção em bolus de 1 g de meropeném foi administrada,
as porcentagens de T> CIM foram aproximadamente de 60 % do intervalo entre as doses. A CIM para P.
aeruginosa isolada de dois pacientes foi > que 4,0 µg/mL. De acordo com as simulações farmacocinéticas com as
CIMs para os patógenos, as concentrações médias obtidas através da infusão de 1 g de meropeném por 3 horas
estavam acima de 8 µg/mL por aproximadamente 58% do período de 8 horas. Entretanto, as concentrações
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séricas médias quando 2 g de meropeném foram administradas por 3 horas ficaram acima das CIMs de 8 e 16
µg/mL por 72% e 57% do intervalo de dose de 8 horas, respectivamente. Deste modo, no tratamento de infecções
com microrganismos que apresentam CIM intermediário (resistência intermediária), a dose de meropeném
administrada por infusão prolongada de 3 h pode ser aumentada até 2 g a cada 8 h. Para o tratamento de
infecções causadas por patógenos isolados com resistência intermediária, a infusão por 3 horas de meropeném 2
g a cada 8 horas fornece concentrações séricas acima da CIM de 16 µg/mL para quase 60% do intervalo de 8
horas.1
Em um estudo randomizado, cruzado e prospectivo, quinze paciente criticamente infectados com
diagnóstico de pneumonia (n=7), sepse (n=3) ou síndrome da resposta inflamatória sistêmica (n=5) receberam,
aleatoriamente, ou uma dose de ataque de 2g de meropenem EV seguida por infusão contínua diária de 3g por 48
horas, ou administração intermitente de 2g de meropenem EV a cada 8 horas por 2 dias. Os objetivos principais
deste estudo foram investigar a farmacocinética do meropenem por infusão prolongada versus infusão
intermitente em pacientes portadores de infecções graves internados, e comparar os efeitos colaterais dos dois
regimes de administração empregados. Os autores concluíram que o racional para usar o meropeném por infusão
contínua é apoiado pelos dados farmacocinéticos. As concentrações séricas permaneceram acima da CIM para a
maioria dos prováveis patógenos em todos os pacientes. Durante a infusão prolongada não foram observados
efeitos adversos relacionados a este regime de administração. Desta forma, o meropeném pode ser administrado
com segurança por este regime. 2
Em um estudo clínico envolvendo 6 indivíduos com fibrose cística, administrou-se o meropeném na dosagem de
2g a cada 8 horas por infusão endovenosa por 30 minutos. Três doses sucessivas foram administradas. O uso do
meropeném 2g em regime de infusão maximiza a farmacodinâmica deste antibiótico. Os resultados do estudo
mostram que após uma dosagem de 2g de meropeném a cada 8 horas, as concentrações plasmáticas permanecem
mais altas por pelo menos 50% dos intervalos entre as dosagens, minimizando a probabilidade de uma resposta
clínica desfavorável. 3
1. Jaruratanasirikul S, Sriwiriyajan S, Punyo J. Comparison of the pharmacodynamics of meropenem in
patients with ventilator-associated pneumonia following administration by 3-hour infusion or bolus
injection. Antimicrobial Agents and Chemotherapy 2005;v49 (4):1337-1339.
2. Thalhammer F, Traunmuller F, Menyawi I, et al. Continuous infusion versus intermittent administration
of meropenem in critically ill patients. Journal of Antimicrobial chemotherapy 1999; v:43: 523-527.
3. Bui K, Ambrose P, Nicolau D, et al. Pharmacokinetics of high-dose meropenem in adult cystic fibrosis
patients. Chemotherapy 2001;vol 47: 153-156.
Propriedades Farmacodinâmicas
Meromax®
(meropeném tri-hidratado) é um antibiótico para uso parenteral, pertencente à classe dos
carbapenêmicos. A presença de um anel carbapenêmico confere a esta substância a propriedade de agir com
elevada potência contra microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos. Age facilmente nestes
microrganismos, pois possui estabilidade frente a todas as beta-lactamases, sendo estável à hidrólise pela enzima
ESBL (enzima beta-lactamase de espectro estendido), além de possuir uma boa afinidade pelas proteínas que
ligam à penicilina (PBP). Estas propriedades fazem dos carbapenêmicos agentes muito efetivos para o tratamento
de infecções bacterianas graves.
Possui atividade antimicrobiana tempo-dependente, ou seja, seu sucesso clínico depende da porcentagem do
tempo (%T) em que os níveis do fármaco no local da infecção excedem a CIM (concentração inibitória mínima).
Uma maneira de prolongar a %T> CIM é através da infusão prolongada do fármaco, que fornece um tempo
maior acima da CIM, se comparado com a administração IV (intravenosa) em bolus. A duração acentuada do
efeito antibiótico pode ser particularmente importante em pacientes imunossuprimidos, com infecção grave ou no
tratamento de patógenos com CIM alta. Para o meropeném, 40% do tempo do intervalo de dose ou mais acima da
CIM se correlaciona com o potencial bactericida máximo do fármaco, aumentando a eficácia do produto.
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O espectro antibacteriano in vitro do meropeném inclui a maioria dos microrganismos Gram-positivos e Gram-
negativos clinicamente significantes e cepas de bactérias aeróbicas e anaeróbicas conforme a relação a seguir:
Gram-positivos aeróbios Gram-negativos aeróbios Bactérias anaeróbias
Bacillus spp. Achromobacter xylosoxidans Actinomyces odontolyticus
Corynebacterium diphtheriae Acinetobacter anitratus Actinomyces meyeri
Enterococcus faecalis Acinetobacter lwoffii Actinomyces israellii
Enterococcus liquifaciens Acinetobacter baumannii Bacteróides-Prevotella-
Porphyromonas ssp.
Enterococcus avium Acinetobacter junii Bacteroides fragilis
Erysipelothrix rhusiopathiae Acinetobacter haemolyticus Bacteroides vulgatus
Listeria monocytogenes Aeromonas hydrophila Bacteroides variabilis
Lactobacillus spp. Aeromonas sorbria Bacteroides pneumosintes
Nocardia asteroides Aeromonas caviae Bacteroides coagulans
Staphylococcus aureus
(penicilinase-negativos e positivos)
Alcaligenes faecalis Bacteroides uniformis
Staphylococcus (coagulase-
negativos), incluindo:
Bordetella bronchiseptica Bacteroides distasonis
Staphylococcus epidermidis Brucella melitensis Bacteroides ovatus
Staphylococcus saprophyticus Campylobacter coli Bacteroides thetaiotaomicron
Staphylococcus capitis Campylobacter jejuni Bacteroides eggerthii
Staphylococcus cohnii Citrobacter freundii Bacteroides capsillosis
Staphylococcus xylosus Citrobacter diversus Bacteroides buccalis
Staphylococcus warneri Citrobacter koseri Bacteroides corporis
Staphylococcus hominis Citrobacter amalonaticus Bacteroides gracilis
Staphylococcus simulans Enterobacter aerogenes Bacteroides levii
Staphylococcus intermedius Enterobacter (Pantoea)
agglomerans
Bacteroides caccae
Staphylococcus sciuri Enterobacter cloacae Bacteroides ureolyticus
Staphylococcus lugdunensis Enterobacter sakazakii Prevotella melaninogenica
Streptococcus pneumoniae
(sensível e resistente a penicilina)
Escherichia coli Prevotella intermedia
Streptococcus agalactiae Escherichia hermannii Prevotella bivia
Streptococcus pyogenes Gardnerella vaginalis Prevotella corporis
Streptococcus equi Haemophilus influenzae (incluindo
cepas beta-lactamase-positivas) e
resistentes a ampicilina)
Prevotella oralis
Streptococcus bovis Haemophilus parainfluenzae Prevotella disiens
Streptococcus mitis Haemophilus ducreyi Prevotella ruminicola
Streptococcus mitior Helicobacter pylori Prevotella oris
Streptococcus milleri Neisseria meningitidis Prevotella buccae
Streptococcus sanguis
Neisseria gonorrhoeae (incluindo
cepas beta-lactamase-positivas,
resistentes a penicilina a
espectinomicina).
Prevotella denticola
Streptococcus viridans Hafnia alvei Prevotella oris
Streptococcus salivarius Klebsiella pneumoniae Prevotella buccae
Streptococcus morbillorum Klebsiella aerogenes Prevotella denticola
Streptococcus cremoris Klebsiella ozaenae Porphyromonas asaccharolytica
Streptococcus Grupo G Klebsiella oxytoca Porphyromonas gingivalis
Streptococcus Grupo F Moraxella (Branhamella)
catarrhalis
Bifidobacterium spp.
Rhodococcus equi Morganella morganii Bilophila wadsworthia
Proteus mirabilis Clostridium perfringens
Proteus vulgaris Clostridium bifermentans
Proteus penneri Clostridium ramosum
Providencia rettgeri Clostridium sporogenes
Providencia stuartii Clostridium cadaveris
Providencia alcalifaciens Clostridium difficile
Pasteurella multocida Clostridium sordellii
Plesiomonas shigelloides Clostridium butyricum
Pseudomonas aeruginosa Clostridium clostridiiformis
Pseudomonas putida Clostridium innocuum
Pseudomonas alcaligenes Clostridium subterminale
Burkholderia (Pseudomonas)
cepacia
Clostridium tertium
Pseudomonas fluorescens Eubacterium lentum
Pseudomonas stutzeri Eubacterium aerofaciens
Pseudomonas pickettii Fusobacterium mortiferum
Pseudomonas pseudomallei Fusobacterium necrophorum
Pseudomonas acidovorans Fusobacterium nucleatum
Salmonella ssp (incluindo
Salmonella enteritidis/typhi)
Fusobacterium varium
Serratia marcescens Mobiluncus curtisii
Serratia liquefaciens Mobiluncus mulieris
Serratia rubidaea Peptostreptococcus anaerobius
Shigella sonnei Peptostreptococcus micros
Shigella flexneri Peptostreptococcus saccharolyticus
Shigella boydii Peptococcus saccharolyticus
Shigella dysenteriae Peptostreptococcus
asaccharolyticus
Vibrio cholerae Peptostreptococcus magnus
Vibrio parahaemolyticus Peptostreptococcus prevotii
Vibrio vulnificus Propionibacterium acne
Yersinia enterocolitica Propionibacterium avidum
Propionibacterium granulosum
Veillonella parvula
Wolinella recta
Propriedades Farmacocinéticas
Em voluntários sadios, a administração de 2 g por infusão prolongada durante 3 h apresenta melhor potencial de
cura para infecções causadas por microrganismos menos sensíveis, quando comparada com a dose de 0,5 g neste
mesmo regime de infusão, pois garante a %T> CIM superiores. Para confirmar que o estado de equilíbrio
(steady-state) foi alcançado, as concentrações séricas do fármaco foram comparadas no tempo t = 0 h
imediatamente antes da terceira dose (0,32 ± 0,17 µg/mL para a dosagem de 0,5 g, e 1,92 ± 0,99 µg/mL para a
dosagem de 2 g) e no t = 8 h após a terceira dose (0,22 ± 0,11 µg/mL para a dosagem de 0,5 g e 1,58 µg/mL ±
0,53 para a dosagem de 2 g). O perfil sérico foi determinado para a terceira dose administrada em cada posologia.
A ausência de diferenças significativas no t = 0 e t = 8 h confirmou o estado de equilíbrio para as duas dosagens
(p>0,05). O meropeném 2 g apresenta proporcionalidade entre as doses administradas e as concentrações
plasmáticas, uma vez que os valores de Cmaxe AUCssão 4 vezes maiores para a dose de 2 g se comparado com a
dosagem de 0,5 g, confirmando que a farmacocinética é linear, com as concentrações plasmáticas aumentando de
acordo com a dose administrada, para estas faixas de dosagem, sendo a AUCigual a 28,35 ± 2,86 µg.h/mL para o
meropeném 0,5 g e 126,55 ± 28,81 µg.h/mL para o meropeném 2 g Esta mesma proporcionalidade pode ser
observada ao se comparar os valores de CmaxPara dosagem de 0,5 g este parâmetro médio foi de 9,71 ± 0,76
µg/mL e para dosagem de meropeném 2 g, o Cmax foi de 15,24 ± 3,79. Juntamente a estes parâmetros
farmacocinéticos, determinou-se o tempo em que as concentrações séricas foram superiores à CIM. Para tanto,
considerou-se o breakpoint de resistência para o meropeném estabelecido pelo Clinical Laboratory Standard
Institute – CLSI, que é > 4 µg/mL para P. aeruginosa. A meta de pelo menos 30% do tempo do intervalo entre as
doses acima deste CIM (%T>CIM) é considerada como alvo terapêutico para o meropeném. Deste modo, a
infusão por 30 min das doses de 0,5 e 2 g resulta em %T> CIM de 30% e 58%, respectivamente. Estas mesmas
doses administradas por infusão prolongada de 3 horas, resultam em metas farmacodinâmicas de 43% e 73%,
respectivamente. Quando as CIMs 90 de 32 µg/mL e 16 µg/mL para espécies de Acinetobacter e P. aeruginosa
são utilizadas, apenas a infusão por 3 h garante %T> CIM superior a 30% para P. aeruginosa, sendo de 32% para
a dose 0,5 g e 48% para a dose de 2 g. Para Acinetobacter, apenas a dose de 2 g nas duas formas de
administração (infusão de 30 min e 3 h) garante %T> CIM em torno de 19% do tempo de intervalo. Os
resultados indicam que a dose de 2 g administrada como infusão contínua por 3 h apresenta o melhor potencial
de cura para infecções ocasionadas por microrganismos com CIM elevadas e intermediárias, pois garante a
%T>CIM superiores.
Distribuição:
Outros locais de distribuição do meropeném:
1.Bile: Alcança altas concentrações na bile em pacientes recebendo colangiografia retrógrada endoscópica após
doses de 1 g por via intravenosa. No instante da colangiografia, as concentrações plasmáticas e biliares foram de
15 µg/mL em pacientes sem obstrução. Pacientes com obstrução alcançaram níveis de 20 µg/mL e 8 µg/mL no
plasma e na bile, respectivamente;
2. Fluído cérebro-espinhal: A administração de 2 g por via intravenosa três vezes diariamente resulta em um pico
de concentração de 16 µg/mL no fluído cérebro-espinhal. Pacientes recebendo doses de meropeném por via
intravenosa de 20 mg/kg ou 40 mg/kg, as concentrações cérebro-espinhal variaram de 0,2 a 2,8 mg/L e 0,9 a 6,5
mg/L respectivamente.
Metabolismo e excreção:
O meropeném é estável à DHP-I (diidropeptidase I), dispensando a co-administração de inibidores desta enzima,
consequentemente tornando-se desnecessário associá-lo a cilastatina.
In vitro, a reação do meropeném com a DHP-I produz um composto com um anel beta-lactâmico aberto,
resultante de uma mistura dos isômeros 1-pirrolina e 2-pirrolina. O mesmo metabólito é produzido por hidrólise
química sob condições ácidas (pH< 2) e alcalinas (pH>13).
A excreção do meropeném é predominantemente renal, através de uma combinação de filtração glomerular com
secreção tubular ativa, variando de 60-70% da dose administrada. Devido à alta eliminação por excreção renal, o
ajuste das doses de meropeném deve ser realizado em pacientes com disfunção renal.
Pacientes com doença renal em estágio avançado que sofreram nefrectomia apresentaram metabólitos do
meropeném em seu plasma. Uma vez que estes tipos de pacientes não apresentam “virtualmente” clearance
renal, foi concluído que o meropeném sofre metabolismo ou degradação extra-renal (este fármaco também sofre
metabolismo renal).
Quando múltiplas doses são administradas a indivíduos com a função renal normal, em intervalos de 8 horas, não
há ocorrência de acúmulo de meropeném. A meia-vida de eliminação para estes indivíduos é de
aproximadamente 1 hora.
Um estudo farmacocinético do meropeném em pacientes com fibrose cística mostrou alteração bem consistente
com mudanças associadas ao uso de outros agentes antimicrobianos no grupo de pacientes. O tempo de meia-
vida de eliminação estava diminuído em 8 pacientes com fibrose cística quando comparada com 8 voluntários
saudáveis quando recebendo 15 mg/kg por 30 minutos. Semelhantemente, o clearance renal e total tenderam a
ser maior e o volume de distribuição tendeu a ser menor nesta classe de pacientes.
Estudos farmacocinéticos em idosos demonstraram uma redução na depuração plasmática de meropeném, que se
correlacionou com a redução na depuração da creatinina associada à idade. Estudos farmacocinéticos em
pacientes com doença hepática não demonstraram efeitos desta doença sobre a farmacocinética do meropeném.
Neste mesmo grupo de pacientes foi observado que o clearance total e o clearance renal foram diminuídos com a
idade, enquanto que AUC e o tempo de meia-vida tiveram um aumento significante.
O clearance renal (média de 8,2 à 13,1 L/h) ocorre principalmente via filtração glomerular mas a secreção
tubular também tem uma participação de 54 à 79% da dose original de meropeném que é recuperada na forma
inalterada na urina, indicando estabilidade da molécula DHP-I; aproximadamente 2% é recuperado nas fezes e a
quantidade remanescente é excretada na urina como metabólito inativo.
Um estudo realizado em voluntários idosos saudáveis mostrou que o clearance total e o clearance renal foram
diminuídos com a idade, enquanto que ASC e o tempo de meia-vida tiveram um aumento significante.
Problemas renais: O déficit da função renal bem como do clearance total resultam no aumento da quantidade
do fármaco inalterado e do aumento do tempo de meia-vida plasmática e da diminuição do seu metabólito
excretado na urina. O tempo de meia-vida de eliminação aumenta com aumento do dano renal (taxas de
clearance de creatinina <0,3 L/h). A ligação às proteínas plasmáticas é de aproximadamente 2%.
O meropeném tem boa penetração na maioria dos tecidos e fluídos corporais, incluindo o líquido
cefalorraquidiano de pacientes com meningite bacteriana, alcançando concentrações acima das requeridas para
inibir o crescimento de microrganismos.
Em indivíduos com alteração renal são necessários ajustes de dose.
Eliminação extracorpórea: O meropeném pode ser removido através de diálise; seu clearance e de seu metabólito
ICI 213689 é de 79 e 81 mL/min, respectivamente. Pode também ser eliminado através da hemofiltração. Em 9
pacientes anúricos, 47% da dose de meropeném foi removida através da hemofiltração venosa contínua.
Dados de segurança pré-clínica: Estudos em animais indicam que meropeném é bem tolerado pelos rins.
Evidência histológica de dano tubular renal foi observada em camundongos e em cães, apenas em doses de 2000
mg/kg e em doses superiores. O meropeném é geralmente bem tolerado pelo sistema nervoso central. Foram
observados efeitos apenas com doses muito altas, de 2000 mg/kg ou mais. A DL50 intravenosa de meropeném
em roedores é superior a 2000 mg/kg. Em estudos de doses repetidas de até 6 meses de duração, foram
observados apenas efeitos secundários, incluindo um pequeno decréscimo nos parâmetros dos glóbulos
vermelhos e um aumento no peso do fígado em cães, com dose de 500 mg/kg. Não houve evidência de potencial
mutagênico nos 5 testes realizados e nenhuma evidência de toxicidade reprodutiva, incluindo potencial
teratogênico. Em estudos nas doses mais altas possíveis em ratos e macacos (o nível de dose sem efeito de uma
pequena redução no peso corpóreo F1 em rato foi 120 mg/kg). Houve um aumento na incidência de abortos com
500 mg/kg em um estudo preliminar em macacos. Não houve evidência de sensibilidade aumentada ao
meropeném em animais jovens em comparação com animais adultos. A formulação intravenosa foi bem tolerada
em estudos em animais. A formulação intramuscular causou necrose reversível no local da injeção. O único
metabólito de meropeném teve um perfil similar de baixa toxicidade em estudos com animais.
O uso deste medicamento está contraindicado a pacientes com histórico de hipersensibilidade conhecida ao
meropeném e/ou qualquer componente da formulação (alergia sem outra especificação). Pacientes com história
de hipersensibilidade a antibióticos carbapenêmicos, penicilinas ou outros antibióticos beta-lactâmicos também
podem ser hipersensíveis ao meropeném. Como ocorre com todos os antibióticos beta-lactâmicos, raras reações
de hipersensibilidade foram relatadas.
Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-
dentista.
Como acontece com outros antibióticos, pode ocorrer supercrescimento de microrganismos não-sensíveis, sendo
então necessárias repetidas avaliações de cada paciente. Raramente foi relatada a ocorrência de colite
pseudomembranosa, assim como ocorre com praticamente todos os antibióticos. Desse modo, é importante
considerar o diagnóstico de colite pseudomembranosa em pacientes que apresentem diarréia em associação ao
uso de meropeném.
Uso durante a gravidez e lactação
Este medicamento é classificado na categoria B de risco na gravidez: A segurança de meropeném na gravidez
humana não foi estabelecida, apesar de os estudos em animais não terem demonstrado efeitos adversos no feto
em desenvolvimento. Meropeném não deve ser administrado durante a gravidez sem orientação médica. a menos
que os benefícios potenciais para a mãe justifiquem os riscos potenciais para o feto. O meropeném é detectável
em concentrações muito baixas no leite de animais. No entanto, não deve ser administrado em mulheres que
estejam amamentando, a menos que os benefícios potenciais justifiquem o risco potencial para o bebê.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-
dentista.
Este medicamento não deve ser usado em indivíduos com peso inferior a 50 kg.
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Meromax®
é exclusivamente de uso intravenoso.
- Uso em portadores de insuficiência hepática e/ou renal: pacientes com disfunção hepática: pacientes
portadores de doença hepática preexistente devem ter a função hepática monitorada durante o tratamento com
meropeném. Pacientes com insuficiência renal: vide item “posologia”.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos e/ou operar máquinas: não há evidências de que meropeném
A probenecida compete com o meropeném pela secreção tubular ativa e por isso inibe a sua excreção renal,
provocando aumento da meia-vida de eliminação e da sua concentração plasmática. Uma vez que a potência e a
duração da ação de meropeném administrado sem a probenecida são adequadas, não se recomenda a co-
administração de meropeném com esta substância. O efeito potencial de meropeném sobre a ligação de outros
fármacos às proteínas plasmáticas ou sobre o metabolismo não foi estudado.
O meropeném foi administrado concomitantemente com muitos outros medicamentos sem interações adversas
aparentes. O meropeném pode reduzir os níveis séricos de ácido valpróico. Podem-se atingir níveis
subterapêuticos em alguns pacientes. Entretanto, não foram conduzidos estudos de interação com fármacos
específicos, além do estudo com a probenecida.
Antibióticos que possuem atividade bacteriana contra Salmonella typhi podem interferir com a resposta
imunológica à vacina contra a febre tifóide. Conceda um período de 24 horas ou mais de intervalo entre a
administração da última dose de meropeném e a dose de vacina contra a febre tifóide.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15° C e 30°C). Proteger da luz e umidade.
O prazo de validade deste medicamento é de 24 meses.
Cuidados após reconstituição
Recomenda-se que soluções de Meromax®
(meropeném tri-hidratado) sejam preparadas imediatamente antes do
uso, entretanto, após preparo, a solução mantém estabilidade satisfatória em temperatura ambiente (entre 15 e
30°C) ou sob refrigeração (entre 2°C e 8°C) por 6 (seis) horas, quando reconstituído em 20 mL de um dos
seguintes diluentes: cloreto de sódio 0,9%, solução de ringer ou solução de ringer com lactato.
As soluções de Meromax®
não devem ser congeladas.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Antes da reconstituição o produto apresenta-se como um pó branco, isento de partículas.
A solução reconstituída é límpida, incolor a levemente amarelada, isenta de partículas estranhas.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças
Reconstituicão
VERSÃO 02 DA RDC 47 - Esta versão altera a VERSÂO 01
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Deve-se reconstituir o produto em 20 mL de solução diluente e infundir em 100 mL de solução fisiológica.
Recomenda-se que as soluções de meropeném sejam preparadas imediatamente antes do uso. Entretanto, as
soluções reconstituídas de meropeném mantêm estabilidade satisfatória à temperatura ambiente (entre 15°C e
30°C) ou sob refrigeração (entre 2°C e 8°C), como apresentado na tabela a seguir:
SOLUÇÃO UTILIZADA PARA RECONSTITUIÇÃO PERÍODO DE ESTABILIDADE (em horas)
15 – 30 °C 2 – 8 °C
Cloreto de Sódio 0,9% 6 6
Solução de Ringer 6 6
Solução de Ringer com Lactato 6 6
Deve-se agitar a solução reconstituída antes do uso.
Meromax®
(meropeném tri-hidratado) não deve ser misturado ou adicionado a soluções que contenham outros
fármacos. As soluções de meropeném não devem ser congeladas.
Posologia
(meropeném tri-hidratado) deve ser administrado de 8 em 8 horas em infusão prolongada por via
intravenosa (IV) para o tratamento de patologias graves contra bactérias multiresistentes Acinetobacter
baumannii, Pseudomonas aeruginosa, Burkholderia cepacia, e/ou patógenos com CIM elevadas.
Observações:
1. O prolongamento da meia-vida de eliminação do meropeném e do metabólito de anel aberto e um aumento no
seu clearance renal são observados em pacientes com insuficiência renal sendo necessário o ajuste de dose nestes
pacientes. Para tal, em pacientes com o clearance de creatinina menor que 51 mL/min, a dosagem de meropeném
deve ser reduzida. Em pacientes com clearance de creatinina na faixa de 26-50 mL/min, as doses de 2 g devem
ser administradas a cada 12 horas. Não se deve administrar Meromax (meropeném tri-hidratado) em pacientes
com clearance de creatinina entre 10-25 mL/min e menor que 10 mL/min.
2. Dosagem em pacientes geriátricos: Um prolongamento da meia-vida de eliminação foi relatado em pacientes
idosos (1,3 h versus 0,8 horas em indivíduos jovens), o qual está relacionado à diminuição da função renal. A
redução no clearance não renal também pode ocorrer nos idosos devido ao baixo metabolismo. Estes dados
sugerem a necessidade da redução de dose em pacientes idosos. Entretanto, os ajustes de dose não são
necessários em pacientes idosos com clearance de creatinina maiores que 50 mL/min.
O meropeném é eliminado da circulação por hemodiálise. Caso seja necessária a continuidade do tratamento com
meropeném, a unidade de dose, baseada no tipo e na gravidade da infecção, é recomendada no final do
procedimento de hemodiálise, para reinstituir tratamento efetivo. Não existe experiência com diálise peritoneal.
deve ser administrado por infusão contínua por via intravenosa por um período de três horas.
O meropeném é geralmente bem tolerado. Os eventos adversos graves são raros e dificilmente requerem
interrupção da terapia. As reações adversas de meropeném agrupadas de acordo com a sua incidência são:
Reações comuns (1-10%)
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- Reações locais após injeção intravenosa: inflamação local.
- Pele: Exantema, “rash” cutâneo.
- Trato gastrointestinal: diarréia; náusea/vômito; obstipação intestinal.
Reações incomuns (0,1-1%)
- Reações locais após injeção intravenosa: flebite/tromboflebite; reação no sítio de injeção; dor no local de
injeção; edema no local de injeção.
- Sintomas gerais: febre.
- Pele: prurido; urticária.
- Sistema nervoso central: cefaléia.
- Trato ginecológico: vaginite; candidíase vaginal.
- Trato gastrointestinal: monilíase oral; elevação de transaminases (ALT e AST), fosfatase alcalina,
desidrogenase láctica e bilirrubinas.
- Trato urinário: elevação da creatinina e uréia
- Sangue: trombocitose; eosinofilia; leucopenia; neutropenia; alteração do tempo de protrombina; alteração do
tempo de tromboplastina parcial ativada; anemia.
Reações raras (0,01-0,1%)
- Sintomas gerais: calafrios.
- Pele: urticária; hiperidrose; eritema multiforme; síndrome de Stevens-Johnson; necrólise epidêmica tóxica
(NET).
- Imunológico: anafilaxia; hipersensibilidade; angioedema; sepse.
- Respiratório: hipóxia; derrame pleural; edema pulmonar; embolia pulmonar.
- Sistema nervoso central: agitação; convulsões; tontura; desmaio; alucinações; parestesias; neuropatia.
- Trato gastrointestinal: dor abdominal; alteração do paladar; obstrução intestinal; diarreia por Clostridium
difficile; hemorragia gastrointestinal; hemoperitôneo não-traumático
- Trato urinário: disfunção renal; edema periférico.
- Cardiovascular: parada cardíaca; infarto do miocárdio.
- Hepático: icterícia; colestase; insuficiência hepática.
- Sangue: trombocitopenia; alterações nos testes de Coombs direto e indireto; sangramento.
Reações muito raras (<0,01%)
- Sangue: agranulocitose.
Atenção: este produto é um medicamento que possui nova concentração no país e, embora as pesquisas
tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem
ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo
Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotside/notivisa/index.htm ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.