Bula do Miocardil produzido pelo laboratorio Vitapan Industria Farmaceutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
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Bula do Profissional
Bula_Miocardil Vitapan 2014 - XXXXXX - 12/14A
Anexo A
Folha de rosto para a bula
Miocardil
(Nimodipino)
Vitapan Indústria Farmacêutica Ltda.
Comprimido revestido
30mg
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I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
nimodipino
APRESENTAÇÃO
Comprimido 30mg: Embalagem contendo 30 comprimidos revestidos.
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido contém:
nimodipino .................................................................................................................30mg
Excipiente q.s.p.............................................................................1 comprimido revestido
Excipientes: lactose, povidona, estearato de magnésio, talco, amido, dióxido de titânio, metilcelulose, glicerol,
macrogol, álcool isopropílico* e cloreto de metileno*.
*Evaporam durante o processo.
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
É um medicamento que age nas células nervosas (é um agente terapêutico cerebral antagonista do cálcio),
utilizado para profilaxia e tratamento das deficiências neurológicas isquêmicas causadas por espasmos dos vasos
cerebrais, após hemorragia subaracnóidea consequente a aneurisma.
Tratamento das alterações orgânicas cerebrais decorrentes do envelhecimento, como alterações de memória,
comportamento e concentrações e da labilidade emocional.
Antes de iniciar o uso de Miocardil estabelecer se os sintomas não são causados por doença que necessite de
tratamento especifico.
REDUÇÃO DO VASO ESPASMO NA HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA (HSA) E
DEFICIÊNCIAS NEUROLÓGICAS ISQUÊMICAS CAUSADAS POR ESPASMOS DOS VASOS
CEREBRAIS:
Meta-análise envolvendo 8 estudos com um total de 1514 pacientes avaliou a eficácia e a segurança do
nimodipino na prevenção do vasoespasmo cerebral em pacientes com hemorragia subaracnóide aneurismática.
Comparado com o grupo placebo, o uso de nimodipino resultou aumento de 64% na recuperação clínica total dos
pacientes, aumento de 79% na recuperação clínica parcial, diminuição de 74% dos óbitos e redução de 46% de
vasoespasmo cerebral sintomático, além da diminuição de 48% na ocorrência de infarto cerebral. As diferenças
entre hemorragia recorrente e reações adversas entre os grupos placebo e nimodipino não foram estatisticamente
significativas. A conclusão da meta-analise foi que nimodipino pode melhorar significativamente os critérios
clínicos de avaliação, assim como reduzir a ocorrência de vasoespasmo cerebral sintomático, déficits de função
neurológica tardia (todos os casos), bem como infarto cerebral. Outro estudo defende resultados semelhantes,
favoráveis ao uso de nimodipino em HSA.
O aumento de cálcio intracelular livre é relacionado à mediação de morte neuronal durante o envelhecimento
normal e na doença de Alzheimer. Provavelmente o processo de morte celular se dá através da ativação de
sistemas enzimáticos destrutivos e da interrupção de processos intracelulares vitais.
Estudos têm demonstrado o efeito do Miocardil na melhoria dos sintomas cognitivos e comportamentais em
pacientes com síndromes cerebrais orgânicas crônicas ou na doença de Alzheimer.
A melhora clínica na memória e na atenção foi observada em cerca de 70% de pacientes com demência em
estudos de vigilância após comercialização do produto na Europa.
DEMÊNCIAS DEGENERATIVAS:
Em pacientes com Demência de Alzheimer (DA) mais severa, com pontuação total no Mini Exame do
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Estado Mental (MEEM) entre 12 e 18, o uso de nimodipino 180mg por dia foi significativamente maior que o
placebo em 13 dos 17 estudos avaliados em relação à pontuação total da escala ADAS (Alzheimer´s
Disease Assessment Scale) (p=0,01) e escores de cognição (p=0,035), bem como para pontuação total do
MEEM (p=0,006).
Em 12 desses estudos de demência, principalmente relacionadas a processos cerebrais degenerativos,
envolvendo cerca de 400 pacientes em cada grupo de tratamento, 58% dos doentes tratados com nimodipino
foram classificados como "muito a melhorou muito, 20% como melhorou ligeiramente, e 22% não apresentaram
alteração. Os resultados do placebo foram de 17%, 11% e 72%, respectivamente.
Esses resultados sugerem que um subconjunto específico de pacientes com DA moderada a grave apresentam
uma diminuição da deterioração cognitiva durante o tratamento sintomático com nimodipino 180mg por dia
medido pelo teste de memória seletiva de Buschke (Buschke Selective Reminding test).
Apesar de não alterar a progressão da DA, esse estudo demonstrou eficácia do nimodipino para casos moderado
a grave de DA em relação a desempenho cognitivo. Além da eficácia, nimodipino foi bem tolerado nas doses de
90mg e 180mg por dia.
Seis estudos que utilizaram a escala “Sandoz Clinical Assessment Geriatric” (SCAG) demonstraram maior
benefício do uso de nimodipino sobre o placebo. Outro estudo que comparou nimodipino com um derivado de
ergot (co-dergocrine; ergoloid mesylates) também sugeriu superioridade do nimodipino. O efeito adverso
potencial mais preocupante com o uso de longo prazo do nimodipino seria sintomas extrapiramidais induzidos
pela utilização do antagonista do cálcio, o que mais comumente ocorre com o uso de flunarizina ou cinarizina,
mas também com verapamil. Evidências em animais sugerem que esses efeitos são menos prováveis com
nimodipino, um bloqueador de canal de cálcio tipo L desprovido da atividade bloqueadora do receptor D-2.
Estudo com 30 pacientes e um grupo-controle com placebo com síndromes cerebrais orgânicas mostrou
superioridade do nimodipino. A resposta ao tratamento com nimodipino não foi afetada pela etiologia da
degeneração cerebral. Nimodipino foi bem tolerado até a dose de 180mg por dia. Outro estudo com 352
pacientes com síndromes cerebrais orgânicas demonstrou resultado semelhante a favor do uso de nimodipino.
DEMÊNCIAS VASCULARES:
O uso de nimodipino associado a outros tratamentos anti-hipertensivos resultou em melhora na função cognitiva
em um pequeno (n = 25) ensaio aberto de nimodipino. A amostra foi composta por pacientes ambulatoriais com
idade de 70 a 80 anos, com doença vascular cerebral crônica, deterioração cognitiva leve, leve a moderada
hipertensão arterial (sistólica maior que 160 mmHg, diastólica superior a 95 mmHg), e aterosclerose vaso
cerebral. Após 24 semanas verificou-se melhora da função neuropsicológica em 72% dos pacientes.
Outro estudo demonstrou eficácia do nimodipino no tratamento de demência degenerativa primária ou demência
multi-infarto em 178 pacientes idosos com declínio cognitivo leve a moderado. Os indivíduos que receberam
nimodipino apresentaram melhora estatisticamente significativa em todas as medidas de resultados. O número e
a gravidade de efeitos adversos eram insignificantes.
DEPRESSÃO:
Pacientes que apresentam doença cerebrovascular ou fatores de risco vascular, associados ao início tardio de
depressão, se beneficiam da terapia adjuvante com nimodipino oral, 90 mg por dia a longo prazo, podendo
otimizar o tratamento com antidepressivos dos episódios de depressão maior e diminuir recaídas. (DSM- IV).
REFERÊNCIAS:
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subarachnoid haemorrhage. CNS Neurol Disord Drug Targets. 2011; 10(7):834-44.
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Cerebrovascular Disease: Evidence from Recent Preclinical and Controlled Clinical Studies. 2008;
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clinical trials with nimodipine. Clin Ther 1993; 15:394-406.
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12.Melina D, Guerrera G, Colivicchi F, et al. Antihypertensive effect of nimodipine in elderly patients
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„vascular depression‟. International Journal of Geriatric Psychiatry 2001; 16(3): 254-260.
O Miocardil, principio ativo de nimodipino, tem efeito fundamentalmente antivasoconstritor e antiisquêmico
cerebral. As vasoconstrições provocadas in vitro por várias substâncias vasoativas (p. ex. serotonina,
prostaglandinas e histamina) ou por sangue ou produtos da degradação sanguínea podem ser evitadas ou
eliminadas com nimodipino.
Os estudos realizados em pacientes com transtornos agudos da perfusão cerebral mostraram que o nimodipino
dilata os vasos sanguíneos cerebrais, aumentando o fluxo sanguíneo cerebral. Em geral, o aumento na perfusão é
mais acentuado na região cerebral lesada ou subperfundida do que nas regiões sadias. O nimodipino reduz
significativamente a lesão neurológica isquêmica e a mortalidade em pacientes com hemorragia subaracnóidea.
O nimodipino protege os neurônios e estabiliza suas funções, promove o fluxo sanguíneo cerebral e amplia a
tolerabilidade isquêmica agindo nos receptores neuronais e vasculares cerebrais ligados ao canal de cálcio.
Outros pesquisadores demonstram que isso não leva a fenômeno de roubo. Demonstrou-se clinicamente que o
nimodipino melhora os transtornos de memória e a concentração em pacientes com comprometimento da função
cerebral.
Outros sintomas típicos também foram favoravelmente influenciados, tendo-se demonstrado os efeitos benéficos
na avaliação da impressão clínica global e dos transtornos individuais, pela observação do comportamento e por
testes psicométricos de desempenho.
O Miocardil deve ser utilizado desde que os benefícios em potencial sejam maiores que os riscos em potencial
causados pelo medicamento.
Para uma cuidadosa avaliação de possíveis contraindicações, o médico deve estar informado de todas as
enfermidades e tratamentos anteriores e simultâneos, assim como das circunstâncias especificas e hábitos.
Contraindicações podem ocorrer somente após o inicio do uso da droga, devendo o médico ser informado.
Para o tratamento de alteração orgânicas cerebral de idosos, Miocardil comprimido revestido não deve ser
administrado àqueles com insuficiência hepática grave (cirrose) para hemorragia subaracnóidea, vide posologia.
Não se recomenda o uso concomitante de Miocardil via oral com fenobarbital, fenitoína ou carbamazepina
quando do uso anterior crônico desses antiepilépticos, por reduzirem acentuadamente a biodisponibilidade da
Miocardil administrada oralmente.
Este medicamento é contraindicado para crianças e adolescentes.
Recomenda-se muita cautela com pacientes idosos com insuficiência de múltiplos órgãos: insuficiência
renal grave (clearance < 20 mL/min) e insuficiência cardíaca grave, considerando-se cuidadosamente a
necessidade do uso do Miocardil e o posterior acompanhamento regular.
Nos casos de edema cerebral generalizado ou de nítido aumento da pressão intracraniana, o Miocardil
deve ser utilizado com o cuidado necessário. Cuidado também no uso por pacientes com hipotensão
(pressão arterial sistólica < 100mm Hg).
Em princípio, a capacidade de conduzir veículos e utilizar máquinas pode ser alterada devido ao
aparecimento de tontura.
Gravidez: Miocardil não é usado durante a gravidez ou a lactação, tendo-se em vista o tipo de
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indicação.
Como a toxicidade de Miocardil infusão durante a gravidez ainda não foi estudada, deve-se ponderar
rigorosamente seu emprego durante a gravidez, devendo ser bem avaliados os riscos e as vantagens de uma
eventual administração.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco:
Idosos
Recomendações especiais para a indicação em comprometimento cerebral em idosos.
Recomenda-se muita cautela com pacientes idosos com insuficiência múltipla de órgãos, ou seja, em
insuficiência renal grave (depuração inferior a 20 mL/min) a insuficiência cardíaca grave, considerando-se
cuidadosamente a necessidade do uso de Miocardil e o posterior acompanhamento regular.
Crianças e adolescentes
A experiência clínica referente ao uso de Miocardil em crianças e adolescentes é insuficiente, portanto, não se
recomenda o seu uso nessa faixa etária.
Gravidez e lactação.
Neurolépticos e antidepressivos: houve um aumento de cerca de 50% da concentração plasmática do nimodipino,
quando administrado concomitantemente com fluoxetina. Houve redução acentuada da fluoxetina, enquanto o
seu metabólito ativo, a norfluoxetina, não foi afetado. A administração concomitante de nortriptilina e Miocardil
causou um leve aumento desta, sem afetar a concentração plasmática de nortriptilina.
Não há indicação de interação quando da administração concomitante de Miocardil a pacientes em tratamento de
longo prazo com haloperidol.
A administração simultânea intravenosa de zidovudina e Miocardil em estudos resultou na elevação das
concentrações de zidovudina no sangue.
O nimodipino é metabolizado através do sistema citocromo P450 3A4; portanto, drogas que inibam ou induzam
este sistema enzimático podem alterar a primeira passagem (administração oral) ou o clearance de nimodipino.
Nos pacientes em uso de drogas anti·hipertensivas, Miocardil pode potencializar o efeito antihipertensivo.
Experiências relatadas com outro antagonista do cálcio análogo à nifedipina levam a crer que a rifampicina deva
acelerar o metabolismo de Miocardil comprimido revestido por indução enzimática.
Portanto, a administração concomitante da rifampicina pode reduzir a eficácia de Miocardil comprimido
revestido.
O suco de toranja (grapefruit) inibe o metabolismo oxidativo das diidropiridinas. Portanto, a ingestão
concomitante de suco de toranja e Miocardil comprimido revestido não é recomendada, pois pode resultar em
aumento das concentrações plasmáticas de nimodipino.
Manter à temperatura ambiente (15ºC a 30ºC). Proteger da luz e da umidade.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Miocardil é um comprimido circular, revestido, de coloração alaranjado, isento de material estranho.
Antes de usar observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Recomenda-se tomar 1 comprimido revestido de Miocardil três vezes por dia.
Os comprimidos revestidos de Miocardil devem ser ingeridos com um pouco de líquido. O intervalo entre as
administrações ao longo do dia deve ser uniforme.
Os efeitos desejados e indesejados, por exemplo, reduções da pressão arterial, podem ser mais acentuados em
pacientes com disfunção renal grave. Nesses casos, seu médico decidirá se deve reduzir a dose, dependendo do
eletrocardiograma e da avaliação da pressão arterial.
Não é necessário tomar o medicamento junto às refeições.
A duração do tratamento é determinada pelo médico. Após alguns meses, o médico decidirá se deve manter o
tratamento com Miocardil.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
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Podem ocorrer os seguintes efeitos adversos:
Efeitos sobre o sistema gastrintestinal: desconforto gastrintestinal;
Efeitos sobre o sistema nervoso, tontura, cefaléia e sensação de fraqueza; em casos raros, podem ocorrer
sintomas de hiperatividade do SNC, tais como insônia, agitação motora, excitação, agressividade e sudorese.
Hipercinesia e depressão, em casos isolados;
Efeitos sobre o sistema cardiovascular. Queda da pressão arterial (hipotensão), particularmente em pacientes
com níveis iniciais elevados, rubor facial, sudorese, sensação de calor, queda da frequência cardíaca
(bradicardia) ou, mais raramente, aumento da frequência cardíaca (taquicardia).
Efeitos sobre o sangue, muito raramente, trombocitopenia;
Outros efeitos: sensação de calor, avermelhado da pela e edema periférico.