Bula do Neo Gentamicin para o Profissional

Bula do Neo Gentamicin produzido pelo laboratorio Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.a
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Bula do Neo Gentamicin
Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.a - Profissional

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BULA COMPLETA DO NEO GENTAMICIN PARA O PROFISSIONAL

NEO GENTAMICIN

(sulfato de gentamicina)

Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.A.

Solução Injetável

80mg/2mL

Neo Gentamicin – Solução injetável - Bula para o profissional da saúde 1

I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO:

sulfato de gentamicina

APRESENTAÇÃO

Solução injetável 80mg/2mL (40mg/mL) em embalagem contendo 1 ampola de 2mL.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: INTRAMUSCULAR, INTRAVENOSA, SUBCONJUNTIVAL,

SUBCAPSULAR (cápsula de Tenon), NEBULIZAÇÃO OU INSTILAÇÃO INTRATRAQUEAL

DIRETA.

USO ADULTO E PEDIÁTRICO

COMPOSIÇÃO

Cada 2mL da solução injetável contém:

sulfato de gentamicina ..................................................................................................................... 135,6mg

(equivalente a 80mg de gentamicina base)

veículo q.s.p. ........................................................................................................................................... 2mL

(edetato dissódico, metabissulfito de sódio, ácido lático, hidróxido de sódio e água para injetáveis).

Neo Gentamicin – Solução injetável - Bula para o profissional da saúde 2

II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE:

1. INDICAÇÕES

NEO GENTAMICIN é indicado para o tratamento de infecções causadas por cepas de bactérias sensíveis

dos seguintes microrganismos: Pseudomonas aeruginosa, Proteus sp. (indol-positivo e indol-negativo),

Escherichia coli, Klebsiella-Enterobacter-Serratia sp., Citrobacter sp., Providencia sp., Staphylococcus

sp. (coagulase-positivo e coagulase-negativo) e Neisseria gonorrhoeae.

Os estudos clínicos demonstraram a eficácia de sulfato de gentamicina em:

• septicemia, bacteremia (incluindo sepse neonatal),

• infecções graves do Sistema Nervoso Central (SNC) (incluindo meningite),

• infecção nos rins e trato genitourinário (incluindo infecções pélvicas),

• infecções respiratórias,

• infecções gastrintestinais,

• infecções na pele, ossos ou tecidos moles (incluindo queimaduras e feridas infectadas),

• infecções intra-abdominais (incluindo peritonite),

• infecções oculares.

Em infecção por Gram-negativo presumida ou comprovada, NEO GENTAMICIN pode ser considerado

no tratamento inicial.

Se houver suspeita de infecções por Gram-negativos, a decisão de continuar o tratamento com NEO

GENTAMICIN deve ser baseada nos resultados do teste de sensibilidade, na resposta clínica do paciente

e, também, na tolerância ao medicamento.

Em infecções graves, quando os microrganismos são desconhecidos, deve-se administrar NEO

GENTAMICIN como terapia inicial em associação com penicilina ou cefalosporina antes de obter o

resultado do teste de sensibilidade. Se houver suspeita da presença de microrganismos anaeróbicos, deve-

se associar à NEO GENTAMICIN um tratamento antimicrobiano adequado ou continuar o tratamento

com outro antibiótico apropriado.

Devem-se realizar testes bacteriológicos para identificar o microrganismo causador e para determinar a

sensibilidade à gentamicina.

A decisão de continuar o tratamento com NEO GENTAMICIN deve ser baseada nos resultados dos testes

de sensibilidade, resposta clínica do paciente e também na tolerância ao medicamento. Se os testes de

suscetibilidade indicarem que o microrganismo causador é resistente à gentamicina e a resposta do

paciente não for favorável, outro antibiótico apropriado deve ser indicado.

Sulfato de gentamicina injetável tem sido utilizado eficazmente no tratamento de infecções muito graves

causadas por P. aeruginosa, em associação com carbenicilina ou ticarcilina. Também, tem-se mostrado

eficaz quando usada em associação com um antibiótico do tipo penicilina, no tratamento da endocardite

causada por Streptococcus do grupo D. No recém-nascido com sepse presumida ou pneumonia

estafilocócica, tem-se indicado o uso concomitante de sulfato de gentamicina com um antibiótico do tipo

penicilina.

Sulfato de gentamicina injetável tem-se mostrado eficaz no tratamento de infecção grave por

Staphylococcus. Consequentemente, NEO GENTAMICIN deve ser considerado quando penicilinas ou

outros antibióticos com potencial menos tóxico forem contraindicadas e os testes de susceptibilidade

bacteriana e a avaliação clínica indicarem seu uso. Pode ser também considerado nas infecções conjuntas

causadas por cepas susceptíveis de Staphylococcus e aeróbios Gram-negativos.

No período pré-operatório, pode-se iniciar a administração de NEO GENTAMICIN antes da cirurgia e

continuar o uso no pós-operatório para o tratamento de infecções presumidas ou confirmadas devido a

microrganismos sensíveis. Estes usos devem ser considerados particularmente na presença do fator de

aumento de risco de infecção pós-operatória tais como cirurgia em órgãos infectados (colecistite,

prostatite, trato genitourinário); na presença de líquidos corporais contaminados ou infectados ou corpos

estranhos (colangite, colelitíase, infecção urinária, urolitíase, ferida penetrante); ruptura ou perfuração da

cavidade dos órgãos; e provável contaminação bacteriana durante a cirurgia. NEO GENTAMICIN deve

ser administrado concomitantemente com outro(s) antibiótico(s) apropriados contra o patógeno provável.

A administração subconjuntival de gentamicina é recomendada para o tratamento da endoftalmite causada

por cepas bacterianas sensíveis. É também utilizada como profilática em pacientes que irão submeter-se à

cirurgia intraocular, principalmente se as culturas identificarem Gram-negativos.

NEO GENTAMICIN pode, igualmente, ser administrado por injeção intratraqueal direta ou por

nebulização, como coadjuvante da terapia sistêmica no tratamento de infecções pulmonares graves.

Neo Gentamicin – Solução injetável - Bula para o profissional da saúde 3

NEO GENTAMICIN intratecal é indicado como coadjuvante da terapia sistêmica no tratamento de

infecções do sistema nervoso central, tais como meningite e ventriculite causada por microrganismos

Gram-negativos.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Os dados da ampla literatura disponível sobre o emprego terapêutico do sulfato de gentamicina, mostram

que esse aminoglicosídeo de uso consagrado apresenta índices de eficácia elevados nas diferentes

indicações e usos terapêuticos, quando administrado por via intramuscular, intravenosa, subconjuntival,

subcapsular (cápsula de Tenon), nebulização ou instilação intratraqueal direta. Assim, na literatura, estão

documentados resultados favoráveis com o emprego da gentamicina no tratamento de septicemia,

bacteremia (incluindo sepse neonatal), infecções graves do sistema nervoso (incluindo meningite),

infecção nos rins e trato genitourinário (incluindo infecções pélvicas), infecções respiratórias, infecções

gastrintestinais, infecções na pele, ossos ou tecidos moles (incluindo queimaduras e feridas infectadas),

infecções intra-abdominais (incluindo peritonite) e infecções oculares.

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3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

NEO GENTAMICIN é uma solução aquosa estéril para administração parenteral, contendo o antibiótico

aminoglicosídeo gentamicina sob a forma de sulfato.

Testes in vitro demonstraram que a gentamicina é um antibiótico aminoglicosídeo bactericida que atua

inibindo a síntese proteica bacteriana em microrganismos sensíveis. É ativa contra ampla variedade de

bactérias patogênicas, Gram-negativas e Gram-positivas, incluindo: Escherichia coli, Proteus sp. (indol-

positivo e indol-negativo), incluindo Proteus mirabilis, P. morganii e P. vulgaris, Pseudomonas

aeruginosa, espécies do grupo Klebsiella-Enterobacter-Serratia sp., Citrobacter sp., Providencia sp.,

incluindo Providencia rettger, Staphylococcus sp. (coagulase-positivo e coagulase-negativo), Neisseria

gonorrhoeae, Salmonella e Shigella. A gentamicina pode ser ativa contra isolados clínicos de bactérias

resistentes a outros aminoglicosídeos.

Estudos in vitro demonstraram que um aminoglicosídeo, combinado com um antibiótico que interfere na

síntese da parede celular, pode agir sinergicamente contra algumas cepas estreptocócicas do grupo D. A

associação de gentamicina e penicilina G resulta em um efeito bactericida sinérgico contra quase todas as

cepas de Streptococcus faecalis e suas variedades (S. faecalis var. liquefaciens, S. faecalis var.

zymogenes) S. faecium e S. durans. Também foi demonstrado in vitro maior efeito bactericida contra as

Neo Gentamicin – Solução injetável - Bula para o profissional da saúde 5

cepas desses patógenos com a associação de gentamicina e ampicilina, carbenicilina, nafcilina e

oxacilina.

O efeito combinado da gentamicina e carbenicilina é sinérgico para muitas cepas de Pseudomonas

aeruginosa. Foi demonstrado, também, o sinergismo in vitro contra outros microrganismos Gram-

negativos com associações de gentamicina e cefalosporinas.

A gentamicina pode ser ativa contra cepas de bactérias resistentes a outros aminoglicosídeos. A

resistência bacteriana à gentamicina desenvolve-se lentamente.

Teste de sensibilidade

De acordo com o método descrito, um disco de 10mcg de gentamicina deve produzir uma zona de

inibição de 13 mm ou mais, para indicar a sensibilidade do microrganismo. Uma zona de 12 mm ou

menos indica que o organismo infectante provavelmente seja resistente. Em certas condições, pode ser

desejável fazer um teste de sensibilidade adicional pelo método do tubo ou diluição de Agar.

4. CONTRAINDICAÇÕES

Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com hipersensibilidade ou reações tóxicas

graves em tratamentos anteriores com gentamicina ou outros aminoglicosídeos.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Advertências

Os pacientes tratados com aminoglicosídeos deverão estar sob observação clínica devido à possível

toxicidade associada com o seu uso.

Pacientes adultos e pediátricos que devam receber tratamentos acima de 7 – 10 dias de NEO

GENTAMICIN para o tratamento de infecções graves, ou que forem tratados com doses maiores que a

recomendada de acordo com a idade, peso, ou função renal estimada, devem ter avaliação da função renal

e dos eletrólitos séricos antes do início do tratamento e periodicamente durante a terapia.

Como com outros aminoglicosídeos, NEO GENTAMICIN é potencialmente nefrotóxico. O risco de

nefrotoxicidade é maior em pacientes com a função renal comprometida e que recebem alta dose ou

tratamento prolongado.

Adicionalmente, ototoxicidade, vestibular e auditiva, pode ocorrer em pacientes tratados com NEO

GENTAMICIN, primeiramente em pacientes com dano renal preexistente e em pacientes com a função

renal normal, tratados com altas doses e/ou por períodos maiores do que os recomendados.

Recomenda-se vigilância das funções renal e do oitavo par craniano durante o tratamento, principalmente

em pacientes com insuficiência renal suspeita ou conhecida. Na urina, deve-se pesquisar se há diminuição

da gravidade específica, aumento da excreção de proteína e presença de células ou cilindros. Os níveis

séricos de nitrogênio e ureia (BUN), a creatinina sérica, ou a depuração de creatinina deverão ser

determinados periodicamente. Quando possível, audiogramas em série são recomendados, principalmente

em pacientes de alto-risco. Os sinais de ototoxicidade (tontura, vertigens, ataxia, zumbidos, ruídos no

ouvido e diminuição da audição), ou de nefrotoxicidade, requerem modificação de dose ou suspensão do

antibiótico. Como com outros aminoglicosídeos, em raros casos, as alterações na função renal e do oitavo

par craniano não se manifestam até o término do tratamento.

As concentrações séricas de aminoglicosídeos deverão ser monitoradas, quando possível, para assegurar

níveis adequados e evitar níveis potencialmente tóxicos. Ajustar a dose a fim de evitar concentrações

máximas acima de 12mcg/mL e concentrações mínimas acima de 2mcg/mL. Pico excessivo e/ou

concentrações séricas de aminoglicosídeos podem aumentar o risco de toxicidade renal e do oitavo par

craniano.

Em pacientes com queimaduras extensas, a farmacocinética alterada pode resultar em diminuição das

concentrações séricas dos aminoglicosídeos. Nesses pacientes tratados com gentamicina, deverão ser

determinadas as concentrações séricas como base para o ajuste da dose.

Antibióticos aminoglicosídeos devem ser usados com precaução em pacientes que apresentam distúrbios

neuromusculares, como miastenia gravis, parkinsonismo ou botulismo infantil, uma vez que,

teoricamente, esses agentes podem agravar a debilidade muscular devido aos seus potentes efeitos do tipo

curare sobre a junção neuromuscular.

Há relatos de casos de uma síndrome similar à Síndrome de Fanconi, com acidose metabólica e

aminoacidúria, em alguns adultos e lactentes tratados com a gentamicina.

Alergia cruzada entre aminoglicosídeos foi demonstrada.

Os pacientes devem estar bem hidratados durante o tratamento.

Neo Gentamicin – Solução injetável - Bula para o profissional da saúde 6

Os antibióticos neurotóxicos e nefrotóxicos podem ser absorvidos em quantidades significativas da

superfície do corpo após irrigação ou aplicação local. O efeito tóxico potencial de antibióticos

administrados dessa maneira deve ser considerado.

O tratamento com a gentamicina pode resultar na proliferação de germes não sensíveis. Caso isto ocorra,

iniciar o tratamento apropriado.

A quantidade de gentamicina administrada nas inalações pode variar de acordo com o tipo de

equipamento utilizado e as condições sob as quais se opera. O emprego de um aminoglicosídeo por via

inalatória e sistêmica, concomitantemente, pode resultar em concentrações séricas mais altas,

especialmente quando se emprega a via intratraqueal direta.

NEO GENTAMICIN contém metabissulfito de sódio, composto que pode causar reações alérgicas,

inclusive anafiláticas, que ameaçam a vida, ou crises de asma de menor gravidade em pacientes

susceptíveis. A sensibilidade ao sulfito é observada mais frequentemente em pacientes asmáticos.

Síndrome de Stevens-Johnson e necrose epidérmica tóxica foram muito raramente relatadas com o uso de

aminoglicosídeos, incluindo a gentamicina.

Uso na gravidez e lactação

Categoria D.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe

imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Os antibióticos aminoglicosídeos atravessam a barreira placentária e podem ocasionar dano fetal se

administrados a mulheres grávidas. Há relatos de surdez total bilateral congênita irreversível em crianças

cujas mães receberam aminoglicosídeos, incluindo gentamicina, durante a gravidez.

Se a gentamicina for usada durante a gravidez ou se a paciente engravidar durante o tratamento com

gentamicina, ela deve estar consciente do perigo para o feto.

Em mulheres que estão amamentando, a gentamicina é excretada no leite materno em mínimas

quantidades. Ante a possibilidade de reações adversas graves em lactentes, associadas à administração de

aminoglicosídeos, deve-se considerar a interrupção do aleitamento ou do tratamento, tendo em vista a

importância do fármaco para o benefício da mãe.

Pacientes Geriátricos

Os pacientes idosos podem apresentar redução da função renal, que pode não ser evidente nos resultados

dos exames de rotina, tais como níveis séricos de nitrogênio ou creatinina sérica. A determinação da

depuração de creatinina pode ser mais útil. O monitoramento da função renal durante o tratamento com a

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Como com outros aminoglicosídeos, o uso concomitante e/ou sequencial, tópico ou sistêmico de outros

antibióticos potencialmente nefrotóxicos e/ou neurotóxicos deve ser evitado. O uso concomitante de NEO

GENTAMICIN com outras drogas que são possivelmente nefrotóxicas aumenta o risco de

nefrotoxicidade. Essas drogas incluem aminoglicosídeos, vancomicina, polimixina B, colistina,

organoplatínicos, alta dose de metotrexato, ifosfamida, pentamidina, foscarnet, algumas drogas antivirais

(aciclovir, ganciclovir, adefovir, cidofovir tenovir) anfotericina B, imunossupressores como ciclosporina,

ou tacrolimo e produtos de contraste de iodo. Se a combinação a ser usada for necessária, a função renal

deve ser rigorosamente monitorada por exames laboratoriais apropriados.

O uso concomitante de gentamicina com potentes diuréticos, como ácido etacrínico ou furosemida, deve

ser evitado, já que esses por si só podem causar ototoxicidade. Além disso, quando administrados por via

intravenosa, os diuréticos podem aumentar a toxicidade dos aminoglicosídeos, porque alteram sua

concentração no soro e tecidos.

Foi relatado aumento de nefrotoxicidade após administração concomitante de antibióticos

aminoglicosídeos e algumas cefalosporinas.

Foram relatados bloqueio neuromuscular e parada respiratória em gatos tratados com altas doses de

gentamicina (40mg). Os antibióticos neurotóxicos e nefrotóxicos podem ser absorvidos em quantidades

significativas da superfície do corpo após irrigação ou aplicação local. O efeito tóxico potencial de

antibióticos administrados neste uso deve ser considerado.

A possibilidade desse fenômeno ocorrer em humanos deve ser considerada se a gentamicina for

administrada por qualquer via em pacientes recebendo bloqueadores neuromusculares, tais como

Neo Gentamicin – Solução injetável - Bula para o profissional da saúde 7

succinilcolina, tubocurarina ou decametônio; anestésicos ou transfusões maciças de sangue anticoagulado

por citrato. Se ocorrer o bloqueio neuromuscular, sais de cálcio podem reverter esse fenômeno.

A associação in vitro de aminoglicosídeos com antibióticos beta-lactâmicos (penicilinas ou

cefalosporinas) pode resultar em uma inativação mútua significativa. Mesmo quando um aminoglicosídeo

e uma penicilina são administrados separadamente por diferentes vias de administração, foi relatada

redução na meia-vida plasmática ou dos níveis séricos do aminoglicosídeo em pacientes com disfunção

renal e em alguns pacientes com a função renal normal. Foi relatada redução na meia-vida plasmática da

gentamicina em pacientes com insuficiência renal grave que receberam carbenicilina concomitantemente

com a gentamicina.

Geralmente, tal inativação do aminoglicosídeo é clinicamente significativa somente em pacientes com a

função renal seriamente prejudicada.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO

Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz.

O prazo de validade do medicamento é de 24 meses a partir da data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Após aberto, este medicamento deve ser utilizado imediatamente.

NEO GENTAMICIN é uma solução límpida, de incolor a levemente amarelada, com odor característico.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Posologia

Administração intramuscular

Pacientes com a função renal normal

Adultos: para pacientes com função renal normal e infecções graves, a dose indicada é de 3mg/kg/dia,

divididas em três tomadas iguais a cada 8 horas ou em duas tomadas iguais a cada 12 horas ou em uma

dose única diária. Uma administração simplificada para pacientes adultos com mais de 60kg é a de 80mg,

3 vezes por dia, ou 120mg, a cada 12 horas. Para adultos pesando 60kg ou menos, 60mg, 3 vezes por dia.

Para adultos muito pequenos ou muito grandes, a dose deve ser calculada em mg/kg de massa corpórea

magra.

Em doenças com risco de vida, podem-se utilizar doses de até 5mg/kg/dia, divididas em três tomadas

iguais a cada 8 horas, ou quatro tomadas iguais a cada 6 horas. Essa dose deve ser reajustada para

3mg/kg/dia tão logo a evolução clínica assim o indicar.

Para infecções sistêmicas ou urinárias de gravidade moderada, quando o agente é, provavelmente, muito

sensível, pode-se considerar a dose de 2mg/kg/dia dividida em duas tomadas iguais a cada 12 horas ou em

uma dose única diária. Essa dose deve ser reajustada para 3mg/kg/dia, caso não haja melhora rápida.

A gentamicina é altamente concentrada na urina e no tecido renal. Em pacientes com infecção urinária,

crônica ou repetida, e sem evidência de insuficiência renal, NEO GENTAMICIN poderá ser administrado

intramuscularmente em doses de 160mg uma vez por dia, durante 7-10 dias. Para adultos com peso

abaixo de 50kg, a dose diária deverá ser de 3,0mg/kg de peso corporal.

Crianças: para crianças a dose recomendada é de 6 a 7,5mg/kg/dia (2,0 a 2,5mg/kg, administrados a cada

8 horas).

Pacientes com insuficiência renal

A dosagem deve ser ajustada em pacientes com insuficiência renal. Sempre que possível, devem-se

determinar as concentrações séricas da gentamicina. Os esquemas posológicos não se constituem em

recomendações rígidas, mas são fornecidos para auxiliar na estimativa da dose quando não é possível

obter as concentrações séricas da gentamicina. Um método utilizado para o ajuste da dose consiste em

aumentar o intervalo entre a administração das doses habituais. Uma vez que a concentração sérica de

creatinina apresenta uma alta correlação com a meia-vida sérica da gentamicina, esse teste laboratorial

poderá servir de parâmetro para o ajuste do intervalo entre as doses. O intervalo entre as doses (em horas)

pode ser calculado multiplicando o nível da creatinina sérica (mg/100mL) por 8 (Quadro I). Por exemplo,

Neo Gentamicin – Solução injetável - Bula para o profissional da saúde 8

um paciente pesando 60kg com um nível de creatinina sérica de 2mg/100mL deverá receber 60mg

(1mg/kg) a cada 16 horas (2mg/100mL x 8).

Quadro I

Orientação para ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal (intervalo de administração entre

as doses habituais é prolongado)

Peso corpóreo

de adultos

Dose Depuração de

creatinina

(mL/min)

Creatinina

(mg/100mL)

Nível sérico de

nitrogênio e

ureia

Frequência de

administração

Acima de 60kg 80mg (2mL) Acima de 70 < 1,4 < 18 A cada 8 horas

Acima de 60kg 80mg (2mL) 35-70 1,4-1,9 18-29 A cada 12 horas

Acima de 60kg 80mg (2mL) 24-34 2,0-2,8 30-39 A cada 18 horas

Acima de 60kg 80mg (2mL) 16-23 2,9-3,7 40-49 A cada 24 horas

Acima de 60kg 80mg (2mL) 10-15 3,8-5,3 50-74 A cada 36 horas

Acima de 60kg 80mg (2mL) 5-9 5,4-7,2 75-100 A cada 48 horas

60kg ou menos 60mg (1,5mL) Conforme descrito acima

Em pacientes com infecção sistêmica grave e insuficiência renal, é aconselhável a administração do

antibiótico com mais frequência, mas em doses menores. Nesses indivíduos, devem-se determinar as

concentrações séricas de gentamicina para se obter concentrações adequadas, mas não excessivas. Após a

dose inicial usual, pode-se fazer um cálculo aproximado para se determinar a dose reduzida, que deverá

ser administrada em intervalos de 8 horas, dividindo-se a dose normalmente recomendada pelo nível de

creatinina no soro (Quadro II). Por exemplo, após a dose inicial deve-se calcular a próxima dose,

dividindo-se a dose habitualmente recomendada pela creatinina sérica. Portanto, um paciente com 60kg e

creatinina sérica de 2,0mg/100mL deve receber 30mg a cada 8 horas (60mg dividido por 2). Deve-se

notar que o status da função renal pode ser alterado durante o curso do processo infeccioso.

É importante reconhecer que, com a deterioração da função renal, pode-se necessitar de uma redução

maior na dose do que o especificado nas orientações para pacientes com a função renal alterada estável.

Quadro II

Orientação para ajuste de dose para pacientes com insuficiência renal (redução da dose em

intervalos de 8 horas após a dose inicial habitual)

Creatinina sérica (mg/100

mL)

Depuração de creatinina

(mL/min/1,73m2

)

Porcentagem da dose habitual

≤ 1,0 ≥ 100 100

1,1-1,3 70-100 80

1,4-1,6 55-70 65

1,7-1,9 45-55 55

2,0-2,2 40-45 50

2,3-2,5 35-40 40

2,6-3,0 30-35 35

3,1-3,5 25-30 30

3,6-4,0 20-25 25

4,1-5,1 15-20 20

5,2-6,6 10-15 15

6,7-8,0 < 10 10

Nos pacientes adultos com insuficiência renal submetidos à hemodiálise, a quantidade de gentamicina

removida do sangue pode variar dependendo de diversos fatores, inclusive do método de diálise

empregado. Uma hemodiálise de 6 horas pode reduzir as concentrações séricas de gentamicina em

aproximadamente 50%. Uma sessão mais curta de diálise removerá menos droga. A dose recomendada ao

final de cada período de diálise é de 1 a 1,7mg/kg, dependendo da gravidade da infecção. Em crianças,

pode-se administrar uma dose de 2 a 2,5mg/kg. A eliminação de antibióticos aminoglicosídeos pode,

também, se realizar através de diálise peritoneal, mas em menor proporção do que por hemodiálise.

Uma variedade de métodos está disponível para medir a concentração da gentamicina nos fluidos

corporais; estes incluem técnicas microbiológicas, enzimáticas, cromatografia líquida e

radioimunoensaio.

Neo Gentamicin – Solução injetável - Bula para o profissional da saúde 9

Administração intravenosa

A administração intravenosa será recomendada na septicemia e choque. Pode, também, ser a via de

administração preferida para alguns pacientes com insuficiência cardíaca congestiva, distúrbios

hematológicos, queimaduras graves ou para os pacientes com massa muscular reduzida.

Para a administração intravenosa em adultos, uma dose única de NEO GENTAMICIN pode ser diluída

em 50 a 200mL de solução salina isotônica estéril ou em solução estéril de dextrose em água a 5%; em

lactentes e crianças, o volume de diluente pode ser menor. A solução pode ser infundida por um período

de meia hora a duas horas.

Em certas circunstâncias, a dose única de NEO GENTAMICIN pode ser administrada diretamente na veia

ou na borracha do equipo, lentamente, por um período de 2 a 3 minutos.

Administração subconjuntival e subcapsular (cápsula de Tenon)

Clinicamente, NEO GENTAMICIN pode ser utilizado por via subconjuntival com segurança nas

infecções bacterianas oculares profundas e graves causadas por microrganismos sensíveis. Também, pode

ser usada eficazmente em associação com penicilina antes e depois de cirurgias oculares, sempre que

houver presença ou suspeita de infecção bacteriana.

Tais administrações devem ser feitas exclusivamente por profissionais treinados. A dose usual de

gentamicina varia de 10 a 20mg, dependendo da gravidade do caso. A dose apropriada é aplicada com

uma seringa tuberculínica (de 1mL) e agulha de calibre 27-30, em condições assépticas, por via

subconjuntival ou dentro da cápsula de Tenon, após a instilação de um anestésico tópico. A dose pode ser

repetida 24 horas depois, se necessário.

Terapia inalatória

A terapia inalatória é adjuvante da sistêmica nas infecções pulmonares graves por nebulização ou

instilação intratraqueal. A dose habitual é de 20 a 40mg a cada 8 a 12 horas, diluída em solução salina

fisiológica para um volume aproximado de 2mL.

Regime de dose específica (adultos)

Uretrite gonocócica masculina e feminina

Foi comprovado que sulfato de gentamicina injetável em dose única intramuscular de 240 a 280mg foi

eficaz no tratamento da uretrite gonocócica (incluindo infecções por cepas resistentes à penicilina e a

outros antibióticos) masculina e infecções gonocócicas envolvendo o trato genital inferior feminino. Se

NEO GENTAMICIN (40 mg/mL) for usado, recomenda-se que a metade da dose seja injetada em cada

nádega.

Infecções urinárias

Os pacientes com infecções urinárias, especialmente crônicas e repetidas e sem evidência de insuficiência

renal, podem ser tratados com uma dose única diária de 160mg de gentamicina administrada por via

intramuscular durante 7 a 10 dias. Para essa indicação, há uma apresentação disponível de 1 ampola de

2mL contendo 160mg. Para adultos que pesam menos de 50kg, a dose única diária é de 3,0mg/kg de peso

corporal.

Terapia concomitante - Em combinação com outros antibióticos, a dose de NEO GENTAMICIN não

deverá ser reduzida.

Modo de usar

NEO GENTAMICIN pode ser aplicado por via intramuscular, intravenosa, subconjuntival ou subcapsular

(cápsula de Tenon), nebulização ou instilação intratraqueal direta. A dose recomendada para via

intravenosa e intramuscular é idêntica.

Antes do tratamento, deve-se determinar o peso corporal do paciente para calcular a dose correta. A dose

do aminoglicosídeo em pacientes obesos deverá se basear na massa corporal magra estimada.

NEO GENTAMICIN não deve ser misturado com outros medicamentos. Aplique-o em separado, de

acordo com a via de administração e o esquema posológico recomendados.

Devem-se medir as concentrações séricas máximas e residuais de gentamicina a fim de não ultrapassar as

concentrações adequadas.

Com 2 a 3 doses diárias intravenosas ou intramusculares de NEO GENTAMICIN, a concentração

máxima medida 30 minutos a uma hora após a administração situa-se na faixa de 4 a 6mcg/mL. Com a

administração de uma dose única diária podem ocorrer, transitoriamente, concentrações máximas altas.

Com qualquer esquema, a dosagem deve ser ajustada para se evitar concentrações acima de 12mcg/mL

Neo Gentamicin – Solução injetável - Bula para o profissional da saúde 10

por períodos prolongados. Também, devem-se evitar níveis séricos residuais acima de 2mcg/mL,

imediatamente antes da próxima dose. A determinação de uma concentração sérica adequada num

paciente deve levar em conta a sensibilidade do agente causal, gravidade da infecção e o estado

imunológico do paciente.

Normalmente, a duração do tratamento para todos os pacientes é de 7 a 10 dias. Em infecções

complicadas, recomenda-se tratamento mais prolongado. Nesses casos, recomenda-se avaliar

regularmente as funções renal, auditiva e vestibular, uma vez que é mais provável a ocorrência de

toxicidade com tratamentos acima de 10 dias. As doses devem ser reduzidas quando clinicamente

indicado.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Nefrotoxicidade - Os efeitos nefrotóxicos, como demonstrado pela presença de cilindros, células ou

proteínas na urina ou pelo levantamento de BUN, NPN, creatinina sérica e oligúria, têm sido relatados.

Estes efeitos ocorrem mais frequentemente em pacientes com antecedentes de insuficiência renal e nos

tratados durante longos períodos ou com doses mais altas que as recomendadas.

Pacientes idosos e pediátricos podem estar particularmente em risco, e é aconselhável observação clinica

monitorada. Avaliação periódica da função renal e eletrólitos séricos é aconselhável para pacientes que

receberam terapia prolongada (acima de 7 a 10 dias) com NEO GENTAMICIN ou que foram tratados

com doses acima da dose recomendada de acordo com idade, peso, ou função renal estimada.

Neurotoxicidade – Foram relatados efeitos adversos sobre os ramos vestibular e auditivo do oitavo par

craniano, principalmente em pacientes com alteração da função renal ou nos que fazem uso de altas doses

e/ou que se submetem a tratamentos prolongados.

Esses sintomas incluem tontura, vertigem, tinido, ataxia, sensação de ruído nos ouvidos e perda de

audição. A perda de audição manifesta-se inicialmente pela diminuição da audição aos sons de alta

tonalidade, e podem ser irreversíveis. Como com outros aminoglicosídeos, as anormalidades vestibulares

também podem ser irreversíveis. Outros fatores que podem aumentar o risco de ototoxicidade induzida

por aminoglicosídeos incluem: desidratação, administração concomitante com ácido etacrínico ou

furosemida, ou exposição prévia a outras drogas ototóxicas. Também foram relatados formigamento na

pele, espasmos musculares, convulsões e uma síndrome similar à miastenia gravis.

Outras reações adversas possivelmente relacionadas à gentamicina incluem: depressão respiratória,

letargia, confusão, depressão, distúrbios visuais, diminuição do apetite, perda de peso, hipotensão e

hipertensão; erupções cutâneas, prurido, urticária, ardor generalizado, edema laríngeo, reações

anafilactoides, febre, cefaleia; náusea, vômito, aumento da salivação, estomatite; púrpura, pseudotumor

cerebral, síndrome orgânica cerebral aguda, fibrose pulmonar, alopecia, dores articulares, hepatomegalia

transitória e esplenomegalia. Muito raramente foi relatada anafilaxia.

Embora a tolerância local ao sulfato de gentamicina injetável geralmente seja excelente, foi relatada,

ocasionalmente, dor no local da injeção.

Raramente, têm-se observado atrofia cutânea ou necrose - sugestivas de irritação local.

Alterações em testes laboratoriais

As anormalidades nos exames laboratoriais, possivelmente relacionadas com a gentamicina, incluem:

elevação das transaminases séricas [ALT (TGP), AST (TGO)] e aumento da desidrogenase lática no soro

(DHL) e da bilirrubina; diminuição do cálcio, magnésio, sódio e potássio séricos; anemia, leucopenia,

granulocitopenia, agranulocitose transitória, eosinofilia; aumento ou diminuição do número de

reticulócitos; e trombocitopenia. Embora as anormalidades nos exames clínicos laboratoriais possam ser

achados isolados, elas podem se associar a sinais e sintomas clínicamente relacionados. Foram relatadas

tardiamente atrofia subcutânea ou necrose gordurosa, sugerindo irritação local.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -

NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância

Sanitária Estadual ou Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.