Bula do Noregyna produzido pelo laboratorio Mabra Farmacêutica Ltda.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
NOREGYNA®
enantato de noretisterona - DCB: 06493
valerato de estradiol - DCB: 03612
I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Nome comercial: NOREGYNA®
Nome genérico: enantato de noretisterona (DCB 06493) + valerato de estradiol (DCB 03612)
APRESENTAÇÃO
Solução injetável – 50 mg/mL + 5 mg/mL – Embalagem contendo 1 ampola de 1 mL + seringa
USO INTRAMUSCULAR
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada ampola de 1mL de NOREGYNA® contém:
enantato de noretisterona..................................................................................................................... 50mg
valerato de estradiol...............................................................................................................................5 mg
Excipientes q.s.p......................................................................................................................................1mL
(benzoato de benzila e óleo de rícino).
II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
NOREGYNA® é indicado para contracepção hormonal.
Quando usado corretamente, o índice de falha é de aproximadamente 1% ao ano. O índice de falha pode
aumentar quando os intervalos entre as injeções são prolongados.
Propriedades Farmacodinâmicas
NOREGYNA® previne a gravidez primeiramente inibindo a ovulação e alterando o muco cervical. O
efeito produzido no endométrio é similar ao observado com o uso de contraceptivos orais combinados
(COCs). Um padrão de sangramento semelhante à menstruação normal é obtido com o uso de
NOREGYNA®. Um grande estudo de coorte prospectivo, de três braços demonstrou que a frequência de
diagnóstico de TEV (Tromboembolismo Venoso) varia entre 8 e 10 por 10.000 mulheres por ano que
utilizam COC com baixa dose de estrogênio (< 0,05 mg etinilestradiol). Dados mais recentes sugerem que
a frequência de diagnóstico de TEV é de aproximadamente 4,4 por 10.000 mulheres por ano não usuárias
de COCs e não grávidas. Essa faixa está entre 20 a 30 por 10.000 mulheres grávidas ou no pós-parto. A
eficácia contraceptiva das injeções mensais de NOREGYNA® compara-se favoravelmente à eficácia de
métodos que utilizam progestágenos isolados e à eficácia dos contraceptivos orais. Como
NOREGYNA® contém um estrogênio e um progestágeno, as precauções relacionadas ao seu uso são
similares àquelas dos COCs. O componente estrogênico presente em NOREGYNA® é um estrogênio
natural e seus níveis sanguíneos alcançam os picos da fase pré-ovulatória do ciclo menstrual normal. O
componente progestagênico, o enantato de noretisterona, exerce efeitos progestagênicos típicos em
mulheres, tais como efeitos antigonadotrópicos, transformação secretória do endométrio e espessamento
do muco cervical. NOREGYNA® apresenta efeitos favoráveis no metabolismo lipídico. Os
contraceptivos injetáveis combinados como NOREGYNA® demonstraram ter efeito mínimo na função
hepática em usuárias saudáveis e não apresentam efeito de primeira passagem hepática. Entretanto, uma
vez que os hormônios esteroides contidos em contraceptivos injetáveis combinados são metabolizados no
fígado, eles poderiam, teoricamente, provocar efeitos adversos em mulheres cuja função hepática já
estivesse comprometida.
Propriedades Farmacocinéticas
Os componentes farmacologicamente ativos, noretisterona e estradiol, encontram-se totalmente
biodisponíveis após injeção intramuscular de enantato de noretisterona e valerato de estradiol. Após
injeção intramuscular de 50 mg de enantato de noretisterona em combinação com 5 mg de valerato de
estradiol, a concentração plasmática máxima de estradiol (média entre 852 e 1570 pmol/L) é atingida em
aproximadamente 2 dias e a concentração plasmática máxima de noretisterona de 4,7 a 10,1 nmol/L em
aproximadamente 4,1 a 4,8 dias após a injeção intramuscular. Uma vez que a meia-vida terminal de
estradiol é consideravelmente mais curta que a de noretisterona (a qual, por sua vez, é decorrente das
diferentes taxas de liberação dos ésteres a partir do depósito), a segunda parte do período após a
administração é dominada pelo componente progestagênico. Ambos os componentes são completamente
metabolizados. Uma pequena parte da noretisterona é transformada, in vivo, em etinilestradiol. A partir
da administração de 1 mg de noretisterona ou de acetato de noretisterona por via oral, o etinilestradiol
formado em humanos é equivalente a uma dose oral de cerca de 4 mcg ou 6 mcg, respectivamente.
Considerando que a estrogenicidade da noretisterona já é conhecida e vivenciada na prática clínica, a
descoberta de suas características metabólicas não altera as recomendações de uso pré-existentes. A
biotransformação do estradiol segue a mesma via do hormônio endógeno. Os metabólitos da noretisterona
são excretados com a urina e fezes em proporções semelhantes. A excreção dos metabólitos do estradiol
ocorre predominantemente por via renal. Cerca de 85% da dose de ambas as substâncias são excretadas
dentro do intervalo de 28 dias após a injeção. A administração repetida de NOREGYNA® em intervalos
de 28 dias provoca um leve acúmulo de enantato de noretisterona, alcançando-se um estado de equilíbrio
logo após a terceira administração. Com relação à farmacocinética e biotransformação dos fármacos, não
se espera uma interação entre o enantato de noretisterona e o valerato de estradiol, já que é pouco
provável que ocorra uma sobrecarga do metabolismo, devido às taxas de liberação lentas a partir do
depósito intramuscular e às consequentes baixas concentrações séricas dos princípios ativos.
Dados de segurança pré-clínica
Não foram observados efeitos que indicassem risco inesperado a humanos durante estudos de tolerância
sistêmica após administração de doses repetidas. Estudos de longa duração em animais não indicaram
potencial tumorigênico no caso de uso terapêutico de NOREGYNA® em humanos. O teste de Ames foi
realizado com estradiol, noretisterona, enantato de noretisterona e acetato de noretisterona; a noretisterona
também foi investigada no teste UDS. Estes estudos não indicaram potencial mutagênico ou genotóxico
dos componentes. Estudos sobre a embriotoxicidade e teratogenicidade do valerato de estradiol não
indicaram risco de reações adversas em humanos após o uso inadvertido durante a gravidez. Em geral,
não foi observada atividade teratogênica após a administração de enantato de noretisterona em ratos,
coelhos e macacos; por outro lado, a administração de doses elevadas de enantato de noretisterona ou
acetato de noretisterona durante o período de desenvolvimento dos órgãos genitais externos do feto
provocou sinais de virilização em fetos do sexo feminino (em ratas e macacas). A avaliação da tolerância
local da base oleosa de NOREGYNA® (óleo de rícino e benzoato de benzila) em coelhos indicou um
leve potencial de irritação.
Como NOREGYNA® contém uma combinação de estrogênio e progestágeno, as precauções
relacionadas ao seu uso são similares às de contraceptivos orais combinados (COCs). NOREGYNA®
não deve ser usada em presença de qualquer uma das condições listadas abaixo:
- presença ou história de processos trombóticos/tromboembólicos arteriais ou venosos, como por
exemplo: trombose venosa profunda, embolia pulmonar, infarto do miocárdio; ou de um acidente vascular
cerebral;
- presença ou história de sintomas e/ou sinais prodrômicos de trombose (por exemplo: episódio isquêmico
transitório, angina pectoris);
- um alto risco para trombose venosa ou arterial (veja item “Advertências e Precauções”);
- história de enxaqueca com sintomas neurológicos focais;
- diabetes mellitus com alterações vasculares;
- doença hepática grave, enquanto os valores da função hepática não retornarem ao normal;
- presença ou história de tumores hepáticos (benignos ou malignos);
- diagnóstico ou suspeita de neoplasias dependentes de esteroides sexuais (por exemplo, dos órgãos
genitais ou das mamas);
- sangramento vaginal não-diagnosticado;
- diagnóstico ou suspeita de gravidez;
- hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos componentes de NOREGYNA®.
Se qualquer uma das condições citadas anteriormente ocorrer pela primeira vez durante o uso de
NOREGYNA®, a sua utilização deve ser descontinuada.
Este medicamento não deve ser utilizado para mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas
durante o tratamento.
Este medicamento pode interromper a menstruação por período prolongado e/ou causar
sangramentos intermenstruais severos.
Não há estudos epidemiológicos com contraceptivos injetáveis combinados (CICs) que avaliem fatores de
risco. De modo geral, a experiência com o uso de contraceptivos orais combinados (COCs), relativa às
precauções e advertências, deve ser considerada como base para a utilização de CICs. Em caso de
ocorrência de qualquer uma das condições ou fatores de risco mencionados a seguir, os benefícios da
utilização dos contraceptivos combinados devem ser avaliados frente aos possíveis riscos para cada
usuária individualmente e discutidos com a mesma antes de optar pelo início de sua utilização. Em casos
de agravamento, exacerbação ou aparecimento pela primeira vez de qualquer uma dessas condições ou
fatores de risco, a usuária deve entrar em contato com seu médico. Nesses casos, a continuação do uso do
produto deve ficar a critério médico.
Distúrbios circulatórios
Estudos epidemiológicos sugerem associação entre a utilização de COCs e um aumento do risco de
distúrbios tromboembólicos e trombóticos arteriais e venosos, como infarto do miocárdio, trombose
venosa profunda, embolia pulmonar e acidentes vasculares cerebrais. A ocorrência destes eventos é rara.
O risco de ocorrência de tromboembolismo venoso é mais elevado durante o primeiro ano de uso do
contraceptivo hormonal. Este risco aumentado está presente após iniciar pela primeira vez o uso de COC
ou ao reiniciar o uso (após um intervalo de quatro semanas ou mais sem uso de pílula) do mesmo COC ou
de outro COC. Dados de um grande estudo de coorte prospectivo, de três braços, sugerem que este risco
aumentado está presente principalmente durante os três primeiros meses. O risco geral de TEV em
usuárias de contraceptivos orais contendo estrogênio em baixa dose (< 0,05 mg de etinilestradiol) é duas a
três vezes maior que em não usuárias de COCs que não estejam grávidas e continua a ser menor do que o
risco associado à gravidez e ao parto. O TEV pode provocar risco para a vida da paciente ou pode ser
fatal (em 1 a 2% dos casos). O tromboembolismo venoso (TEV) se manifesta como trombose venosa
profunda e/ou embolia pulmonar, e pode ocorrer durante o uso de qualquer contraceptivo hormonal
combinado. Em casos extremamente raros, tem sido observada a ocorrência de trombose em outros vasos
sanguíneos como, por exemplo, em veias e artérias hepáticas, mesentéricas, renais, cerebrais ou retinianas
em usuárias de COCs. Não há consenso sobre a associação da ocorrência destes eventos e o uso de COCs.
Sintomas de trombose venosa profunda (TVP) podem incluir: inchaço unilateral em membro inferior ou
ao longo da veia da perna, dor ou sensibilidade na perna que pode ser sentida apenas quando se está em
pé ou andando, calor aumentado na perna afetada, descoloração ou hiperemia da pele da perna. Sintomas
de embolia pulmonar (EP) podem incluir: início súbito e inexplicável de dispneia ou taquipneia, tosse de
início abrupto que pode levar a hemoptise, angina aguda que pode aumentar com a respiração profunda,
ansiedade, tontura grave ou vertigem, taquicardia ou arritmia cardíaca. Alguns destes sintomas (por
exemplo, dispneia, tosse) não são específicos e podem ser erroneamente interpretados como eventos mais
comuns ou menos graves (por exemplo, infecções do trato respiratório). Um evento tromboembólico
arterial pode incluir acidente vascular cerebral, oclusão vascular ou infarto do miocárdio (IM). Sintomas
de um acidente vascular cerebral podem incluir: diminuição da sensibilidade ou da força motora afetando,
de forma súbita a face, braço ou perna, especialmente em um lado do corpo; confusão súbita; dificuldade
para falar ou compreender; dificuldade repentina para enxergar com um ou ambos os olhos; súbita
dificuldade para caminhar, tontura, perda de equilíbrio ou de coordenação, cefaleia repentina, intensa ou
prolongada, sem causa conhecida; perda de consciência ou desmaio, com ou sem convulsão. Outros sinais
de oclusão vascular podem incluir: dor súbita, inchaço e cianose de uma extremidade, abdome agudo.
Sintomas de infarto do miocárdio (IM) podem incluir: dor, desconforto, pressão, peso, sensação de aperto
ou estufamento no peito, braço ou abaixo do esterno; desconforto que se irradia para as costas, mandíbula,
pescoço, braços, estômago; saciedade, indigestão ou sensação de asfixia; sudorese, náuseas, vômitos ou
tontura; fraqueza extrema; ansiedade ou dispneia; taquicardia ou arritmia cardíaca. Eventos
tromboembólicos arteriais podem provocar risco para a vida da paciente ou podem ser fatais. O potencial
para um risco sinérgico aumentado de trombose deve ser considerado em mulheres que possuem uma
combinação de fatores de risco ou apresentem um fator de risco individual mais grave. Este risco
aumentado pode ser maior que um simples risco cumulativo de fatores. Um CIC não deve ser prescrito
em caso de uma avaliação risco-benefício negativa (veja item “Contraindicações”). O risco de processos
trombóticos/tromboembólicos arteriais ou venosos, ou de acidente vascular cerebral, aumenta com:
- idade;
- obesidade (índice de massa corpórea superior a 30 Kg/m2
);
- história familiar positiva (isto é, tromboembolismo venoso ou arterial detectado em um (a) irmão (ã) ou
em um dos progenitores em idade relativamente jovem) - se há suspeita ou conhecimento de
predisposição hereditária, a usuária deve ser encaminhada a um especialista antes de decidir pelo uso de
qualquer CIC;
- imobilização prolongada, cirurgia de grande porte, qualquer intervenção cirúrgica em membros
inferiores ou trauma extenso. Nestes casos, é aconselhável descontinuar o uso do contraceptivo injetável
combinado (CIC) - em casos de cirurgia programada a última injeção deve ter sido aplicada pelo menos
com oito semanas de antecedência - e não reiniciá-lo até, pelo menos, duas semanas após o total
restabelecimento;
- tabagismo (com consumo elevado de cigarros e aumento da idade, o risco torna-se ainda maior,
especialmente em mulheres com idade superior a 35 anos);
- dislipoproteinemia;
- hipertensão;
- enxaqueca;
- valvopatia;
- fibrilação atrial.
Não há consenso quanto à possível influência de veias varicosas e de tromboflebite superficial na gênese
do tromboembolismo venoso em usuárias de contraceptivos orais combinados. Deve-se considerar o
aumento do risco de tromboembolismo no puerpério. (para informações sobre gravidez e lactação veja
item “Gravidez e lactação”).
Outras condições clínicas que também foram associadas aos eventos adversos circulatórios em usuárias
de contraceptivos orais combinados incluem: diabetes mellitus, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome
hemolítico-urêmica, patologia intestinal inflamatória crônica (doença de Crohn ou colite ulcerativa). Não
existem dados disponíveis sobre o uso de CICs em usuárias que apresentam anemia falciforme,
entretanto, usuárias que apresentam anemia falciforme homozigota podem ter um risco aumentado de
trombose. Um aumento da frequência ou da intensidade de enxaquecas durante o uso de CICs pode ser
motivo para a suspensão imediata do mesmo, dada a possibilidade deste quadro representar o início de um
evento vascular cerebral. Os fatores bioquímicos que podem indicar predisposição hereditária ou
adquirida para trombose venosa ou arterial incluem: resistência à proteína C ativada (PCA),
hiperhomocisteinemia, deficiências de antitrombina III, de proteína C e de proteína S, anticorpos
antifosfolipídios (anticorpos anticardiolipina, anticoagulante lúpico). Na avaliação da relação
risco/benefício, o médico deve considerar que o tratamento adequado de uma condição clínica pode
reduzir o risco associado de trombose e que o risco associado à gestação é mais elevado do que aquele
associado ao uso de contraceptivos hormonais.
Tumores
Há pouca evidência empírica a respeito dos efeitos de contraceptivos injetáveis combinados (CICs) e o
risco de neoplasia. De modo geral, pode-se tomar como base a experiência observada com o uso de
COCs.
- Câncer cervical
Em um estudo epidemiológico em mulheres da América Latina, não foi observada qualquer associação
entre o uso de contraceptivos injetáveis mensais (contendo diidroxiprogesterona e um éster de estradiol) e
o risco de câncer cervical. Não foi observado um aumento no risco de desenvolvimento de lesões
cervicais de células escamosas intraepiteliais em usuárias de contraceptivos injetáveis nos EUA. O fator
de risco mais importante para o câncer cervical é a infecção persistente por HPV (papilomavírus
humano). Alguns estudos epidemiológicos indicaram que o uso de COCs por período prolongado pode
contribuir para este risco aumentado, mas continua existindo controvérsia sobre a extensão em que esta
ocorrência possa ser atribuída aos efeitos concorrentes, por exemplo, da realização de citologia cervical e
do comportamento sexual, incluindo a utilização de contraceptivos de barreira.
- Câncer de mama / Câncer de ovário
O efeito do estrogênio e do progestágeno contidos em NOREGYNA® sobre o risco de desenvolvimento
de câncer de mama e de câncer de ovário não foi avaliado. Para mulheres que utilizam COCs, a avaliação
do risco de câncer de mama está baseada em uma meta-análise de 54 estudos epidemiológicos, que
relatou haver um pequeno aumento no risco relativo (RR = 1,24) para o diagnóstico de câncer de mama.
Este aumento desaparece gradualmente nos 10 anos subsequentes à suspensão do uso do COC. Uma vez
que o câncer de mama é raro em mulheres com idade inferior a 40 anos, o aumento no número de
diagnósticos de câncer de mama em usuárias atuais e recentes de COCs é pequeno, se comparado ao risco
total de câncer de mama. Estes estudos não fornecem evidências de causalidade. O padrão observado de
aumento do risco pode ser devido ao diagnóstico precoce de câncer de mama em usuárias de COCs, aos
efeitos biológicos dos COCs ou à combinação de ambos. Os casos de câncer de mama diagnosticados em
usuárias de primeira vez de COCs tendem a ser clinicamente menos avançados do que os diagnosticados
em mulheres que nunca utilizaram COCs.
- Tumores hepáticos
Foram observados, em casos raros, tumores hepáticos benignos e, mais raramente, malignos em usuárias
de COCs. Em casos isolados, esses tumores provocaram hemorragias intra-abdominais com risco para a
vida da paciente. A possibilidade de tumor hepático deve ser considerada no diagnóstico diferencial em
usuárias de NOREGYNA® que apresentarem dor intensa em abdome superior, aumento do tamanho do
fígado ou sinais de hemorragia intra-abdominal. Tumores malignos podem provocar risco para a vida da
paciente ou podem ser fatais.
Outras condições
Embora tenham sido relatados discretos aumentos da pressão arterial em muitas usuárias de COCs, os
casos de relevância clínica são raros. Entretanto, no caso de desenvolvimento e manutenção de
hipertensão clinicamente significativa, é prudente que o médico descontinue o uso do produto e trate a
hipertensão. Se for considerado apropriado, o uso de NOREGYNA® pode ser reiniciado, caso os níveis
pressóricos se normalizem com o uso de terapia anti-hipertensiva. Foi descrita a ocorrência ou
agravamento das seguintes condições, tanto durante a gestação quanto durante o uso de contraceptivo
oral, e podem ocorrer em usuárias de CICs, no entanto, a evidência de uma associação é inconclusiva:
icterícia e/ou prurido relacionados à colestase; formação de cálculos biliares; porfiria; lúpus eritematoso
sistêmico; síndrome hemolítico-urêmica; coreia de Sydenham; herpes gestacional; perda da audição
relacionada com a otosclerose. Em mulheres com angioedema hereditário, estrogênios exógenos podem
induzir ou exacerbar os sintomas de angioedema. Como os hormônios esteroidais contidos nos
contraceptivos injetáveis combinados (CICs) são metabolizados no fígado, eles poderiam, teoricamente,
ocasionar efeitos adversos em mulheres cuja função hepática esteja comprometida. Os distúrbios agudos
ou crônicos da função hepática podem requerer a descontinuação do uso de NOREGYNA®, até que os
marcadores da função hepática retornem aos valores normais. A recorrência de icterícia colestática que
tenha ocorrido pela primeira vez durante a gestação, ou durante o uso anterior de esteroides sexuais,
requer a descontinuação do uso de NOREGYNA®. Embora os CICs possam exercer efeito sobre a
resistência periférica à insulina e sobre a tolerância à glicose, não há qualquer evidência da necessidade
de alteração do regime terapêutico em usuárias diabéticas. Entretanto, deve-se manter cuidadosa
vigilância enquanto estas pacientes estiverem utilizando CICs. As seguintes condições foram associadas
com o uso de COCs e podem estar presentes em usuárias de CICs: doença de Crohn e colite ulcerativa,
cloasma, especialmente em mulheres com história de cloasma gravídico. Mulheres predispostas ao
desenvolvimento de cloasma devem evitar a exposição ao sol ou à radiação ultravioleta enquanto
estiverem usando contraceptivo hormonal. Como ocorre com todas as soluções oleosas, NOREGYNA®
deve ser injetado de forma muito lenta e exclusivamente por via intramuscular. Microembolismo
pulmonar por soluções oleosas pode levar a sinais e sintomas como tosse, dispneia e dor no peito. Podem
existir outros sinais e sintomas que incluem reações vasovagais como mal-estar, hiperidrose, tontura,
parestesia ou síncope. Estas reações podem ocorrer durante ou imediatamente após a injeção e são
reversíveis. O tratamento é, geralmente, de suporte como, por exemplo, pela administração de oxigênio.
Consultas/exames médicos
Antes de iniciar ou retomar o uso de NOREGYNA®, é necessário obter história clínica detalhada e
realizar exame clínico completo, considerando os itens descritos em “Contraindicações” e “Advertências
e Precauções”; estes acompanhamentos devem ser repetidos periodicamente. A avaliação médica
periódica é igualmente importante porque as contraindicações (por exemplo, episódio isquêmico
transitório) ou fatores de risco (por exemplo, história familiar de trombose arterial ou venosa) podem
aparecer pela primeira vez durante a utilização de CICs. A frequência e a natureza dessas avaliações
devem ser baseadas nas condutas médicas estabelecidas e ser adaptadas a cada usuária, mas devem, em
geral, incluir atenção especial à pressão arterial, mamas, abdome e órgãos pélvicos, incluindo citologia
cervical. As usuárias devem ser informadas de que os CICs não protegem contra infecções causadas pelo
HIV (AIDS) e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Redução da eficácia
A eficácia de NOREGYNA® pode ficar reduzida no caso de, por exemplo, prolongamento do intervalo
recomendado entre as injeções (veja o item “Posologia e Modo de Usar”) ou por uso concomitante de
outros medicamentos (veja o item “Interações Medicamentosas”).
Redução do controle do ciclo
Como ocorre com todos os contraceptivos hormonais, pode surgir sangramento irregular (gotejamento ou
sangramento de escape), especialmente durante os primeiros meses de uso. Portanto, a avaliação de
qualquer sangramento irregular somente será significativa após um intervalo de adaptação de cerca de três
ciclos. Com NOREGYNA®, foi observada baixa frequência de sangramento irregular (<8%) e
amenorreia (<3%) e baixa taxa de descontinuação devido a sangramento irregular (5,1%). Após a
primeira injeção de NOREGYNA®, observa-se uma redução na duração do ciclo (11 – 15 dias). Uma ou
duas semanas após a primeira injeção, ocorrerá sangramento semelhante ao menstrual. Isto é normal e,
com a continuação do uso de NOREGYNA®, o sangramento ocorrerá geralmente em intervalos de 30
dias. Normalmente, o dia da injeção mensal estará dentro do intervalo livre de sangramento. Se o
sangramento irregular persistir ou ocorrer após ciclos anteriormente regulares, devem ser consideradas
causas não-hormonais e, nesses casos, são indicados procedimentos diagnósticos apropriados para
exclusão de neoplasia ou gestação. Estas medidas podem incluir a realização de curetagem. É possível
que em algumas usuárias não ocorra o sangramento dentro de 30 dias após a injeção. Nestes casos, a
possibilidade de gravidez deve ser excluída, utilizando-se testes adequados. Entretanto, se
NOREGYNA® foi aplicada de acordo com as instruções descritas no item “Posologia e Modo de Usar”,
é pouco provável que a usuária esteja grávida.
Retorno da fertilidade
Nenhum efeito inibitório prolongado do eixo pituitária-ovário foi observado em mulheres que usaram
NOREGYNA® por 2 a 3 anos. Após a interrupção do uso de NOREGYNA®, 19% das mulheres
ovularam no primeiro ciclo e 67% no segundo ciclo após o tratamento.
Gravidez e lactação
NOREGYNA® é contraindicada durante a gravidez. Caso a usuária engravide durante o uso de
NOREGYNA®, as aplicações posteriores devem ser descontinuadas. Entretanto, estudos
epidemiológicos abrangentes não revelaram risco aumentado de malformações congênitas em crianças
nascidas de mulheres que utilizaram contraceptivos hormonais antes da gestação. Também não foram
verificados efeitos teratogênicos decorrentes do uso inadvertido de contraceptivos hormonais no início da
gestação.
Categoria X: (em estudos em animais e mulheres grávidas, o fármaco provocou anomalias fetais, havendo
clara evidência de risco para o feto que é maior do que qualquer benefício possível para a paciente).
Este medicamento não deve ser utilizado para mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas
durante o tratamento.
Os contraceptivos hormonais podem afetar a lactação, uma vez que podem reduzir a quantidade e alterar a
composição do leite materno. Não existem dados suficientes sobre os efeitos dos CICs na quantidade e
qualidade do leite materno ou na duração da lactação. Para NOREGYNA®, não há evidência de
influência sobre a prolactina ou sobre a produção do leite. Entretanto, o uso de CICs não é recomendado,
geralmente, até seis meses após o parto ou até que a lactante tenha suspendido completamente a
amamentação do seu filho. Pequenas quantidades dos esteroides contraceptivos e/ou de seus metabólitos
podem ser excretadas com o leite.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas
Não foram conduzidos estudos sobre os efeitos na habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas. Não
foram observados efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas em usuárias de COCs.
Este medicamento pode interromper a menstruação por período prolongado e/ou causar
- Efeitos de outros medicamentos sobre NOREGYNA®
As interações medicamentosas podem ocorrer com indutores das enzimas microssomais, o que pode
resultar em depuração aumentada dos hormônios sexuais, podendo levar a sangramento de escape e/ou
diminuição da eficácia do contraceptivo. Usuárias sob tratamento com qualquer uma destas substâncias
devem utilizar temporária e adicionalmente um método contraceptivo de barreira ou escolher um outro
método contraceptivo. O método de barreira deve ser usado concomitantemente, assim como nos 28 dias
posteriores à sua descontinuação. Para contraceptivos orais combinados as seguintes interações foram
relatadas na literatura e também podem ser relevantes para CICs.
- Substâncias que aumentam a depuração dos CICs (diminuindo o efeito dos CICs por indução
enzimática), por exemplo: fenitoínas, barbitúricos, primidona, carbamazepina, rifampicina e também,
possivelmente, com oxcarbazepina, topiramato, felbamato, griseofulvina e produtos contendo Erva de São
João.
- Substâncias com efeito variável na depuração dos CICs, por exemplo: Quando coadministrado com
COCs, muitos inibidores das HIV/HCV proteases e inibidores não nucleosídios da transcriptase reversa
podem aumentar ou diminuir as concentrações plasmáticas de estrogênios e progestágenos. Essas
alterações podem ser clinicamente relevantes em alguns casos.
- Efeitos dos CICs sobre outros medicamentos
Os contraceptivos hormonais podem interferir no metabolismo de outros fármacos. Consequentemente, as
concentrações plasmáticas e teciduais destes fármacos podem ser afetadas (por exemplo, ciclosporina).
Devem-se avaliar também as informações contidas na bula do medicamento utilizado concomitantemente
a fim de identificar interações em potencial.
Alterações em exames laboratoriais
O uso de esteroides contraceptivos pode influenciar os resultados de certos exames laboratoriais,
incluindo parâmetros bioquímicos das funções hepática, tireoidiana, adrenal e renal; níveis plasmáticos de
proteínas (transportadoras), por exemplo, globulina de ligação à corticosteroides e frações
lipídicas/lipoproteicas; parâmetros do metabolismo de carboidratos e parâmetros da coagulação e
fibrinólise. As alterações geralmente permanecem dentro do intervalo laboratorial considerado normal.
NOREGYNA® deve ser conservada em temperatura ambiente (temperatura entre 15 e 30°C), protegida
da luz. Este medicamento possui prazo de validade de 24 meses a partir da sua data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
NOREGYNA® se apresenta em ampola de vidro âmbar contendo líquido oleoso amarelo e límpido, livre
de partículas.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Método de administração
NOREGYNA® deve ser sempre administrada por via intramuscular profunda (de preferência na região
glútea e, como alternativa, no braço).
Regime de dose
- Como usar NOREGYNA®
As injeções devem ser administradas de forma extremamente lenta (veja os itens “Advertências e
Precauções” e “Reações Adversas”). A solução oleosa deve ser injetada imediatamente após a preparação
da seringa. É recomendável ocluir o local onde se aplicou a injeção para evitar qualquer refluxo da
solução.
Início do uso de NOREGYNA®
- Quando nenhum outro método contraceptivo hormonal está sendo usado
A primeira injeção deve ser administrada no primeiro dia do ciclo menstrual (primeiro dia de
sangramento).
- Mudando de um contraceptivo hormonal combinado (contraceptivo oral combinado/COC), anel
vaginal ou adesivo transdérmico para NOREGYNA®
De preferência, a mulher deve iniciar o uso de NOREGYNA® imediatamente após a ingestão de
comprimidos ativos (contendo hormônio) do COC por pelo menos sete dias ou após a ingestão do último
comprimido ativo (contendo hormônio) da cartela em uso. Se estiver mudando de anel vaginal ou adesivo
transdérmico, deve começar preferencialmente no dia da retirada do último anel ou adesivo do ciclo ou,
no máximo, no dia previsto para a próxima aplicação.
- Mudando da minipílula, implante ou injeção (apenas progestágeno) ou SIU (Sistema Intra-
Uterino) com progestágeno para NOREGYNA®
A troca do método contraceptivo pode ser feita em qualquer dia no caso da minipílula (ou no dia da
retirada do implante ou SIU ou da aplicação do contraceptivo injetável usado anteriormente), mas, em
todos estes casos deve ser recomendado o uso adicional de um método contraceptivo de barreira durante
os primeiros sete dias após a injeção.
Abortamento de primeiro trimestre
Neste caso, pode-se iniciar o uso a qualquer momento dentro da primeira semana após o abortamento,
sem necessidade de utilizar medidas contraceptivas adicionais.
Após parto ou abortamento de segundo trimestre
Para amamentação, veja o item “Gravidez e lactação”. A injeção de NOREGYNA® deve ser
administrada no período entre o 21° e o 28° dia após o procedimento ou na primeira menstruação do pós-
parto. Quando o uso for iniciado mais tarde, deve-se aconselhar o uso adicional de um método de barreira
durante os primeiros sete dias após a injeção de NOREGYNA®. Entretanto, se já tiver ocorrido relação
sexual, a possibilidade de gravidez deve ser excluída antes do início do uso de NOREGYNA® ou deve-
se aguardar a primeira menstruação.
Manutenção das injeções posteriores
A segunda injeção, assim como as injeções posteriores devem ser administradas, independentemente do
padrão do ciclo, em intervalos de 30 ± 3 dias, isto é, no mínimo 27 e no máximo 33 dias. Transcorrendo
intervalo de injeção superior a 33 dias, não se pode contar, a partir desta data, com o grau necessário de
segurança contraceptiva, e a usuária deverá utilizar um método contraceptivo adicional. Se dentro dos 30
dias posteriores à administração de NOREGYNA® não ocorrer sangramento por privação hormonal,
deve-se descartar a possibilidade de gravidez por meio de teste adequado.
Instrução para preparo da seringa
- Use as duas mãos para abrir a embalagem.
- Reserve a embalagem (papel grau cirúrgico).
- Confira a fixação da agulha com a seringa.
- Faça a assepsia da ampola com álcool 70% e espere secar.
- Quebre o gargalo da ampola usando uma proteção para evitar ferimentos e a contaminação do
medicamento. Uma opção é a embalagem da seringa (papel grau cirúrgico).
- Mantenha a seringa e ampola em posição horizontal para aspirar o volume. Evite exercer força excessiva
no êmbolo. Importante: evite o contato do bisel (ponta da agulha) com as paredes da ampola. Se isso
ocorrer, pode danificar o bisel, causando desconforto à paciente.
- Para eliminar bolhas de ar, em posição vertical, gire rapidamente a seringa em movimento circular ou dê
leves toques com o dedo sobre o corpo da seringa. Elimine o ar e corrija o volume de medicamento no
interior da seringa.
Incompatibilidades: não diluir com água.
Informações adicionais para populações especiais
- Crianças e adolescentes
NOREGYNA® é indicado apenas para uso após a menarca.
- Pacientes idosas
Não aplicável. NOREGYNA® não é indicado para uso após a menopausa.
- Pacientes com insuficiência hepática
NOREGYNA® é contraindicado em mulheres com doença hepática grave. Veja item
“Contraindicações”.
- Pacientes com insuficiência renal
NOREGYNA® não foi estudada especificamente em pacientes com insuficiência renal. Dados
disponíveis não sugerem alteração no tratamento desta população de pacientes.
Foram observadas as seguintes reações adversas em usuárias de contraceptivos hormonais, sem que a
exata relação de causalidade tenha sido estabelecida:
Foi utilizado o termo MedDRA (versão12.0) mais apropriado para descrever uma determinada reação.
Seus sinônimos e condições relacionadas não listadas também devem ser considerados. As seguintes
reações adversas graves, que estão descritas no item “Advertências e Precauções” foram reportadas em
mulheres que utilizam contraceptivos hormonais combinados:
- distúrbios tromboembólicos venosos;
- distúrbios tromboembólicos arteriais;
- acidentes vasculares cerebrais;
- hipertensão;
- alterações na tolerância à glicose ou efeitos sobre a resistência periférica a insulina;
- tumores hepáticos (benignos e malignos);
- distúrbios das funções hepáticas;
- cloasma;
- em mulheres com angioedema hereditário, estrogênios exógenos podem induzir ou intensificar sintomas
de angioedema;
- ocorrência ou piora de condições para as quais a associação com o uso de COC não é conclusiva:
icterícia e/ou prurido relacionado à colestase, formação de cálculos biliares, porfiria, lúpus eritematoso
sistêmico, síndrome hemolítico-urêmica, coreia de Sydenham, herpes gestacional, otosclerose –
relacionada à perda de audição, doença de Crohn, colite ulcerativa, câncer cervical;
- injeções de soluções oleosas como NOREGYNA® foram associadas com reações sistêmicas: tosse,
dispneia, dor no peito. Podem existir outros sinais e sintomas incluindo reações vasovagais como mal-
estar, hiperidrose, tontura, parestesia ou síncope.
A frequência de diagnóstico de câncer de mama é ligeiramente maior em usuárias de CO. Como o câncer
de mama é raro em mulheres abaixo de 40 anos o aumento do risco é pequeno em relação ao risco geral
de câncer de mama. A causalidade com uso de COC é desconhecida. Para mais informações veja os itens
“Contraindicações” e “Advertências e Precauções”.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.