Bula do Norestin produzido pelo laboratorio Biolab Sanus Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Biolab Sanus
NORESTIN®
Biolab Sanus Farmacêutica Ltda.
Comprimido
noretisterona
0,35 mg
MODELO DE BULA
DO PROFISSIONAL DE SAÚDE
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
APRESENTAÇÕES
Comprimido 0,35 mg – Caixa com 35 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido contém:
noretisterona.................................................................................................0,35 mg
Excipientes: croscarmelose sódica, celulose microcristalina, laurilsulfato de sódio, talco, estearato de
magnésio, lactose, corante vermelho 40.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Contracepção. Tratamento das hemorragias uterinas disfuncionais e distúrbios do ciclo menstrual.
Dismenorreia. Tensão pré-menstrual. Algias pélvicas. Mastodínia. Distúrbios da fertilidade por
insuficiência progestínica.
Em humanos, a noretisterona provou ser um inibidor altamente efetivo da ovulação. O contraceptivo oral
Norestin®
previne a concepção através da supressão da ovulação em aproximadamente metade das
usuárias, do espessamento do muco cervical para inibir a penetração do esperma, da diminuição do ciclo
médio do hormônio luteinizante (LH) e de picos do hormônio folículo-estimulante (FSH), da diminuição
do movimento do óvulo pelas trompas de falópio, e afetando adversamente a implantação por alteração
do endométrio.
Se usados perfeitamente, a taxa de falha no primeiro ano para contraceptivos orais à base de
progestagênios é de somente 0,5%. No entanto, a taxa de falha típica é estimada como próxima a 5%,
devido a pílulas atrasadas ou omitidas. A Tabela 1 lista as taxas de gravidez para usuárias de todos os
principais métodos de contracepção.
Biolab Sanus
Tabela 1: Porcentagem de mulheres passando por uma gravidez indesejada durante o primeiro ano
de uso típico e o primeiro ano de uso perfeito de contraceptivos e a porcentagem continuando o uso
ao final do primeiro ano. Estados Unidos.
Método % de mulheres experienciando uma
gravidez indesejada dentro do primeiro
ano de uso
% de mulheres
continuando o uso no
1º ano3
Uso típico1
Uso perfeito2
Sem uso de método
contraceptivo4 85 85
Espermecidas5
26 6 40
Abstinência periódica 25 63
Tabelinha (Ogino-Knaus) 9
Método de ovulação 3
Sintotérmico6
2
Pós-ovulação 1
Capuz cervical7
Mulheres com paridade 40 26 42
Mulheres nuligestas 20 9 56
Esponja cervical
Mulheres com paridade 40 20 42
Diafragma7
20 6 56
Coito interrompido 19 4
Preservativo8
Feminino 21 5 56
Masculino 14 3 61
Pílula 5 71
Progestagênio somente 0,5
Combinada 0,1
Dispositivo intrauterino
Cobre T380A 0,8 0,6 78
Sistema intrauterino de
liberação hormonal –
levonorgestrel 20 mcg/dia
0,1 0,1 81
Depo-Provera®
0,3 0,3 70
Norplant®
e Norplant-2®
0,05 0,05 88
Esterilização feminina 0,5 0,5 100
Esterilização masculina 0,15 0,10 100
Fonte: referência 1
1
Dentre os casais típicos que iniciam o uso de um método (não necessariamente pela primeira vez), a
porcentagem daqueles que vivenciaram uma gravidez acidental durante o primeiro ano se eles não
pararam o uso por qualquer outra razão.
Dentre os casais que iniciaram o uso de um método (não necessariamente pela primeira vez) e aqueles
que o usaram perfeitamente (ambos consistente e corretamente), a porcentagem daqueles que vivenciaram
uma gravidez acidental durante o primeiro ano se eles não pararam o uso por nenhuma outra razão.
3
Dentre os casais tentando evitar gravidez, a porcentagem que continuou a usar o método por 1 ano.
4
As porcentagens em mulheres vivenciando uma gravidez não pretendida dentro do primeiro ano de uso
foram baseadas em dados de população em que a contracepção não é usada e de mulheres que cessaram o
uso de contracepção com o intuito de engravidarem. Dentre estas populações, cerca de 89% engravidaram
dentro de 1 ano. Esta estimativa diminuiu levemente (para 85%) para representar a porcentagem que iria
engravidar dentro de 1 ano dentre as mulheres agora contando com métodos reversíveis de contracepção
se elas abandonassem a contracepção como um todo.
5
Espuma, cremes, géis, supositórios vaginais, e filme vaginal.
6
Método do muco cervical (ovulação) suplementado por calendário nas fase pré-ovulatória e temperatura
basal corporal na fase pós-ovulatória.
7
Com creme ou geleia espermicida.
8
Sem espermicidas.
A eficácia de noretisterona como um contraceptivo oral foi avaliada em 2.925 pacientes em um estudo
clínico de noretisterona 0,35 mg administrado diariamente. Um total de 1.801 pacientes completaram 6
meses de terapia, 1.380 pacientes completaram 12 meses, 828 completaram 18 meses, 203 pacientes
completaram 24 meses, e 24 pacientes completaram 30 meses de terapia.
Durante o total de 26.713 meses de terapia, 52 casos de gravidez foram registrados (taxa de gravidez de
2,34 por 100 mulheres-ano). Destes, 26 casos de gravidez foram relatadas como associadas ao uso
incorreto dos comprimidos. Os 26 casos de gravidez restantes foram relatados como associados à falha do
método (taxa de gravidez de 1,17 por 100 mulheres-ano). As taxas cumulativas de gravidez para este
estudo estão mostradas na Tabela 2.
Meses de terapia Meses de uso Falha do método Uso incorreto dos
comprimidos
n(%) pacientes
1 2.925 0 1 (0,41)
2 5.705 0 1 (0,21)
3 8.231 1 (0,15) 6 (0,87)
4 10.475 2 (0,23) 7 (0,80)
5 12.505 5 (0,48) 10 (0,96)
6 14.305 6 (0,50) 11 (0,92)
7 15.905 9 (0,68) 11 (0,83)
8 17.324 9 (0,63) 12 (0,84)
9 18.593 12 (0,77) 13 (0,84)
10 19.681 14 (0,85) 14 (0,85)
11 20.634 15 (0,87) 15 (0,87)
12 21.465 17 (0,95) 15 (0,84)
13 22.181 18 (0,97) 17 (0,92)
14 22.790 20 (1,05) 17 (0,90)
15 23.338 22 (1,13) 18 (0,93)
16 23.831 25 (1,26) 19 (0,96)
17 24.270 25 (1,24) 23 (1,14)
18 24.649 26 (1,27) 25 (1,22)
19 24.982 26 (1,25) 25 (1,20)
20 25.281 26 (1,23) 26 (1,23)
21 25.554 26 (1,22) 26 (1,22)
22 25.803 26 (1,21) 26 (1,21)
23 26.027 26 (1,20) 26 (1,20)
24 26.230 26 (1,19) 26 (1,19)
25 26.394 26 (1,18) 26 (1,18)
26 26.495 26 (1,18) 26 (1,18)
27 26.559 26 (1,17) 26 (1,17)
28 26.597 26 (1,17) 26 (1,17)
29 26.713 26 (1,17) 26 (1,17)
Tabela 2: Taxa cumulativa de gravidez. Estudo clínico com 30 meses com noretisterona.
Referências bibliográficas
Rudel HW, Kincl FA. The biology of anti-fertility steroids. Acta Endocrinol (Copenh). 1966;51(Suppl
105):1-45.
ORTHO MICRONOR® Tablets (norethindrone). United States Patient Information. June 2008.
Trussel J. Contraceptive efficacy. In Hatcher RA, Trussel J, Stewart F, Cates W, Stewart GK, Kowal D,
Guest F. (1998). Contraceptive Technology: Seventeenth Revised Edition. New York NY: Ardent Media,
Inc. p. 216-221, 405, 408, 785. Doc ID EDMS-USRA-4040755.
Descrição
Norestin®
é uma medicação progestínica em dose adequada para uso contínuo que satisfaz plenamente, do
ponto de vista terapêutico, como substância controladora dos distúrbios do ciclo menstrual e da
fertilidade.
O uso ininterrupto da noretisterona produz alterações bioquímicas do muco cervical e adaptações
endometriais típicas da fase luteínica do ciclo menstrual, ligadas à fisiologia feminina da menstruação e
da fertilidade.
O índice de falha durante o primeiro ano de uso é de 0,5% quando usado rigorosamente como
recomendado e de cerca de 5% quando da ocorrência de atraso ou omissão na tomada do medicamento. O
risco de gravidez aumenta a cada esquecimento de tomada de comprimido durante o ciclo menstrual.
Além da nítida atividade progestacional, destacamos a ínfima toxicidade e a sua eficácia e segurança.
Em uso contínuo, Norestin®
tem sido empregado, com bastante sucesso, nos distúrbios do ciclo
menstrual, notadamente a dismenorreia, tensão pré-menstrual, algias pélvicas e mastodínia,
proporcionando o controle de várias condições ginecológicas, relacionadas com a ação hormonal
progestínica.
Biolab Sanus
Se o procedimento de uso for corretamente seguido, Norestin®
protege contra a gravidez a partir do
primeiro dia de uso.
Propriedades Farmacodinâmicas
Pílulas à base de progestagênio puro evitam a gravidez através de diferentes mecanismos independentes,
com extensa variação interindividual e intraindividual. Cinco formas de ação foram descritas. São elas:
1. Inibição da ovulação em aproximadamente metade dos ciclos.
2. Diminuição dos picos de LH e de FSH no meio do ciclo.
3. Redução do deslocamento do óvulo nos tubos uterinos.
4. Espessamento do muco cervical para impedir a penetração do espermatozoide.
5. Alteração do endométrio, tornando-o desfavorável à implantação do óvulo.
Propriedades Farmacocinéticas
Absorção
A noretisterona é absorvida rapidamente após a administração oral. O pico do nível de progestina sérica é
atingido aproximadamente duas horas após a administração oral, seguido de rápida distribuição e
eliminação.
A biodisponibilidade da noretisterona é cerca de 60% (47 - 73% em vários estudos).
Vinte e quatro horas após a administração oral, os níveis séricos estão próximos aos níveis de base,
tornando a eficácia dependente de uma rigorosa aderência ao esquema posológico. Há uma grande
variação nos níveis séricos entre cada paciente.
Metabolismo
A noretisterona é parcialmente inativada durante o metabolismo de primeira passagem no intestino e no
fígado.
Eliminação
A administração de progestagênio puro resulta em um nível de progestina sérica no estado de equilíbrio e
meia-vida de eliminação menor do que quando há administração concomitante com estrogênios.
Anticoncepcionais orais à base de progestagênio puro não devem ser utilizados por mulheres que
atualmente possuam as seguintes condições:
Suspeita ou confirmação de gravidez;
Suspeita ou confirmação de câncer de mama;
Sangramento vaginal anormal não diagnosticado;
Hipersensibilidade a algum dos componentes da formulação.
Este medicamento é contraindicado para uso por grávidas.
Categoria de risco na gravidez: X.
Biolab Sanus
Este medicamento pode interromper a menstruação por períodos prolongados e/ou causar
sangramentos intermenstruais severos.
Este medicamento causa malformação ao bebê durante a gravidez.
Norestin®
não contém estrógenos e, portanto, esta bula não discute os riscos à saúde que têm sido
associados ao componente estrogênico dos anticoncepcionais combinados. A discussão destes riscos é
encontrada em informações técnicas de anticoncepcionais orais combinados. A relação entre
anticoncepcionais orais que contêm progestagênio puro e seus riscos não está completamente definida. O
médico deve permanecer alerta às manifestações iniciais de qualquer doença grave e descontinuar o
anticoncepcional oral quando for apropriado.
Ao avaliar o risco / benefício do uso de contraceptivos orais, o médico deve estar familiarizado com as
seguintes condições, as quais podem aumentar o risco de complicações associadas ao seu uso:
• Doença arterial / cardiovascular atual ou história passada;
• Tumor benigno ou maligno do fígado;
• Doença hepática aguda ou crônica com função hepática anormal;
• Fatores de risco para doença arterial, por exemplo, tabagismo, hiperlipidemia, hipertensão ou obesidade;
• Enxaqueca com aura focal;
• Gravidez ectópica anterior;
• Tabagismo.
Precauções
1. Gerais
Os pacientes devem ser alertados que este produto não protege contra infecção por HIV (AIDS) e outras
doenças sexualmente transmissíveis.
Em caso de sangramento vaginal anormal não diagnosticado, persistente ou recorrente, medidas
apropriadas devem ser realizadas para excluir malignidades.
Antes da administração de pílulas contraceptivas orais deve-se aguardar três meses (ou seis meses após
um quadro grave) a partir da normalização dos testes de função hepática após qualquer hepatite.
É considerado como boa prática médica para mulheres sexualmente ativas que utilizam anticoncepcionais
orais a realização de anamnese e exames anuais. Os exames devem ser repetidos periodicamente.
2. Gravidez Ectópica
A incidência de gestações ectópicas em usuárias de anticoncepcionais orais à base de progestagênio puro
é de 5 por 1000 mulheres por ano, que é maior que para mulheres usando outros métodos contraceptivos,
porém similar à incidência em mulheres que não usam nenhuma anticoncepção. Até 10% das gestações
relatadas nos estudos clínicos com usuárias de anticoncepcionais contendo apenas progestagênio foram
extrauterinas. Embora sintomas de gravidez ectópica mereçam atenção, um histórico de gravidez ectópica
não precisa ser considerado como uma contraindicação ao uso deste método anticoncepcional. Os
profissionais de saúde devem estar alertas quanto à possibilidade de uma gravidez ectópica em mulheres
que engravidam, ou quando queixam-se de dor abdominal baixa em uso de anticoncepcionais orais à base
de progestagênio puro. Sangramento vaginal e dor abdominal são sintomas típicos de gravidez ectópica.
As mulheres que relatarem estes sintomas devem ser avaliadas.
3. Atresia Folicular Tardia/ Cistos ovarianos
Caso ocorra desenvolvimento folicular, a atresia do folículo é ocasionalmente retardada e o mesmo pode
continuar a crescer além do tamanho que alcançaria em um ciclo normal. Geralmente, este folículo
aumentado desaparece espontaneamente. São frequentemente assintomáticos, sendo que em alguns casos
são associados à dor abdominal leve. Raramente eles podem sofrer torção ou ruptura, requerendo
intervenção cirúrgica.
4. Sangramento Vaginal Irregular
Padrões menstruais irregulares são comuns entre mulheres que utilizam anticoncepcionais orais à base de
progestagênio puro. Se o sangramento genital é sugestivo de infecção, malignidade ou outras condições
anormais, tais causas não farmacológicas devem ser pesquisadas. Se ocorrer amenorreia prolongada, a
possibilidade de gravidez deve ser avaliada.
5. Carcinoma de Mama e de Órgãos Reprodutivos
Diversos estudos epidemiológicos foram realizados para verificar a incidência de câncer de mama,
endometrial, ovariano e cervical em mulheres usando contraceptivos orais. Uma metanálise de 54 estudos
epidemiológicos mostrou que existe um risco relativo ligeiramente aumentado de ter câncer de mama
diagnosticado em mulheres que fazem uso de contraceptivos orais. O padrão observado de aumento de
risco pode ser devido ao diagnóstico mais precoce de câncer de mama nas mulheres que usam
contraceptivos orais, aos efeitos biológicos dos contraceptivos orais, ou uma combinação de ambos os
fatores. Os casos adicionais de câncer de mama diagnosticados nas mulheres que usam contraceptivos
orais combinados ou em mulheres que usaram contraceptivos orais combinados nos últimos 10 anos são
mais propensos a serem localizados na mama e menos prováveis a terem se espalhado além da mama, do
que naquelas mulheres que nunca usaram contraceptivo oral.
Câncer de mama é raro em mulheres com menos de 40 anos de idade quando usam, ou não,
contraceptivos orais.
Embora o risco aumente com a idade, o número excedente de diagnósticos de câncer de mama em
mulheres que fazem uso, recente ou não, de pílulas de progesterona é pequeno em relação ao risco total
de câncer de mama, possivelmente de magnitude semelhante à associada ao uso de contraceptivos orais
combinados. Entretanto, para as pílulas de progesterona, a evidência é baseada em uma população de
usuárias muito menor e, portanto, menos conclusiva do que para os contraceptivos orais.
O fator de risco mais importante para o câncer de mama em mulheres que usam pílula de progesterona é a
idade de interrupção do uso da pílula. Quanto maior a idade em que ocorre a interrupção, mais cânceres
de mama são diagnosticados. A duração do uso é menos importante e o risco excedente desaparece
gradualmente durante os 10 anos decorrentes após a interrupção, de modo que passados 10 anos o risco
excedente parece não mais existir.
A evidência sugere que, comparado com mulheres que nunca usaram pílulas de progesterona, entre
10.000 mulheres que usam estas pílulas por até cinco anos, mas interrompem o uso até os 20 anos de
idade, haveria menos do que um caso extra de câncer de mama diagnosticado em até 10 anos após. Para
aquelas que interromperam o uso até os 30 anos de idade, após 5 anos de uso da pílula de progesterona,
haveria um número estimado de 2 a 3 casos extras (além dos 44 casos de câncer de mama por 10.000
mulheres nesta faixa etária, nunca expostas a contraceptivos orais). Para aquelas pacientes que param até
os 40 anos de idade, após 5 anos de uso, haveria um número estimado de 10 casos adicionais
diagnosticados em até 10 anos após (além dos 160 casos de câncer de mama por 10.000 mulheres nesta
faixa etária, nunca expostas a contraceptivos).
É importante informar as pacientes que as usuárias de todas as pílulas contraceptivas parecem ter um
pequeno aumento no risco de ter diagnóstico de câncer de mama, quando comparado com não usuárias de
contraceptivos orais, mas isto deve ser avaliado em relação aos benefícios conhecidos.
Alguns estudos sugerem que o uso de anticoncepcional oral tem sido associado com um aumento do risco
de neoplasia cervical intraepitelial em algumas populações de mulheres. Entretanto, continua havendo
controvérsias quanto à extensão que tais achados possam ser devido a diferenças no comportamento
sexual e outros fatores. Não há dados suficientes para determinar se o uso de anticoncepcionais orais à
base de progestagênio puro aumenta o risco de desenvolvimento de neoplasia cervical intraepitelial.
6. Neoplasia Hepática
A incidência de tumores hepáticos benignos e malignos (adenoma hepático e carcinoma hepatocelular) é
rara.
Estudos de caso-controle indicaram que o risco destes tumores pode aumentar em associação ao uso e à
duração da terapia com contraceptivos orais. A ruptura de adenomas hepáticos benignos pode causar
óbito através de hemorragia intra-abdominal. Não existem dados suficientes para determinar se os
contraceptivos à base de progestagênio puro aumentam o risco de desenvolvimento de neoplasia hepática.
7. Metabolismo de Carboidratos e Lipídeos
As alterações no metabolismo de carboidratos em indivíduos saudáveis, nos estudos clínicos, são
variadas.
A maioria dos estudos mostra ausência de alteração, mas algumas usuárias podem experimentar pequena
diminuição na tolerância à glicose, com aumentos da insulina plasmática. Mulheres diabéticas que
utilizam anticoncepcionais orais à base de progestagênio puro geralmente não apresentam alterações em
suas necessidades de insulina. No entanto, mulheres pré-diabéticas e diabéticas em particular devem ser
cuidadosamente monitoradas enquanto estiverem tomando anticoncepcionais orais à base de
progestagênio puro.
O metabolismo lipídico é ocasionalmente afetado, podendo haver diminuição de HDL, HDL2 e
apolipoproteína A-I e A-II, e aumento da lipase hepática. Normalmente não há alterações no colesterol
total, HDL3, LDL ou VLDL.
8. Cefaleia
O início ou exacerbação de enxaqueca ou desenvolvimento de cefaleia com um novo padrão, recorrente,
persistente ou grave, requer a descontinuação do uso de anticoncepcionais orais à base de progestagênio
puro e avaliação da causa.
9. Gravidez e lactação
Muitos estudos não têm encontrado efeitos no desenvolvimento fetal associados com o uso prolongado de
doses contraceptivas de progestagênios orais. Os poucos estudos sobre o crescimento e desenvolvimento
infantil que têm sido conduzidos não demonstraram efeitos adversos significantes. Suspeita de gravidez
deve ser descartada antes de iniciar o uso de qualquer contraceptivo hormonal.
Na maioria das mulheres, contraceptivos com progestagênios apenas, como o Norestin®
, não afetaram a
quantidade e qualidade do leite materno ou extensão da lactação. Entretanto, casos isolados na pós-
comercialização de redução da produção de leite foram relatados. Estudos com vários contraceptivos
progestagênicos orais não-combinados demonstraram que pequenas quantidades de progestagênio passam
pelo leite materno resultando em níveis de esteroides no plasma do lactente. Não foram encontrados
efeitos adversos sobre o desempenho da amamentação ou na saúde, crescimento ou desenvolvimento do
lactente.
Pequenas quantidades de progestagênio passam para o leite materno, resultando em níveis de esteroide no
plasma da criança de 1-6% dos níveis plasmáticos maternos.
10. Fertilidade após a Descontinuação
Os dados disponíveis são limitados e indicam um rápido retorno da ovulação normal e da fertilidade após
a descontinuação do uso de anticoncepcionais orais à base de progestagênio puro.
11. Tabagismo
O hábito de fumar aumenta o risco de doença cardiovascular grave. Mulheres que utilizam
anticoncepcionais orais devem ser firmemente orientadas a não fumar.
Em fumantes que usam anticoncepcionais orais o risco de efeitos secundários cardiovasculares aumenta
em relação à idade (acima de 35 anos) e ao consumo de cigarros (15 ou mais por dia). As mulheres nestas
condições deverão ser severamente advertidas para não fumarem.
Se uma mulher em tratamento com noretisterona também utilizar um medicamento ou um fitoterápico
indutor de uma enzima que metaboliza a noretisterona, principalmente a CYP3A4, deve ser aconselhada a
utilizar um método contraceptivo adicional ou diferente (ex.: método de barreira). Medicamentos ou
fitoterápicos que induzem tais enzimas podem diminuir as concentrações plasmáticas de noretisterona, e
podem reduzir a eficácia de noretisterona ou aumentar o “sangramento de escape”. Alguns medicamentos
ou fitoterápicos que podem diminuir a eficácia de contraceptivos hormanais incluem:
• alguns antiepilépticos (por exemplo, carbamazepina, fenitoína);
• (fos)aprepitanto;
• barbitúricos;
• bosentana;
• griseofulvina;
• alguns (combinações de) inibidores de protease do HIV (por exemplo, nelfinavir, alguns inibidores de
protease com reforço de ritonavir);
• alguns inibidores da transcriptase reversa não nucleosídeos (por exemplo, nevirapina);
• rifampicina e rifabutina;
• erva de São João (Hypericum perforatum).
Biolab Sanus
Estudos in vitro sugerem que carvão ativado se liga à noretisterona; entretanto, o efeito terapêutico da
noretisterona não é afetado quando o carvão ativado é administrado 3 horas após a dose prévia ou 12
horas antes da próxima dose.
Aconselha-se que os médicos consultem a bula de medicamentos utilizados concomitantemente para
obter maiores informações sobre as interações com contraceptivos hormonais ou o potencial para
alterações enzimáticas e a possível necessidade de ajuste de doses.
Interação com exames laboratoriais
Certos testes endócrinos, de função hepática e de componentes sanguíneos podem ser afetados pelo uso
de anticoncepcionais orais à base de progestagênio somente:
- As concentrações de globulina de ligação de hormônio sexual (SHBG) podem estar diminuídas.
- As concentrações de tiroxina podem estar diminuídas devido a uma diminuição da globulina de ligação
da tireoide (TBG).
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C), protegido da umidade.
Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Aspecto
Norestin®
: Comprimido de cor rosa, podendo apresentar pontos de coloração rósea mais intensa, circular,
de faces paralelas, liso.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Tomar 1 comprimido ao dia, por via oral, sempre na mesma hora, ininterruptamente, iniciando o
tratamento a partir do primeiro dia da menstruação. A medicação não deve ser interrompida durante o
fluxo menstrual.
Recomendações para administração
Os comprimidos devem ser tomados todos os dias, sempre na mesma hora. Para a obtenção do efeito
terapêutico desejado, é necessário que Norestin®
seja tomado com a regularidade preconizada. Qualquer
alteração no esquema posológico fica a critério médico.
Adultos
A administração deve ser contínua, não deve haver intervalos entre uma embalagem e outra. A próxima
embalagem de Norestin®
deve sempre estar pronta para uso, e deve ser iniciada no dia seguinte ao
término da última embalagem.
Biolab Sanus
O primeiro ciclo de terapia deve ter início no primeiro dia do período menstrual: um comprimido ao dia
com água sempre na mesma hora do dia por 28 dias. Se este procedimento for corretamente seguido,
Norestin®
protege contra a gravidez a partir do primeiro dia de uso.
Crianças (16 anos de idade ou menos)
A segurança e a eficácia de Norestin®
foram estabelecidas em mulheres em idade reprodutiva. Espera-se
que a segurança e a eficácia sejam semelhantes em adolescentes pós-puberais com menos de 16 anos e em
usuárias com 16 anos ou mais. O uso de Norestin®
antes da menarca não é indicado.
Pacientes Idosas
O uso de Norestin®
em mulheres na pós-menopausa não é indicado.
Uso após o parto
As mulheres que não forem amamentar podem iniciar a terapia com contraceptivo oral à base de
progestagênio puro imediatamente após o parto. Aquelas que estão amamentando devem iniciar
6 semanas após o parto.
Entretanto, em mulheres que não estão amamentando exclusivamente com leite materno (mulheres que
estão complementando com alguma fórmula ou alimento) a fertilidade pode retornar após 4 semanas do
parto, sendo que a possibilidade de gravidez deve ser considerada quando Norestin®
for iniciado depois
de 4 semanas pós parto.
Uso após aborto
Após a ocorrência de um aborto, contraceptivos orais à base de progestagênio puro podem ser iniciados
no dia seguinte. Como a fertilidade pode retornar em 10 dias após o aborto, a possibilidade de gravidez
deve ser considerada quando se iniciar Norestin®
depois de 10 dias da ocorrência do aborto.
Sangramento de escape ou “spotting”
Na eventualidade de ocorrência de sangramento de escape ou “spotting”, o tratamento deve ser
continuado. Sangramento de escape é frequente em mulheres em uso de contraceptivo oral à base de
progestagênio puro. Se o sangramento de escape persistir ou se for acompanhado de dor abdominal, uma
avaliação médica adicional deve ser considerada.
Em caso de vômito
Se ocorrer vômito no período de 2 horas após a administração do comprimido ou se ocorrer diarreia grave
por um período maior do que 24 horas, a eficácia da contracepção pode ser reduzida. O tratamento não
deve ser interrompido e, no dia seguinte, Norestin®
deve ser administrado normalmente no horário
habitual. Outro método anticoncepcional não hormonal adicional de segurança (preservativo, por
exemplo) durante a doença e nas 48 horas seguintes deve ser usado.
Caso ocorra esquecimento de tomar o comprimido
Se ocorrer esquecimento de tomar o comprimido por mais de três horas além do horário habitual:
1. Tomar o comprimido assim que tenha se lembrado.
2. Voltar a tomar o próximo comprimido no horário habitual, mesmo que isto signifique tomar 2
comprimidos em 1 dia.
3. Utilizar um método anticoncepcional não hormonal adicional de segurança (preservativo, por exemplo)
a cada vez que tiver relações sexuais nas 48 horas seguintes.
Para trocar de comprimidos anticoncepcionais
Se for realizar a troca de anticoncepcionais orais combinados para Norestin®
, tomar o primeiro
comprimido no dia seguinte ao que tomar o último comprimido combinado. A paciente deve ser alertada
de que muitas mulheres têm períodos irregulares após trocar para anticoncepcionais à base de
progestagênio puro, na maioria das vezes transitório.
Reações adversas são eventos adversos que foram considerados razoavelmente associados ao uso de
noretisterona, com base na avaliação abrangente das informações de eventos adversos disponíveis. Uma
relação causal com noretisterona não pode ser estabelecida com segurança em casos individuais. Além
disso, uma vez que os estudos clínicos são realizados sob condições amplamente variáveis, as taxas de
reações adversas observadas em estudos clínicos de um medicamento não podem ser comparadas
diretamente às taxas nos estudos clínicos de outro medicamento, podendo não refletir as taxas observadas
na prática clínica.
Dados de Estudos Clínicos
A segurança de Norestin®
foi avaliada em 3.099 indivíduos em 2 estudos clínicos. Destes, 2.925
indivíduos participaram de um estudo clínico de Norestin®
0,35 mg administrado diariamente e 174
0,35 mg/dia administrado em 21 dias por
ciclo. As Reações Adversas relatadas por ≥ 1% de indivíduos tratados com Norestin®
são apresentadas na
Tabela 3.
Tabela 3. Reações Adversas ao Medicamento Relatadas por ≥1% dos Indivíduos tratados com
noretisterona em 2 estudos clínicos com noretisterona.
Classe de Sistema/Órgão
Reação adversa
Noretisterona
%
(n = 3,099)
Distúrbios do Sistema Nervoso
Dor de cabeça
Tontura
Distúrbios Gastrintestinal
Náusea
Vômito
Distúrbios do Sistema Reprodutivo e das Mamas
Metrorragia
Amenorreia
Sensibilidade nas mamas
Distúrbios Gerais e Condições no Local da Administração
Fadiga
Investigações
Aumento de peso
5,6
1,8
8,7
2,0
34,3
5,4
1,3
1,0
Biolab Sanus
As Reações Adversas relatadas por <1% dos indivíduos tratados com norestisterona nos estudos clínicos
anteriormente citados são apresentados na Tabela 4.
Tabela 4. Reações Adversas ao Medicamento Relatadas por <1% dos indivíduos tratados com
noretisterona em 2 estudos clínicos de noretisterona
Reação Adversa
Distúrbios psiquiátricos
Depressão
Nervosismo
Distúrbios Gastrintestinais
Distúrbio Gastrintestinal
Distúrbios da Pele e Tecido Subcutâneo
Acne
Hirsutismo
Distúrbios do Tecido Conjuntivo e Muscoloesquelético
Dor nas extremidades
Secreção Genital
Distúrbios Gerais e Condições no Local de Administração
Edema
Dados pós-comercialização
As reações adversas são apresentadas por frequência baseada nas taxas de relatos espontâneos.
Reação muito rara (<1/10.000): reação anafilactoide/anafilática, hipersensibilidade; dor abdominal,
hepatite, icterícia colestática; alopecia, erupção cutânea, erupção cutânea prurítica; gravidez ectópica; dor
nas mamas, atraso na menstruação, menstruação irregular, cisto ovariano, lactação suprimida, hemorragia
vaginal, menorragia e sangramento de privação quando o produto é interrompido.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Não foram relatados efeitos adversos graves após a ingestão aguda de doses elevadas de contraceptivos
orais. A superdose pode causar náusea, vômito e, em mulheres jovens, sangramento vaginal. Não existem
antídotos e o tratamento deve ser sintomático.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.