Bula do Noxafil produzido pelo laboratorio Schering-Plough Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
NOXAFIL®
SCHERING-PLOUGH INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA.
Solução Oral
40 mg/ml
1
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
posaconazol
APRESENTAÇÕES
Suspensão oral de
- 40 mg/mL em embalagem com 1 frasco com 105 mL.
Cada frasco vem acompanhado de uma colher dosadora que permite fazer dosagens de 2,5 e 5 mL da
suspensão oral. Agite antes de usar.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 13 ANOS DE IDADE
COMPOSIÇÃO
40 mg/mL:
Cada mL da suspensão oral contém 40 mg de posaconazol.
Excipientes: polissorbato 80, simeticona, benzoato de sódio, citrato de sódio di-hidratado, ácido cítrico
monoidratado, glicerol, xantina, glicose líquida, dióxido de titânio, flavorizante artificial sabor cereja e
água purificada.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
NOXAFIL®
é indicado para uso no tratamento das seguintes infecções fúngicas, em pacientes com 13
anos de idade ou mais:
- Candidíase orofaríngea, incluindo pacientes com doença refratária a itraconazol e fluconazol. Define-se
refratariedade como a progressão da infecção ou falha na melhora após um mínimo de 7 dias do
recebimento de terapia antifúngica eficaz.
- Aspergilose invasiva em pacientes com doença refratária a anfotericina B, itraconazol ou voriconazol,
ou intolerantes a esses medicamentos. Define-se refratariedade como a progressão da infecção ou falha na
melhora após um mínimo de 7 dias de terapia antifúngica eficaz.
- Candidíase esofágica ou candidemia em pacientes com doença refratária a anfotericina B, fluconazol ou
itraconazol, ou intolerantes a esses medicamentos. Define-se refratariedade como progressão da infecção
ou falha na melhora após um período de tratamento mínimo (fungemia persistente: 3 dias; infecções não
fungicas: 7 dias; candidíase esofágica: 14 dias) de terapia antifúngica eficaz.
- Fusariose, zigomicose, criptococose, cromoblastomicose e micetoma em pacientes com doença
refratária a outras terapias ou intolerantes a outras terapias.
- Coccidioidomicose.
também é indicado para a profilaxia de infecções fúngicas invasivas, incluindo leveduras e
fungos filamentosos, em pacientes com 13 anos de idade ou mais com alto risco de desenvolvimento
dessas infecções, como pacientes com neutropenia prolongada ou receptores de transplante de células-
tronco hematopoiéticas (TCTH).
ESTUDOS CLÍNICOS
Aspergilose invasiva1
Eficácia em pacientes com doença refratária ou intolerância à terapia prévia: a eficácia e o benefício de
sobrevida do posaconazol oral para o tratamento de aspergilose invasiva em pacientes com doença
refratária à anfotericina B (incluindo formulações lipossômicas) ou ao itraconazol, ou em pacientes que
eram intolerantes a esses medicamentos foram demonstrados em 107 pacientes incluídos em um ensaio
com terapia de resgate. Os pacientes receberam 800 mg/dia de posaconazol em doses divididas. A maioria
dos pacientes estava gravemente imunocomprometida com condições subjacentes, como doenças
2
malignas hematológicas, incluindo transplante de medula óssea; transplante de órgão sólido; tumores
sólidos e/ou AIDS. Um painel independente de especialistas revisou todos os dados dos pacientes,
incluindo diagnóstico de aspergilose invasiva, refratariedade e intolerância à terapia prévia e desfechos
clínicos de modo cego e em paralelo, comparados a um grupo controle externo de 86 pacientes tratados
com terapia padrão, em sua maioria, ao mesmo tempo e nos mesmos locais dos pacientes admitidos no
estudo com posaconazol. O sucesso foi definido como a resolução completa (resposta completa) ou a
melhora clinicamente significativa (resposta parcial) de todos os sinais, sintomas e achados radiográficos
atribuíveis à infecção fúngica. Doença estável não progressiva e falha foram consideradas como um
insucesso. A maioria dos casos de aspergilose foi considerada refratária tanto no grupo tratado com
posaconazol (88%) quanto no grupo de controle externo (79%).
Conforme mostrado na Tabela 1, observou-se uma resposta global de sucesso ao final do tratamento em
42% dos pacientes tratados com posaconazol em comparação a 26% do grupo externo (P = 0,006).
Tabela 1. Eficácia global de posaconazol ao final do tratamento de aspergilose invasiva em comparação
com um grupo de controle externo
POSACONAZOL GRUPO DE CONTROLE
EXTERNO
Resposta geral 45/107 (42%) 22/86 (26%)
RAZÃO DE PROBABILIDADES 4,06 (IC de 95%, 11,04) P =
0,006
Sobrevida no dia 365 (38%) (22%)
Sucesso por espécie
Todos micologicamente
confirmados
Aspergillus spp.* 34/76 (45%) 19/74 (26%)
A. fumigatus 12/29 (41%) 12/34 (35%)
A. flavus 10/19 (53%) 3/16 (19%)
A. terreus 4/14 (29%) 2/13 (15%)
A. niger 3/5 (60%) 2/7 (29%)
* Inclui outras espécies menos comuns ou espécies desconhecidas.
Um benefício de sobrevida de posaconazol em comparação ao tratamento padrão foi observado conforme
mostrado na Figura 1 (P < 0,001).
(Linha cheia = curva de sobrevida com posaconazol; linha pontilhada = curva de sobrevida com outra
terapia de resgate). Todos os eventos de não mortalidade são considerados censurados.
Figura 1. Curva de Kaplan-Meier do tempo de sobrevida para indivíduos com patógeno primário de
Aspergillus
3
Outros patógenos fúngicos graves1
O posaconazol tem se mostrado eficaz contra os seguintes patógenos adicionais (quando outra terapia foi
ineficaz ou quando o paciente desenvolveu intolerância à terapia prévia):
Candida: 11 dentre 23 pacientes responderam à terapia com posaconazol. Dos responsivos, 5 eram
pacientes infectados por HIV com doença esofágica e 4 eram pacientes com candidemia. Além disso, em
espécies não albicans resistentes ao fluconazol, foi observado sucesso terapêutico em 4/5 casos de
infecção por C. krusei.
Zigomicose: foi observado sucesso terapêutico em 7/13 dos pacientes com infecções por zigomicetos. Os
locais de infecção incluíram os seios paranasais, o pulmão e a pele. A maioria dos pacientes apresentou
doenças malignas hematológicas de base, metade dos quais requereu transplante de medula óssea. Metade
dos pacientes foi admitida com intolerância à terapia prévia, sendo a outra metade como resultado de uma
doença refratária à terapia anterior. Foram observados três pacientes com doença disseminada, um dos
quais apresentou sucesso terapêutico após falha terapêutica com anfotericina B.
Fusarium spp.: 11 dentre 24 pacientes tratados com posaconazol apresentaram sucesso terapêutico.
Quatro dos responsivos apresentavam doença disseminada e um paciente tinha doença localizada (no
olho); o restante apresentava uma variedade de locais com infecção. Sete de 24 pacientes apresentaram
neutropenia profunda no período inicial. Além disso, 3/5 dos pacientes com infecção decorrente de F.
solani, que é tipicamente resistente à maioria dos agentes antifúngicos, foram tratados com sucesso.
Criptococo: 15 dentre 31 pacientes tratados com posaconazol apresentaram sucesso. A maioria dos
pacientes estava infectada por HIV e com meningite criptocócica refratária.
Cromoblastomicose/micetoma: 9 dentre 11 pacientes foram tratados com sucesso com posaconazol.
Cinco desses pacientes tinham cromoblastomicose decorrente de Fonsecaea pedrosoi e 4 tinham
micetoma causado por Madurella mycetomatis (1) e M. grisea (3). O posaconazol não foi avaliado em
outros agentes de cromoblastomicose e micetoma.
Coccidioidomicose2
A eficácia do posaconazol no tratamento primário de coccidioidomicose não meníngea foi demonstrada
em 15 pacientes clinicamente avaliáveis incluídos em um estudo aberto não comparativo para receber 400
mg diários de posaconazol por 6 meses. A maioria dos pacientes que, a despeito disso, eram saudáveis,
apresentava infecções em uma variedade de locais. Uma resposta satisfatória (definida como uma
melhora de pelo menos 50% no escore de cocos segundo definido pelo grupo de ensaio de
coccidioidomicose do BAMSG – Bacteriology and Micology Study Group) foi observada em 12 dentre
15 pacientes (80%) após uma média de 4 meses de tratamento com posaconazol. Em um estudo aberto,
distinto e não comparativo, a segurança e a eficácia de 400 mg de posaconazol duas vezes ao dia foram
avaliadas em 16 pacientes com infecção coccidioidomicose refratária ao tratamento padrão. A maioria
havia sido tratada com anfotericina B (incluindo formulações lipídicas) e/ou itraconazol ou fluconazol
durante meses a anos antes do tratamento com posaconazol. Ao final do tratamento com posaconazol,
uma resposta satisfatória (resolução completa ou parcial de sinais e sintomas presentes no período inicial),
conforme determinada por um painel independente, foi alcançada em 11/16 (69%) dos pacientes. Um
paciente com doença no SNC que havia apresentado falha terapêutica com fluconazol apresentou um
resultado bem-sucedido após 12 meses de terapia com posaconazol.
Tratamento de candidíase orofaríngea (COF) suscetível a azóis3
Um estudo randomizado, duplo-cego e controlado que incluiu pacientes infectados por HIV com
candidíase orofaríngea suscetível aos azóis foi concluído. A variável de eficácia primária foi o índice de
sucesso clínico (definido como cura ou melhora) após 14 dias de tratamento. Os pacientes foram tratados
com suspensão oral de posaconazol ou fluconazol (ambos – posaconazol e fluconazol – foram
administrados como segue: 100 mg duas vezes ao dia por 1 dia seguidos por 100 mg uma vez ao dia por
13 dias).
Os índices de resposta clínica e micológica do estudo acima são mostrados na Tabela 2 abaixo.
Demonstrou-se que o posaconazol e o fluconazol apresentaram índices de sucesso clínico equivalentes no
Dia 14, bem como 4 semanas após o final do tratamento. Entretanto, foi demonstrado que o posaconazol
apresentou uma resposta micológica sustentada significantemente melhor do que o fluconazol.
Tabela 2. Índices de sucesso clínico e de resposta micológica em candidíase orofaríngea
Resultado Posaconazol Fluconazol
Índice de sucesso clínico no Dia 14 91,7% 92,5%
4
(155/169) (148/160)
Índice de sucesso clínico 4 semanas após o final do
tratamento
68,5% (98/143) 61,8% (84/136)
Índice de resposta micológica 4 semanas após o final
do tratamento*
40,6% (41/101) 26,4% (24/91)
* Estatisticamente significante (P = 0,0376).
O índice de sucesso clínico foi definido como o número de casos avaliados como tendo resposta clínica
(cura ou melhora) dividido pelo número total de casos elegíveis para análise.
O índice de resposta micológica foi definido como o sucesso micológico (≤ 20 UFC/mL) dividido pelo
número total de casos elegíveis para análise.
Tratamento de candidíase orofaríngea refratária aos azóis (COFr) (Estudos 3304
e 2985
)
O parâmetro primário de eficácia no Estudo 330 foi o índice de sucesso clínico (cura ou melhora) após 4
semanas de tratamento. Os pacientes infectados por HIV foram tratados com 400 mg de posaconazol duas
vezes ao dia com uma opção de tratamento adicional durante um período de manutenção de 3 meses.
Foram alcançados índices de sucesso clínico de 75% (132/176) e de resposta micológica (≤ 20 UFC/mL)
de 36,5% (46/126) após 4 semanas de tratamento com posaconazol. Os índices de sucesso clínico
variaram de 71% a 100%, inclusive, para todas as espécies de Candida resistentes a azóis identificadas no
período inicial, incluindo C. glabrata e C. krusei.
Do total de pacientes tratados nesse estudo, 43 apresentavam candidíase esofágica refratária a azóis,
isoladamente ou em combinação com COF. Todos os pacientes com candidíase esofágica (EC) refratária
a azóis tiveram confirmação por endoscopia no período inicial. O índice de sucesso clínico após 4
semanas foi de 74,4%.
No Estudo 298, o resultado de eficácia primária foi o índice de sucesso clínico (cura ou melhora) após 3
meses de tratamento. Um total de 100 pacientes infectados por HIV com COF e/ou EC foi tratado com
400 mg de posaconazol duas vezes ao dia por até 15 meses. Sessenta desses pacientes haviam sido
previamente tratados no Estudo 330. Após 3 meses de tratamento com posaconazol foi obtido um índice
de sucesso clínico global de 85,6% (77/90) (cura ou melhora) e de 80,6% (25/31) para indivíduos não
tratados previamente.
A exposição média ao posaconazol baseada nos dias reais de tratamento foi de 102 dias (variação: 1–544
dias). Sessenta e sete por cento (10/15) dos pacientes tratados com posaconazol por pelo menos 12 meses
permaneceram com uma resposta clínica bem-sucedida até a última avaliação.
Dos pacientes tratados no Estudo 298, 15 com EC refratária a azóis haviam sido previamente tratados no
Estudo 330. Sessenta e sete por cento (10/15) foram considerados curados ao final do tratamento e 33%
(5/15) foram considerados compatíveis com uma melhora. Para esses pacientes, as durações de tratamento
variaram de 81 a 651 dias.
Profilaxia de infecções fúngicas invasivas (IFIs) (Estudos 3166
e 18997
Dois estudos grandes, randomizados e controlados foram conduzidos usando posaconazol como
profilaxia para a prevenção de IFIs entre pacientes com alto risco.
O estudo 316 foi um ensaio randomizado e duplo-cego que comparou a suspensão oral de posaconazol
(200 mg três vezes ao dia) com cápsulas de fluconazol (400 mg uma vez ao dia) como profilaxia contra
infecções fúngicas invasivas em receptores de TCTH (transplante de células-tronco hematopoiéticas)
alogênico com doença do enxerto versus o hospedeiro (DEVH). O desfecho primário de eficácia foi a
incidência de IFIs comprovadas/prováveis à décima sexta semana pós-randomização, conforme
determinado por um painel de especialistas independente, externo e cego. Um desfecho secundário chave
foi a incidência de IFIs comprovadas/prováveis durante o período do tratamento (primeira dose até a
última dose da medicação em estudo + 7 dias). A duração média da terapia foi comparável entre os dois
grupos de tratamento (80 dias com posaconazol; 77 dias com fluconazol).
O estudo 1899 foi um ensaio randomizado, cego para o avaliador, que comparou a suspensão oral de
posaconazol (200 mg três vezes ao dia) com a suspensão de fluconazol (400 mg uma vez ao dia) ou
solução oral de itraconazol (200 mg duas vezes ao dia) como profilaxia contra IFIs em pacientes
neutropênicos que estavam recebendo quimioterapia citotóxica para leucemia mieloide aguda ou
síndromes mielodisplásicas. O desfecho primário de eficácia foi a incidência de IFIs
comprovadas/prováveis, conforme determinado por um painel independente, cego e externo de
especialistas durante o período de tratamento. Um resultado secundário principal foi a incidência de IFIs
comprovadas/prováveis com 100 dias após a randomização. A duração média de terapia foi comparável
entre os dois grupos de tratamento (29 dias com posaconazol; 25 dias com fluconazol/itraconazol).
5
Em ambos os estudos de profilaxia, a aspergilose foi a infecção subjacente mais comum. Houve um
número significantemente menor de infecções subjacentes por Aspergillus em pacientes que receberam
profilaxia com posaconazol em comparação com pacientes do controle que receberam fluconazol ou
itraconazol. Veja a Tabela 3.
Tabela 3. Resultados de estudos clínicos da profilaxia de infecções fúngicas invasivas
Estudo Posaconazol Controlea
Valor de P
Proporção (%) de pacientes com IFIs comprovadas/prováveis
Período no tratamentob
1899d
7/304 (2) 25/298 (8) 0,0009
316e
7/291 (2) 22/288 (8) 0,0038
Período de tempo fixoc
14/304 (5) 33/298 (11) 0,0031
316d
16/301 (5) 27/299 (9) 0,0740
Proporção (%) de pacientes com aspergilose comprovada/provável
2/304 (1) 20/298 (7) 0,0001
3/291 (1) 17/288 (6) 0,0013
4/304 (1) 26/298 (9) < 0,0001
7/301 (2) 21/299 (7) 0,0059
FLU = fluconazol; ITZ = itraconazol; POS = posaconazol.
a: FLU/ITZ (1899); FLU (316).
b: No 1899, esse foi o período de randomização até a última dose da medicação em estudo mais 7 dias; no
316, foi o período da primeira dose até a última dose da medicação em estudo mais 7 dias.
c: No 1899, esse foi o período da randomização até 100 dias após a randomização; no 316, foi o período
do dia inicial até 111 dias após o período inicial.
d: Todos randomizados.
e: Todos tratados.
No Estudo 1899 foi observada uma diminuição significativa na mortalidade por todas as causas em favor
de posaconazol [POS 49/304 (16%) vs. FLU/ITZ 67/298 (22%); P = 0,048]. Baseando-se nas estimativas
de Kaplan-Meier, a probabilidade de sobrevivência até o dia 100 pós-randomização foi significantemente
maior para os pacientes que receberam posaconazol; esse benefício foi demonstrado quando a análise
considerou morte por todas as causas (P = 0,0354) (Figura 2) assim como mortes relacionadas com IFI (P
= 0,0209).
6
Figura 2. Mortalidade por todas as causas no Estudo 1899 (POS vs. FLU/ITZ; P = 0,0354)
No Estudo 316, a mortalidade global foi semelhante (POS, 25%; FLU, 28%); entretanto, a proporção de
mortes relacionadas com IFI foi significantemente menor no grupo POS (4/301) em comparação com o
grupo FLU (12/299; P = 0,0413).
Referências bibliográficas:
1 - P00041 Open-label, treatment protocol for the safety and effectiveness of posaconazole (SCH 56592)
in the treatment of invasive fungal infections. Doc ID 1733562. Kenilworth (NJ, USA): SPRI; March
2004.
2 - C/I97-280 Phase II trial of the safety, tolerance, and efficacy of long-term therapy with SCH 56592
(400 mg once daily) in the treatment of chronic active pulmonary or non-meningeal disseminated
coccidioidomycosis. Doc ID 2638971. Kenilworth (NJ, USA): SPRI; October 2003.
3 - C/I97-331 Randomized, controlled trial of SCH 56592 oral suspension versus fluconazole suspension
in the treatment of oropharyngeal candidiasis (OPC) in HIV positive patients. Doc ID 2638970.
Kenilworth (NJ, USA): SPRI; December 2003.
4 - C/I97-330 Open label, non-comparative trial of SCH 56592 in the treatment of azole refractory
candidiasis in HIV infected subjects. Doc ID 99320351. Kenilworth (NJ, USA): SPRI; December 2003.
5 - P00298 Open-label re-treatment protocol for HIV-infected patients with azole-refractory candidiasis.
Doc ID 99320352. Kenilworth (NJ, USA): SPRI; February 2004.
6 - C/I98-316 Phase III randomized, double-blind (double dummy) study of the safety, tolerance and
efficacy of SCH 56592 vs fluconazole in the prophylaxis of invasive fungal infections in high-risk
recipients of allogenic progenitor cell transplantation with graft-versus-host disease.
7 - P01899 A randomized controlled trial of posaconazole (SCH 56592) vs standard azole therapy for the
prevention of invasive fungal infections among high-risk neutropenic patients.
Grupo farmacoterapêutico: anti-infeccioso para uso sistêmico, J02AC04.
O posaconazol é designado quimicamente como 4-[4-[4-[4-[[(3R,5R)-5-(2,4-difluorofenil] tetrahidro-5-
(1H-1,2,4-triazol-1-ilmetil)-3-furanil]metoxi]fenil)-1-piperazinil]fenil]-2-[(1S,2S)-1-etil-2-hidroxipropil]-
2,4-dihidro-3H-1,2,4-triazol-3-ona com uma fórmula empírica de C37H42F2N8O4 e um peso molecular de
700,8. A fórmula estrutural é:
7
Figura 3: Estrutura química do posaconazol.
Informações pré-clínicas
Assim como observado com outros antifúngicos azólicos, foram observados efeitos relacionados com a
inibição da síntese de hormônios esteroides em estudos de toxicidade com doses repetidas de
posaconazol. Foram observados efeitos supressivos adrenais em estudos de toxicidade em ratos e cães em
exposições iguais a ou maiores do que aquelas obtidas nas doses terapêuticas em humanos.
Estudos de reprodução e de desenvolvimento peri e pós-natal foram conduzidos em ratos. Em exposições
menores do que aquelas obtidas com as doses terapêuticas em humanos, o posaconazol provocou
variações e deformações esqueléticas, distocia, aumento da duração da gestação, redução do tamanho
médio da prole e da viabilidade pós-natal. Em coelhos, o posaconazol foi embriotóxico em exposições
maiores do que aquelas obtidas nas doses terapêuticas. Assim como os observados com outros agentes
antifúngicos azólicos, esses efeitos sobre a reprodução foram considerados decorrentes de um efeito do
tratamento sobre a esteroidogênese.
O posaconazol não foi genotóxico em estudos in vitro e in vivo. Estudos de carcinogenicidade não
revelaram perigos especiais para humanos.
PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS
Os achados farmacocinéticos gerais em ensaios clínicos tanto em voluntários saudáveis quanto em
pacientes foram consistentes. Nestes, o posaconazol foi lentamente absorvido e lentamente eliminado,
com um extenso volume de distribuição. Além disso, observou-se o fenômeno da absorção limitada
quando da administração de uma dose de posaconazol de 800 mg/dia tanto em voluntários saudáveis
quanto em pacientes.
A exposição ao posaconazol após a administração de 400 mg duas vezes ao dia foi aproximadamente 3
vezes superior em voluntários saudáveis do que em pacientes, sem achados adicionais relativos à
segurança com as concentrações maiores.
Absorção
O posaconazol é absorvido com um tmáx mediano de 3 horas (pacientes) e 5 horas (voluntários saudáveis).
A farmacocinética do posaconazol é linear após a administração de doses únicas e múltiplas de até 800
mg. Não foram observados aumentos adicionais na exposição quando doses acima de 800 mg diários
foram administradas em pacientes e em voluntários saudáveis. Alterações do pH não afetam a absorção
do posaconazol.
Uma divisão da dose diária total de posaconazol (800 mg) em 400 mg duas vezes ao dia resulta em uma
exposição 184% maior em relação à administração em uma vez ao dia.
Efeito dos alimentos sobre a absorção oral em voluntários saudáveis
A AUC do posaconazol é cerca de 2,6 vezes maior quando ele é administrado com uma refeição sem
gordura ou um suplemento nutricional (14 gramas de gordura) e 4 vezes maior quando administrado com
uma refeição rica em gordura (aproximadamente 50 gramas de gordura) em relação ao estado em jejum.
O posaconazol deve ser administrado com alimento ou com um suplemento nutricional.
Distribuição
O posaconazol apresenta um grande volume aparente de distribuição (1,774 L), o que sugere extensa
penetração nos tecidos periféricos. É altamente ligado a proteínas (> 98,0%), predominantemente à
albumina sérica.
Metabolismo
O posaconazol não apresenta nenhum metabólito circulante principal e é improvável que suas
8
concentrações sejam alteradas pelos inibidores das enzimas CYP450. Dos metabólitos circulantes, a
maioria é de conjugados de glicuronídeo do posaconazol, sendo que somente quantidades mínimas de
metabólitos oxidativos (mediados pelo CYP450) foram observadas. Os metabólitos excretados na urina e
nas fezes respondem por aproximadamente 17% da dose radiomarcada administrada.
Excreção
O posaconazol é lentamente eliminado, com uma meia-vida média (t1/2) de 35 horas (variação de 20 a 66
horas) e uma depuração corporal total (CI/F) de 32 L/h. É predominantemente excretado nas fezes (77%
da dose radiomarcada), sendo o principal componente eliminado na forma da droga original (66% da dose
radiomarcada). A depuração renal é uma via de eliminação menor, com 14% da dose radiomarcada sendo
excretada na urina (< 0,2% da dose radiomarcada é droga original). O estado de equilíbrio é atingido após
7 a 10 dias da administração de doses múltiplas.
Farmacocinética em populações especiais
Pediátrica
Após a administração de 800 mg por dia de posaconazol na forma de uma dose dividida para o tratamento
de infecções fúngicas invasivas, as concentrações plasmáticas mínimas médias de 12 pacientes com 8 a
17 anos de idade (776 ng/mL) foram semelhantes às de 194 pacientes com 18 a 64 anos de idade (817
ng/mL). Não há dados de farmacocinética disponíveis referentes a pacientes pediátricos com menos de 8
anos de idade. De modo similar ao que foi relatado acima, nos estudos de profilaxia, a concentração
média (Cméd) de posaconazol no estado de equilíbrio foi comparável entre dez adolescentes (13–17 anos
de idade) à Cméd alcançada em adultos (≥ 18 anos de idade).
Sexo
A farmacocinética do posaconazol é comparável em homens e mulheres. Nenhum ajuste na dosagem de
NOXAFIL®
é necessário com base nesse parâmetro.
Geriátrica
Observou-se um aumento na Cmáx (26%) e na AUC (29%) em idosos (24 indivíduos ≥ 65 anos de idade)
em relação a jovens (24 indivíduos com 18–45 anos de idade). Entretanto, em uma análise
farmacocinética da população (Estudo 1899), a idade não influenciou a farmacocinética do posaconazol.
Além disso, em estudos de eficácia clínica, o perfil de segurança do posaconazol entre pacientes jovens e
idosos foi semelhante. Portanto, não é necessário nenhum ajuste de dose em decorrência da idade.
Etnias
Os resultados de um estudo de doses múltiplas em voluntários saudáveis (n = 56) indicaram que houve
somente um leve decréscimo (16%) na AUC e na Cmáx de posaconazol em indivíduos negros em relação
aos brancos; portanto, nenhum ajuste de dose para diferentes etnias se faz necessário.
Insuficiência renal
Após a administração de dose única, não houve nenhum efeito da insuficiência renal leve e moderada (n =
18, ICcr ≥ 20 mL/min/1,73 m2
) sobre a farmacocinética de posaconazol; portanto, nenhum ajuste de dose é
necessário nesses casos. Em indivíduos com insuficiência renal grave (n = 6, ICcr < 20 mL/min/1,73 m2
),
a exposição de posaconazol foi altamente variável (CV de 96%) em comparação aos outros grupos renais
(CV < 40%). Entretanto, como o posaconazol não é significantemente eliminado pela via renal, não se
espera um efeito da insuficiência renal grave sobre a sua farmacocinética, não sendo recomendado
nenhum ajuste de dose nesses casos. O posaconazol não é removido por hemodiálise.
Insuficiência hepática
Em um número pequeno de indivíduos (n = 12) com insuficiência hepática (Child-Pugh classe A, B ou C)
estudados, os valores de Cmáx geralmente diminuíram com a gravidade da disfunção hepática (545, 414 e
347 ng/mL para os grupos leve, moderado e grave, respectivamente), embora os valores de Cmáx (média
508 ng/mL) para os indivíduos normais tenham sido consistentes com os ensaios anteriores em
voluntários saudáveis. Além disso, um aumento na meia-vida também foi associado com uma diminuição
na função hepática (26,6, 35,3 e 46,1 horas para os grupos leve, moderado e grave, respectivamente), já
que todos os grupos apresentaram valores de meia-vida mais longos do que os indivíduos com função
hepática normal (22,1 horas). Em decorrência dos dados farmacocinéticos limitados em pacientes com
insuficiência hepática, nenhuma recomendação para o ajuste de dose pode ser feita.
PROPRIEDADES FARMACODINÂMICAS
Mecanismo de ação
O posaconazol é um inibidor potente da enzima lanosterol 14 alfa-demetilase, que catalisa uma etapa
essencial na biossíntese do ergosterol.
9
Microbiologia
In vitro e em infecções clínicas, o posaconazol mostrou ser ativo contra os seguintes micro-organismos:
espécies de Aspergillus (A. fumigatus, A. flavus, A. terreus, A. nidulans. A. niger, A. ustus, A. ochraceus),
espécies de Candida (C. albicans, C. glabrata, C. krusei, C. parapsilosis), Cryptococccus neoformans,
Coccidioides immitis, Fonsecaea pedrosoi, Histoplasma capsulatum, Pseudallescheria boydii e espécies
de Alternaria, Exophiala, Fusarium, Ramichloridium, Rhizomucor, Mucor e Rhizopus.
O posaconazol também apresenta atividade in vitro contra as seguintes leveduras e fungos: Candida
dubliniensis, C. famata, C. guilliermondii, C. lusitaniae, C. kefyr, C. rugosa, C. tropicalis, C. zeylanoides,
C. inconspicua, C. lipolytica, C. norvegensis, C. pseudotropicalis, Cryptococcus laurentii, Kluyveromyces
marxianus, Saccharomyces cerevisiae, Yarrowia lipolytica, espécies de Pichia e Trichosporon,
Aspergillus sydowii, Bjerkandera adusta, Blastomyces dermatitidis, Epidermophyton floccosum,
Paracoccidioises brasiliensis, Scedosporium apiospermum, Sporothrix schenckii, Wangiella dermatitidis
e espécies de Absidia, Apophysomyces, Bipolaris, Curvularia, Microsporum, Paecilomyces, Penicillium e
Trichophyton. Entretanto, a segurança e a eficácia de posaconazol no tratamento de infecções clínicas
decorrentes desses micro-organismos não foram estabelecidas em estudos clínicos.
apresenta atividade antifúngica de amplo espectro contra algumas leveduras e fungos que
geralmente não respondem aos azóis ou são resistentes a outros azóis:
espécies de Candida (incluindo isolados de C. albicans resistentes a fluconazol, voriconazol e
itraconazol, C. krusei e C. glabrata que são inerentemente menos susceptíveis ao fluconazol, C.
lusitaniae que é inerentemente menos susceptível à anfotericina B);
Aspergillus (incluindo isolados resistentes a fluconazol, voriconazol, itraconazol e anfotericina
B);
organismos previamente não considerados como sendo susceptíveis aos azóis, como zigomicetos
(por exemplo, espécies de Absidia, Mucor, Rhizopus e Rhizomucor).
In vitro, o posaconazol apresentou atividade fungicida contra espécies de:
Aspergillus;
fungos dimórficos (Blastomyces dermatitidis, Histoplasma capsulatum, Penicillium marneffei,
Coccidioides immitis);
algumas espécies de Candida.
Em modelos de infecção em animais, NOXAFIL®
foi ativo contra uma ampla variedade de infecções
fúngicas causadas por fungos e leveduras. Entretanto, não houve nenhuma correlação consistente entre
concentração inibitória mínima e eficácia.
Devem ser obtidos espécimes para cultura de fungos e outros estudos laboratoriais relevantes (incluindo
histopatologia) antes da terapia, para isolar e identificar o(s) organismo(s) causador(es). Pode ser
instituída terapia antes que os resultados das culturas e de outros estudos laboratoriais sejam conhecidos.
Entretanto, uma vez que esses resultados se tornem disponíveis, a terapia antifúngica deve ser ajustada
apropriadamente.
Resistência ao medicamento
As cepas de C. albicans resistentes ao posaconazol não puderam ser geradas no laboratório; mutantes
laboratoriais espontâneos de Aspergillus fumigatus que apresentaram uma diminuição na suscetibilidade
ao posaconazol surgiram em uma frequência de 1x10-8
a 1x10-9
. Isolados clínicos de Candida albicans e
Aspergillus fumigatus que apresentem diminuições significantes na suscetibilidade ao posaconazol são
raros. Nos raros casos em que observou-se uma diminuição na suscetibilidade, não houve nenhuma
correlação clara entre diminuição de suscetibilidade e falha clínica. Foi observado sucesso clínico em
pacientes infectados com organismos resistentes a outros azóis; de forma consistente com essas
observações, o posaconazol foi ativo in vitro contra muitas cepas de Aspergillus e Candida que
desenvolveram resistência a outros azóis e/ou à anfotericina B. Pontos de corte para posaconazol não
foram estabelecidos para nenhum fungo.
Combinações de medicamentos antifúngicos
Quando combinações de posaconazol com anfotericina B ou caspofungina foram testadas in vitro e in
vivo, houve pouco ou nenhum antagonismo e, em alguns casos, houve efeito aditivo. A significância
clínica desses resultados é desconhecida.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com hipersensibilidade conhecida ao
posaconazol ou a qualquer componente do produto.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes tratados concomitantemente com
substratos do CYP3A4, terfenadina, astemizol, cisaprida, pimozida ou quinidinas, mesmo que essa
coadministração não tenha sido estudada in vitro ou in vivo, porque concentrações plasmáticas
10
maiores desses medicamentos podem levar a prolongamento do segmento QT e ocorrências raras
de torsade de pointes.
alcaloides do ergot, mesmo que essa coadministração não tenha sido estudada in vitro ou in vivo,
porque o posaconazol pode aumentar as concentrações plasmáticas de alcaloides do ergot, o que
pode levar a ergotismo.
Precauções
Hipersensibilidade: não há informações a respeito de sensibilidade cruzada entre posaconazol e outros
agentes antifúngicos azólicos. Recomenda-se cautela ao prescrever posaconazol a pacientes com
hipersensibilidade a outros azóis.
Toxicidade hepática: em ensaios clínicos, houve casos infrequentes de reações hepáticas (elevações de
leves a moderadas da ALT, AST, fosfatase alcalina, bilirrubina total e/ou hepatite clínica). As alterações
nas provas de função hepática foram geralmente reversíveis com a descontinuação do tratamento e, em
alguns casos, houve normalização sem interrupção do medicamento e raramente foi exigida a sua
descontinuação. Raramente, reações hepáticas mais graves (incluindo casos que resultaram em morte)
foram relatadas em pacientes com condições médicas subjacentes graves (por exemplo, doença maligna
hematológica) durante o tratamento com posaconazol.
Prolongamento do intervalo QT: alguns azóis foram associados ao prolongamento do intervalo QT. Os
resultados de uma análise múltipla de ECG ajustada pelo tempo em voluntários saudáveis não mostrou
nenhum aumento na média do intervalo QTc. No entanto, o posaconazol não deve ser administrado com
medicamentos que conhecidamente prolonguem o intervalo QTc e sejam metabolizados pelo CYP3A4.
Distúrbios de eletrólitos, especialmente aqueles que envolvem níveis de potássio, magnésio ou cálcio,
devem ser monitorados e corrigidos conforme a necessidade, antes e durante o tratamento com
posaconazol.
Abuso e dependência do fármaco: não há potencial de abuso conhecido com posaconazol.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
Veja “Farmacocinética em populações especiais”.
Uso durante a gravidez e a lactação:
Categoria C.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião dentista.
Não existem informações suficientes sobre o uso do posaconazol em mulheres grávidas. Estudos em
animais mostraram toxicidade reprodutiva. Verificou-se que o posaconazol causa má-formação
esquelética em ratos com exposições menores do que as doses terapêuticas em humanos. Em coelhos, o
posaconazol foi embriotóxico em exposições maiores do que as doses terapêuticas. O risco potencial para
humanos é desconhecido. O posaconazol deve ser usado na gravidez somente se o benefício justificar o
risco em potencial ao feto.
O posaconazol é excretado no leite de ratas lactantes. A excreção de posaconazol no leite materno
humano não foi investigada. O posaconazol não deve ser usado por mães lactantes a não ser que o
benefício claramente supere o risco ao bebê.
Atenção: Este medicamento contém Açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em portadores
Efeitos de outros medicamentos sobre NOXAFIL®
:
O posaconazol é metabolizado por meio da glicuronidação por UDP (enzimas fase 2) e é um substrato
para efluxo de p-glicoproteína (P-gp). Portanto, inibidores ou indutores dessas vias de depuração podem
afetar as concentrações plasmáticas do posaconazol.
Rifabutina (300 mg uma vez ao dia): diminuiu a Cmáx (concentração plasmática máxima) e a AUC (área
sob a curva – concentração plasmática/tempo) do posaconazol em 43% e 49%, respectivamente. O uso
concomitante de posaconazol e rifabutina deve ser evitado a não ser que o benefício ao paciente supere o
risco.
Fenitoína (200 mg uma vez ao dia): diminuiu a Cmáx e a AUC de posaconazol em 41% e 50%,
respectivamente. O uso concomitante de posaconazol e fenitoína deve ser evitado, a não ser que o
benefício para o paciente supere o risco.
11
Cimetidina (400 mg duas vezes ao dia): diminuiu a Cmáx e a AUC de posaconazol (200 mg uma vez ao
dia) cada em 39%. O uso concomitante de posaconazol e cimetidina deve ser evitado a não ser que o
benefício supere o risco.
Antagonistas dos receptores H2, inibidores da bomba de prótons (IBPs) e antiácidos: nenhum efeito
clinicamente relevante sobre a biodisponibilidade do posaconazol foi observado quando administrado
com um antiácido, antagonistas de receptores H2 (exceto a cimetidina) ou inibidores da bomba de
prótons; portanto, não é necessário ajuste da dose de posaconazol quando usado concomitantemente com
esses produtos.
Glipizida (10 mg em dose única): não teve nenhum efeito clinicamente significante sobre a Cmáx e a AUC
do posaconazol.
Efavirenz (400 mg uma vez ao dia): diminuiu a Cmáx e a AUC do posaconazol em 45% e 50%,
respectivamente. O uso concomitante de posaconazol e efavirenz deve ser evitado, a não ser que o
benefício ao paciente supere o risco.
Efeitos do posaconazol sobre outros medicamentos:
O posaconazol não é metabolizado em uma extensão clinicamente significativa através do sistema do
citocromo P450. Entretanto, é um inibidor do CYP3A4 e, assim, os níveis plasmáticos de medicamentos
que são metabolizados por meio dessa via enzimática podem aumentar quando estes forem administrados
com posaconazol.
Alcaloides do ergot: embora isso não tenha sido estudado in vitro ou in vivo, o posaconazol pode
aumentar a concentração plasmática dos alcaloides do ergot (ergotamina e di-hidroergotamina), o que pode
levar a ergotismo. A coadministração de posaconazol e alcaloides do ergot é contraindicada.
Alcaloides da vinca: embora isso não tenha sido estudado in vitro ou in vivo, o posaconazol pode
aumentar a concentração plasmática de alcaloides da vinca (por exemplo, vincristina e vimblastina), o que
pode levar à neurotoxicidade. Portanto, recomenda-se que o ajuste da dose de alcaloides de vinca seja
considerado.
Ciclosporina: em pacientes com transplante cardíaco que recebiam doses estáveis de ciclosporina, 200 mg
de posaconazol uma vez ao dia acarretou aumento da concentração de ciclosporina, o que requereu a
redução de sua dose. Ao iniciar o tratamento com posaconazol em pacientes que já estejam recebendo
ciclosporina, a dose de ciclosporina deve ser reduzida (por exemplo, até cerca de três quartos da dose
atual). Depois disso, os níveis sanguíneos de ciclosporina devem ser monitorados cuidadosamente durante
todo o período de coadministração. Na descontinuação do tratamento com posaconazol a dose de
ciclosporina deve ser ajustada conforme a necessidade.
Tacrolimo: o posaconazol aumentou a Cmáx e a AUC do tacrolimo (0,05 mg/kg em dose única) em 121% e
358%, respectivamente. Ao iniciar o tratamento com posaconazol, a dose de tacrolimo deve ser reduzida
(cerca de um terço da dose anterior). Depois disso, os níveis séricos de tacrolimo devem ser
cuidadosamente monitorados durante a coadministração. Na descontinuação do posaconazol a dose de
tacrolimo deve ser ajustada conforme a necessidade.
Sirolimo: a administração de dose repetida de posaconazol oral (400 mg duas vezes ao dia por 16 dias)
aumentou a Cmáx e a AUC de sirolimo (2 mg em dose única) em uma média de 6,7 e 8,9 vezes,
respectivamente, em indivíduos saudáveis. Ao iniciar a terapia, a dose de sirolimo deve ser reduzida (por
exemplo, até cerca de 1/10 da dose anterior) com monitoramento frequente das concentrações mínimas de
sirolimo no sangue total. As concentrações de sirolimo devem ser mensuradas ao início, durante a
coadministração e ao término do tratamento com posaconazol, devendo ocorrer ajuste de dose
apropriadamente.
Rifabutina: o posaconazol aumentou a Cmáx e a AUC de rifabutina em 31% e 72%, respectivamente. O
uso concomitante de posaconazol e rifabutina deve ser evitado, a não ser que o benefício para o paciente
supere o risco. Caso esses medicamentos sejam administrados concomitantemente, recomenda-se o
monitoramento cuidadoso do hemograma e dos efeitos adversos relacionados ao aumento dos níveis de
rifabutina (uveíte).
Midazolam: a administração da dose repetida de posaconazol oral (200 mg duas vezes ao dia por 7 dias)
aumentou a Cmáx e a AUC de midazolam IV (0,4 mg em dose única) em uma média de 1,3 a 4,6 vezes,
respectivamente; 400 mg de posaconazol duas vezes ao dia por 7 dias aumentaram a Cmáx e a AUC de
midazolam IV em 1,6 a 6,2 vezes, respectivamente. Ambas as doses de posaconazol aumentaram a Cmáx e a
AUC de midazolam oral (2 mg em dose oral única) em 2,2 e 4,5 vezes, respectivamente. Além disso, o
posaconazol oral (200 mg ou 400 mg) prolongou a meia-vida terminal média de midazolam de 3–4 horas
para 8–10 horas, aproximadamente, durante a coadministração.
Recomendam-se ajustes na dose de benzodiazepinas, metabolizadas pelo CYP3A4, durante a
coadministração com posaconazol.
12
Zidovudina (AZT), lamivudina (3TC), ritonavir, indinavir: estudos clínicos demonstraram que nenhum
efeito clinicamente significante sobre zidovudina, lamivudina, ritonavir e indinavir foi observado quando
esses medicamentos foram administrados com o posaconazol; portanto, nenhum ajuste de dose é requerido
para esses medicamentos.
Inibidores de protease do HIV: como os inibidores da protease do HIV são substratos do CYP3A4,
espera-se que o posaconazol aumente os níveis plasmáticos desses agentes antirretrovirais. A
administração de dose repetida de posaconazol oral (400 mg duas vezes ao dia por 7 dias) aumentou a Cmáx
e a AUC de atazanavir (300 mg uma vez ao dia por 7 dias), em uma média de 2,6 a 3,7 vezes,
respectivamente, em indivíduos saudáveis. A administração de doses repetidas de posaconazol oral (400
mg duas vezes ao dia por 7 dias) aumentou a Cmáx e a AUC de atazanavir de maneira menos pronunciada
quando administrado como um regime de reforço com ritonavir (300 mg de atazanavir mais 100 mg de
ritonavir uma vez ao dia por 7 dias), com a média de 1,5 a 2,5 vezes, respectivamente, em indivíduos
saudáveis. O monitoramento frequente para eventos adversos e toxicidade relacionada com agentes
antirretrovirais que são substratos do CYP3A4 é recomendado durante a sua coadministração com
posaconazol.
Inibidores da HMG-CoA redutase metabolizados pelo CYP3A4: a administração de doses repetidas de
posaconazol oral (50, 100 e 200 mg uma vez ao dia por 13 dias) aumentou a Cmáx e a AUC da sinvastatina
(40 mg em dose única) em uma média de 7,4 a 11,4 vezes e 5,7 a 10,6 vezes, respectivamente. As
concentrações maiores de inibidores de HMG-CoA redutase no plasma podem ser associadas com
rabdomiólise. Recomenda-se que o ajuste da dose de inibidores de HMG-CoA redutase seja considerado
durante a coadministração com posaconazol. Uma monitorização frequente para eventos adversos e
toxicidade relacionada às estatinas pode ser necessária.
Bloqueadores do canal de cálcio metabolizados pelo CYP3A4: embora isso não tenha sido estudado in
vitro ou in vivo, recomenda-se monitoramento frequente dos efeitos adversos e da toxicidade relacionados
com bloqueadores do canal de cálcio durante a sua coadministração com posaconazol. O ajuste de dose
desses medicamentos pode ser necessário.
Interferência nos exames laboratoriais: desconhecida.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Não congelar.
O prazo de validade do medicamento é de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Após aberto, NOXAFIL®
é válido por quatro semanas.
NOXAFIL®
é uma suspensão oral de cor branca, com sabor de cereja, apresentada em frascos de vidro
âmbar.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
NOXAFIL®
deve ser administrado com uma refeição ou com 240 mL de um suplemento nutricional. A
suspensão oral deve ser agitada antes de cada uso.
Tabela 4. Dose recomendada de acordo com a indicação
Indicação Dose e duração da terapia
Infecções fúngicas invasivas refratárias
(IFI)/pacientes intolerantes com IFI
400 mg (10 mL) duas vezes ao dia. Em pacientes que não
podem tolerar uma refeição ou um suplemento nutricional,
deve ser administrado em uma dose de 200 mg
(5 mL) quatro vezes por dia.
A duração da terapia deve ser baseada na gravidade da
doença subjacente, recuperação da imunossupressão e
resposta clínica.
Coccidioidomicose 400 mg (10 mL) duas vezes ao dia. Em pacientes que não
13
Candidíase orofaríngea Dose de ataque de 200 mg (5 mL) uma vez por dia no
primeiro dia, seguida de 100 mg (2,5 mL) uma vez ao dia
por 13 dias.
Candidíase orofaríngea ou esofágica
refratária
400 mg (10 mL) duas vezes ao dia. A duração da terapia
deve ser baseada na gravidade da doença subjacente e na
resposta clínica do paciente.
Profilaxia de infecções fúngicas invasivas 200 mg (5 mL) três vezes ao dia. A duração da terapia se
baseia na recuperação da neutropenia ou da
imunossupressão.
O aumento da dose total diária para dose acima de 800 mg não proporciona aumento adicional na
exposição a NOXAFIL®
.
Uso em comprometimento renal: nenhum ajuste de dose é requerido para disfunção renal e o
posaconazol não é significantemente eliminado pela via renal. Não se espera nenhum efeito na
farmacocinética do posaconazol mesmo em insuficiência renal grave, portanto, nenhum ajuste de dose é
recomendado.
Uso em comprometimento hepático: existem dados farmacocinéticos limitados em pacientes com
insuficiência hepática; portanto, nenhuma recomendação para ajuste de dose pode ser feita. No número
restrito de indivíduos estudados que tinham insuficiência hepática, houve um aumento na meia-vida.
Uso em pediatria: a segurança e a eficácia em crianças abaixo da idade de 13 anos não foram
estabelecidas.
As reações adversas relacionadas com o medicamento, observadas em 2.400 indivíduos tratados com
posaconazol, são apresentadas na Tabela 5. Cento e setenta e dois pacientes receberam posaconazol por ≥
6 meses e 58 por ≥ 12 meses.
As reações adversas mais frequentemente relatadas na população total (voluntários saudáveis e pacientes)
foram náusea (6%) e cefaleia (6%).
Tabela 5: Reações adversas relacionadas com o tratamento (RARTs) relatadas nos indivíduos que
receberam posaconazol e apresentadas por sistema corporal
n = 2.400
Inclui todas as RARTs com incidência de ≥ 1%
Comum (> 1/100, < 1/10)
Distúrbios do sangue e do sistema linfático
Comum: neutropenia
Distúrbios do metabolismo e da nutrição
Comum: anorexia
Distúrbios do sistema nervoso
Comum:
tontura, cefaleia, parestesia, sonolência
Distúrbios gastrintestinais
Comum: dor abdominal, diarreia, dispepsia,
flatulência, boca seca, náusea, vômito
Distúrbios hepatobiliares
Comum: elevação das provas de função hepática
(AST, ALT, fosfatase alcalina, GGT e
bilirrubina)
Distúrbios da pele e do tecido subcutâneo
Comum: exantema
Distúrbios gerais e condições no local de administração
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Comum: astenia, fadiga, pirexia (febre)
A notificação de eventos adversos graves relacionados ao tratamento de 428 pacientes com infecções
fúngicas invasivas (1% cada) incluiu concentração alterada de outros medicamentos, elevação de enzimas
hepáticas, náusea, exantema e vômito. Foram notificados eventos adversos graves relacionados com o
tratamento de 605 pacientes tratados com posaconazol para profilaxia (1% cada), que incluíram
bilirrubinemia, elevação das enzimas hepáticas, dano hepatocelular, náusea e vômito.
Eventos adversos incomuns e raros clinicamente significativos e relacionados ao tratamento foram
notificados durante os ensaios clínicos com posaconazol e incluíram insuficiência adrenal, reações
alérgicas e/ou de hipersensibilidade.
Além disso, casos raros de torsade de pointes foram relatados em pacientes que receberam posaconazol.
E ainda, casos raros de síndrome urêmica hemolítica e púrpura trombocitopênica foram relatados
principalmente entre pacientes que estavam recebendo ciclosporina ou tacrolimo concomitantemente para
o tratamento de rejeição de transplante ou doença do enxerto vs. o hospedeiro.
Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e
segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos
imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de
Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.
Durante os ensaios clínicos, alguns pacientes receberam posaconazol na dose de até 1.600 mg/dia sem
observação de eventos adversos que fossem diferentes dos observados com doses inferiores. A superdose
acidental foi observada em um paciente que tomou 1.200 mg duas vezes ao dia por 3 dias. Nenhum
evento adverso relacionado foi observado pelo pesquisador.
NOXAFIL®
não é removido por hemodiálise.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.