Bula do Orap para o Profissional

Bula do Orap produzido pelo laboratorio Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Orap
Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda - Profissional

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BULA COMPLETA DO ORAP PARA O PROFISSIONAL

ORAP®

(pimozida)

Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda.

Comprimidos

1 mg e 4 mg

1

Bula submetida em 24/09/2013.

MODELO DE BULA

IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO

Orap®

comprimidos

pimozida

APRESENTAÇÕES

Comprimidos de 1 mg de pimozida em embalagens com 20 comprimidos.

Comprimidos de 4 mg de pimozida em embalagens com 20 comprimidos.

USO ORAL

USO ADULTO E PEDIÁTRICO

COMPOSIÇÃO

Orap

1 mg: Cada comprimido contém 1 mg de pimozida.

Excipientes: amido de milho, celulose microcristalina, corante amarelo laranja laca de alumínio, fosfato de cálcio

dibásico di-hidratado, óleo vegetal hidrogenado, óxido férrico, povidona e talco.

4 mg: Cada comprimido contém 4 mg de pimozida.

Excipientes: amido de milho, celulose microcristalina, corante indigotina laca de alumínio, fosfato de cálcio

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

INDICAÇÕES

As indicações de Orap

(pimozida) podem ser assim resumidas:

a) Na terapêutica antipsicótica de manutenção a longo termo, ambulatorial ou hospitalar;

b) Na terapêutica antipsicótica de manutenção, imediatamente após o estágio agudo, e na interfase de

substituição dos neurolépticos clássicos;

c) Coadjuvante, associado a outros neurolépticos, nos estágios iniciais de tratamento;

d) Na instabilidade emocional neurótica.

RESULTADOS DE EFICÁCIA

A pimozida foi estudada em um estudo internacional1

. Cento e oitenta pacientes psicóticos crônicos em 36

centros, de 8 países e 3 continentes. O estudo foi conduzido em cinco etapas:

- Etapa I: seleção dos pacientes. Todos os pacientes estavam sob tratamento de manutenção com neurolépticos

clássicos (geralmente com haloperidol e/ou clorpromazina);

2

- Etapa II: descontinuação do tratamento de manutenção clássico até recaída. Pacientes sem recaída em quatro

semanas foram excluídos do estudo;

- Etapa III: reinstituição do tratamento de manutenção clássico;

- Etapa IV: substituição de todos os tratamentos com antipsicóticos e antiparkinsoniano por uma dose diária de

pimozida (dose mediana: 6 mg);

- Etapa V: avaliação duplo-cega de pimozida (manutenção da dose ótima individual determinada na Etapa IV,

comparado com placebo).

Os resultados mostraram que todos os 180 pacientes demonstraram sinais de deterioração clínica dentro de quatro

semanas após interrupção do tratamento de manutenção com um neuroléptico clássico. Dos 154 pacientes que

notadamente melhoraram, 141 entraram no estudo duplo-cego, controlado por placebo: 84 dos quais tiveram

recaída, dentro do previsto, quatro semanas após a descontinuação da pimozida (P = 9,8X10-25, teoria binomial).

Análises estatísticas do item 36 da escala de avaliação dos 84 pacientes que completaram o estudo com sucesso e

dos 26 pacientes que deterioraram durante o tratamento com a pimozida demonstraram que a pimozida produziu

benefícios adicionais aos pacientes que foram sensíveis aos efeitos antipsicóticos e de socialização dos

neurolépticos clássicos. Pacientes que não foram responsivos aos efeitos incisivos dos neurolépticos, mas

presumivelmente se beneficiaram dos efeitos de contenção ou sedativos, deterioraram quando tratados com

pimozida. A pimozida aparentemente é um medicamento de escolha para tratamento de manutenção de longa

duração de pacientes psicóticos crônicos.

A segurança e eficácia de pimozida nos indivíduos com esquizofrenia foi investigada em um estudo duplo-cego

controlado por placebo2

. Oitenta homens e mulheres com esquizofrenia crônica, com idade entre 20 e 60 anos,

foram divididos em cinco grupos: pimozida 3 mg uma vez ao dia, pimozida 6 mg uma vez ao dia, trifluoperazina

5 mg três vezes ao dia, trifluoperazina 15 mg uma vez ao dia e placebo. Os pacientes foram comparados antes,

durante e após os 70 dias do período do estudo usando escalas de sintomas psiquiátricos e do comportamento, e

escala de avaliação de sintomas extrapiramidais. Os resultados demonstraram que análises da Escala Breve de

Avaliação Psiquiátrica (BPRS) feitas ao final do período de 70 dias de tratamento não apresentaram

heterogeneidade significativa nos cinco grupos tratados. Adicionalmente ao escore total, quatro itens que

pareciam ser mais facilmente observáveis foram analisados. Estes itens foram: distanciamento emocional, afeto

embotado, desorganização conceitual e maneirismo e postura. As comparações simultâneas não alcançaram

níveis significativos para nenhum destes itens. Contudo, a análise de covariância do total dos escores na Escala de

Observação e Avaliação das Enfermeiras dos Pacientes Internados [Nurses' Observation Scale for Inpatient

Evaluation (NOSIE)] revelaram diferença significativa (p<0,01) no efeito dos cinco medicamentos no

comportamento dos pacientes. A trifluoperazina 15 mg uma vez ao dia e a pimozida 3 mg diariamente não

diferem nas comparações dois a dois com placebo. Todos os pacientes nestes grupos de tratamento deterioraram

em algum grau (Figura 1). Entretanto, a pimozida 6 mg e a trifluoperazina 5 mg três vezes ao dia provaram ser

superiores ao placebo (p<0,05 e p<0,01, respectivamente, Figura 1). Não houve, no entanto, diferença

significativa entre estes dois grupos de tratamento. Os pacientes recebendo pimozida 6 mg e trifluoperazina 5 mg

três vezes ao dia gradualmente melhoraram ao longo dos 70 dias de estudo (Figura 2). Houve também diferença

significativa dos cinco medicamentos no efeito quanto aos sintomas extrapiramidais na escala de avaliação dos

cinco medicamentos (p<0,01). Os pacientes que receberam trifluoperazina 15 mg em uma dose diária ou

3

pimozida 3 ou 6 mg melhoraram, estatisticamente, em comparação com o grupo placebo, que deteriorou (Figura

3). Estes resultados, apesar de aparentemente paradoxais, parecem demonstrar que neurolépticos eficazes

protegem dos sintomas extrapiramidais pacientes que receberam medicamentos psicotrópicos por um período

prolongado. Quando distonia e discinesia foram estudadas separadamente do escore total, todos os quatro

medicamentos foram estatisticamente superiores ao placebo com valores p de 0,05 e 0,01, respectivamente

(Figura 4). A pimozida 6 mg uma vez ao dia e a trifluoperazina 5 mg três vezes ao dia, provaram que são

medicamentos antipsicóticos eficazes, enquanto protegem pacientes que receberam medicamentos psicotrópicos

durante um período de prolongado de distonia e discinesia.

Figura 1: Efeito do tratamento no comportamento (NOSIE)

Escore de melhora total

Média corrigida

Figura 2: Efeito do tratamento no comportamento (NOSIE)

Total

Média

Escore

4

Figura 3: Efeito do tratamento no sistema extrapiramidal na escala de avaliação

Figura 4: Efeito do tratamento na distonia e discinesia

5

Em um estudo duplo-cego controlado por placebo3

, a eficácia da pimozida na manutenção e tratamento de

ressocialização em pacientes esquizofrênicos crônicos não internados foi avaliada, usando a tioridazina como

medicamento referência. Quarenta mulheres esquizofrênicas crônicas (entre 24 e 60 anos de idade) pacientes do

Centro de Saúde Mental em Norman, Oklahoma foram incluídas. Todas estavam em boa condição física e foram

mantidas por ao menos 3 meses, com medicação, não internadas. Quinze pacientes receberam pimozida, quinze

pacientes receberam tioridazina e dez pacientes receberam placebo. A dose média diária foi de 5,5 mg de

pimozida (faixa de 2 a 16 mg), 188,8 mg de tioridazina (faixa de 75 a 375 mg) e 3,3 cápsulas de placebo (faixa de

1 a 10). A tioridazina em dose única oral, não excedendo 375 mg/dia e pimozida em dose única oral, não

excedendo 16 mg/dia por 6 meses demonstraram ser efetivas nos tratamentos de manutenção comparados com

placebo. O desenho do estudo foi baseado na retrogressão antecipada dos indivíduos tratados com placebo

durante período de 6 meses do estudo, o que refletiu em 5 e 9 (56%) “falhas de tratamento” no grupo placebo

quando comparados com 2 e 14 (14%) e 2 e 12 (17%) nos grupos da tioridazina e pimozida, respectivamente.

Adicionalmente, em alguns casos, a avaliação de melhora acima da linha de base foi notada em ambos grupos de

medicamentos, particularmente na impressão global (p=0,05). Os efeitos adversos mais comumente observados

com tioridazina foram sedação, anormalidades da função hepática e no eletrocardiograma. Cefaleia e inquietação

ocorreram em sua maioria com pimozida. Sintomas extrapiramidais e insônia foram observados mais comumente

nos pacientes tratados com pimozida que em indivíduos igualmente tratados com placebo.

Referências

1. N23 - Brugmans, J. A multicentric clinical evaluation to Pimozide. Preliminary report. Acta Neurologica et

Psychiatrica Bélgica 68, 875-887, 1968.

2. N5184 - G. Pinard, Y. Prénoveau, W. Fliesen et al. Pimozide: A Comparative Study in the Treatment of

Chronic Schizophrenic Patients. International Journal of Clinical Pharmacology, Therapy and Toxicology,

6/1, p.22-27, 1972.

6

3. N6804 - Clark ML, Huber UK, Hill P et al. Pimozide in chronic schizophrenic outpatients. Diseases of the

nervous system 36 (3), p. 137-141, 1975.

CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades Farmacodinâmicas

Orap

contém pimozida, um derivado difenilbutilpiperidínico. A pimozida possui atividade neuroléptica, que

tem se mostrado útil no tratamento e controle de pacientes esquizofrênicos em fase crônica. Pode ser

administrada em dose única diária e sua possibilidade de provocar sedação é discreta.

melhora seletivamente os distúrbios da percepção e ideação, promovendo um maior contato social,

interesse, iniciativa e discernimento.

Em estudos com pacientes emocionalmente instáveis, Orap

demonstrou que é possível se obter uma

estabilização emocional e melhora da motivação, realizações e sensação de bem-estar.

Admite-se que o mecanismo básico de ação da pimozida relaciona-se à propriedade de bloquear seletivamente os

receptores dopaminérgicos centrais tendo ação noradrenérgica apenas em doses elevadas.

Os efeitos extrapiramidais típicos de outros compostos neurolépticos também são observados com pimozida,

porém têm ocorrido menos efeitos colaterais autonômicos. Da mesma maneira que com outros neurolépticos,

também foram descritos efeitos endócrinos e alterações eletrocardiográficas com o uso da pimozida.

Dados pré-clínicos

Os resultados de estudos de mutagenicidade não indicam genotoxicidade. Os estudos de carcinogenicidade não

revelaram tumores relacionados ao tratamento em ratos ou camundongos machos, mas o aumento na incidência

de adenomas pituitários e adenocarcinomas da glândula mamária em fêmeas de camundongo. Acredita-se que

estes achados histopatológicos na glândula mamária e na pituitária sejam mediados pela prolactina e eles ocorrem

em roedores após hiperprolactinemia causada por uma variedade de fármacos neurolépticos, sendo questionável a

sua relevância para os seres humanos.

Estudos in vitro têm demonstrado que a pimozida bloqueia o canal hERG cardíaco e prolonga a duração do

potencial de ação em corações isolados perfundidos. Estes efeitos no canal hERG podem ser atenuados pelo

efeito bloqueador da pimozida nos canais de cálcio L. Um prolongamento significativo do intervalo QT foi

demonstrado em um número de estudos in vivo em animais com administração de pimozida intravenosa ou oral.

As doses que prolongaram o intervalo QT não causaram arritmias.

Propriedades Farmacocinéticas

Quanto ao seu perfil farmacocinético, mais de 50% da dose administrada por via oral é absorvida, com os picos

plasmáticos ocorrendo geralmente após 6 a 8 horas. O fármaco sofre um significativo efeito de primeira

passagem no fígado, é extensamente metabolizado, sendo identificados dois metabólitos principais, sem atividade

antipsicótica.

7

A via mais importante de eliminação dos metabólitos é a renal. Em pacientes esquizofrênicos, a meia-vida de

eliminação situou-se em aproximadamente 55 horas.

Observaram-se grandes variações individuais entre os pacientes estudados, de mais de dez vezes, em relação às

áreas sob a curva dos níveis séricos e também quanto aos picos dos níveis séricos. O significado dessas variações

não parece muito claro, uma vez que há pouca correlação entre os níveis plasmáticos e os resultados clínicos.

CONTRAINDICAÇÕES

(pimozida) está contraindicado em quadros de depressão do sistema nervoso central, estados comatosos e

em indivíduos que tenham apresentado, previamente, hipersensibilidade a esse medicamento. Não deve ser

utilizado em distúrbios depressivos ou na Doença de Parkinson. Orap

também está contraindicado em pacientes

com quadro congênito de alargamento do segmento QT do eletrocardiograma ou com um histórico familiar desta

síndrome, e em pacientes com antecedentes de arritmias cardíacas ou Torsade de Pointes. Consequentemente,

recomenda-se a realização de um ECG antes do tratamento, para excluir a presença dessas condições.

não deve ser utilizado em casos de intervalo QT longo adquirido, como o associado ao uso concomitante

de drogas conhecidas por prolongar o intervalo QT, em hipopotassemia ou hipomagnesemia conhecidas e em

bradicardia clinicamente significante.

O uso concomitante de drogas inibidoras do CYP 3A4 tais como antimicóticos azólicos, inibidores da protease do

HIV, antibióticos macrolídeos e nefazodona é contraindicado. O uso concomitante de drogas inibidoras de CYP

2D6 tais como quinidina, também é contraindicado. A inibição de cada um ou de ambos sistemas do citocromo

P450 pode resultar na elevação da concentração sanguínea de pimozida e aumento da possibilidade de

prolongamento do intervalo QT.

É contraindicado o uso concomitante de Orap

com inibidores da recaptação de serotonina tais como: sertralina,

paroxetina, citalopram e escitalopram.

ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Aumento da mortalidade em pacientes idosos com psicose relacionada à demência

Pacientes com psicose relacionada à demência, tratados com medicamentos antipsicóticos possuem um risco

aumentado de morte. Análises de dezessete estudos controlados por placebo (duração modal de 10 semanas),

principalmente em pacientes tratados com medicamentos antipsicóticos atípicos, revelaram um risco de morte 1,6

a 1,7 vezes maior do que o risco de morte dos pacientes tratados com placebo. Ao longo do andamento de 10

semanas de um estudo controlado, a taxa de mortes em pacientes tratados com medicamento foi próxima de

4,5%, comparada com a taxa de valor próximo de 2,6% no grupo placebo. Contudo, as causas de morte foram

variadas, sendo que a maioria das mortes pareceu ser de natureza tanto cardiovascular (por exemplo, falência

cardíaca, morte súbita) ou infecciosa (por exemplo, pneumonia). Estudos observacionais sugerem que,

semelhantemente aos medicamentos antipsicóticos atípicos, o tratamento com antipsicóticos convencionais pode

aumentar a mortalidade. Não está clara a extensão em que os achados de aumento de mortalidade em estudos

observacionais pode ser atribuída a algumas características dos pacientes ou ao medicamento antipsicótico.

8

Monitorização cardíaca

Existem relatos muito raros de prolongamento do intervalo QT, arritmia ventricular e “Torsade de Pointes” em

pacientes sem riscos de prolongamento do intervalo QT com administração de doses terapêuticas de pimozida e

em situações de superdose. Taquicardia ventricular e fibrilação ventricular (em alguns casos fatais) também

foram relatados; além de relatos muito raros de morte súbita e parada cardíaca.

Como outros neurolépticos, casos súbitos de morte inesperada foram relatados com pimozida, nas doses

recomendadas e em casos de superdose. Eletrocardiograma deve ser realizado no início do tratamento, assim

como periodicamente durante o tratamento. Se aparecerem alterações na repolarização (prolongamento do

intervalo QT, mudança no desenvolvimento das ondas T ou U) ou desenvolvimento de arritmias a necessidade de

tratamento com pimozida nestes pacientes deve ser reconsiderada. Eles devem ser monitorados e suas doses de

pimozida devem ser reduzidas ou descontinuadas. Se QT ou QTc exceder 500 msec o medicamento deve ser

descontinuado.

Síndrome Neuroléptica Maligna

Igualmente como ocorre com outros medicamentos antipsicóticos, Orap

tem sido associado com a presença de

Síndrome Neuroléptica Maligna, uma reação idiossincrásica caracterizada por hipertemia, rigidez muscular

generalizada, instabilidade autonômica, alteração da consciência. Geralmente, a hipertermia é um sinal inicial

desta síndrome. O tratamento antipsicótico deve ser imediatamente suspenso instituindo-se monitorização

cuidadosa e medidas terapêuticas gerais para manutenção dos sinais vitais.

Discinesia tardia

Como acontece com agentes antipiosicóticos, pode surgir quadro de discinesia tardia em alguns pacientes durante

tratamentos prolongados ou após a descontinuação do tratamento. A síndrome caracteriza-se principalmente por

movimentos rítmicos e involuntários da língua, face, boca e mandíbula. As manifestações podem ser permanentes

em alguns pacientes. Esta síndrome pode ser mascarada quando se reinicia o tratamento, quando se aumenta a

dose ou quando há troca para outro antipsicótico. O tratamento deve ser descontinuado assim que possível.

Crises epilépticas

Como outros antipsicóticos, Orap

deve ser usado com cautela em pacientes com histórico de crises epilépticas e

outras condições que podem diminuir o limiar de crises epilépticas. Adicionalmente, crises epilépticas do tipo

grande mal foram relatadas em associação com Orap®

.

Sintomas extrapiramidais

Como todos neurolépticos, sintomas extrapiramidais podem ocorrer. Fármacos antiparkinsonianos do tipo

colinérgico podem ser prescritos se necessários, mas não devem ser prescritos rotineiramente como medida

preventiva.

Doenças hepáticas

9

Deve-se ter cautela em casos de doenças hepáticas porque a pimozida é metabolizada pelo fígado.

Tempo para resposta terapêutica - Condições para interrupção do tratamento

Na esquizofrenia, a resposta à terapêutica antipsicótica pode demorar um certo período de tempo. Quando se

suspende o antipsicótico, o reaparecimento dos sintomas pode tardar várias semanas ou mesmo meses.

Após a interrupção abrupta de medicamentos antipsicóticos em altas doses, têm sido descritos, em raras ocasiões,

quadros agudos de abstinência, com sintomas como náuseas, vômitos, insônia e sinais transitórios de discinesia.

Recomenda-se, portanto, que a interrupção do tratamento seja gradual.

Regulação da temperatura corpórea

Interrupção da habilidade do corpo em reduzir a temperatura foi atribuída a agentes antipsicóticos. É

recomendado cuidados especiais quando a pimozida é prescrita a pacientes que serão submetidos a condições que

contribuem para elevação da temperatura corpórea, por exemplo: exercícios vigorosos, exposição a altas

temperaturas, receber concomitantemente medicação com atividade anticolinérgica ou exposição à desidratação.

Pacientes com aumento da atividade psicomotora

Estudos clínicos com pimozida mostram ausência de eficácia ou um efeito apenas discreto em pacientes com

agitação, excitação e ansiedade grave.

Efeitos endócrinos

Efeitos hormonais de drogas antipsicóticas neurolépticas incluem: hiperprolactinemia que pode causar

galactorreia, ginecomastia, oligomenorreia ou amenorreia e disfunção erétil.

Efeitos na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas

pode reduzir a capacidade de atenção, principalmente no início do tratamento, redução essa que pode ser

potencializada pela ingestão de bebidas alcoólicas. Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou

operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas

Uso na gravidez (Categoria C) e lactação

Ainda não se estabeleceu a segurança da utilização da pimozida durante a gravidez. Assim, o medicamento não

deve ser administrado a gestantes, particularmente no primeiro trimestre de gestação, a menos que, na opinião do

médico responsável pelo tratamento, os benefícios esperados superem o risco potencial para o feto.

A pimozida é excretada pelo leite materno, não devendo ser empregada durante a lactação.

Dados em animais mostraram certa embriotoxicidade a doses em níveis similares aos níveis máximos em

humanos. Retardo no crescimento fetal e toxicidade fetal foram observadas nas doses em níveis próximos a 6

vezes ao nível máximo em humanos.

Recém-nascidos expostos a medicamentos antipsicóticos (incluindo pimozida) durante o terceiro trimestre de

gravidez correm o risco de apresentar sintomas extrapiramidais e/ou de retirada, que podem variar em gravidade

10

após o parto. Estes sintomas em recém-nascidos podem incluir agitação, hipertonia, hipotonia, tremor,

sonolência, dificuldade respiratória ou transtornos alimentares.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião

dentista.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

A pimozida é metabolizada principalmente via sistema enzimático da isoenzima 3A4 (CYP 3a4) do citocromo

P450 e mais discretamente via isoenzima 2D6. Dados in vitro indicam que especialmente inibidores potentes do

sistema de isoenzimas 3A4, tais como antimicóticos azólicos, inibidores da protease do HIV, antibióticos

macrolídeos e nefazodona, inibem o metabolismo da pimozida, resultando em níveis plasmáticos marcantemente

elevados da pimozida. Dados in vitro também indicaram que a quinidina diminui o metabolismo da pimozida

dependente da isoenzima 2D6. Níveis elevados de pimozida podem aumentar o risco de prolongamento do

intervalo QT. O uso concomitante de pimozida com medicamentos que sabidamente inibem o citocromo P450

CYP 3A4 ou CYP 2D6 é contraindicado.

Uso concomitante de pimozida com drogas conhecidas por prolongar o intervalo QT também é contraindicado.

Alguns exemplos incluem certos antiarrítmicos, como aqueles da classe IA (quinidina, disopiramida e

procainamida) e da classe III (amiodarona e sotalol), antidepressivos tricíclicos (amitriptilina), certos

antidepressivos tetracíclicos (maprotilina), certos medicamentos antipsicóticos (fenotiazinas e o sertindol), certos

anti-histamínicos (astemizol e terfenadina), cisaprida, bepridil, halofantrina e esparfloxacino. Esta lista é apenas

informativa e não se esgota por si.

Não administre pimozida em combinação com drogas que causam alteração eletrolítica.

Uso concomitante com diuréticos deve ser evitado, em particular os que causam hipocalemia.

Como o suco de “grapefruit” (pomelo ou toranja) é conhecido por inibir o metabolismo de drogas metabolizadas

pelo CYP3A4, o consumo concomitante do suco de grapefruit com Orap

deve ser evitado.

Um estudo in vivo com pimozida adicionada ao estado de equilíbrio da sertralina revelou um aumento de 40% na

AUC (área sob a curva) e Cmáx da pimozida.

Em um estudo in vivo da co-administração da pimozida com citalopram resultou num aumento médio nos valores

de QTc de aproximadamente 10 milisegundos. O citalopram não alterou a AUC e a Cmáx da pimozida.

Um estudo in vivo da co-administração de pimozida (dose única de 2 mg) e paroxetina (60 mg diários) foi

associado com um aumento médio de 151% na AUC da pimozida e 62% no Cmáx da pimozida.

Como o CYP1A2 também pode colaborar para o metabolismo de Orap

, ao prescrever, o médico deve estar

atento ao potencial teórico de interação medicamentosa com inibidores deste sistema enzimático.

pode, de um modo dose-relacionado, diminuir o efeito antiparkinsoniano da levodopa.

CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conservar Orap®

em temperatura ambiente (entre 15ºC e 30ºC).

Este medicamento tem validade de 36 meses a partir da data de sua fabricação.

11

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Aspecto físico

Os comprimidos de Orap®

1 mg possuem coloração alaranjada e são circulares.

4 mg possuem coloração verde e são circulares.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

POSOLOGIA E MODO DE USAR

Indica-se uma dose diária, pela manhã, para todos os pacientes. Uma vez que a resposta individual aos agentes

antipsicóticos é variável, a dose ideal deve ser estabelecida para cada paciente, por meio de supervisão clínica

rigorosa e ajustes posológicos necessários.

Adultos

A dose inicialmente recomendada para pacientes com esquizofrenia crônica é de 2 a 4 mg por dia, com aumentos

semanais de 2 a 4 mg, até que se obtenha um efeito terapêutico considerado satisfatório ou que apareçam reações

adversas importantes. A dose média de manutenção situa-se em torno de 6 mg diários, variando entre 2 e 12 mg

por dia. A dose máxima permitida é de 20 mg. Os pacientes devem ser encaminhados regularmente, para que o

médico se certifique de que a dose eficaz mínima está sendo utilizada.

Pacientes idosos

A dose de manutenção é a mesma que para os adultos, contudo recomenda-se começar com metade da dose

inicial proposta para os adultos.

Crianças

A dose recomendada é a metade da utilizada em adultos. A experiência de uso em crianças abaixo de 3 anos é

muito limitada.

REAÇÕES ADVERSAS

Dados de estudos clínicos

Dados de estudos duplo-cegos placebo controlados - Reações Adversas ao Medicamento relatadas com

incidência ≥2%

A segurança de Orap

foi avaliada em 299 indivíduos que participaram de 7 estudos clínicos duplo-cegos

controlados com placebo. A informação desta seção é proveniente de dados agrupados. A população específica de

12

pacientes nestes diferentes estudos consiste de pacientes com esquizofrenia, pacientes com psicose “borderline”

ou com distúrbios do comportamento.

As Reações Adversas ao Medicamento (RAMs) relatadas por ≥2% dos indivíduos tratados com Orap

nestes

estudos clínicos estão demonstradas na Tabela 1.

13

Tabela 1. Reações Adversas ao Medicamento relatadas por 2% dos indivíduos tratados com Orap

em

7 estudos clínicos duplo-cegos, controlados com placebo

Sistemas/Classe de órgão

Termos usual

(n=165)

%

Placebo

(n=134)

Distúrbio do metabolismo e da nutrição

Anorexia 6 1

Distúrbios psiquiátricos

Insônia 7 2

Distúrbios do sistema nervoso

Vertigem 11 6

Sonolência 11 7

Cefaleia 7 4

Tremor 4 1

Letargia 3 1

Distúrbios oculares

Visão embaçada 2 0

Distúrbios gastrintestinais

Constipação 7 1

Boca seca 5 2

Vômito 3 1

Distúrbios da pele e do tecido subcutâneo

Hiperhidrose 13 7

Hipertividade das glândulas sebáceas 3 1

Distúrbios renais e urinários

Noctúria 12 6

Polaciúria 7 2

Distúrbios no sistema reprodutor e

mamas

Disfunção erétil 2 1

Distúrbios gerais e condição do local de

administração

Prostração 2 1

Dados controlados com comparador ativo - Reações Adversas ao Medicamento relatadas com incidência

2%

A segurança de Orap

foi avaliada em 303 pacientes que participaram em 11 estudos duplo-cegos com

comparadores ativos. A informação presente nesta seção é proveniente de dados agrupados. A população

14

específica de pacientes nestes diferentes estudos consiste de pacientes com esquizofrenia ou pacientes com outras

psicoses.

As Reações Adversas a Medicamentos (RAMs) relatadas por 2% dos indivíduos tratados com Orap

estudos clínicos e não listadas na Tabela 1 estão listadas na Tabela 2.

Tabela 2. Reações Adversas ao Medicamento relatadas por 2% dos indivíduos tratados com

em 11 estudos clínicos (Estudos duplo-cegos controlados com comparador ativo)

Sistemas

(n=303)

Depressão 2

Agitação 2

Inquietação 2

Distúrbios extrapiramidais 9

Acatisia 3

Hipersecreção salivar 7

Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido

conectivo

Rigidez muscular 9

Dados de estudos controlados com placebo e comparador ativo - Reações Adversas ao Medicamento

relatadas com incidência <2%.

As reações adversas adicionais que ocorreram em <2% dos indivíduos tratados com Orap

em ambos os estudos

clínicos acima estão listadas na Tabela 3.

Tabela 3. Reações Adversas ao Medicamento relatadas por <2% dos indivíduos

tratados com Orap

em estudos duplo-cegos controlados com placebo ou comparador

15

Bradicinesia

Rigidez de roda denteada

Discinesia

Distonia

Disartria

Crise oculógira

Distúrbios musculoesqueléticos ou do tecido subcutâneo

Espasmos musculares

Distúrbios do sistema reprodutor e mamas

Amenorreia

Distúrbios gerais e condições do local de aplicação

Edema de face

Dados pós-comercialização

Eventos adversos inicialmente identificados como RAMs durante o período de pós-comercialização com Orap

estão apresentados a seguir.

Reação muito rara (< 1/10.000), incluindo relatos isolados:

Distúrbios endócrinos: hiperglicemia (em pacientes com diabetes pré-existente), hiperprolactinemia, aumento da

prolactina sanguínea;

Distúrbios do metabolismo e da nutrição: hiponatremia;

Distúrbios psiquiátricos: diminuição da libido;

Distúrbios do sistema nervoso: síndrome neuroléptica maligna, convulsão do tipo grande mal, discinesia tardia;

Distúrbios cardíacos: “Torsade de Pointes”, fibrilação ventricular, taquicardia ventricular;

Distúrbios da pele e tecido subcutâneo: urticária, prurido, erupção cutânea;

Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido conectivo: rigidez da nuca;

Distúrbios renais e urinários: glicosúria;

Distúrbios do sistema reprodutor e mamas: galactorreia, ginecomastia;

Distúrbios gerais e condições do local de administração: hipotermia;

Investigações: prolongamento do intervalo QT do eletrocardiograma, anormalidades no encefalograma, aumento

de peso.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,

disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou

Municipal.

SUPERDOSE

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Sintomas

De modo geral, os sintomas e sinais da superdose com Orap

constituem-se em efeitos exagerados de suas

conhecidas ações farmacológicas, sendo mais evidentes as reações extrapiramidais. Deve também ser levado em

consideração o risco de arritmias cardíacas, possivelmente associadas com prolongamento do intervalo QT e

arritmia ventricular incluindo Torsade de Pointes. Que caso sejam importantes, podem acompanhar-se de

hipotensão e choque.

Tratamento

Não há antídoto específico para a pimozida. Recomenda-se lavagem gástrica e manutenção da permeabilidade

das vias aéreas, inclusive com ventilação assistida, se necessário. A monitorização eletrocardiográfica deve ser

feita enquanto existir risco de prolongamento do intervalo QT e arritmia ventricular incluindo Torsade de Pointes

após a suspeita diagnóstica, persistindo até que o traçado retorne a níveis normais. Arritmias graves devem ser

tratadas com antiarrítmicos apropriados. A hipotensão e eventualmente choque devem ser controlados por

medidas corretivas gerais, tais como a administração de líquidos por via intravenosa, plasma ou albumina, ou de

vasoconstritores, como dopamina ou dobutamina. Quando estiverem presentes sintomas extrapiramidais intensos,

deve-se administrar terapia antiparkinsoniana.

Em virtude da longa meia-vida da pimozida, os pacientes que ingerirem uma superdose devem permanecer em

observação durante 4 dias

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.