Bula do Orgalutran produzido pelo laboratorio Schering-Plough Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
ORGALUTRAN®
(acetato de ganirrelix)
Orgalutran (acetato de ganirrelix)_Bula_Profissional 0
Schering-Plough Indústria Farmacêutica Ltda.
Solução injetável
0,25 mg/0,5 mL
Orgalutran (acetato de ganirrelix)_Bula_Profissional 1
acetato de ganirrelix
APRESENTAÇÕES
Solução injetável de
- 0,25 mg em embalagem com 1 seringa preenchida descartável contendo 0,5 mL de solução.
USO SUBCUTÂNEO
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
0,25 mg/0,5 mL:
Cada seringa (0,5 mL) contém 0,25 mg de acetato de ganirrelix (calculado como base livre).
Excipientes: manitol, ácido acético e hidróxido de sódio (para ajuste de pH) e água para injeção.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Prevenção do aumento prematuro de hormônio luteinizante em mulheres submetidas à hiperestimulação ovariana em técnicas de
reprodução assistida.
Em estudos clínicos, ORGALUTRAN®
foi utilizado com hormônio folículo estimulante recombinante (FSHrec).
Após a administração de doses múltiplas de 0,25 mg de ORGALUTRAN®
à voluntárias, as concentrações séricas de hormônio
luteinizante (LH), hormônio folículo estimulante (FSH) e estradiol (E2) apresentaram redução máxima de 74%, 32% e 25% após 4,
16 e 16 horas da injeção, respectivamente. Os níveis séricos hormonais retornaram aos valores de pré-tratamento dentro de dois dias
após a última injeção.
Em pacientes submetidas à estimulação ovariana controlada, a duração média do tratamento com ORGALUTRAN®
foi de 5 dias.
Durante o tratamento com ORGALUTRAN®
, a incidência média de aumentos de LH (> 10 UI/L) com aumento concomitante de
progesterona (> 1 ng/mL) foi de 1,2% comparada a 0,8% durante tratamento com agonista GnRH. Ocorreram aumentos precoces de
LH, antes do início de ORGALUTRAN®
no 6º dia da estimulação, especialmente em pacientes que apresentaram resposta elevada.
Esses aumentos não afetaram o resultado clínico. Nessas pacientes, a produção de LH foi rapidamente suprimida após a primeira
administração de ORGALUTRAN®
.
Em estudos controlados com ORGALUTRAN®
, utilizando um protocolo longo de agonista GnRH como referência, o tratamento
com o regime de ORGALUTRAN®
resultou em um crescimento folicular mais rápido durante os primeiros dias da estimulação, mas
o coorte final de crescimento de folículos foi ligeiramente menor e produziu, em média, menos estradiol. Esse padrão diferente de
crescimento folicular requer que os ajustes de dose de FSH sejam baseados no número e tamanho dos folículos em crescimento, ao
invés da quantidade de estradiol circulante.
Referências bibliográficas:
- Oberye J.J.L., Mannaerts B.M.J.L., Huisman J.A.M., Timmer C.J. Pharmacokinetic and pharmacodynamic characteristics of
ganirelix (Antagon/Orgalutran). Part II. Dose-proportionality and gonadotropin suppression after multiple doses of ganirelix in
healthy female volunteers. Fertil Sterl; 1999:1006-12.
- The European Orgalutran
Study Group. Treatment with gonadotrophin-releasing hormone antagonist ganirelix in women
undergoing ovarian stimulation with recombinant follicle stimulating hormone is effective, safe and convenient: results of a
controlled, randomized, multicentre trial. Hum. Reprod.; 2000: 1490-8.
- Kilani Z., Dakkak A., Shaban M., Ghunaim S. P-047. The efficacy of the gonadotrophin releasing hormone antagonist Orgalutran
(ganirelix) in women undergoing ovarian stimulation for intracytoplasmic sperm injection, using triptorelin in a long protocol as a
reference treatment. Hum. Reprod. 1999; 14 (Abstr Book 1): 163-4.
- Obruca A., Fischl F., Huber J. The efficacy of the gonadotrophin releasing hormone antagonist Orgalutran (ganirelix) in women
undergoing ovarian stimulation for in-vitro fertilization or intracytoplasmic sperm injection. Hum. Reprod. 1999; 14 (Abstr Book 1):
266.
- North American ganirelix Study Group. Results of a prospective, randomized, multicentre study of a gonadotrophin releasing
hormone (GnRH) antagonist-Org 37462 (ganirelix acetate) treatment in women undergoing controlled ovarian hyperstimulation
(COH). Fertil Steril 1999; 72 (Suppl 1): S11.
Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: antagonista do hormônio liberador de gonadotrofina; código ATC: H01CC01.
ORGALUTRAN®
é um antagonista do GnRH que modula o eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal ligando-se competitivamente
aos receptores de GnRH na hipófise. Como resultado, ocorre uma supressão rápida, profunda e reversível das gonadotrofinas
endógenas, sem estimulação inicial, como a induzida pelos agonistas GnRH.
Propriedades farmacocinéticas
Após a administração subcutânea de uma dose única de 0,25 mg, os níveis séricos de ganirrelix aumentaram rapidamente e
atingiram níveis de pico (Cmax) de aproximadamente 15 ng/mL dentro de 1 a 2 horas (tmax). A meia-vida de eliminação (t½) é de
aproximadamente 13 horas e a depuração é de aproximadamente 2,4 L/h. A excreção ocorre pelas fezes (aproximadamente 75%) e
pela urina (aproximadamente 22%). A biodisponibilidade de ORGALUTRAN®
após a administração subcutânea é de
aproximadamente 91%.
Os parâmetros farmacocinéticos após doses múltiplas subcutâneas de ORGALUTRAN®
(uma injeção diária) foram similares
àqueles após uma única dose subcutânea. Após doses repetidas de 0,25 mg/dia, foram atingidos níveis de estado de equilíbrio de
aproximadamente 0,6 ng/mL dentro de 2 a 3 dias.
A análise farmacocinética indica uma relação inversa entre o peso corpóreo e as concentrações séricas de ORGALUTRAN®
.
(acetato de ganirrelix)
Orgalutran (acetato de ganirrelix)_Bula_Profissional 2
Perfil metabólico: o principal componente circulante no plasma é ganirrelix, que é também o principal composto encontrado na
urina. As fezes contêm apenas metabólitos, que são pequenos fragmentos peptídicos formados por hidrólise enzimática de ganirrelix
em locais restritos. O perfil metabólico de ORGALUTRAN®
em humanos foi similar ao encontrado em animais.
Dados de segurança pré-clínicos
Os dados pré-clínicos não mostram nenhum risco especial para humanos, tendo por base a segurança farmacológica, a toxicidade e a
genotoxicidade de doses repetidas.
Estudos sobre reprodução realizados com ganirrelix em doses subcutâneas de 0,1 a 10 mcg/kg/dia em ratos e de 0,1 a 50 mcg/kg/dia
em coelhos, mostraram aumento na reabsorção da ninhada nos grupos de doses mais altas. Não foram observados efeitos
teratogênicos.
Este medicamento é contraindicado para uso por mulheres com:
- hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes.
- hipersensibilidade ao hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) ou a qualquer outro análogo do GnRH.
- comprometimento grave ou moderado da função renal ou hepática.
Este medicamento é contraindicado para uso por mulheres durante a gravidez ou lactação.
Até o momento não há dados sobre a exposição de pacientes grávidas a ganirrelix. Em animais, a exposição ao ganirrelix no
momento da implantação resultou na reabsorção da ninhada (ver item “3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS - Dados de
segurança pré-clínicos”). Não se conhece a relevância desses dados para humanos.
Não há dados sobre a excreção de ganirrelix no leite materno.
Deve-se ter cuidado especial em mulheres com sinais e sintomas de condições alérgicas ativas. Casos de reações de
hipersensibilidade até mesmo após à primeira dose, foram relatados durante a vigilância pós-comercialização (ver item “9.
REAÇÕES ADVERSAS”). Na ausência de experiência clínica, não se recomenda o tratamento com ORGALUTRAN®
em mulheres
com condições alérgicas graves.
O protetor da agulha desse medicamento contém látex natural, que pode causar reação alérgica (ver item “7. CUIDADOS DE
ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO”).
Durante ou após a estimulação ovariana pode ocorrer síndrome de hiperestimulação ovariana, que deve ser considerada um risco
intrínseco da estimulação gonadotrófica. Seu tratamento deve ser sintomático, por ex., com repouso, infusão intravenosa de soluções
eletrolíticas ou coloides e heparina.
Uma vez que que as mulheres inférteis que se submetem à reprodução assistida, particularmente à fertilização in vitro,
frequentemente apresentam anomalias tubárias, a incidência de gestações ectópicas pode ser aumentada. É importante a confirmação
precoce, por ultrassonografia, de que a gestação é intrauterina.
A incidência de má formações congênitas após o uso de técnicas de reprodução assistida pode ser ligeiramente maior do que após
concepção espontânea. Acredita-se que esse pequeno aumento da incidência esteja relacionado a diferenças de características dos
pais (por ex., idade materna, características do esperma) e à maior incidência de gestações múltiplas após técnica de reprodução
assistida. Não há indícios de que o uso de antagonistas de GnRH durante as técnicas de reprodução assistida esteja associado a um
aumento do risco de má formações congênitas. Nos estudos clínicos, as pesquisas envolvendo mais de 1000 recém-nascidos
demonstraram que a incidência de má formações congênitas em crianças que nasceram após tratamento de hiperestimulação
ovariana controlada utilizando ORGALUTRAN®
é comparável àquela relatada após o emprego de um agonista de GnRH.
A segurança e a eficácia de ORGALUTRAN®
não foram estabelecidas em mulheres com peso inferior a 50 kg ou superior a 90 kg.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
ORGALUTRAN
®
é medicamento de uso adulto, não sendo indicado para uso pediátrico ou geriátrico.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir e utilizar máquinas
Não foi estudado o efeito de ORGALUTRAN®
Não foram investigadas interações de ORGALUTRAN®
com outros medicamentos, por isso não podem ser excluídas interações
com medicamentos utilizados rotineiramente.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz.
O prazo de validade do medicamento é de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
ORGALUTRAN®
é uma solução aquosa clara e incolor.
A seringa preenchida é descartável e contém 0,5 mL de solução aquosa estéril pronta para uso, fechada por um êmbolo de borracha
que não contém látex. Cada seringa apresenta uma agulha afixada, cujo protetor é feito de látex de borracha natural (ver item "5.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES").
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
ORGALUTRAN®
deve ser prescrito somente por um especialista no tratamento de infertilidade.
Posologia
(acetato de ganirrelix)
Orgalutran (acetato de ganirrelix)_Bula_Profissional 3
é utilizado na prevenção do aumento prematuro de hormônio luteinizante em mulheres submetidas à
hiperestimulação ovariana controlada. A hiperestimulação ovariana controlada com FSH pode começar no 2º ou 3º dia da
menstruação. ORGALUTRAN®
(0,25 mg) deve ser injetado por via subcutânea uma vez ao dia, iniciando em geral no 6º dia da
administração de FSH. Em pacientes que apresentam resposta acentuada, uma elevação precoce de LH pode ser prevenida
iniciando-se o tratamento com ORGALUTRAN®
no 5º dia. O início da administração de ORGALUTRAN®
deve ser retardado na
ausência de crescimento folicular.
e FSH devem ser administrados aproximadamente ao mesmo tempo. Entretanto, as preparações não devem ser
misturadas e devem ser utilizados locais de injeção diferentes.
Os ajustes de dose de FSH devem se basear no número e tamanho dos folículos em crescimento ao invés da quantidade circulante de
estradiol (ver item “3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS – Propriedades Farmacodinâmicas”). O tratamento diário com
deve ser continuado até o dia em que estiverem presentes folículos suficientes de tamanho adequado. A
maturação final dos folículos pode ser induzida pela administração de gonadotrofina coriônica humana (hCG). Devido ao tempo de
meia-vida do ganirrelix, o tempo entre duas injeções de ORGALUTRAN®
, bem como o tempo entre a última injeção de
e a injeção de hCG não deve exceder 30 horas, caso contrário, pode ocorrer um pico prematuro de LH. Dessa
forma, quando ORGALUTRAN®
for injetado pela manhã, o tratamento deve ser continuado durante o período de tratamento
com gonadotrofina, incluindo o dia do desencadeamento da ovulação. Quando ORGALUTRAN®
for injetado à tarde, a última
injeção deve ser administrada na tarde anterior ao dia da ovulação.
mostrou-se seguro e eficaz em pacientes submetidas a ciclos de tratamento múltiplo.
Deve ser dado suporte na fase lútea de acordo com a prática do centro médico de reprodução assistida.
Método de administração
deve ser administrado por via subcutânea, preferivelmente na parte superior da perna. A solução deve ser
inspecionada antes do uso. Não utilizar se a solução contiver partículas ou estiver turva. O local da injeção deve variar para prevenir
lipoatrofia. A própria paciente ou seu parceiro podem aplicar ORGALUTRAN®
, desde que adequadamente instruídos por um
especialista no tratamento de infertilidade e tenham acesso a aconselhamento médico. A seringa é descartável e qualquer porção não
utilizada da solução deve ser descartada de acordo com normas apropriadas.
Incompatibilidades: Na ausência de estudos de incompatibilidade, esse produto não deve ser misturado com outros medicamentos.
Distúrbios gerais e condições no local de administração
ORGALUTRAN®
pode causar uma reação local na pele no local da injeção (predominantemente vermelhidão, com ou sem edema).
Em estudos clínicos, uma hora após a injeção, a incidência de pelo menos uma reação local de pele moderada ou grave por ciclo de
tratamento, como relatado pelas pacientes, foi de 12% nas tratadas com ORGALUTRAN®
e de 25% nas tratadas com um agonista
GnRH por via subcutânea. As reações locais geralmente desaparecem dentro de 4 horas após a administração. Mal-estar foi relatado
por 0,3% das pacientes.
Distúrbios do sistema imune
Muito raramente foram relatados na pós-comercialização, casos de reações de hipersensibilidade (incluindo vários sintomas como
exantema, edema de face e dispneia), até mesmo após a primeira dose, entre pacientes que receberam ORGALUTRAN®
.
Distúrbios do sistema nervoso
Cefaleia (0,4%).
Distúrbios gastrintestinais
Náusea (0,5%).
Outros efeitos indesejáveis são relacionados ao tratamento de hiperestimulação ovariana controlada em técnicas de reprodução
assistida, notadamente dor pélvica, distensão abdominal, síndrome de hiperestimulação ovariana, gestação ectópica e aborto
espontâneo (ver item “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.