Bula do Ovidrel produzido pelo laboratorio Merck S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
OVIDREL®
alfacoriogonadotropina
Merck S/A
Solução injetável em canetas aplicadoras
250 mcg/0,5 ml
gonadotropina coriônica humana recombinante (r-hCG)
Apresentação
Solução injetável em caneta aplicadora preenchida. Embalagem com uma caneta preenchida e
uma agulha para injeção. Cada caneta preenchida contém 250 microgramas de
alfacoriogonadotropina* em 0,5 mL de solução (o que equivale a aproximadamente, 6.500 UI
de hCG).
*gonadotropina coriônica humana recombinante, r-hCG, produzida por tecnologia de DNA
recombinante em células de ovário de hamster chinês (CHO).
USO SUBCUTÂNEO
USO ADULTO
Composição
Cada caneta aplicadora preenchida contém:
alfacoriogonadotropina .................................................. 250 mcg
poloxamer 188 ………………………………………... 0,05 mg
manitol ........................................................................... 27,3 mg
metionina ....................................................................... 0,1 mg
fosfato de sódio dibásico di-hidratado .......................... 0,56 mg
fosfato de sódio monobásico monoidratado .................. 0,23 mg
ácido fosfórico 85% ………………………………...... q.s. ajuste pH
hidróxido de sódio ......................................................... q.s. ajuste pH
água para injeção ........................................................... q.s. 0,5 mL
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Ovidrel®
está indicado no tratamento de:
Mulheres adultas submetidas a uma superovulação prévia à realização de técnicas de
reprodução assistida (ART), tais como fertilização in vitro (FIV): Ovidrel®
é administrado
para induzir a maturação folicular final e a luteinização, após a estimulação do
desenvolvimento folicular.
Mulheres adultas anovulatórias ou oligo-ovulatórias: Ovidrel®
é administrado para induzir
a ovulação e a luteinização em mulheres anovulatórias ou oligo-ovulatórias, após a
estimulação do desenvolvimento folicular.
Dados de segurança pré-clínica
Os dados não clínicos não revelam riscos especiais para o ser humano, segundo estudos
convencionais de farmacologia de segurança, toxicidade de dose repetida e genotoxicidade.
Não foram efetuados estudos sobre o potencial carcinogênico. Tal fato justifica-se pela
natureza proteica da substância ativa e o resultado negativo dos estudos de genotoxicidade.
Não foram efetuados estudos de reprodução em animais.
Eficácia e segurança clínicas
Em ensaios clínicos comparativos, a administração de uma dose de 250 mcg de Ovidrel®
foi
tão eficaz como 5.000 UI e 10.000 UI de hCG urinária na indução da maturação folicular final
e da luteinização precoce em técnicas de reprodução assistida, e tão eficaz como 5.000 UI de
hCG urinária na indução da ovulação. Até agora, não existem sinais de desenvolvimento de
anticorpos ao Ovidrel®
no homem. A exposição repetida ao Ovidrel®
foi apenas estudada em
homens. A investigação clínica em mulheres para a indicação de ART e anovulação foi
limitada a um ciclo de tratamento.
Farmacodinâmica
Mecanismo de ação: Ovidrel®
é um medicamento à base de alfacoriogonadotropina produzida
pela tecnologia do DNA recombinante. Contém a mesma sequência de aminoácidos da hCG
urinária. A gonadotrofina coriônica liga-se nas células da teca (e da granulosa) ovarianas a um
receptor transmembranoso compartilhado com o hormônio luteinizante, o receptor humano
LH/CG.
Efeitos farmacodinâmicos: a principal atividade farmacodinâmica na mulher consiste no
início da meiose ovocitária, ruptura folicular (ovulação), formação do corpo lúteo e respectiva
produção de progesterona e estradiol. Na mulher, a gonadotrofina coriônica atua como um
substituto do pico do hormônio luteinizante que induz a ovulação. Ovidrel®
é utilizado para
induzir a maturação folicular final e a luteinização precoce após a utilização de medicamentos
destinados à estimulação do crescimento folicular.
Farmacocinética
Após administração intravenosa, a alfacoriogonadotropina é distribuída no espaço extracelular
com uma meia-vida de distribuição de cerca de 4,5 horas. O volume de distribuição em estado
estacionário e a depuração total são de 6 e 0,3 l/h, respectivamente. Não há indicações de que
a alfacoriogonadotropina seja metabolizada e excretada de modo diferente da hCG urinária.
Após administração subcutânea, a alfacoriogonadotropina apresenta uma meia-vida terminal
de eliminação de cerca de 30 horas, e uma biodisponibilidade absoluta de cerca de 40%. Um
estudo comparativo entre a formulação de liofilizado e a formulação líquida demonstrou
existir bioequivalência entre as duas formulações.
Hipersensibilidade à alfacoriogonadotropina ou a qualquer um dos excipientes de
Ovidrel®
Tumores do hipotálamo ou da hipófise
Hipertrofia do ovário ou cistos ovarianos de etiologia desconhecida
Hemorragias ginecológicas de etiologia desconhecida
Câncer do ovário, do útero ou da mama
Gravidez extrauterina nos três meses anteriores
Alterações tromboembólicas ativas
Falência ovariana primária
Malformações dos órgãos sexuais incompatíveis com a gravidez
Tumores fibroides do útero incompatíveis com a gravidez
Mulheres na pós-menopausa
Antes do início do tratamento, deve ser avaliada a infertilidade do casal e estudadas as
possíveis contraindicações de uma gravidez. Em particular, as mulheres devem ser
examinadas relativamente a hipotiroidismo, insuficiência da suprarrenal, hiperprolactinemia e
tumores do hipotálamo ou hipófise, devendo ser instituído um tratamento específico, se
apropriado. Não existe experiência clínica com Ovidrel®
no tratamento de outras condições
(tais como insuficiência do corpo lúteo ou condições masculinas); portanto, Ovidrel®
não é
indicado nestas condições.
Síndrome de hiperestimulação ovariana (OHSS)
Mulheres submetidas a estimulação ovariana possuem um risco aumentado de apresentação
de OHSS devido ao desenvolvimento folicular múltiplo. A OHSS pode levar a um quadro
clínico grave, caracterizado por cistos ovarianos de grandes dimensões, os quais podem sofrer
ruptura, aumento de peso, dispneia, oligúria ou a presença de ascite num contexto clínico de
disfunção circulatória. Uma OHSS grave pode complicar-se em casos raros devido a
hemoperitoneu, insuficiência pulmonar aguda, torção do ovário e tromboembolismo. A fim de
minimizar o risco de OHSS ou de gravidez múltipla, devem ser efetuadas avaliações por
ultrassom do desenvolvimento folicular e/ou a determinação dos níveis de estradiol sérico
antes do tratamento e em intervalos regulares durante o mesmo, a fim de identificar
precocemente fatores de risco. Na presença de anovulação, o risco da OHSS é aumentado se o
nível de estradiol sérico > 1.500 pg/ml (5.400 pmol/l) e pela existência de mais de 3 folículos
com diâmetro de 14 mm ou superior. Nas técnicas de reprodução assistida, existe um risco
aumentado de OHSS se o nível de estradiol sérico > 3.000 pg/ml (11.000 pmol/l) e se forem
observados 18 ou mais folículos com diâmetro de 11 mm ou superior. Pode evitar-se a OHSS
por resposta ovariana excessiva suspendendo-se a administração de hCG. Assim, se surgirem
sinais de uma hiperestimulação ovariana, como um nível de estradiol sérico > 5.500 pg/ml
(20.000 pmol/l) e/ou quando existam 30 ou mais folículos no total, recomenda-se a suspensão
da administração de hCG e aconselha-se a paciente a abster-se de ter relações sexuais durante
pelo menos quatro dias ou a utilizar um método contraceptivo de barreira durante o mesmo
período de tempo.
Gravidez múltipla
A incidência de gravidez e nascimentos múltiplos (na sua maioria gêmeos) em mulheres
submetidas a indução da ovulação é superior em comparação com a concepção natural. O
risco de gravidez múltipla, após técnica de reprodução assistida está relacionado com o
número de embriões transferidos. A adesão à dose de Ovidrel®
recomendada e ao esquema de
administração, além de uma cuidadosa monitorização da resposta ovariana à terapêutica,
minimizam o risco de OHSS e de gravidez múltipla. Quando é provável o risco de gravidez
múltipla ou de OHSS, a interrupção do tratamento deve ser considerada.
Aborto espontâneo
A taxa de aborto, tanto em pacientes anovulatórias como em mulheres submetidas a técnicas
de reprodução assistida, é superior à que se verifica na população normal, porém comparável
às taxas observadas em mulheres com outros problemas de fertilidade.
Gravidez ectópica
Como as mulheres inférteis submetidas a técnicas de reprodução assistida (ART) e,
especialmente, a fertilização in vitro (FIV) têm muitas vezes anomalias tubárias, a incidência
de gravidez ectópica pode aumentar. É importante obter-se a confirmação precoce por
ultrassom de que se trata uma gravidez intrauterina e excluir a possibilidade de gravidez
extrauterina.
Malformações congênitas
A incidência de malformações congênitas após a utilização de ART pode ser ligeiramente
superior do que aquela que ocorre após concepções espontâneas. Pensa-se que isso possa se
dever a diferenças nas características dos pais (por exemplo, idade materna, características
dos espermatozoides) e à incidência mais elevada de gravidez múltipla.
Eventos tromboembólicos
Em mulheres com doença tromboembólica recente ou ativa ou mulheres com fatores de risco
de eventos tromboembólicos geralmente reconhecidos, tais como antecedentes pessoais ou
familiares, o tratamento com gonadotrofinas pode aumentar mais o risco de agravamento ou
de ocorrência de tais eventos. Nestas mulheres, os benefícios da administração de
gonadotrofinas devem ser ponderados em função dos riscos. Contudo, salienta-se que a
própria gravidez, assim como a OHSS, também acarreta um risco aumentado de ocorrência de
eventos tromboembólicos, tais como embolia pulmonar, trombose isquêmica ou infarto do
miocárdio.
Interferência com análises séricas ou urinárias
Após a administração, Ovidrel®
pode interferir em até dez dias na determinação imunológica
da hCG sérica ou urinária, levando a falsos resultados positivos nos testes de gravidez. As
pacientes devem ser advertidas para este fato.
Outras informações
Durante tratamento com Ovidrel®
é possível ocorrer uma ligeira estimulação da tiroide,
desconhecendo-se a sua relevância clínica. Este medicamento contém menos do que 1 mmol
(23 mg) de sódio por dose, ou seja, é praticamente isento de sódio.
Gravidez e lactação
Gravidez
Não há indicação de utilização de Ovidrel®
durante a gravidez. Não existem dados clínicos
sobre as gestações expostas ao medicamento. Não foram efetuados estudos de reprodução
com a alfacoriogonadotropina em animais. Desconhece-se o risco potencial no ser humano.
Categoria de risco C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas
sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Lactação
Ovidrel®
não é indicado durante a amamentação. Não existem dados sobre a excreção da
alfacoriogonadotropina no leite.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e utilizar máquinas
Os efeitos de Ovidrel®
sobre a capacidade de dirigir e utilizar máquinas são presumivelmente
Não foram realizados estudos específicos de interações com Ovidrel®
e outros medicamentos;
no entanto, não foram relatadas interações medicamentosas clinicamente significativas
durante tratamento com hCG.
Ovidrel®
250 mcg/0,5 mL – solução injetável em seringa pronta para uso – deve ser
conservado sob refrigeração (2°C a 8°C). Mantenha o medicamento em sua embalagem
original.
Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da data de sua fabricação.
A seringa com solução injetável pode ser armazenada a uma temperatura de 25°C ou inferior
por, no máximo, 30 dias sem refrigeração. Caso o medicamento não seja usado dentro de 30
dias, a solução deverá ser descartada. Mantido nas condições mencionadas acima, Ovidrel®
é
estável por 24 meses.
se apresenta como uma seringa preenchida contendo líquido límpido para injeção,
incolor a ligeiramente amarelado. Cada seringa contém 0,5 ml de solução. Não use Ovidrel®
se detectar quaisquer sinais de deterioração, se o líquido contiver partículas ou se não estiver
límpido.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
O tratamento com Ovidrel®
deve ser efetuado sob a supervisão médica com experiência no
tratamento de problemas de fertilidade. Ovidrel®
destina-se a administração subcutânea.
Posologia
Mulheres submetidas a uma superovulação prévia à realização de técnicas de reprodução
assistida, tais como fertilização in vitro (FIV):
O conteúdo de uma seringa preenchida de Ovidrel®
(250 microgramas) é administrado 24 a
48 horas após a última administração de uma preparação contendo FSH, isto é, quando se
alcança uma estimulação ótima do desenvolvimento folicular.
Mulheres anovulatórias ou oligo-ovulatórias:
48 horas depois de se ter alcançado uma estimulação ótima do desenvolvimento folicular.
Recomenda-se que a paciente tenha relações sexuais no dia da administração de Ovidrel®
e no
dia seguinte.
INSTRUÇÕES DE USO
Exclusivamente para uso subcutâneo. A autoadministração de Ovidrel®
somente deve ser
realizada por pacientes que foram adequadamente treinados e que tenham acesso à orientação
especializada.
Cada seringa preenchida destina-se a apenas uma única aplicação. Administrar somente se a
solução se mostrar límpida e sem partículas.
Leia atentamente as instruções seguintes, caso tenha a intenção de autoaplicar Ovidrel®
:
1. Lavar bem as mãos. É importante que suas mãos e os itens a serem utilizados estejam bem
limpos.
2. Reunir todo o material necessário. Observar que a embalagem não
contém a gaze para efetuar assepsia com álcool. Em uma superfície
limpa, arrume os materiais necessários: duas gazes umedecidas em
álcool e a seringa preenchida
3. Injeção: Injetar a solução imediatamente: Seu médico ou enfermeira
deve orientá-lo onde aplicar (por exemplo, barriga, frente da coxa).
Fazer a higiene com uma gaze umedecida em álcool na região em que
será feita a aplicação.
4. Apertar firmemente a pele entre o dedo indicador e polegar e inserir a
agulha na pele num ângulo de 45° a 90° em um movimento rápido e
firme, como o lançamento de um dardo. Injetar o medicamento sob a
pele, conforme ensinado. Não injetar diretamente na veia. Injetar a
solução, empurrando cuidadosamente o êmbolo da seringa. Não tenha
pressa para injetar toda a solução. Retirar, então, a agulha e limpar o
local da injeção com uma gaze umedecida em álcool, em movimentos
circulares suaves.
5. Descartar todos os itens utilizados: Depois de terminada a injeção,
jogar fora a seringa em um recipiente específico para material
cortante. Qualquer quantidade de solução não utilizada deve ser
descartada.
Populações especiais
Insuficiência renal ou hepática
A segurança, eficácia e a farmacocinética de Ovidrel®
em pacientes com insuficiência renal
ou hepática não foram ainda estabelecidas.
Uso pediátrico
Não existe utilização relevante de Ovidrel®
na população pediátrica.
Ovidrel®
é utilizado para induzir a maturação folicular final e a luteinização para ART, e para
alcançar a ovulação na indução da ovulação (OI) após o uso de medicamentos para a
estimulação do crescimento folicular. Neste contexto, é difícil atribuir efeitos indesejáveis
para quaisquer dos produtos utilizados.
Perfil de segurança
Em ensaios clínicos comparativos com doses diferentes de Ovidrel®
, verificou-se que as
seguintes reações adversas estavam associadas ao Ovidrel®
em uma relação dose-dependente:
OHSS, vômitos e náuseas. A OHSS foi observada em aproximadamente 4% das pacientes
tratadas com Ovidrel®
. A OHSS grave foi relatada em menos de 0,5% das pacientes.
Relação das reações adversas
As seguintes definições aplicam-se à frequência das reações adversas:
Muito comuns (≥ 1/10)
Comuns (≥ 1/100, < 1/10)
Incomuns (≥ 1/1.000, < 1/100)
Raras (≥ 1/10.000, < 1/1.000)
Muito raras (< 1/10.000)
Frequência não conhecida (não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis)
Seguindo-se cuidadosa avaliação das evidências, os seguintes efeitos indesejáveis podem ser
observados após a administração de Ovidrel®
.
Distúrbios do sistema imune
Muito raros: reações de hipersensibilidade leves a graves, incluindo reações anafiláticas e
choque.
Distúrbios psiquiátricos
Incomuns: depressão, irritabilidade, agitação.
Distúrbios do sistema nervoso
Comuns: cefaleias.
Distúrbios vasculares
Muito raros: tromboembolismo, geralmente associado com OHSS de moderada a grave.
Distúrbios gastrointestinais
Comuns: dor abdominal, desconforto abdominal, distensão abdominal, náuseas, vômitos.
Incomuns: diarreia.
Distúrbios dos tecidos cutâneo e subcutâneo
Incomuns: reações cutâneas reversíveis leves, manifestadas como exantema (rash cutâneo).
Distúrbios da mama e sistema reprodutor
Comuns: OHSS leve ou moderada.
Incomuns: OHSS grave, dor mamária.
Distúrbios gerais e alterações no local de administração
Muito comuns: astenia, reações no local da injeção.
Após a administração de hCG, foram notificadas gravidez ectópica, torção do ovário e outras
complicações. Estas reações adversas são consideradas decorrentes das técnicas de
reprodução assistida.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária - NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou
para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Desconhecem-se os efeitos de uma superdose com Ovidrel®
; no entanto, existe a
possibilidade de ocorrência de OHSS.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.