Bula do Rubidox produzido pelo laboratorio Laboratório Químico Farmacêutico Bergamo Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
RUBIDOX
(cloridrato de doxorrubicina)
Laboratório Químico Farmacêutico Bergamo Ltda.
Pó Liofilizado Injetável
50 mg
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cloridrato de doxorrubicina
APRESENTAÇÕES
Pó liofilizado injetável 50 mg em embalagem com 1 frasco-ampola.
USO INTRAVENOSO OU INTRAVESICAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
CUIDADO: AGENTE CITOTÓXICO
COMPOSIÇÃO
Cada frasco-ampola contém:
cloridrato de doxorrubicina.................................................................................................................. 50 mg
excipientes: lactose monoidratada e racemanitol................................................................................. q.s.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Propriedades Farmacodinâmicas
O cloridrato de doxorrubicina de rápida dissolução é um antibiótico antiblástico, citotóxico, da classe das antraciclinas, isolado de culturas
de Streptomyces peucetius var. caesius.
Este produto é solúvel em água para injetáveis e em solução salina fisiológica.
As propriedades citotóxicas da doxorrubicina sobre as células malignas e os efeitos tóxicos em vários órgãos parecem estar relacionados à
intercalação nas bases nucleotídicas e à atividade da doxorrubicina de se ligar à membrana celular lipídica. A intercalação inibe a
replicação nucleotídica e a ação da DNA e RNA-polimerases. A interação da doxorrubicina com a topoisomerase-II para formar
complexos de DNA passíveis de clivagem parece ser um importante mecanismo da atividade citocida do fármaco. A capacidade da
doxorrubicina de se ligar à membrana celular pode afetar uma variedade de funções celulares. A reação de redução enzimática da
doxorrubicina por uma série de oxidases, redutases e desidrogenases dá origem a espécies altamente reativas do radical livre hidroxila. A
formação de radicais livres implica na cardiotoxicidade da doxorrubicina, devido à redução do Cu(II) e do Fe(III) em nível celular. As
células tratadas com doxorrubicina manifestaram alterações nas características morfológicas associadas à apoptose ou morte celular
programada. A apoptose induzida por doxorrubicina pode ser um componente integral do mecanismo de ação celular relacionado ao efeito
terapêutico, à toxicidade ou a ambos.
Estudos em animais mostraram atividade em um espectro de tumores experimentais, imunossupressão, propriedades carcinogênicas em
roedores, indução de uma variedade de efeitos tóxicos; incluindo toxicidade cardíaca progressiva e retardada, mielossupressão em todas as
espécies e atrofia para testes em ratos e cachorros.
Estudos Clínicos
A efetividade dos regimes quimioterápicos adjuvantes que contêm doxorrubicina para o tratamento de câncer de mama precoce foi
estabelecida baseada em dados coletados em uma metanálise publicada em 1998 pelo Early Breast Cancer Trialists Collaborative Group
(EBCTCG). O EBCTCG usou os dados primários de estudos relevantes, publicados ou não, em estágios precoces de câncer de mama e
atualizações regulares destas análises. Os endpoints primários dos estudos de quimioterapia adjuvante foram: sobrevida livre de tumor
(SLT) e sobrevida global (SG). As metanálises compararam a associação de ciclofosfamida, metotrexato e 5-fluoruracila (CMF) com
pacientes sem tratamento (19 estudos que incluíram 7523 pacientes) e CMF com regimes contendo doxorrubicina (6 estudos, 3510
pacientes). A SLT e SG estimadas foram usadas para calcular o efeito da CMF em relação ao não tratamento. A taxa de risco para SLT
com CMF comparada com a opção de não realizar quimioterapia foi de 0,76 (IC de 95%: 0,71-0,82) e a SG foi de 0,86 (IC de 95%: 0,80-
0,93). Com base em uma estimativa conservadora do efeito de CMF (limite inferior do intervalo de confiança de 95% bicaudal do hazard
ratio) e retenção de 75% do efeito do CMF na SLD, foi determinado que os regimes contendo doxorrubicina seriam considerados não-
inferiores ao CMF se o limite superior do intervalo de confiança de 95% bicaudal do hazard ratio fosse menor que 1.06, isto é, não mais
que 6% inferior ao CMF. Cálculo semelhante para SG requeriria uma margem de não inferioridade de 1.02.
Seis estudos randomizados usados na metanálise do EBCTCG compararam os regimes contendo doxorrubicina com o CMF. Foram
avaliadas 3510 mulheres com câncer de mama precocemente diagnosticados com envolvimento dos linfonodos axilares, cerca de 70% no
período pré-menopausa e 30% pós-menopausa. Até o momento da metanálise tinham acontecido 1745 primeiras recorrências e 1348
mortes. Os regimes contendo doxorrubicina são efetivos e mantêm pelo menos 75% dos eventos adjuvantes do CMF. A taxa de risco para
a SLT (doxorrubicina: CMF) foi 0,91 (IC de 95%: 0,82-1,01) e para SG foi 0,91 (IC de 95%: 0,81-1,03).
O maior dos seis estudos usados para uma metanálise do EBCTCG era randomizado, aberto e multicêntrico e avaliou aproximadamente
2300 mulheres (80% pré-menopausa e 20% pós-menopausa) com câncer de mama precocemente diagnosticado envolvendo linfonodos
axilares. Neste estudo, 6 ciclos convencionais de CMF foram comparados com 4 ciclos de doxorrubicina e ciclofosfamida (AC) além de 4
ciclos de AC com 3 ciclos de CMF. Nenhuma diferença estatística significativa foi observada em termos de SLT ou SG.
Propriedades Farmacocinéticas
Distribuição - a meia-vida de distribuição inicial de aproximadamente 5 minutos sugere uma rápida distribuição tecidual de
doxorrubicina, enquanto que a eliminação tecidual lenta se reflete em uma meia-vida terminal de 20 a 48 horas. O estado de equilíbrio é
atingido com volumes entre 809 e 1214 L/m2
e indica a grande recaptação do fármaco nos tecidos. A ligação da doxorrubicina e seu
principal metabólito (doxorrubicinol) às proteínas plasmáticas é de cerca de 74 a 76% e é independente da concentração plasmática de
doxorrubicina ser até 1,1 μg/mL.
A doxorrubicina foi detectada no leite de uma paciente em período de lactação, atingindo o pico de concentração no leite 24 horas após o
tratamento, sendo aproximadamente 4,4 vezes maior que a concentração plasmática correspondente. A doxorrubicina foi detectável no
leite até 72 horas após a terapia com 70 mg/m2
de doxorrubicina administrada por infusão intravenosa de 15 minutos e 100 mg/m2
de
cisplatina por infusão intravenosa de 26 horas. O pico de concentração de doxorrubicinol no leite foi alcançado após 24 horas e foi de 0,11
μg/mL e a AUC até 24 horas foi de 9,0 μg.h/mL, enquanto que a AUC para doxorrubicina foi de 5,4 μg.h/mL.
A doxorrubicina não atravessa a barreira hematoencefálica.
Metabolismo - a redução enzimática da posição 7 e a clivagem do açúcar daunosamina resulta em agliconas que são acompanhadas da
formação de radical livre; a produção local desses, pode contribuir para a atividade cardiotóxica da doxorrubicina. A disposição do
doxorrubicinol (DOX-OL) em pacientes é limitada pela taxa de formação. A meia-vida terminal do DOX-OL é similar a da doxorrubicina.
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A exposição relativa de DOX-OL, por exemplo, a razão entre a AUC DOX-OL/ AUC doxorrubicina, comparada a da doxorrubicina, varia
entre 0,4 e 0,6.
Excreção - o clearance plasmático varia de 324 a 809 mL/min/m2
com predomínio do metabolismo e excreção biliar. Aproximadamente
40% da dose aparece na bile em 5 dias, enquanto que somente 5 a 12% do fármaco e seus metabólitos aparecem na urina durante o mesmo
período de tempo. Após 7 dias, < 3% da dose foi recuperada na urina como DOX-OL.
O clearance sistêmico de doxorrubicina é significativamente reduzido em mulheres obesas com mais de 130% do peso corpóreo ideal.
Ocorreu redução significativa no clearance sem qualquer alteração no volume de distribuição em pacientes obesos, quando comparado a
pacientes normais com menos de 115% do peso corpóreo ideal (vide “POSOLOGIA E MODO DE USAR”).
Farmacocinética em Populações Especiais
Pediátrico - após a administração da dose de 10 a 75 mg/m2
de doxorrubicina em 60 crianças e adolescentes variando de 2 meses a 20
anos de idade, o clearance de doxorrubicina alcançou uma média de 1443 ± 114 mL/min/m2
. Análises adicionais demonstraram que o
clearance em 52 crianças maiores que 2 anos de idade (1540 mL/min/m2
) foi maior quando comparado ao de adultos. Entretanto, o
clearance em crianças menores que 2 anos de idade (813 mL/min/m2
) foi menor quando comparado ao de crianças mais velhas e
aproximou-se dos valores de clearance determinados em adultos (vide “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES” e “POSOLOGIA E
MODO DE USAR”).
Geriátrico - nenhum ajuste de dose é recomendado baseado na idade, uma vez que a farmacocinética em indivíduos idosos (≥ 65 anos) foi
avaliada.
Sexo - um estudo clínico publicado envolvendo 6 homens e 21 mulheres sem qualquer terapia primária com antraciclina, relatou um
clearance médio significativamente maior no homem comparado às mulheres (1088 mL/min/m2
versus 433 mL/min/m2
). Entretanto, a
meia-vida terminal de doxorrubicina foi maior em homens do que em mulheres (54 versus 35 horas).
Raça - a influência da raça na farmacocinética da doxorrubicina não foi avaliada.
Insuficiência Hepática - o clearance de doxorrubicina e doxorrubicinol foi reduzido em pacientes com insuficiência da função hepática
(vide “POSOLOGIA E MODO DE USAR”).
Insuficiência Renal - a influência da função renal na farmacocinética da doxorrubicina não foi avaliada.
Dados de Segurança Pré-Clínicos
Carcinogênese e Mutagênese - A doxorrubicina foi genotóxica em uma bateria de testes in vivo e in vitro. Um aumento da incidência de
tumores mamários foi relatada em ratos, e uma tendência a atraso ou parada de maturação folicular foi observada em cadelas.
Distúrbio da Fertilidade - A doxorrubicina foi tóxica aos órgãos reprodutivos masculinos em estudos com animais, produzindo atrofia
testicular, degeneração difusa dos túbulos seminíferos e hipospermia.
7.CUIDADOS DE
ARMAZENAMENTO DO
MEDICAMENTO
VPS
50 MG PÓ LIOF INJ CT FA
VD INC
25/06/2014 0500299/14-1
10450 -
SIMILAR –
Notificação de
Alteração de
Texto de Bula –
RDC 60/12
N/A N/A N/A N/A 5.ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES VPS
14/01/2014 0029428/14-4
N/A N/A N/A N/A
A doxorrubicina é um dos principais substratos do citocromo P450, CYP3A4 e CYP2D6, e glicoproteína P (P-gp). Interações clinicamente
significativas têm sido relatadas com inibidores da CYP3A4, CYP2D6, e/ou P-gp (por exemplo, verapamil), resultando em aumento da
concentração e efeito clínico da doxorrubicina. Indutores da CYP3A4 (por exemplo, fenobarbital, fenitoína, erva de São João) e indutores
P-gp podem diminuir a concentração de doxorrubicina.
A adição de ciclosporina à doxorrubicina pode resultar em aumentos na área sob a curva concentração-tempo (AUC) para ambos,
doxorrubicina e doxorrubicinol, possivelmente devido a uma diminuição da depuração da droga-mãe e uma diminuição no metabolismo de
doxorrubicinol. Relatos na literatura sugerem que a adição de ciclosporina à doxorrubicina resulta em mais profunda e prolongada
toxicidade hematológica do que a observada com doxorrubicina sozinha. Coma e convulsões também têm sido descritas com a
administração concomitante de ciclosporina e doxorrubicina.
A doxorrubicina é principalmente usada em combinação com outros fármacos citotóxicos. Ao utilizá-la como parte de esquemas
quimioterápicos que combinem fármacos de efeitos farmacológicos semelhantes (por exemplo citotoxicidade), é provável que ocorra
toxicidade aditiva. Toxicidade aditiva pode ocorrer especialmente com relação à medula óssea e a efeitos hematológicos e gastrintestinais
(vide “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).
O uso concomitante de doxorrubicina com outros fármacos potencialmente cardiotóxicos, bem como o uso concomitante de outros
compostos cardioativos (por exemplo, bloqueadores do canal de cálcio), necessitam de monitoração sobre a função cardíaca durante o
tratamento. Alterações na função hepática induzidas por terapias concomitantes podem afetar o metabolismo, a farmacocinética, a eficácia
terapêutica e/ou a toxicidade da doxorrubicina.
O paclitaxel pode causar aumento das concentrações plasmáticas da doxorrubicina e/ou de seus metabólitos quando administrado antes da
doxorrubicina. Certos estudos indicam que este efeito é menor quando a antraciclina é administrada antes do paclitaxel.
Foram observados tanto aumento (de 21% a 47%) quanto nenhuma alteração na AUC da doxorrubicina, quando utilizado o tratamento
concomitante com sorafenibe 400 mg duas vezes ao dia. O significado clínico destes achados é desconhecido.
RUBIDOX deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C), protegido da luz e pode ser utilizado por 24 meses a partir
da data de fabricação.
As soluções de RUBIDOX após reconstituição são estáveis por 24 horas a temperatura ambiente (entre 15ºC e 30ºC) e protegidas da luz, e
por 48 horas se mantidas sob refrigeração (entre 2ºC e 8ºC).
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
RUBIDOX apresenta-se como um sólido liofilizado vermelho-alaranjado, isento de materiais estranhos. Após a diluição o produto
apresenta-se como uma solução límpida e vermelha.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças
VPS
50 MG PÓ LIOF INJ CT FA
VD INC
10/07/2014 0554552/13-8
10457 –
SIMILAR -
Inclusão inicial
de texto de bula -
RDC 60/12
A superdose aguda de doxorrubicina pode causar efeitos tóxicos gastrintestinais (principalmente mucosite), mielossupressão grave
(principalmente leucopenia e trombocitopenia) e alterações cardíacas agudas.
O tratamento da superdose consiste na hospitalização de indivíduos mielossuprimidos, com administração de antimicrobianos, transfusão
plaquetária e de granulócitos e tratamento sintomático da mucosite. O uso de fator de crescimento hematopoiético deve ser considerado. A
superdose crônica com doxorrubicina aumenta o risco de cardiomiopatia e ICC; o tratamento consiste na administração de digitálicos,
diuréticos e inibidores da ECA.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações sobre como proceder.