Bula do Sandomigran produzido pelo laboratorio Novartis Biociencias S.a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
SANDOMIGRAN®
(pizotifeno)
Novartis Biociências SA
Drágeas
0,5 mg
VPS4 = Sandomigran_Bula_Profissional
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pizotifeno
APRESENTAÇÕES
Drágeas de 0,5 mg – Embalagens com 20 drágeas.
VIA ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 2 ANOS
COMPOSIÇÃO
Cada drágea contém 0,5 mg pizotifeno base que corresponde a 0,730 mg de malato de pizotifeno.
Excipientes: estearato de magnésio, talco, povidona, amido, lactose, óxido férrico amarelo, palmitato de cetila, dióxido
de titânio, dióxido de silício, goma arábica e sacarose.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Tratamento profilático das cefaleias vasculares recorrentes, tais como:
Enxaqueca típica e atípica;
Cefaleias vasomotoras;
Cefaleias em salvas (síndrome de Horton).
Sandomigran®
é menos eficaz nas cefaleias tensionais e nas formas psicogênica e pós-traumática. Sandomigran®
não
age na crise de enxaqueca já estabelecida.
Ensaios clínicos controlados em pacientes sofrendo de ataques severos e frequentes de enxaqueca comum ou clássica
compararam a eficácia de Sandomigran®
versus placebo e outros agentes profiláticos de enxaqueca (particularmente
metisergida, a qual foi o tratamento de escolha quando a maioria dos ensaios foram feitos). Embora os resultados desses
ensaios mostrassem que na maioria dos casos Sandomigran®
se apresentou significativamente melhor que placebo, os
resultados de comparações com a metisergida foram variáveis. No geral, Sandomigran®
foi levemente menos efetivo do
que a metisergida e teve menos eventos adversos severos.
Ensaios clínicos comparando Sandomigran®
com placebo
Cerca de 10 ensaios clínicos foram publicados comparando a eficácia de Sandomigran®
com placebo.
Em estudos duplo-cego cruzados, utilizando placebo, Arthur & Hornabrook (1971) e Sjaastad & Stensrund (1969),
demonstraram que Sandomigran®
é significativamente mais efetivo que placebo na redução da incidência e severidade
de ataques de dor de cabeça, do mesmo modo que Hughes e Foster demonstraram em 1971. Graham (1968) observou
que Sandomigran®
foi significativamente melhor que placebo no seu efeito na frequência de dores de cabeça, mas não a
intensidade da dor.
De modo geral, Sandomigran®
foi comparado com bloqueadores de canal de cálcio em seis estudos duplo-cego e, com
exceção de 1 dos estudos, não foi notada diferença significante na eficácia de ambos os fármacos.
Nattero et al 1991 compararam lirusida e Sandomigran®
para o tratamento de enxaqueca comum (enxaqueca sem aura).
Uma análise dos resultados mostrou uma redução de 50% dos ataques em 34,88% dos pacientes que utilizaram
Sandomigran®
e 23-25% naqueles que receberam lisurida (p ≤ 0,05).
Referências bibliográficas
1. G P Arthur & R W Hornabrook, N Z Med J (1971), 73, pp 464-468. The treatment of migraine with BC 105
(pizotifen): a double blind trial. [3]
2. O Sjaastad, P Stensrud, Acta Neurol Scand (1969), 45, pp 594-600. Appraisal of BC-105 in migraine prophylaxis. [1]
3. R C Hughes & J B Foster, Curr. Ther. Res. (1971) 13 pp 63-8. BC-105 in the prophylaxis of migraine. [9]
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4. J R Graham ‘Headache rounds’, The Faulkner Hospital, 1968 (inc. retrospective comparision with methysergida).
[10]
5. G Nattero et al, Cephalgia (1991), 11, (Supplement 11), pp 218-219. Lisuride and pizotifen in the treatment of
migraine without aura. [23]
Grupo farmacoterapêutico: fármaco contra enxaqueca, código ATC: N02C X01.
Mecanismo de ação
O pizotifeno é caracterizado por seu efeito inibitório polivalente sobre as aminas biogênicas, como a serotonina, a
histamina e a triptamina.
Farmacodinâmica
O pizotifeno é adequado para o tratamento profilático da enxaqueca, reduzindo a frequência das crises.
O pizotifeno também possui propriedades estimulantes do apetite.
Farmacocinética
Absorção
A absorção do pizotifeno no homem é rápida (meia-vida de absorção entre 0,5 e 0,8 hora) e quase completa. A
biodisponibilidade absoluta é igual a 78%. Concentrações máximas no sangue são alcançadas 5 horas após uma
administração única de 2 mg de pizotifeno por via oral (fármaco e conjugado N-glicuronídeo medidos juntamente).
Metabolismo
O pizotifeno é extensivamente metabolizado. A glicuronidação é a principal via de biotransformação, sendo o principal
metabólito o conjugado N-glicuronídeo, o qual representa pelo menos 50% da concentração total no plasma e 60-70%
da radioatividade da urina excretada.
Distribuição
A ligação às proteínas no plasma humano é da ordem de 91%. O volume de distribuição no homem é de 833 L e 70 L
para o pizotifeno e seu N-glicuronídeo, respectivamente. Em ratos, a radioatividade fármaco-relacionada se distribui
principalmente em órgãos bem perfundidos como fígado, rins e pulmões.
Eliminação
Uma porcentagem significativa do fármaco inalterado, correspondente a cerca de 18% da dose administrada, é
encontrada nas fezes, provavelmente proveniente do intestino após excreção biliar do conjugado N-glicuronídeo. Menos
de 1% da dose administrada é excretada inalterada na urina, enquanto 55% são excretados na forma de metabólitos. O
principal metabólito, N-glicuronídeo, é eliminado com meia-vida de aproximadamente 23 horas. O pizotifeno inalterado
tem, como calculado pela excreção na urina, uma meia-vida de eliminação comparável.
Populações especiais
Danos renais
Nenhum estudo específico de farmacocinética foi conduzido em pacientes com danos renais. Embora o pizotifeno seja
primariamente eliminado na forma de metabólitos na urina, a possibilidade do acúmulo dos metabólitos inativos
posteriormente levando ao acúmulo do fármaco inalterado não pode ser descartada. Deve-se ter cautela com pacientes
com insuficiência renal e ajustes de doses podem ser necessários.
Danos hepáticos
Embora nenhum estudo específico de farmacocinética tenha sido conduzido em pacientes com danos hepáticos, o
pizotifeno é extensivamente metabolizado no fígado e primariamente eliminado na forma de glicuronídeos na urina.
Deve-se ter cautela com pacientes com danos hepáticos e ajustes de doses podem ser necessários.
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Dados de segurança não clínicos
Toxicidade de dose repetida
Estudos de toxicidade de dose repetida com 2 anos de duração foram realizados em ratos e cachorros. Os órgãos alvo,
baseado nos achados de histopatologia, foram fígado, rins e possivelmente a tireoide em ratos e fígado, tireoide e baço
em cachorros. O nível de efeito não observado (NOEL) em ambos, ratos e cachorros, foi de 3 mg/kg, que é 30 vezes
maior que a dose máxima recomendada diariamente para o humano.
Toxicidade reprodutiva
O malato hidrogenado de pizotifeno foi avaliado em múltiplos estudos de toxicidade reprodutiva e de desenvolvimento
para seus efeitos na fertilidade e sua embriotoxicidade, fetotoxicidade, teratogenicidade e desenvolvimento de potencial
tóxico. Efeitos específicos na reprodução ou desenvolvimento não foram observados em camundongos, ratos ou coelhos
até as maiores doses testadas de 30 mg/kg. Este nível de dose é maior que 300 vezes a dose máxima recomendada ao
humano adulto que é de 0,09 mg/kg.
Mutagenicidade
Testes de mutagenicidade in vitro e in vivo foram realizados e não revelaram nenhuma atividade mutagênica do malato
hidrogenado de pizotifeno.
Carcinogenicidade
Um estudo de toxicidade em ratos de 2 anos não revelou qualquer lesão grave ou massas atribuídas à administração do
malato hidrogenado de pizotifeno em doses de até 27 mg/kg, que é 300 vezes maior do que a dose máxima diária
recomendada para humanos em mg/kg.
Hipersensibilidade conhecida ao pizotifeno ou a qualquer outro componente da formulação (veja “Composição”).
Sandomigran®
não deve ser administrado a crianças com menos de 2 anos de idade.
Atenção diabéticos: contém açúcar.
Danos hepáticos foram relatados, que vão desde aumento das transaminases até hepatite grave. O tratamento com
pizotifeno deverá ser interrompido se houver qualquer evidência clínica de disfunção hepática durante o tratamento e
até que a causa da anormalidade no fígado for determinada. Tendo em vista o discreto efeito anticolinérgico do
pizotifeno, recomenda-se cautela nos pacientes com glaucoma de ângulo fechado (exceto em casos tratados
cirurgicamente com sucesso) ou com retenção urinária (por exemplo: hipertrofia prostática).
Crises epilépticas, como reações adversas, são mais frequentemente observadas em pacientes com epilepsia. Portanto,
pizotifeno deve ser utilizado com cautela nestes pacientes.
Os sintomas de abstinência como a depressão, tremores, náuseas, ansiedade, mal estar, tontura, distúrbio do sono e
perda de peso têm sido reportados após a interrupção abrupta do pizotifeno (vide “Reações adversas a medicamentos”),
portanto recomenda-se a retirada gradual.
Pacientes com raros problemas hereditários de intolerância a galactose, deficiência de lactase severa ou má absorção de
glicose-galactose não devem utilizar Sandomigran®
.
Gravidez e lactação
Gravidez
Como os dados clínicos do pizotifeno na gravidez são muito limitados, Sandomigran®
somente deve ser administrado
na gravidez se houver absoluta necessidade.
Este medicamento pertence à categoria de risco na gravidez B.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Lactação
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Embora as concentrações de pizotifeno detectadas no leite materno apresentem pouca probabilidade de afetar o lactente,
o uso de Sandomigran®
durante a lactação não é recomendado.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos e/ou operar máquinas
O pizotifeno pode causar sedação, sonolência, vertigem e outros efeitos no sistema nervoso central. Portanto, deve-se
ter cautela ao dirigir veículos e/ou operar máquinas.
Pacientes em tratamento com Sandomigran®
que apresentarem episódios de sedação e/ou sonolência devem evitar
dirigir ou realizar tarefas as quais a falta de atenção possa colocá-los, assim como outros, em situações de risco.
As seguintes drogas podem apresentar interações medicamentosas com o pizotifeno se administrados
concomitantemente:
Interações medicamentosas a serem consideradas
O pizotifeno é extensivamente metabolizado primariamente no fígado pela N-glicuronidação. Não se pode excluir
concentrações plasmáticas aumentadas de pizotifeno sob a administração concomitante de drogas que exclusivamente
sofrem glicuronidação.
Cisaprida
A administração concomitante de pizotifeno com cisaprida pode levar a uma redução da eficácia de cisaprida.
Agentes do sistema nervoso central
Os efeitos centrais de sedativos, hipnóticos, anti-histamínicos (inclusive de certos preparados comumente utilizados
contra o resfriado) e do álcool podem ser acentuados.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30 °C). Proteger da luz. O prazo de validade é de 36 meses a partir da
data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas
As drágeas de Sandomigran®
são brancas a levemente amareladas e circulares.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Posologia
População geral
A dose deve ser aumentada progressivamente, iniciando-se com 0,5 mg por dia. A dose média de manutenção é de 1,5
mg ao dia, em doses divididas ou em dose única à noite. Em casos refratários, o médico pode elevar gradativamente a
dose até 3 - 4,5 mg ao dia, administrados em três doses fracionadas.
Crianças acima de 2 anos de idade
A dose diária inicial deve ser de 0,5 mg e pode ser aumentada até 1,5 mg, em doses divididas, ou 1 mg em dose única à
noite.
Sandomigran®
não deve ser administrado a crianças com menos de 2 anos de idade.
Populações especiais
Danos renais e hepáticos
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Recomenda-se cautela em pacientes com danos renais ou hepáticos e ajustes de doses podem ser necessários
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Os efeitos colaterais mais comuns são: estímulo do apetite, aumento de peso e sedação (incluindo sonolência e fadiga).
As reações adversas estão classificadas de acordo com sua frequência, a mais frequente primeiro, utilizando a seguinte
convenção: muito comum (≥ 1/10); comum (≥ 1/100, < 1/10), incomum (≥ 1/1.000, < 1/100), raro (≥ 1/10.000, <
1/1.000), muito raro (< 1/10.000), incluindo relatos isolados.
Tabela 1 – Reações Adversas a Medicamentos
Distúrbios do sistema imune
Raros: reações de hipersensibilidade, edema facial.
Distúrbios metabólicos e nutricionais
Muito comuns: aumento do apetite e aumento de peso
Distúrbios psiquiátricos
Raros: depressão, estimulação do SNC (por exemplo, agressão, agitação), alucinação, insônia, ansiedade.
Distúrbios do sistema nervoso
Comuns: sedação (incluindo sonolência), vertigem.
Raro: parestesia.
Muito raros: crises epilépticas.
Distúrbios gastrintestinais
Comuns: náusea, boca seca.
Incomum: constipação.
Distúrbios de pele e tecido subcutâneo
Raros: urticária e rash (erupção cutânea).
Distúrbios dos tecidos musculoesquelético e conectivo
Raro: mialgia.
Distúrbios gerais
Comum: fadiga.
Reações adversas a medicamentos de relatos espontâneos pós-comercialização
As reações adversas a medicamentos a seguir foram identificadas com o pizotifeno baseadas em relatos espontâneos
pós-comercialização. Uma vez que estas reações foram reportadas voluntariamente por uma população de tamanho
incerto, não é sempre possível estimar confiavelmente suas frequências.
Distúrbios hepatobiliares
Desconhecida: aumento das enzimas hepáticas.
Distúrbios musculoesquelético e do tecido conectivo
Desconhecida: Câimbras musculares
Sintomas de abstinência
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As reações de abstinência foram reportadas após a interrupção abrupta do pizotifeno, portanto recomenda-se a retirada
gradual (vide “Precauções e advertências”). Sintomas de abstinência podem incluir: depressão, tremores, náuseas,
ansiedade, mal estar, tontura, distúrbio do sono e perda de peso.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.