Bula do Simeticona produzido pelo laboratorio Aché Laboratórios Farmacêuticos S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
simeticona
Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.
Cápsulas
125 mg
simeticona cápsulas_VPS 01 1
BULA PARA PROFISSIONAL DE SAÚDE
Bula de acordo com a Resolução-RDC nº 47/2009
I- IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Medicamento Genérico Lei nº 9.787, de 1999
APRESENTAÇÕES
Cápsula gelatinosa mole 125 mg. Embalagens com 10 cápsulas.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada cápsula gelatinosa de simeticona cápsulas gelatinosas contém:
simeticona........................................................................................................... 125 mg
Excipientes: gelatina, glicerol, metilparabeno, propilparabeno, corante FDC azul nº 1, corante FDC verde
nº 3 e água purificada.
II- INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Simeticona cápsulas gelatinosas é indicada para o alívio dos sintomas no caso de excesso de gases no
aparelho gastrintestinal constituindo motivo de dores ou cólicas intestinais1
, tais como:
- Meteorismo1
- Eructação1
- Borborigmos1
- Aerofagia pós-cirúrgica1
- Distensão abdominal1
- Flatulência1
Sabendo que os gases no trato digestivo atrapalham os exames abdominais de imagem e a simeticona
facilita a eliminação dos gases, simeticona cápsulas gelatinosas pode ser usado na preparação do paciente
a ser submetido à endoscopia digestiva e/ ou colonoscopia.
1
CID R14 – Flatulência e afecções correlatas (distensão abdominal (gasosa), dor de gases, eructação,
hipertimpanismo (abdominal/intestinal) e meteorismo).
Cinco ensaios controlados randomizados metodologicamente adequados avaliaram a eficácia da
simeticona no tratamento de sintomas relacionados ao acúmulo de gases no trato gastrintestinal e
distúrbios gastrintestinais funcionais em adultos.1-5
Os estudos que incluíram pacientes com distúrbios funcionais do trato digestivo indicaram a eficácia da
simeticona (em diferentes dosagens) quando comparada ao placebo, bem como a não-inferioridade e a
superioridade do medicamento em relação à cisaprida, um pró-cinético empregado para os distúrbios
disfuncionais do trato digestivo fora de uso na prática clínica no Brasil.1-3
Nos dois estudos que avaliaram o uso da simeticona para alívio dos sintomas relacionados ao excesso de
gases em pacientes com diarreia aguda,4-5
em termos absolutos os benefícios da simeticona comparado à
loperamida e ao placebo foram pouco relevantes. A associação loperamida-simeticona mostrou-se eficaz
nesse contexto, indicando benefício clínico da adição da simeticona à loperamida para alívio dos sintomas
relacionados aos gases, uma vez que a loperamida isolada não resultou em benefícios de mesma
magnitude.
Em ambos os estudos, a simeticona foi superior ao placebo, em termos absolutos, mesmo nos desfechos
relacionados à resolução do quadro de diarreia, ainda que não reportada a significância estatística da
diferença. Três ensaios clínicos controlados avaliaram a simeticona no manejo dos transtornos funcionais
do trato gastrintestinal.1-3
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Em Bernstein (1974), o grupo da simeticona apresentou redução significativa de todos os sintomas
quando analisados em conjunto (gases, pirose, plenitude gástrica, distensão abdominal, indigestão,
inchaço, pressão, acidez, desconforto estomacal, dor pós-prandial; p<0,001) e em 8 deles quando
analisados separadamente (gases, plenitude gástrica, inchaço, distensão, indigestão, desconforto gástrico,
acidez e dor pós-prandial). A redução na intensidade de todos os sintomas combinados foi
significativamente maior no grupo tratado com simeticona (p<0,001), assim como da maioria dos
sintomas isolados (gases, plenitude, inchaço, distensão, desconforto, dor, indigestão e acidez). 1
Holtmann (1999) avaliou os escores de intensidade dos sintomas resultante da soma dos escores
atribuídos a plenitude gástrica, dor no abdômen superior, gases, saciedade precoce, náusea, vômito,
regurgitação, pirose, perda de apetite e percepção dos movimentos intestinais. Durante o estudo, a soma
do escore de sintomas diminuiu significativamente no grupo da simeticona, com a diferença entre os
grupos sendo de -55,2% (IC 95% -85,2% a - 25,2%) após duas semanas e -24,2% (-54,3% a 5,8%) após 4
semanas, obedecendo aos critérios determinados no estudo para estabelecer a não inferioridade da
simeticona em relação à cisaprida (p<0,001). 2
Holtmann (2002) comparou simeticona, cisaprida e placebo, com seguimento de 8 semanas.
Os sintomas avaliados foram: plenitude gástrica, dor em abdômen superior, borborigmos, eructação,
saciedade precoce, náusea, vômito, regurgitação, pirose e perda de apetite. Após 2, 4 e 8 semanas de
tratamento, a soma dos escores de sintoma foi significativamente menor no grupo com a simeticona ou a
cisaprida comparadas ao grupo placebo. A simeticona foi não inferior à cisaprida após 4 (p<0,0001) e 8
semanas (p=0,0004) e foi superior à cisaprida após 2 semanas (p=0,0007). Durante as oito semanas de
duração do estudo, a simeticona resultou em uma melhora numericamente melhor dos sintomas quando
comparada à cisaprida e as diferenças foram significativas no nível 2,5% para as duas primeiras semanas
para os sintomas plenitude, dor, saciedade e náusea. 3
Kaplan 1999 e Hanauer 2007 compararam quatro diferentes esquemas de tratamento: associação de
loperamida 2 mg e simeticona 125 mg; loperamida 2 mg isolada; simeticona 125 mg isolada; e placebo.
Os pacientes inicialmente receberam 250 mg de simeticona, seguidos de 125 mg a cada episódio de fezes
não formadas até o limite máximo de 500 mg a cada 24 horas, durante 48 horas de seguimento.4,5
Kaplan 1999 avaliou o efeito da simeticona no que diz respeito ao alívio dos sintomas relacionados ao
excesso de gases em pacientes com diarreia aguda, tendo observado que a simeticona apresentou
resultados absolutos melhores do que a loperamida isolada e o placebo em termos de tempo para alívio
dos sintomas (21,1 horas, 42,0 horas e 48,0 horas, respectivamente), porém menores do que os da
associação loperamida-simeticona (12,0 horas, p<0,001). Não foi reportada a significância estatística da
comparação entre simeticona e loperamida ou placebo. No que diz respeito ao julgamento do paciente
sobre a eficácia do tratamento ao final do estudo, os pacientes tratados com simeticona reportaram um
escore médio de alívio do desconforto abdominal (1,9 pontos) maior do que os pacientes no grupo da
loperamida isolada (1,5 pontos, sem informação sobre a significância estatística). A associação
loperamida-simeticona demonstrou maior benefício em todos os parâmetros de avaliação subjetiva do
paciente (p<0,001). 4
Hanauer 2007 obteve resultados semelhantes aos de Kaplan (1999), também sem informação de
significância estatística para a diferença observada entre a simeticona isolada e a loperamida ou placebo.
Manteve-se o benefício estatisticamente significativo da associação simeticona-loperamida em relação a
todos os comparadores para os desfechos relacionados aos sintomas associados ao excesso de gases
secundário a quadros de diarreia aguda, reforçando a importância da simeticona nesse grupo de
pacientes.5
Avramovic et al realizaram um estudo duplo-cego em pacientes do sexo feminino submetidas a parto
cesário, visando estudar o efeito da simeticona sobre os sinais subjetivos e objetivos de distensão gasosa
durante o período pós-operatório. Os resultados obtidos com a simeticona demonstraram uma redução
significativamente maior das queixas subjetivas analisadas (náusea, vômitos, meteorismo, desconforto
no estômago, dores abdominais), bem como dos movimentos peristálticos e flatulência em relação ao
placebo. Com base nos resultados obtidos e considerando a não-toxicidade do fármaco, sua característica
de ser inerte quimicamente, boa tolerância e uso simples, os autores consideraram a simeticona muito útil
na prevenção do desconforto pós-operatório devido ao acúmulo de gás e distensão gastrointestinal após o
parto cesário. 6
A eficácia da simeticona na melhoraria da visibilidade durante a colonoscopia foi avaliada por Sudduth
RH et al 10. Eles estudaram 86 pacientes recebendo ou simeticona (n=42) ou placebo (n=44). Este estudo
indica que o uso de simeticona combinado com uma preparação de fosfato de sódio pode melhorar a
visibilidade do cólon, diminuindo a presença de bolhas. A melhor visualização proporcionou o aumento
da detecção de lesões patológicas na mucosa. 7
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Propriedades Farmacodinâmicas
Simeticona cápsulas gelatinosas, cujo componente ativo é a simeticona, é um silicone antifisético com
ação antiflatulenta, que alivia o mal estar gástrico causado pelo excesso de gases.
Simeticona cápsulas gelatinosas atua no estômago e no intestino, diminuindo a tensão superficial dos
líquidos digestivos, levando ao rompimento das bolhas, à dificuldade de formação destas bolhas, ou à
formação de bolhas maiores que serão facilmente expelidas. As bolhas dos gases são as responsáveis pela
dor abdominal e pela flatulência, e a sua eliminação resulta no alívio dos sintomas associados com a
retenção dos gases.
As propriedades antifiséticas da simeticona, um agente antiflatulento, foram investigadas por Brecevic et
al 8 em três diferentes sistemas espumantes contendo surfactante catiônico, surfactante aniônico e solução
de sabão. Os resultados obtidos das medidas da densidade da espuma inicial, estabilidade da espuma e
tensão superficial fornecem evidências de que a ligação entre o filme líquido dos surfactantes pela
simeticona, auxiliado e acelerado pela presença de partículas hidrofóbicas de sílica, provocam a ruptura
deste filme, mesmo ele sendo
relativamente fino, sendo o provável mecanismo de inibição de espuma em todos os sistemas. O efeito foi
mais pronunciado no sistema com solução catiônica do que com a solução aniônica e sabão. Esses
achados contribuem para o estudo que relaciona a eficácia da simeticona como antídoto e agente
antiespumante em casos de ingestão e envenenamento por detergente.
Propriedades Farmacocinéticas
A simeticona atua localmente, o que significa que ela não é absorvida. Desta forma, estudos de
farmacocinética são inviáveis com o fármaco, cujo mecanismo de ação foi demonstrado in vitro em
alguns estudos.
O tempo de início, para a ação clínica da simeticona, é estimado em aproximadamente 10 minutos para as
síndromes dispéptivas1 e em 20 a 30 minutos para os sintomas pós-operatórios e uso para realização de
exames endoscópicos de trato intestinal. 8,17
Simeticona cápsulas gelatinosas é contraindicada para pacientes com hipersensibilidade a qualquer um
dos componentes da fórmula.
Simeticona cápsulas gelatinosas é contraindicada aos pacientes com perfuração ou obstrução intestinal
suspeita ou conhecida.
Não exceda a dose recomendada.
Ponderando-se evidências adequadas, este medicamento representa risco mínimo quando usado em
mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez.
Categoria de risco na gravidez: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
Não há recomendações especiais para pacientes idosos. Simeticona cápsulas gelatinosas não é
Não são conhecidas interações de simeticona cápsulas gelatinosas com outros medicamentos ou
alimentos.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade.
Desde que respeitados os cuidados de armazenamento, o medicamento apresenta uma validade de 24
meses a contar da data de sua fabricação.
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Atenção: não armazenar este produto em locais quentes e úmidos (ex: banheiro, cozinha, carros,
etc.)
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas
Cápsulas moles de gelatina, de forma oval e cor verde.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Simeticona cápsulas gelatinosas deve ser administrada por via oral.
Não há estudos dos efeitos de simeticona cápsulas gelatinosas administrado por vias não recomendadas.
Portanto, por segurança e para eficácia destas apresentações, a administração deve ser somente pela via
oral.
Simeticona cápsulas gelatinosas deve ser engolida, não devendo ser mastigada. As cápsulas gelatinosas
são moles e fáceis de engolir.
Simeticona cápsulas gelatinosas pode ser administrado 4 vezes ao dia, após as refeições e ao deitar, ou
quando necessário.
Não é recomendada a ingestão de mais de 500 mg (4 cápsulas) de simeticona cápsulas gelatinosas por dia.
Simeticona cápsulas gelatinosas não deve ser partida, aberta ou mastigada.
A simeticona não é absorvida pelo organismo. Ela atua somente dentro do aparelho digestivo, e é
totalmente eliminada nas fezes, sem alterações. Portanto, reações indesejáveis são menos prováveis de
ocorrer.
Eczema de contato;
Em casos raros: reações imediatas como urticária.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.