Bula do Sucrafilm produzido pelo laboratorio Ems Sigma Pharma Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
SUCRAFILM
sucralfato
EMS Sigma Pharma Ltda
Comprimido Mastigável 1 g
Suspensão Oral 200 mg/mL
I – IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
APRESENTAÇÕES
Sucrafilm®
comprimido mastigável 1 g: Embalagens contendo 4, 30, ou 40 comprimidos mastigáveis.
suspensão oral 200mg/ml: Embalagens contendo 4 flaconetes com 5 mL, 20 flaconetes com 10 mL ou 40 flaconetes com 5 mL.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido mastigável de Sucrafilm®
contém:
sucralfato..................................................................................................................................................................................................................1,0 g
excipiente*q.s.p ..........................................................................................................................................................................................1 com. mast.
*talco, aspartamo, lactose monoidratada, óleo vegetal hidrogenado, essência de hortelã, dióxido de silício, estearato de magnésio, sorbitol.
Cada mL de Sucrafilm®
suspensão oral contém:
sucralfato .............................................................................................................................................................................................................200 mg
veículo* q.s.p. ........................................................................................................................................................................................................ 1 mL
* sorbitol, digliconato de clorexidina, simeticona, glicerol, citrato de sódio di-hidratado, hidróxido de sódio, essência de hortelã, sacarina sódica,
água purificada.
II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Este medicamento é destinado ao tratamento da úlcera duodenal, úlcera gástrica e gastrite crônica. Sucrafilm®
tem efeito citoprotetor devido à
sua característica polianiônica. O sucralfato liga-se às proteínas de cargas positivas através da formação de um gel que adere à mucosa gástrica e
duodenal, proporcionando uma proteção uniforme contra o ataque ácido, a pepsina e os sais biliares.
Em artigo de revisão sobre o uso do sucralfato foi concluído que a substância é uma escolha eficaz e confiável em doenças ácido-pépticas e lesões
de mucosa do trato gastrointestinal.
Em outro estudo com dados de mais de 2000 pacientes, foi concluído que o sucralfato é eficaz na cicatrização de úlceras, bem tolerado e livre de
efeitos colaterais sérios.
Referência:
1- Candelli M, Carloni E, Armuzzi A, Cammarota G, Ojetti V, Pignataro G, et al. Role of sucralfate in gastrointestinal diseases. Panminerva
Med. 2000 Mar;42(1):55-9.
2- Fisher RS. Sucralfate: a review of drug tolerance and safety. J Clin Gastroenterol. 1981;3(Suppl 2):181-4.
O complexo sucralfato formado pelo octossulfato de sacarose e hidróxido de polialumínio tem uma unidade primária que pode ser representada
como C12H6O11[SO3-AL2(OH)5+]8. NH2O. É, portanto, o sal de hidróxido de alumínio e da sacarose sulfatada.
Quando o pH está abaixo de 4, há substancial polimerização e ligação cruzada de sucralfato para formar um gel pegajoso, viscoso, branco-
amarelado. A reação continuada com o ácido gradualmente consome Al2(OH)5
+
até que algumas frações de octossulfato de sacarose estejam
totalmente livres de Al3. Muito embora o pH no duodeno seja muito acima de 4, o gel mantém suas propriedades viscosas e demulcentes.
A ação terapêutica do sucralfato é exclusivamente local. Isto decorre da natureza polianiônica de sua molécula, formando complexos com as
proteínas de carga positiva, presente em altas concentrações nas lesões mucosas. A adesividade viscosa deste complexo no pH ácido propicia uma
barreira protetora sobre a lesão ulcerosa, proporcionando proteção uniforme às mucosas gástrica e duodenal, contra penetração e ação do ácido
gástrico, pepsina e bile. O sucralfato liga-se à mucosa lesionada com maior afinidade (seis vezes) que à mucosa gastrointestinal normal. O
sucralfato também inibe diretamente a atividade da pepsina e absorve os sais biliares. Não altera o período de esvaziamento gástrico, nem a
função digestiva normal pela sua fraca atividade antiácida. O sucralfato apresenta pouco efeito sobre a coagulação sanguínea.
Terapia com sucralfato:
A camada de muco que reveste a mucosa gástrica e duodenal, tamponada pelo bicarbonato secretado nesta camada pelas células epiteliais
subjacentes, fornece a defesa citoprotetora primária contra a digestão péptica induzida por ácido. A camada de muco retarda a difusão para dentro
tanto de H+
quanto de proteínas grandes, excluindo efetivamente a pepsina e protegendo contra a erosão ácida. A erosão da mucosa e a ulceração
característica de doenças pépticas resultam da hidrólise mediada por pepsina das proteínas da mucosa.
A observação de que os polissacarídeos sulfatados inibem a hidrólise de proteínas mediadas por pepsina foi o ponto-chave para o
desenvolvimento de agentes citoprotetores que mimetizariam este efeito. Outros estudos demonstraram que a magnitude da sulfatação, e não o
peso molecular do polímero de polissacarídio, era crítica. Observou-se que o octossulfato de sacarose inibia a hidrólise péptica in vitro. A reação
do octossulfato de sacarose com AL(OH)3 forma uma substância viscosa, o sucralfato, que é um complexo de hidróxido de alumínio e sacarose
sulfatada, insolúvel em água e tem uma fraca ação tamponadora. O sucralfato mostrou, em estudos duplo-cegos, promover a cicatrização de
úlceras avaliadas endoscopicamente. O sucralfato atua revestindo a superfície da úlcera, ligando-se às moléculas protéicas positivamente
carregadas expostas na base da úlcera. O sucralfato também liga sais biliares, que estão comprometidos com a patogenia de úlceras gástricas,
proporcionando assim outro meio pelo qual o sucralfato teria utilidade terapêutica. O sucralfato não apresenta aderência tão boa à mucosa normal.
A afinidade do sucralfato à mucosa lesionada é seis vezes maior que à mucosa gastrointestinal normal. Estudos in vitro indicam que o sucralfato
pode inibir a ação da pepsina e impedir a difusão dos íons de hidrogênio. Também estimula a secreção de muco e bicarbonato e a produção de
prostaglandina PgE2 e PgI2 que protegem as células profundas da mucosa da lesão necrótica experimental, e alguns estudos sugerem que a
deficiência na produção de prostaglandinas pode contribuir para a formação de úlcera. A PgE2 e a PgI2 também possuem um efeito inibitório
sobre a secreção de ácido gástrico.
Em síntese, a terapia com sucralfato tem como finalidade, e baseada em inúmeros trabalhos científicos, acelerar a cicatrização de lesões
esofágicas gástricas e duodenais, além de reduzir a incidência de úlceras secundárias ao uso de anti-inflamatórios e úlceras de estresse. A
multiplicidade de propriedades do sucralfato reflete as múltiplas ações da medicação:
• Ação antipéptica e adsorção de sais biliares;
• Promoção da secreção de bicarbonato de sódio;
• Aumento da resistência da mucosa pela promoção da secreção de muco e mudanças em seus componentes;
• Estimulação da secreção de prostaglandina;
• Promoção da integridade do vasos sanguíneos e aumento do fluxo sanguíneo;
• Promoção da regeneração epitelial por meio da proteção e da estimulação da zona proliferativa da mucosa;
• Estimulação de fatores de crescimento, como, por exemplo, o fator de crescimento epidérmico.
Farmacologia:
O sucralfato adere às células epiteliais e muito fortemente à base das crateras das úlceras, tornando difícil lavar o gel da cratera. Em seres
humanos, o gel continua a aderir ao epitélio ulcerado por mais de 6 horas. Ele adere mais às úlceras duodenais do que às gástricas. Acredita-se
que essa ligação às crateras das úlceras é a principal ação terapêutica do sucralfato. Os antiácidos e os alimentos não parecem afetar a integridade
do gel aderente. As proteínas nos alimentos são adsorvidas pela sua superfície, portanto, adicionam uma camada citoprotetora.
Inúmeros mecanismos já foram propostos para explicar os efeitos citoprotetores e cicatrizantes do sucralfato, incluindo a estimulação da síntese
de prostaglandina, adsorção de pepsina e estimulação da produção local de fator de crescimento epidérmico.
Farmacocinética
Sucralfato é pouco absorvido no trato gastrintestinal (3% a 5%) após a sua administração oral, não havendo relatos de efeitos sistêmicos.
Entretanto, pode ocorrer alguma liberação de íons de alumínio e sulfato de sacarose. O sulfato de sacarose pode ser absorvido e excretado,
principalmente pela urina. Alguns íons de alumínio podem também ser absorvidos.
A atividade da pepsina no suco gástrico é reduzida em 32% nos pacientes que recebem sucralfato à medida em que absorve sais biliares no
duodeno. Há indícios de que sua ação protetora da mucosa gástrica deva-se também ao aumento da concentração da prostaglandina muco
protetora (PgE2).
Uso clínico:
O sucralfato (1 g, uma hora antes de cada refeição e ao deitar, por 4 a 8 semanas) promove a cicatrização de úlceras gástricas e duodenais tão
eficazmente quanto os antagonistas dos receptores H2. Como terapia de manutenção, o sucralfato parece ser mais eficaz na doença de úlcera
duodenal do que na gástrica.
Sucrafilm®
2 comprimidos mastigáveis de 1 g, uma hora antes das principais refeições ou ao deitar, promove citoproteção da mucosa gástrica e
duodenal contra hiperacidez.
O sucralfato (1 g, duas vezes ao dia) foi aprovado nos EUA para terapia de manutenção de úlcera duodenal. O sucralfato também pode ser usado
para evitar úlcera de estresse. As taxas de cicatrização e o período de tempo necessário para se obter o alívio da dor com sucralfato em geral são
melhores que com os antagonistas dos receptores H2. Como a preparação é ativada por ácido, o sucralfato é mais eficaz quando administrado
antes das refeições. Pela mesma lógica, o sucralfato não deve ser administrado nos 30 minutos seguintes à administração de antiácidos.
1 flaconete de 2 g, uma hora antes das principais refeições ou ao deitar, promove citoproteção da mucosa gástrica e duodenal contra
hiperacidez.
O sucralfato também pode ser usado para evitar úlcera de estresse. As taxas de cicatrização e o período de tempo necessário para se obter o alívio
da dor com sucralfato em geral são melhores que com os antagonistas dos receptores H2. Como a preparação é ativada por ácido, o sucralfato é
mais eficaz quando administrado antes das refeições. Pela mesma lógica, o sucralfato não deve ser administrado nos 30 minutos seguintes à
administração de antiácidos.
Sucrafilm®
é contra-indicado para os casos de pacientes que apresentam hipersensibilidade ao sucralfato e aos demais componentes da
formulação.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
A úlcera péptica é uma doença crônica recorrente. Não se deve esperar que o sucesso numa série de tratamento com sucralfato altere a freqüência
ou a severidade da doença, após a cicatrização.
Após a administração de sucralfato (via oral), pequena quantidade de alumínio é absorvida pelo trato gastrintestinal. Administração concomitante
com outros produtos que contenham alumínio (por exemplo antiácidos) pode aumentar o nível de alumínio no organismo. Em pacientes com
função renal normal recebendo estes agentes concomitantes, o alumínio é excretado pela urina. No entanto, os pacientes com disfunção renal e
nos que fazem diálise, apresentam deficiência de excreção do alumínio, podendo ocorrer um acúmulo e intoxicação por alumínio (osteodistrofia
alumínica, osteomalácia, encefalopatia).
Comprimido mastigável de Sucrafilm®
contém aspartamo.
Atenção Fenilcetonúricos: Sucrafilm®
comprimido mastigável contém fenilalanina.
Agite antes de usar Sucrafilm®
suspensão oral.
Os estudos laboratoriais indicam que o sucralfato consegue adsorver e, portanto, reduzir a biodisponibilidade de vários fármacos, incluindo a
tetraciclina, sulpirida, fenitoína, cimetidina, ranitidina, cetoconazol, ciprofloxacino, norfloxacino, ofloxacino e fluorquinolonas em estudos
animais, e com digoxina e teofilina em estudos com seres humanos. As interações podem ser minimizadas pela administração de outras
medicações duas horas antes da administração de sucralfato.
O sucralfato pode prejudicar a absorção de varfarina, por isso deve-se ter cautela com a administração concomitante.
O sucralfato pode reduzir os efeitos dos anticoagulantes orais.
Manter à temperatura ambiente (15ºC a 30ºC). Proteger da luz e manter em lugar seco.
Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da data de sua fabricação.
Numero de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Comprimido mastigável: comprimido na cor branca, circular, de faces planas e bordas chanfradas, com odor e sabor de hortelã.
Suspensão oral: suspensão na cor branca, com sabor e odor de hortelã, isenta de partículas e material estranho.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
ADULTOS
Antiulceroso:
A dose oral recomendada é de:
- Comprimido mastigável: 1 comprimido mastigável de 1g quatro vezes ao dia ou 2 comprimidos mastigáveis de 1g duas vezes ao dia, com o
estômago vazio, uma hora antes ou duas horas após as refeição ou ao deitar.
- Flaconete: 1 flaconete duas vezes ao dia, com o estômago vazio, uma hora antes ou duas horas após as refeição ou ao deitar.
Citoprotetor da mucosa gástrica:
A dose oral recomendada é 2 comprimidos mastigáveis de 1g uma hora antes das principais refeições ou ao deitar, para promover a citoproteção
da mucosa gástrica e duodenal contra hiperacidez.
A dose oral recomendada é de 1 flaconete de 2g uma hora antes das principais refeições ou ao deitar, para promover a citoproteção da mucosa
gástrica e duodenal contra hiperacidez.
Terapia de manutenção:
A dose recomendada para manutenção é de 1g duas vezes ao dia.
Doses de 250 mg três vezes ao dia e 500 mg à noite, por nove meses, têm sido efetivas na prevenção da recorrência da úlcera.
Instruções de uso:
Antiácidos podem ser prescritos nos primeiros dias de tratamento, conforme necessário, para alívio da dor, porém não devem ser tomados dentro
de meia hora antes ou após o sucralfato.
Embora a cicatrização com o sucralfato possa ocorrer na primeira ou segunda semana, o tratamento deve ser continuado por pelo menos 6
semanas, a não ser que a cicatrização tenha sido demonstrada por raio X ou exame endoscópico. Nos casos resistentes podem ser necessárias até
12 semanas.
Insuficiência renal:
Não é necessário ajuste de dosagem na insuficiência renal, uma vez que o sucralfato não é significativamente absorvido. No entanto, a absorção
de alumínio tem sido reportada em pacientes com uremia. Em pacientes com excreção prejudicada o risco de acumulação de alumínio e
toxicidade são aumentados. Portanto, o sucralfato deve ser usado com precaução em pacientes com insuficiência renal crônica.
Ajuste de dosagem durante diálise: O ajuste de dosagem não é necessário durante a diálise, desde que a ação do sucralfato não dependa de
níveis sistêmicos do fármaco. Absorção tem sido relatada em pacientes com uremia. O alumínio é ligado à proteína plasmática e à transferrina
plasmática, portanto não atravessa prontamente a membrana de diálise. Caso a excreção do alumínio absorvido seja prejudicada em pacientes
submetidos à diálise, o risco de acúmulo de alumínio e toxicidade aumentam. Portanto, o uso de sucralfato em pacientes dialisados requer
cuidados.
Insuficiência hepática:
Não é necessário ajuste de doses, uma vez que o sucralfato não é significativamente absorvido.
Pacientes Geriátricos:
Não é necessário o ajuste de doses para pacientes idosos.
CRIANÇAS
Dosagem pediátrica:
Em triagens clínicas o sucralfato tem sido usado no tratamento de úlceras duodenais crônicas e esofagites de refluxo. A dose para tratamento de
esofagite é 0,5 g quatro vezes ao dia para pacientes com menos de 6 anos, e 1 g quatro vezes ao dia para pacientes com mais de 6 anos. Para o
tratamento de úlcera duodenal a dosagem é de 1 g quatro vezes ao dia para crianças de todas as idades. Pesquisadores informam que ajustes de
dosagem para idade ou peso não são necessárias porque o sucralfato não é significativamente absorvido.
A dose de manutenção é de 1 g uma vez por noite, que deve ser administrada às crianças com idade entre 1 e 10 anos para o tratamento de úlcera
duodenal crônica.
Reações adversas/ colaterais e alterações de exames laboratoriais:
Em experiências clínicas, as reações adversas ao sucralfato foram mínimas e raramente levaram a interrupção da droga. Em estudos envolvendo
mais de 2.500 pacientes tratados com sucralfato, foram relatados efeitos adversos em 4,7 %, sendo o mais comum a constipação intestinal (2,2%).
Efeitos colaterais
A incidência e a gravidade dos efeitos colaterais do sucralfato são muito baixas. Apenas a constipação devida ao Al3+ (em 2% dos casos) e uma
sensação de boca seca ( 1%) parecem significativas. Ocasionalmente, entretanto, pacientes se queixam de desconforto abdominal. Os efeitos no
metabolismo de fosfato e no Al3+ plasmático são similares aos já descritos para o Al(OH)3.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.