Bula do Sulfadiazina de Prata produzido pelo laboratorio União Química Farmacêutica Nacional S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
sulfadiazina de prata
União Química Farmacêutica Nacional S.A
Creme dermatológico
10 mg/g
Medicamento Genérico, Lei nº 9.787, de 1999.
IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO
Creme dermatológico 10 mg/g: embalagem contendo bisnaga de 30g.
USO TÓPICO
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 2 MESES
COMPOSIÇÃO
Cada g contém:
sulfadiazina de prata ......................................................................................................... ...............................................................10 mg
Excipeientes: cera emulsificante, álcool cetoestearílico, éster de macrogol 40, propilenoglicol, miristato de isopropila, metilparabeno,
propilparabeno e água purificada.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Este medicamento é destinado à prevenção e ao tratamento de feridas com grande potencial de infecção e risco de evolução para
sepse: queimaduras 1-5
, úlceras de membros inferiores 6-9
, úlceras de pressão 10-11
e feridas cirúrgicas 12
.
Desde 1968, através dos estudos de Fox e colaboradores foi demonstrado que a sulfadiazina de prata reduziu a mortalidade entre 5% e
20% em oito dias após queimaduras. Adicionalmente a destruição pós-queimaduras da pele e músculo por infecção foi reduzida com a
aplicação deste medicamento. 1
Em 1992, Bishop e colaboradores 8
realizaram um estudo prospectivo em pacientes com úlceras venosas com níveis bacterianos
comparáveis e demonstraram que a sulfadiazina de prata a 1% reduziu de forma estatisticamente significativa o tamanho das úlceras
(44%, em relação a 22,5% dos que utilizaram placebo). Tais autores associaram a eficácia desta droga a um favorecimento da
replicação de queratinócitos e a propriedades anti-inflamatórias da substância.
Posteriormente, Lansdown e colaboradores 13
observaram cicatrização acelerada e liberação mais rápida de crostas e debris em
animais em que foi utilizada a sulfadiazina de prata. Estes autores correlacionam seus achados a uma redução das fases inflamatória e
de formação de tecido de granulação, além de maior velocidade de reparação epidérmica. Kjolseth e colaboradores 14
compararam os
efeitos in vivo de seis agentes tópicos frequentemente utilizados em úlceras e demonstraram que a sulfadiazina de prata foi responsável
pela taxa de reepitelização mais rápida, além de ter sido um dos principais agentes promotores de neovascularização. Numa revisão
sistemática sobre agentes antimicrobianos utilizados no tratamento de feridas crônicas, a sulfadiazina de prata foi uma das poucas
substâncias citadas como comprovadamente úteis no tratamento de lesões ulceradas de difícil resolução. 9
Referências bibliográficas
1. Fox C.L. Silver Sulfadiazine: A New Topical Therapy of Pseudomonas Infection. Arch Surg 1968; v. 96: p.184-188.
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11. Hindryckx P.H. et al. The Treatment of Infected Decubitus Ulcers With 1% Silver Sulfadiazine Cream. Current Therapeutic
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12. Lloyd J.R. Improved Management of Skin Graft Donor Sites. Arch. Surg. 1974; v. 108: p. 561-565.
13. Lansdown A.B.G. et al. Silver Aids Healing in the Sterile Skin Wound: Experimental Studies in the Laboratory Rat. British
Journal of Dermatology. 1997; v. 137: p. 728-735.
14. Kjolseth D. et al. Comparison of the Effects of Commonly Used Wound Agents on Epithelialization and Neovascularization.
Journal of the American College of Surgeons 1994; v. 179:p. 305-312.
15. Carr H., Wlodkowski T.J. and Rosenkranz H.S. Silver Sulfadiazine: In Vitro Antibacterial Activity. Antimicrobial Agents &
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16. Hamilton Miller J.M.T., Shah S. and Smith C. Silver Sulphadiazine: A Comprehensive in vitro Reassement. Chemotherapy 1993;
v. 39: p. 405-409.
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20. Caffee HH, Bingham HG. Leukopenia and silver sulfadiazine. J Trauma. 1982 Jul;22(7):586-7
21. Martindale. The Complete Drug Reference. Thirty-fourth edition. Pharmaceutical Press. P. 259.
22. Eldad A., Neuman A., Weinsberg A., Benmeier P., Rotem M., Wexler MR. Silver-sulphadiazineinduced haemolytic anaemia in a
glucose-6-phosphate dehydrogenase-deficiente burn patient.
23. Fisher NM, Marsh E, Lazova R. Scar-localized argyria secondary to silver sulfadiazine cream. J Am Acad Dermatol 2003; 49(4):
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26. Payne CMER et al. Argyria from excessive use of topical silver sulphadiazine. Lancet. 1992; 340:126.
A sulfadiazina de prata possui uma atividade antimicrobiana bastante ampla. É bactericida para uma grande variedade de bactérias
gram-positivas e gram-negativas, bem como algumas espécies de fungos (Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, algumas
espécies de Proteus, Klebsiella, Enterobacter e Candida albicans). 1-4,15,16
Há dados bibliográficos suficientes para demonstrar que a sulfadiazina de prata possui ação sobre bactérias comumente resistentes a
outros agentes antimicrobianos tópicos e que o composto é superior à sulfadiazina pura 4,15
, bem como ao nitrato de prata 4
. A
atividade antimicrobiana da sulfadiazina de prata é mediada pela reação do íon prata com o DNA microbiano, o que impede a
replicação bacteriana. Além disto, age sobre a membrana e parede celulares, promovendo o enfraquecimento destas, com consequente
rompimento da célula por efeito da pressão osmótica 2,3,4
. Estudos de farmacocinética demonstram que os níveis séricos de Prata e de
sulfadiazina estão relacionados com a extensão e espessura da ferida, e a quantidade de material aplicado, sendo que estes níveis
encontram-se muito abaixo dos considerados tóxicos4
.
Estudos experimentais indicam que a absorção da sulfadiazina de prata na pele normal ou com lesões de queimaduras superficiais ou
profundas é ínfima. Bult e Plug17
destacam que na aplicação tópica de sulfadiazina de prata, a prata é liberada lentamente ao redor da
ferida, sendo que mais de 99% dos íons prata permanecem nesta região.
A sulfadiazina de prata parece estar presente somente na porção superficial da escara e em torno de alguns apêndices epidérmicos,
com muito pouco nas camadas mais profundas4.
Tais observações têm sido atribuídas à formação de um albuminato de prata a partir da
albumina presente na área queimada ou pela formação de complexos de prata com grupos sulfidrila das fibras elásticas abundantes na
área cicatricial. l4,18
Como a absorção através do tecido queimado é muito baixa, a distribuição tecidual foi mensurada após injeção subcutânea de
suspensão de sulfadiazina de prata, observando-se maior concentração no fígado e baço e níveis relativamente baixos no cérebro.
Como sugerido pelo padrão de distribuição da sulfadiazina de prata, o componente prata é excretado pela via hepatobiliar e a
sulfadiazina por eliminação renal. Isto tem sido confirmado por estudos em ratos que receberam doses subcutâneas de suspensão de
sulfadiazina de prata. A prata é excretada principalmente nas fezes e a sulfadiazina predominantemente na urina, sendo que a
eliminação da prata acontece numa taxa bem mais lenta do que a do componente sulfadiazina. 4
Devido à possibilidade aumentada de Kernicterus (potencializado pelas sulfonamidas) o seu uso não é recomendado, em caso de:
gravidez a termo, crianças prematuras 4
e recém-natos nos dois primeiros meses de vida
19
. O seu uso deve ser cuidadosamente observado em pacientes que apresentam hipersensibilidade às sulfas e aos demais componentes
da formulação. Por existirem poucos dados sobre a sua passagem pelo leite materno, também não é recomendado em mulheres que
estejam amamentando.
Este medicamento é contraindicado para menores de 2 meses de idade.
Este medicamento é contraindicado para mulheres grávidas nos últimos três meses de gestação.
Este medicamento não deve ser utilizado em mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião dentista
Quando do uso em áreas muito extensas de superfície corporal, a monitoração dos níveis séricos da sulfa e da função renal tornam-se
relevantes, apesar da pouca absorção do produto. Enquanto a sulfadiazina de prata está exercendo seu efeito por sobre a superfície
lesada, alguma proliferação fúngica dentro ou abaixo da escara pode ocorrer, no entanto a incidência de super infecções fúngicas
clinicamente notificadas é bastante rara. 21
Não deve ser aplicado na região dos olhos.
Informar ao médico se está amamentando. A sulfadiazina de prata deve ser evitada em gestantes a termo, recém-natos até dois meses e
prematuros. 4,19
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
Só fazer uso do medicamento sob orientação médica. Observar as precauções, contraindicações, advertências e só administrar a
posologia prescrita pelo médico.
Categoria B de risco na gravidez.
É relatado na literatura médica um risco aumentado de leucopenia em pacientes em uso de cimetidina 20
, concomitante ao uso tópico
de sulfadiazina de prata. É descrita também a inativação pela sulfadiazina de prata de agentes desbridantes enzimáticos 21
.
Manter o produto em sua embalagem original e conservar em temperatura ambiente (entre 15° e 30°C); proteger da luz e umidade.
O prazo de validade é de 24 meses a partir da data de fabricação (vide cartucho).
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use o medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Aspecto físico: creme branco homogêneo
Pode haver escurecimento do produto devido à oxidação dos sais de prata quando expostos à luz, não comprometendo a segurança do
produto.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Após a limpeza da lesão, aplicar uma camada de sulfadiazina de prata creme uma vez ao dia. Fazer um curativo com gaze. Caso a
lesão seja muito exsudativa, aplicar o creme uma segunda vez ao dia, posteriormente o excesso pode ser retirado com uma compressa
de gaze ou algodão. Utilizar sulfadiazina de prata até a cicatrização da ferida. Não deve ser aplicado na região dos olhos.
A maioria das pessoas que fazem uso de sulfadiazina de prata não apresenta problemas relacionados a ela. Porém, como acontece com
todos os medicamentos, alguns pacientes podem ter reações indesejáveis.
Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento)
Há relatos de argiria, descoloração da pele ou mucosas secundária a deposição do metal prata, após a utilização tópica de creme de
sulfadiazina de prata por longos períodos. 21,23-26
Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento)
Foram relatados raros casos de leucopenia transitória em pacientes recebendo terapia com sulfadiazina de prata. Em geral ocorrendo
entre 3 a 4 dias do início do tratamento, com retorno aos níveis normais de 5 a 7 dias, mesmo com a manutenção da terapia 4,20,21
.
Pacientes que utilizam o produto por longos períodos e/ou em grandes áreas do corpo devem ser acompanhados por médico que
avaliará a necessidade de acompanhamento laboratorial, principalmente em pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato
desidrogenase. 22
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária