Bula do Targocid produzido pelo laboratorio Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda
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TARGOCID®
teicoplanina
APRESENTAÇÕES
Pó liófilo 200 mg: embalagem com 1 frasco-ampola acompanhado de 1 ampola de diluente.
Pó liófilo 400 mg: embalagem com 1frasco-ampola acompanhado de 1 ampola de diluente.
USO INTRAVENOSO OU INTRAMUSCULAR. USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
TARGOCID 200 mg
Cada frasco-ampola contém 200 mg de teicoplanina.
Excipientes: cloreto de sódio, hidróxido de sódio.
Cada ampola de solução diluente contém 3 mL de água para injeção.
TARGOCID 400 mg
Cada frasco-ampola contém 400 mg de teicoplanina.
TARGOCID está indicado no tratamento de infecções causadas por bactérias gram-positivas sensíveis, incluindo
aquelas resistentes a outros antibióticos tais como meticilina e as cefalosporinas: endocardite, septicemia, infecções
osteoarticulares, infecções do trato respiratório inferior, infecções de pele e tecidos moles, infecções urinárias e
peritonite associada à diálise peritoneal crônica ambulatorial.
Também está indicado no tratamento de infecções em pacientes alérgicos às penicilinas ou cefalosporinas.
Pode ser usado por via oral no tratamento de diarreia associada ao uso de antibiótico, incluindo colite
pseudomembranosa causada por Clostridium difficile.
Pode ser utilizado para profilaxia em pacientes nos quais a infecção por microrganismos gram-positivos pode ser
perigosa (por exemplo, em pacientes que necessitam de cirurgia dental ou ortopédica).
Foi demonstrado que a teicoplanina é eficaz no tratamento da endocardite causada por organismos gram-positivos.
(Davey & Williams, 1991; Presterl et al, 1993; Martino et al, 1989; Leport et al, 1989; Venditti et al, 1992).
A teicoplanina foi tão eficaz quanto outros agentes no tratamento de diarreia associada ao Clostridium difficile
(CDAD). A taxa de recidiva no grupo que recebeu teicoplanina foi baixa. Cento e dezenove pacientes foram
randomizados para receber ácido fusídico, metronidazol, teicoplanina ou vancomicina para o tratamento de CDAD.
A dose de teicoplanina foi de 400 mg, duas vezes ao dia, por 10 dias. A taxa de cura foi de 96% para teicoplanina,
93% para o ácido fusídico, 94% para o metronidazol e 94% para a vancomicina. A porcentagem de pacientes em
recidiva foi de 7% com teicoplanina, 28% com ácido fusídico, 16% com metronidazol e 16% com vancomicina
(Wenisch et al, 1996).
Houve uma redução no número de infecções no local de inserção e de septicemia gram-positiva relacionada a
cateteres com a terapia com teicoplanina em comparação a terapia sem teicoplanina em um estudo randomizado com
88 pacientes com cateteres Hickman. Teicoplanina como profilaxia pode ser utilizada rotineiramente em pacientes
que requeiram inserção de cateteres Hickman para reduzir a incidência de sepse relacionada a cateteres,
especialmente durante o período de neutropenia após quimioterapia (Lim et al, 1991).
A teicoplanina fornece uma alternativa à vancomicina em infecções de cateter em pacientes com malignidades
hematológicas. A vancomicina foi comparada com a teicoplanina, e a taxa de resposta foi de 80% e 69%,
respectivamente (Smith et al, 1989).
Em um estudo clínico aberto, a teicoplanina foi eficaz no tratamento de 18 pacientes com infecções gram-positivas
(Walsh et al, 1988). Os pacientes receberam uma dose de ataque via intravenosa (IV) de 400 mg, e doses via
intravenosa (IV) ou intramuscular (IM) de 200 mg (n = 13) e 400 mg (n = 5) uma vez por dia como terapia de
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manutenção, por uma média de 17 dias. Os pacientes apresentavam as seguintes condições: osteomielite, infecções
relacionadas à prótese, endocardite, infecções da pele e do tecido conjuntivo e infecção do trato urinário. Onze dos
18 (61%) pacientes foram curados clinicamente. Foi relatada uma taxa de cura de 83% para os pacientes que
apresentavam Staphylococcus aureus resistente a meticilina. Os 4 pacientes que apresentavam infecções
relacionadas à prótese nos ossos e articulações necessitaram de remoção das próteses antes que ocorresse qualquer
melhora clínica. Os efeitos adversos foram limitados a 2 pacientes, que desenvolveram exames anormais da função
hepática (elevação da aspartato aminotransferase, bilirrubina e ureia), que foram associados à icterícia em 1
paciente. A faixa das concentrações séricas de vale da teicoplanina estava entre 2,3 e 17,7 mcg/mL, com uma
elevação média de 2,9 mcg/mL na dose de 400 mg. Foi demonstrado que a teicoplanina é segura e eficaz no
tratamento de infecções gram-positivas.
Foi relatado que doses iniciais de 400 mg de teicoplanina, via IV, seguidas por 200 mg via IV, uma vez ao dia,
durante 5 a 7 dias, foram eficazes no tratamento de infecções gram-positivas graves (primariamente septicemia) em
15 dos 17 pacientes (Davies et al, 1989). O organismo principal isolado foi o Staphylococcus epidermidis (15
pacientes), que havia sido resistente a terapia de combinação com antibióticos aminoglicosídeos e beta-lactâmicos.
Em um estudo multicêntrico, a teicoplanina foi segura e eficaz em 29 pacientes com várias infecções bacterianas
gram-positivas (Lang et al, 1990).
A teicoplanina aparenta ser mais segura que a vancomicina, e não apresenta eventos adversos relacionados à dose
quando dosada entre 3 a 10 mg/Kg. (Davey & Williams, 1991).
Em crianças entre 2 e 12 anos de idade, foi descoberto que a teicoplanina é muito eficaz e bem tolerada no
tratamento de infecções gram-positivas em pacientes pediátricos. As doses variaram entre 3 e 6 mg/Kg (Bassetti &
Cruciani, 1990).
Em neonatos, tem sido relatada uma baixa incidência de efeitos adversos relacionados ao tratamento com
teicoplanina. A droga é bem tolerada em recém-nascidos com insuficiência renal aguda (Yalaz et al, 2004). A dose
recomendada em neonatos é de 16 mg/kg no primeiro dia (dose de ataque), seguido de 8mg/kg, 1 vez ao dia (Yalaz
et al, 2004; Martindale, 2013).
A adição da teicoplanina a ceftazidima como terapia empírica de infecções gram-positivas em pacientes com
neutropenia febril foi eficaz. Dezesseis pacientes com neutropenia febril foram tratados com teicoplanina mais
ceftazidima (Verhagen & De Pauw, 1987). Este estudo clínico aberto utilizou pacientes que haviam falhado na
terapia com ceftazidima nas 48 ou 72 horas anteriores. A teicoplanina foi administrada via intravenosa como uma
dose de ataque de 400 mg, seguida por 200 mg, uma vez ao dia. Os pacientes continuaram com ceftazidima 2 g via
IV, a cada 8 horas, e ou cetoconazol oral 200 mg, uma vez ao dia, ou anfotericina 400 mg a cada 6 horas para
prevenção de colonização fúngica. A cura clínica com a terapia de combinação foi alcançada em 69% (n = 11) dos
pacientes. A cura bacteriológica foi confirmada em 91% (10 de 11) das infecções. Entre as bactérias tratadas com
sucesso, encontravam-se infecções por Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis (duas cepas resistentes a
meticilina) e Streptococcus faecalis. Quatro pacientes desenvolveram elevação das enzimas hepáticas; entretanto, a
teicoplanina foi considerada responsável em somente 1 caso.
Pode haver vantagem na inclusão de teicoplanina no tratamento empírico inicial do regime de antibióticos para
pacientes de câncer com neutropenia febril. A teicoplanina foi avaliada como terapia empírica em pacientes com
neutropenia febril com malignidades hematológicas (Menichetti et al, 1994). Uma taxa de resposta de 88% foi
obtida em um contexto de alta prevalência de infecções gram-positivas causadas por cepas com alta resistência a
aminoglicosídeos e antibióticos betalactâmicos.
Foi demonstrado que a teicoplanina é eficaz em combinação com aminoglicosídeos e beta-lactâmicos no tratamento
de sepse grave em pacientes submetidos a transplante de medula óssea. Teicoplanina 400 mg, via IV, uma vez ao
dia, com netilimicina 400 mg via IV, uma vez ao dia, e ceftazidima 2 g IV, 3 vezes ao dia, foram instituídos em 11
pacientes. Todos os 11 pacientes apresentaram resposta, e 10 apresentaram cura clínica. A teicoplanina é um agente
potencialmente eficaz e bem tolerado em pacientes com transplante de medula óssea com infecções que não
respondem a aminoglicosídeos e beta-lactâmicos (Lang et al, 1990).
Foi demonstrado que a teicoplanina é eficaz em 3 estudos com pacientes com granulocitopenia febril. No primeiro
estudo, 67% dos 65 episódios de granulocitopenia febril apresentaram resposta quando teicoplanina foi adicionada à
terapia empírica. No segundo estudo, com 120 pacientes, 63% responderam a ceftazidima e a teicoplanina, em
comparação a 49% com ceftazidima isolada. No terceiro estudo, de 125 casos de bacteremias gram-positivas no
cateter de Hickman, 72% a 90% responderam, dependendo do organismo (De Pauw et al, 1990).
Teicoplanina e ciprofloxacino foram eficazes em pacientes com neutropenia febril. Teicoplanina mais
ciprofloxacino foram comparados com gentamicina mais piperacilina. Dos pacientes que receberam teicoplanina
mais ciprofloxacino, 78% apresentaram uma resposta favorável, comparados com 49% que receberam gentamicina e
piperacilina. A teicoplanina com ciprofloxacino é pelo menos tão eficaz quanto à gentamicina mais piperacilina no
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tratamento empírico de pacientes com neutropenia febril, e pode ser mais eficaz em situações onde há prevalência de
organismos gram-positivos (Kelsey, 1992).
A teicoplanina com aminoglicosídeo ou quinolona aparenta ser uma abordagem adequada na terapia empírica para
febre neutropênica, e pode prevenir infecção no cateter em pacientes com câncer (Studena et al, 1994).
Em um estudo não-controlado, a teicoplanina foi eficaz no tratamento de infecções por MRSA envolvendo a pele ou
osteomielite. Os pacientes eram excluídos caso tivessem neutropenia. Vinte e seis pacientes receberam 200 ou 400
mg de teicoplanina IM ou IV a cada 24 horas. A taxa de cura clínica foi de 84,6%. A cura bacteriológica foi obtida
em 73% dos pacientes (Pachon et al, 1996a).
Em um estudo aberto, a combinação de teicoplanina e rifampicina mostrou ser um tratamento eficaz e bem-tolerado
para infecções graves causadas por Staphylococcus aureus (Yzerman et al, 1998). Ambos os antibióticos foram
administrados via IV, a teicoplanina em duas doses em bolus de 400 mg nas primeiras 24 horas e a partir daí, 400
mg uma vez ao dia, e rifampicina em duas doses únicas de 600 mg uma vez ao dia, com duração dependente da
gravidade da infecção. Dos 15 pacientes avaliáveis, 13 (86.7%) foram curados clinicamente e 2 (um dos quais foi a
óbitos devido a causas naturais não relacionadas ao tratamento e um que desenvolveu resistência a rifampicina) não
apresentaram melhora. S aureus foi eliminado, e não recorreu em pacientes com cura clínica.
Foram apresentados os resultados dos estudos que trataram infecções causadas por estafilococos e outras bactérias
gram-positivas com teicoplanina; 39 de 64 (61%) dos pacientes se curaram, 16 de 64 (25%) apresentaram melhora e
9 de 64 (14%) não tiveram sucesso com a terapia (Pauluzzi et al, 1987a). A teicoplanina é um antibiótico eficaz e
bem tolerado para infecções causadas por bactérias gram-positivas, e é eficaz contra estafilococos resistentes a
meticilina.
A teicoplanina é segura e eficaz no tratamento de infecções ósseas e das articulações causadas por patógenos
suscetíveis, em combinação com outras medidas terapêuticas discutiram teicoplanina na terapia de infecções ósseas
e articulação. A taxa geral de sucesso clínico foi de 88% em 60 pacientes (Eitel et al, 1992).
A terapia com teicoplanina em 35 pacientes com infecções ósseas ou nas articulações resultou em resolução total em
78% dos pacientes. Os pacientes que não responderam a teicoplanina 4 mg/Kg/dia tiveram suas doses elevadas para
15 mg/Kg/dia ou mais. Os pacientes toleraram altos níveis de vale e de pico de teicoplanina. Febre devido ao
medicamento e erupção cutânea se desenvolveram em 5 de 18 pacientes que receberam teicoplanina 12 mg/Kg/dia
ou mais (Greenberg, 1990).
Descobriu-se que a teicoplanina é eficaz no tratamento de infecções por organismos gram-positivos nos ossos e
articulações (Weinberg, 1993). A eficácia e a segurança da teicoplanina foram avaliadas no tratamento de 66
pacientes com osteomielite aguda ou crônica e artrite séptica. Os pacientes receberam uma dose de ataque de 12
mg/Kg/dia a cada 12 horas por 3 doses, seguido por 12 mg/Kg/dia. Trinta e nove de 45, ou 87%, tiveram um
resposta clínica favorável, e 6 de 45, ou 13%, apresentaram falha ou sofreram recidiva.
A teicoplanina foi eficaz no tratamento de 62 pacientes avaliáveis com infecções na pele e no tecido conjuntivo. A
dose inicial normal utilizada para a teicoplanina foi de 400 ou 800 mg seguidos por 200 a 400 mg diariamente, por
via IV ou IM. Alguns pacientes receberam outras doses não especificadas. Nos 30 dias anteriores ao estudo, 25
pacientes haviam recebido antibióticos, primariamente penicilinas ou cefalosporinas, seguido por quinolonas e
antibióticos macrólidos. A falha terapêutica foi o motivo mais comum para descontinuação do tratamento, ocorrendo
em dois terços dos casos. A teicoplanina foi o único agente terapêutico isolado em 54 de 64 pacientes. Cinco
pacientes também receberam aminoglicosídeos, e 3 e 2 pacientes também receberam penicilinas e cefalosporinas,
respectivamente. A eliminação da infecção bacteriana ocorreu em 27 de 35 (77%) casos de infecção por S. aureus,
em 5 de 5 (100%) casos de Staphylococcus coagulase-negativo, e em 5 de 7 (71%) casos de Streptococcus (Lang et
al, 1991).
A terapia com teicoplanina curou ou causou melhora em 93% dos pacientes com infecções ósseas ou no tecido
conjuntivo. A eficácia foi avaliada em 30 pacientes. A cura bacteriológica ocorreu em 25 pacientes (83,3%)
(Marone et al, 1990).
A teicoplanina, administrada uma vez ao dia, aparenta ser segura e conveniente para infecções da pele e do tecido
conjuntivo (Edelstein et al, 1991). Em especial, a teicoplanina aparentemente é adequada para terapia parenteral
ambulatorial.
A teicoplanina, administrada uma vez ao dia, aparenta ser uma terapia segura e eficaz para infecções da pele e do
tecido conjuntivo causadas por bactérias gram-positivas (Chirurgi et al, 1994).
Um estudo clínico preliminar indicou que a teicoplanina pode ser eficaz no tratamento de peritonite gram-positiva
quando adicionada no fluído de diálise (Neville et al, 1987). Onze pacientes com insuficiência renal crônica que
receberam diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) apresentaram peritonite gram-positiva. Foi administrada
aos pacientes teicoplanina 400 mg via IV como dose única, de forma aberta, seguida por 20 mg/L de fluídos de
diálise durante cada procedimento de diálise. Dez (91%) dos pacientes alcançaram a cura clínica. A única falha
ocorreu em um paciente com peritonite recorrente por Staphylococcus aureus. O paciente recebeu 2 tratamentos
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com terapia com teicoplanina, e subsequentemente, falhou com terapia com vancomicina. A teicoplanina foi bem
tolerada, sem nenhuma evidência de ototoxicidade ou redução da função renal residual. Os 10 pacientes que
apresentaram cura clínica foram acompanhados por entre 4 semanas e 11 meses, e permaneceram bem. A
teicoplanina foi bem-sucedida ao erradicar os organismos gram-positivos.
Propriedades farmacodinâmicas e espectro antimicrobiano
O princípio ativo de TARGOCID é a teicoplanina, um antibiótico do grupo dos glicopeptídios que mostrou ação
bactericida in vitro contra bactérias gram-positivas aeróbias e anaeróbias. A teicoplanina inibe o crescimento de
organismos suscetíveis, agindo na biossíntese da parede celular em local diferente do afetado pelos beta-lactâmicos.
TARGOCID é ativo contra estafilococos (incluindo os resistentes a meticilina e outros antibióticos betalactâmicos),
estreptococos, enterococos, Listeria monocitogenes, micrococos, corinebactéria do grupo J/K e anaeróbios Gram-
positivos incluindo Clostridium difficile e peptococos.
Foi demonstrada sinergia bactericida in vitro com teicoplanina quando combinada com aminoglicosídeos contra
Staphylococcus aureus; a sinergia contra estes organismos também foi demonstrada com imipenem. A combinação
in vitro de teicoplanina e rifampicina demonstrou efeitos aditivos e sinérgicos contra Staphylococcus aureus.
Também foi observada sinergia in vitro com ciprofloxacino contra Staphylococcus epidermidis.
A resistência in vitro à teicoplanina não pode ser obtida em um único passo e só se produz após passagens múltiplas.
Há relatos de elevadas CIMs (concentração inibitória mínima) para teicoplanina em diversas cepas de
Staphylococcus haemolyticus.
A teicoplanina não apresenta resistência cruzada com outras classes de antibióticos.
Foi observada resistência cruzada entre teicoplanina e o glicopeptídeo vancomicina em enterococos.
A teicoplanina é captada pelos leucócitos e macrófagos, mantendo sua atividade anti-estafilocócica dentro destas
células.
Propriedades Farmacocinéticas
A biodisponibilidade de uma única injeção intramuscular de 3 a 6 mg/kg é de mais de 90%. A teicoplanina é pouco
absorvida pelo trato gastrintestinal normal após administração oral; 40% da dose oral é encontrada nas fezes como
fármaco ativo.
Após a administração intravenosa de 3 a 6 mg/kg, a concentração plasmática declina com meia-vida terminal de
eliminação de 150 horas com depuração plasmática de 11,9 a 14,7mL/h/kg, o que permite uma única administração
diária.
Após administração IV de 6mg/kg nas horas 0, 12, 24 e a cada 24h como infusão por 30 minutos, uma concentração
sérica mínima de 10mg/L seria alcançada pelo quarto dia. Concentrações séricas máxima e mínima no estado de
equilíbrio de aproximadamente 64mg/L e 19mg/L, respectivamente, seriam atingidas pelo 28°dia.
A teicoplanina difunde-se rapidamente na pele, tecido subcutâneo, miocárdio, pulmão, líquido pleural, osso, líquido
sinovial, líquido de vesícula cutânea e lentamente, no líquido cefalorraquidiano.
A teicoplanina apresenta ligação às proteínas plasmáticas de 90 a 95%, sendo a ligação de fraca afinidade.
A biotransformação é pequena (aproximadamente 3%), sendo aproximadamente 80% do fármaco administrado
eliminado na urina, quando administrado por via parenteral. A depuração renal após a administração IV de 3 a
6mg/kg é de 10,4 a 12,1 mL/h/kg.
TARGOCID é contraindicado em pacientes com histórico de hipersensibilidade a teicoplanina.
Foram relatados casos de toxicidade hematológica, auditiva, hepática e renal com teicoplanina. Portanto,
recomenda-se monitorar as funções auditiva, hematológica, hepática e renal, particularmente em pacientes com
insuficiência renal, pacientes sob tratamento prolongado e aqueles pacientes que necessitam de uso concomitante de
fármacos que possam ter efeitos ototóxicos e nefrotóxicos (vide Interações Medicamentosas).
Da mesma forma que com outros antibióticos, o uso de teicoplanina, especialmente se prolongado, pode resultar em
supercrescimento de microrganismos resistentes. É essencial a avaliação repetida da condição do paciente. Caso
ocorra superinfecção durante a terapia, devem ser tomadas medidas apropriadas.
Trombocitopenia
Trombocitopenia foi relatada com o uso de teicoplanina. Exames sanguíneos periódicos são recomendados durante o
tratamento, incluindo hemograma completo.
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A eficácia e segurança da administração de TARGOCID pelas vias intratecal/intralombar e intraventricular não
foram estudadas em estudos clínicos controlados. Entretanto, foi relatado caso de toxicidade, incluindo convulsões,
com o uso intraventricular de teicoplanina.
Portanto, por segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via
intravenosa ou intramuscular.
Alterações na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
TARGOCID pode causar efeitos adversos, tais como cefaleia e tonturas. A habilidade de dirigir veículos ou operar
máquinas pode ser afetada. Paciente experimentando estes eventos adversos não devem dirigir veículos ou operar
máquinas.
Gravidez e lactação
Embora os estudos de reprodução animal não tenham revelado evidência de alteração da fertilidade ou efeitos
teratogênicos, TARGOCID não deve ser utilizado durante a gravidez confirmada ou suposta ou durante a lactação, a
menos que, a critério médico, os benefícios potenciais superem os possíveis riscos. Não se tem informação sobre a
excreção de teicoplanina no leite materno ou sobre a transferência placentária do fármaco.
Categoria de risco na gravidez: B. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem
orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Sensibilidade cruzada
O produto deve ser administrado com cuidado a pacientes com histórico de hipersensibilidade a vancomicina, pois
pode haver hipersensibilidade cruzada. Entretanto, um antecedente de ”síndrome do homem vermelho” atribuído a
Os estudos em animais não evidenciaram interação com diazepam, tiopental, morfina, bloqueadores
neuromusculares ou halotano.
Devido ao potencial de aumento de efeitos adversos, TARGOCID deve ser administrado com cuidado em pacientes
sob tratamento concomitante com fármacos nefrotóxicos ou ototóxicos, tais como aminoglicosídios, anfotericina B,
ciclosporina, furosemida e ácido etacrínico.
As soluções de teicoplanina e aminoglicosídios são incompatíveis quando misturadas, portanto não devem ser
misturadas antes da injeção.
TARGOCID deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C), proteger da luz.
Prazo de validade: 36 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Os frascos reconstituídos e misturas de líquidos para infusão devem ser mantidos refrigerados (5°C) e
descartados dentro de 24 horas.
Características físicas e organolépticas
Pó liofilizado com aspecto de massa esponjosa homogênea de cor marfim. Após reconstituição forma solução
límpida de cor amarela a amarelo escuro.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Instruções para preparação da injeção:
Adicione lentamente toda solução diluente da ampola no frasco-ampola e role-o lentamente entre as mãos, até que o
pó esteja completamente dissolvido, tomando-se o cuidado de evitar a formação de espuma.
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É IMPORTANTE ASSEGURAR QUE TODO O PÓ ESTEJA DISSOLVIDO, MESMO AQUELE QUE ESTIVER
PERTO DA TAMPA.
A agitação da solução pode causar a formação de espuma, a qual torna difícil recuperar o volume desejado.
Entretanto, se todo o pó estiver completamente dissolvido, a espuma não altera a concentração da solução. Se a
solução ficar espumosa, o frasco deve ficar em repouso por aproximadamente 15 minutos. Retire a solução
lentamente do frasco-ampola, tentando recuperar a maior parte da solução colocando a agulha na parte central da
tampa de borracha.
As soluções reconstituídas contém 200 mg de teicoplanina em 3 mL (frasco-ampola de 200 mg) e 400 mg em 3 mL
(frasco-ampola de 400 mg).
É importante que a solução seja corretamente preparada e cuidadosamente colocada na seringa, pois, caso contrário,
pode levar a administração de uma dose menor que a dose total.
A solução final é isotônica e tem pH de 7,2 a 7,8.
As soluções reconstituídas podem ser injetadas diretamente ou diluídas com os seguintes diluentes: cloreto de sódio
para injeção a 0,9 %, Ringer, Ringer Lactato (Solução de Hartmann), dextrose 5%, glicose 10% e glicose a 1,36%
ou 3,86% para diálise peritoneal.
Como boa prática farmacêutica, recomenda-se que as soluções sejam administradas imediatamente após a
preparação.
Incompatibilidades
As soluções de teicoplanina e aminoglicosideos são incompatíveis quando misturadas diretamente e não devem ser
misturadas antes da injeção.
Modo de administração: TARGOCID pode ser administrado por via intravenosa (IV) ou intramuscular (IM). A
administração IV pode ser feita diretamente por injeção (3 - 5 minutos) ou através de infusão, (30 minutos). A dose
diária é geralmente única, entretanto, em infecções graves, recomenda-se uma dose de ataque a intervalos de 12
horas para as 3 primeiras doses podendo se estender por até 4 dias (8 doses iniciais), dependendo da gravidade da
infecção. A maioria dos pacientes com infecções causadas por microrganismos sensíveis ao antibiótico apresenta
resposta terapêutica dentro das primeiras 48-72 horas. A duração total do tratamento é determinada pelo tipo e
gravidade da infecção e resposta clínica do paciente. Em endocardite e osteomielite, recomenda-se tratamento por 3
semanas ou mais.
Somente o método de administração infusão IV pode ser usado em recém-nascidos. A gravidade da doença e o local
da infecção devem ser considerados na determinação das doses de teicoplanina.
Posologia
Adultos:
Para infecções por gram-positivos em geral:
- Dose de ataque: 3 doses de 400 mg IV a cada 12 horas;
- Dose de manutenção: 400 mg IV ou IM uma vez ao dia.
Em casos de septicemia, infecções ósteo-articulares, endocardites, pneumonias graves e outras infecções
graves causadas por organismos gram-positivo em geral:
- Dose de ataque: 400 mg a cada 12 horas via IV para as 3 primeiras doses podendo se estender por até 4 dias (8
doses iniciais), dependendo da gravidade da infecção
- Dose de manutenção: 400 mg IV ou IM uma vez ao dia;
A dose padrão de 400 mg corresponde a aproximadamente 6 mg/kg.
Em pacientes com mais de 85 kg, deve-se utilizar a dose de 6 mg/kg.
Podem ser necessárias doses maiores em algumas situações clínicas.
Em algumas situações, tais como em pacientes com queimaduras graves infectadas ou endocardite causada por
Staphylococcus aureus, pode ser necessária dose de manutenção de até 12 mg/kg por via IV.
No caso de endocardite causada por S.aureus, foram obtidos resultados satisfatórios quando TARGOCID foi
administrado junto com outros antibióticos. A eficácia da monoterapia com TARGOCID para esta indicação ainda
está sendo investigada.
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Quando as concentrações séricas de TARGOCID são monitoradas em infecções graves, os níveis (imediatamente
antes da dose subsequente) devem ser equivalentes a 10 vezes a CIM (concentração inibitória mínima) ou pelo
menos, 10 mg/L, podendo ser de 15 a 20 mg/L dependendo da gravidade da infecção.
Terapia combinada: Quando a infecção requer atividade bactericida máxima, recomenda-se a combinação com um
agente bactericida apropriado (ex: em endocardite estafilocócica) ou quando infecções mistas com patógenos Gram-
negativos não podem ser excluídas (ex: terapia empírica de febre em pacientes neutropênicos).
Profilaxia de endocardite por gram-positivos em cirurgia dental e em pacientes com doença valvular: uma
administração intravenosa de 400 mg (6 mg/kg) no momento da indução anestésica.
Profilaxia de infecções por gram-positivos em cirurgia ortopédica e vascular: uma dose IV de 400 mg (ou 6
mg/kg se >85 kg) no momento da indução anestésica.
Diarreia causada por Clostridium difficile associada a antibióticos: Após reconstituição do pó do frasco-ampola
com a solução diluente, a solução deve ser administrada como solução oral (a solução não tem gosto). A dose usual
é de 200 mg por via oral, duas vezes ao dia durante 7 a 14 dias.
A eficácia e segurança da administração de TARGOCID pelas vias intratecal/intralombar e intraventricular não
foram estudadas em estudos clínicos controlados. Entretanto, foi relatado caso de toxicidade, incluindo convulsões,
com o uso intraventricular de teicoplanina.
Portanto, por segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via
intravenosa ou intramuscular.
Populações Especiais
Idosos: Igual à dose dos adultos (se a função renal estiver gravemente comprometida, devem-se seguir as instruções
para pacientes com função renal comprometida).
Crianças acima de 2 meses de idade até 16 anos: Para as infecções por gram-positivos em geral: a dose
recomendada é de 10 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas para as 3 primeiras doses (doses de ataque); as
doses diárias subseqüentes devem ser de 6 mg/kg em injeção única intravenosa ou intramuscular (doses de
manutenção).
Em infecções graves por microrganismos gram-positivos ou em crianças neutropênicas: a dose de ataque
recomendada é de 10 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas para as 3 primeiras doses; as doses diárias
subseqüentes de manutenção devem ser de 10 mg/kg em única injeção intravenosa ou intramuscular.
Recém nascidos menores de dois meses: recomenda-se administrar dose única de ataque de 16mg/kg por via
intravenosa no primeiro dia; as doses diárias de manutenção subsequentes devem ser de 8 mg/kg por via
intravenosa. Recomenda-se administrar as doses por infusão intravenosa por 30 minutos.
Pacientes com insuficiência renal: Em pacientes com insuficiência renal, a diminuição da dose não é necessária até
o quarto dia de tratamento, após este período a dose deve ser ajustada para manter uma concentração sérica de pelo
menos 10mg/L. A partir do quinto dia, deve-se seguir o seguinte esquema:
- Insuficiência renal moderada, com depuração de creatinina de 40 a 60 mL/min, a dose de manutenção deverá ser
diminuída para a metade (utilizando a dose usual de manutenção a cada dois dias ou a metade desta dose uma vez ao
dia).
- Em insuficiência renal grave, com depuração de creatinina menor que 40 mL/min e em pacientes sob hemodiálise,
a dose de manutenção deve ser reduzida para um terço da usual (utilizando esta dose a cada três dias ou um terço da
dose uma vez ao dia). A teicoplanina não é dialisável.
Diálise peritoneal ambulatorial contínua para peritonite: após dose única de ataque de 400 mg IV, são
administrados 20 mg/L por bolsa na 1ª semana, 20 mg/L em bolsas alternadas na 2ª semana, e 20 mg/L na bolsa que
permanece durante a noite na 3ª semana.
Reação muito comum (> 1/10)
Reação comum (> 1/100 e ≤1/10 )
Reação incomum (> 1/1.000 e ≤1/100 )
Reação rara (> 1/10.000 e ≤1/1.000)
Reação muito rara (≤ 1/10.000)
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TARGOCID geralmente é bem tolerado. As reações adversas conhecidas raramente requerem interrupção do
tratamento e geralmente são de caráter leve e transitório. As reações adversas graves são raras. As seguintes reações
foram relatadas:
Reações locais: eritema, dor local, tromboflebite e abscesso no local da injeção intramuscular.
Reações alérgicas: erupção cutânea, prurido, febre, rigidez, broncoespasmo, reações anafiláticas, choque
anafilático, urticária, angioedema e raros casos de dermatite esfoliativa, necrólise epidérmica tóxica, eritema
multiforme incluindo a síndrome de Stevens-Johnson. Além disso, foram relatadas reações relacionadas às infusões,
tais como: eritema ou rubor do tronco. Estes eventos ocorreram sem histórico prévio de exposição à teicoplanina e
não voltaram a ocorrer na reexposição com a velocidade da infusão mais lenta e/ou a diminuição da concentração.
Estes eventos não foram específicos para qualquer concentração ou velocidade de infusão.
Reações gastrintestinais: náusea, vômitos, diarreia.
Reações sanguíneas: eosinofilia, leucopenia, neutropenia, trombocitopenia, e raros casos de agranulocitose
reversível.
Função hepática: aumento das transaminases séricas e/ou fosfatase alcalina sérica.
Função renal: elevação da creatinina sérica, insuficiência renal.
SNC: tontura e cefaléia. Convulsões podem ocorrer com a administração intraventricular.
Auditiva/vestibulares: Nestes casos, o efeito causal não foi estabelecido entre a utilização da teicoplanina e a perda
auditiva, tinido e distúrbios vestibulares. A ototoxicidade da teicoplanina é inferior a da vancomicina.
Outros: superinfecção (supercrescimento de organismos não suscetíveis).
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.
Foram relatados casos de administração de doses excessivas erroneamente, à pacientes pediátricos. Em um relato de
superdose, um recém-nascido de 29 dias apresentou agitação após a administração de 400 mg IV (95 mg/kg).
Nos outros casos, não foram verificados sintomas ou anormalidades laboratoriais associados a teicoplanina. Nestes
casos, as crianças tinham de 1 mês a 8 anos de idade e as doses de teicoplanina administrada erroneamente estavam
entre 35,7 mg/kg a 104 mg/kg.
Nos casos de superdose o tratamento deverá ser sintomático. A teicoplanina não é eliminada através de hemodiálise.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.