Bula do Tartarato de Brimonidina produzido pelo laboratorio Medley Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
dextrotartarato de
brimonidina
Medley Indústria Farmacêutica Ltda.
Solução oftálmica
2 mg/mL
dextrotartarato de brimonidina
Medicamento Genérico, Lei nº 9.787, de 1999
APRESENTAÇÃO
Solução Oftálmica Estéril de 2 mg/mL: frasco com 5 mL.
USO ADULTO
USO TÓPICO OCULAR
COMPOSIÇÃO
Cada mL (22 gotas) contém:
dextrotartarato de brimonidina........................2 mg (0,091 mg/gota)
veículo q.s.p....................................................1 mL
(ácido cítrico, citrato de sódio di-hidratado, cloreto de benzalcônio, cloreto de sódio, povidona e água
para injetáveis)
Cada 1 mL de dextrotartarato de brimonidina equivale a 22 gotas e 1 gota equivale a 0,091 mg.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
O dextrotartarato de brimonidina é indicado no tratamento de pacientes com glaucoma de ângulo aberto
ou hipertensão ocular.
A pressão intra-ocular (PIO) elevada é o principal fator de risco para a perda do campo visual no
glaucoma. Quanto maior a pressão intraocular, maior a probabilidade de ocorrência de danos ao nervo
óptico e de perda de campo visual. O dextrotartarato de brimonidina diminui a pressão intraocular com
efeitos mínimos sobre os parâmetros pulmonares e cardiovasculares.
Em um estudo de dose-resposta de um mês em pacientes glaucomatosos ou com hipertensão ocular,
dextrotartarato de brimonidina foi avaliado nas concentrações 0,08%, 0,25 e 0,5% e veículo para a
redução da PIO. A média de redução da PIO a partir do valor basal a 12 horas pós-instilação no grupo de
0,2% foi de 4,0 a 5,8 mmHg (15,5% a 22,4%)1
.
Os efeitos cardiovasculares e pulmonares de dextrotartarato de brimonidina 0,2% foram comparados ao
timolol 0,5%, betaxolol 0,25% e ao veículo de dextrotartarato de brimonidina 0,2% em um estudo cross-
over duplo-mascarado em 24 voluntários homens saudáveis2
Nesse estudo de uma dose, não foram observados efeitos sobre a função pulmonar com dextrotartarato de
brimonidina 0,2%, suspensão de betaxolol 0,25%, timolol 0,5% ou veículo. A brimonidina, o betaxolol e
o veículo não apresentaram efeitos sobre taquicardia por exercício, enquanto o timolol foi associado a
uma supressão estatisticamente significativa de frequência cardíaca de recuperação e exercício. Os
efeitos cardiovasculares de brimonidina sobre exercício foram limitados a uma ligeira redução da pressão
arterial sistólica durante o período de recuperação2
Quando aferida 12 horas após a dosagem em estudos controlados nucleares, a frequência cardíaca média
permaneceu relativamente inalterada no valor basal com o tratamento de brimonidina. Foram observadas
pequenas reduções clinicamente significativas na frequência cardíaca média em alguns dos exames
diurnos3,4,5
.Da mesma forma, foram observadas reduções desprezíveis nas pressões arteriais sistólica e
diastólica médias quando aferidas 12 horas após a dosagem. Essas alterações não foram associadas a
sintomas clínicos3,4,5
1
Data on file, Allergan, Inc. Derick RJ, Robin AL, et al. Brimonidine tartrate, a one-month dose response
study. 1997 Ophthalmology Jan; 104(1):131-136 (Final Clinical Report A342- 110-7831.
2
Nordlund JR, Pasquale LR, Robin AL, et al. The cardiovascular, pulmonary, and ocular hypotensive
effects of 0.2% brimonidine. 1995 Arch Ophthalmol Jan;113(1):77-83. (Final Clinical Report A342-115-
8042).
3
Schuman, JS, Horowitz B, et al. A 1-year study of brimonidine twice daily in glaucoma and ocular
hypertension. Arch Ophthalmol 1997;115:847-852 (Final Clinical Report A342-103-7831)
4
Data on file, Allergan, Inc. Final report of study A342-104-7831: The long-term safety and ocular-
hypotensive efficacy of brimonidine tartrate 0.2% in subjects with open-angle glaucoma or ocular
hypertension. Dated March 1996.
5
Data on file, Allergan Inc. Final Report of Study A342-119-7831. A comparison of the safety and
efficacy of twice-daily vs. three-times daily administration of brimonidine 0.2% in subjects with open-
angle glaucoma or ocular hypertension.
O dextrotartarato de brimonidina é um potente agonista adrenérgico seletivo alfa-2. O nome químico do
dextrotartarato de brimonidina é L-tartarato de 5-bromo-6-(2-imidazolidinildeneamino) quinoxalina. O
peso molecular do sal tartarato é 442,24, sendo solúvel em água (34 mg/mL). A fórmula molecular é
C11H10BrN5.C4H6O6.
Farmacodinâmica
Mecanismo de ação: a brimonidina é um agonista alfa-adrenérgico. O pico do efeito hipotensivo ocular é
observado duas horas após seu uso. Estudos fluorofotométricos em animais e humanos indicam que a
brimonidina tem duplo mecanismo de ação, agindo através da redução da produção do humor aquoso e do
aumento da drenagem pela via do fluxo uveoscleral.
Farmacocinética
A concentração plasmática máxima é atingida num período de 1 a 4 horas após a administração ocular e
declina com uma meia-vida sistêmica de aproximadamente 3 horas. Em humanos, o metabolismo
sistêmico da brimonidina é amplo, ocorrendo fundamentalmente no fígado. A excreção urinária é a
principal via de eliminação deste fármaco e seus metabólitos. Aproximadamente 87% de uma dose oral
radioativa foi eliminada no espaço de 120 horas após sua administração, sendo encontrada na urina 74%
desta dose.
Este medicamento é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade a qualquer um dos
componentes da sua fórmula. É contraindicado também para pacientes em tratamento com medicamentos
que contenham substâncias inibidoras da monoaminoxidase (IMAO), como por exemplo, certos
antidepressivos (iproniazida, asocarboxazida, nialamida, fenelzina, tranilcipromina e seleginina).
Este medicamento é contraindicado para menores de 2 anos de idade.
Categoria de risco na gravidez: B. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas
sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Embora dextrotartarato de brimonidina tenha apresentado efeito mínimo sobre a pressão sanguínea e
frequência cardíaca em estudos clínicos, deve ser usado com cautela em pessoas com doenças
cardiovasculares graves. O dextrotartarato de brimonidina também deve ser usado com cautela em
pessoas com depressão, insuficiência cerebral ou coronária, fenômeno de Raynaud’s, hipotensão
ortostática ou tromboangeíte obliterante, entre outras. Reações de hipersensibilidade ocular tardia foram
relatadas com dextrotartarato de brimonidina, com alguns relatos associados a um aumento na pressão
intra ocular.
Gravidez e Lactação
Não há estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas. Considerando que não foram
realizados estudos controlados em mulheres durante a gestação, dextrotartarato de brimonidina deve ser
utilizado durante a gravidez apenas se os potenciais benefícios para a mãe justificarem os potenciais
riscos para o feto.
Não está esclarecido se dextrotartarato de brimonidina é excretado no leite humano, porém estudos
realizados em animais demonstram que o dextrotartarato de brimonidina é excretado no leite. A decisão
de descontinuar a amamentação ou de descontinuar a administração do medicamento deverá considerar a
importância do medicamento para a mãe.
Categoria de risco na gravidez: B. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas
sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Pacientes pediátricos
Este medicamento é contraindicado para pacientes pediátricos com idade inferior a 2 anos. A segurança e
eficácia de dextrotartarato de brimonidina não foram estabelecidas em crianças menores de 2 anos.
Durante vigilância pós-comercialização, apneia, bradicardia, coma, hipotensão, hipotermia, hipotonia,
letargia, palidez, depressão respiratória, e sonolência foram reportados em neonatos e crianças que
receberam brimonidina devido à glaucoma congênito ou por ingestão acidental. Crianças com 2 anos de
idade ou mais, especialmente aquelas com peso menor ou igual a 20 kg, devem ser tratadas com cautela e
monitoradas de perto devido à alta incidência e severidade de sonolência.
Pacientes idosos
Não foram observadas diferenças de eficácia e segurança entre pacientes idosos e de outras faixas etárias.
A Cmáx e meia-vida da brimonidina em adultos foi similar em pacientes idosos (65 anos ou mais) e de
outras faixas etárias, indicando que a absorção sistêmica e eliminação não foi significantemente afetada
pela idade.
Pacientes com insuficiência renal ou hepática
O dextrotartarato de brimonidina não foi estudado em pacientes com insuficiência renal ou hepática.
Deve-se ter cautela no tratamento destes pacientes.
Pacientes que utilizam lentes de contato
O dextrotartarato de brimonidina não deve ser aplicado durante o uso de lentes de contato gelatinosas ou
hidrofílicas, pois o cloreto de benzalcônio presente na fórmula pode ser absorvido pelas lentes. Por este
motivo, os pacientes devem ser instruídos a retirar as lentes antes da aplicação do colírio e aguardar pelo
menos 15 minutos para recolocá-las após a administração deste medicamento.
Pacientes que fazem uso de mais de um medicamento oftálmico
Se mais de um medicamento tópico oftálmico for utilizado, deve-se instilar os medicamentos com pelo
menos um intervalo de 5 minutos entre uma instilação e outra.
Alteração na capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas Assim como outros medicamentos,
dextrotartarato de brimonidina pode causar fadiga e/ou sonolência, visão borrada ou distúrbios visuais e
pode ter potencial para uma diminuição na capacidade de alerta. O paciente deve esperar o
Embora estudos específicos sobre interações medicamentosas ainda não tenham sido conduzidos com
dextrotartarato de brimonidina, a possibilidade de um efeito aditivo ou potencializador com fármacos
depressores do Sistema Nervoso Central (álcool, barbitúricos, opiáceos, sedativos ou anestésicos) deve
ser considerada.
Os alfa-agonistas, como classe, podem reduzir a frequência cardíaca e a pressão arterial. Recomenda-se
cautela no seu emprego concomitante com beta-bloqueadores (oftálmicos e sistêmicos), anti-hipertensivos
e/ou glicosídeos cardíacos.
Os antidepressivos tricíclicos podem moderar o efeito hipotensivo da clonidina sistêmica. Não está
esclarecido se o uso simultâneo deste tipo de fármaco com dextrotartarato de brimonidina pode apresentar
alguma interferência sobre o efeito redutor da pressão intraocular.
Não há dados disponíveis sobre a ação de dextrotartarato de brimonidina, sobre o nível de catecolaminas
circulantes. Entretanto, recomenda-se cautela na sua utilização em pacientes que estejam recebendo
antidepressivos tricíclicos que possam afetar o metabolismo e a absorção das aminas circulantes.
O dextrotartarato de brimonidina deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C).
Após aberto, válido por 36 dias.
Prazo de validade: 24 meses após a data de fabricação.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Características físicas e organolépticas
Este medicamento se apresenta na forma de solução límpida, de coloração amarelo a amarelo esverdeada.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
A dose usual é de 1 gota aplicada no(s) olho(s) afetado(s), três vezes ao dia, com intervalos de
aproximadamente 8 horas entre as doses.
Assim como qualquer medicamento, podem ocorrer reações indesejáveis com a aplicação de
dextrotartarato de brimonidina.
Reação muito comum (> 1/10): dor de cabeça, boca seca, fadiga, hiperemia ocular, ardor nos olhos,
pontada nos olhos, visão borrada, sensação de corpo estranho nos olhos, foliculose na conjuntiva, reações
alérgicas oculares, prurido nos olhos.
Reação comum (> 1/100 e < 1/10): tontura, alterações do paladar, sintomas no trato respiratório superior,
sintomas gastrintestinais, astenia, erosão da córnea, fotofobia, eritema da pálpebra, dor nos olhos, secura
dos olhos, lacrimejamento, edema na pálpebra, edema conjuntival, blefarite, irritação nos olhos,
clareamento da conjuntiva, visão anormal, papilas conjuntivais, secreção ocular.
Reação incomum (> 1/1.000 e < 1/100): palpitações, secura no nariz, depressão, reações alérgicas.
Outras reações adversas relatadas após a comercialização de dextrotartarato de brimonidina foram: irite,
iridociclite (uveíte anterior), miose, conjuntivite, prurido nas pálpebras, hipersensibilidade, reações na
pele (incluindo eritema, edema facial, prurido, rash e vasodilatação), palpitações/arritmias (incluindo
bradicardia ou taquicardia), depressão, hipotensão, síncope.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.
Em casos de overdose oftálmica, os eventos relatados foram geralmente aqueles já listados como reações
adversas. Existem poucas informações relacionadas à ingestão acidental de brimonidina em adultos. O
único evento adverso relatado até o momento foi hipotensão. O tratamento para overdose oral inclui
tratamento de suporte e sintomático, mantendo-se ventilação.
Sintomas de overdose de brimonidina, como apneia, bradicardia, coma, hipotermia, hipotensão,
hipotonia, letargia, palidez, depressão respiratória e sonolência têm sido relatados em recém-nascidos,
lactentes e crianças que recebem este medicamento como parte do tratamento médico para glaucoma
congênito ou por ingestão acidental.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.