Bula do Tartarato de Metoprolol para o Profissional

Bula do Tartarato de Metoprolol produzido pelo laboratorio Biosintética Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Tartarato de Metoprolol
Biosintética Farmacêutica Ltda - Profissional

Download
BULA COMPLETA DO TARTARATO DE METOPROLOL PARA O PROFISSIONAL

 

tartarato de metoprolol

Biosintética Farmacêutica Ltda

Comprimido revestido

100 mg

tartarato de metoprolol _BU 01_VPS 1

BULA PARA PROFISSIONAL DE SAÚDE

Bula de acordo com a Resolução-RDC nº 47/2009

I- IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO

Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999

APRESENTAÇÕES

Comprimidos revestidos de 100 mg: embalagens com 30 comprimidos revestidos.

USO ORAL

USO ADULTO

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido revestido de tartarato de metoprolol contém:

tartarato de metoprolol (equivalente a 100 mg de metoprolol) .......................................... 100 mg

Excipientes: estearato de magnésio, amidoglicolato de sódio, povidona, celulose microcristalina,

lactose monoidratada, dióxido de silício, hipromelose, macrogol, corante azul FDC n° 1 laca de

alumínio, corante azul FDC n° 2 laca de alumínio e dióxido de titânio.

II- INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

• Distúrbios do ritmo cardíaco, inclusive arritmias ventriculares e supraventriculares;

• Infarto agudo do miocárdio suspeito ou confirmado; para prevenção secundária após

infarto do miocárdio;

• Hipertensão: como monoterapia ou em associação com outros anti-hipertensivos, como

por exemplo, diuréticos, vasodilatadores periféricos ou inibidores da enzima conversora

de angiotensina (iECAs);

• Angina do peito: para profilaxia em longo prazo. A nitroglicerina deve ser usada, se

necessário, para alívio das crises agudas;

• Hipertireoidismo (como medicação coadjuvante);

• Distúrbios cardíacos funcionais com palpitação;

• Prevenção da enxaqueca.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Nos pacientes com angina do peito, metoprolol reduz a frequência e a gravidade dos episódios

isquêmicos e aumenta a capacidade de trabalho físico. Esse efeito benéfico pode ser causado

pelo decréscimo na demanda de oxigênio do miocárdio que ocorre em resposta à redução da

frequência cardíaca e à contratilidade do miocárdio.

Em pacientes com taquicardia supraventricular, com fibrilação atrial, com extrassístoles

ventriculares ou outra arritmia ventricular, metoprolol tem efeito regulador sobre a frequência

cardíaca. Sua atividade antiarrítmica deve-se, principalmente, à inibição da automaticidade das

células marcapasso e ao prolongamento da condução atrioventricular.

Em pacientes com infarto do miocárdio suspeito ou confirmado, metoprolol diminui a

mortalidade. Esse efeito atribui se, possivelmente, ao decréscimo na incidência de arritmias

ventriculares graves, bem como à limitação do tamanho do infarto. O metoprolol tem

demonstrado reduzir também a incidência de reinfartos do miocárdio não fatais.

tartarato de metoprolol _BU 01_VPS 2

Por seu efeito betabloqueador, o metoprolol é adequado para o tratamento de distúrbios

cardíacos funcionais com palpitação, para prevenção de enxaqueca e tratamento coadjuvante do

hipertireoidismo.

O tratamento a longo prazo com metoprolol pode reduzir a sensibilidade à insulina. No entanto,

metoprolol interfere em menor grau na liberação de insulina e no metabolismo dos carboidratos,

quando comparado aos betabloqueadores não seletivos.

Em estudos de curto prazo, demonstrou-se que o metoprolol pode alterar o perfil dos lipídios

sanguíneos. Ele pode levar ao aumento dos triglicérides e à diminuição dos ácidos graxos livres,

em alguns casos, um pequeno decréscimo na fração de lipoproteína de alta densidade (HDL)

tem sido observado, embora, em extensão menor do que o observado com betabloqueadores não

seletivos. Em um estudo de longo prazo com duração de muitos anos, encontrou-se redução

nos níveis de colesterol.

Referências Bibliográficas

1. Benfield P, Clissold SP, Brogden RN. Metoprolol. An updated review of its

pharmacodynamic and pharmacokinetic properties, and therapeutic efficacy, in hypertension,

ischaemic heart disease and related cardiovascular disorders. Drugs 1986;31(5):376-429. [1]

2. Brogden RN, Heel RC, Speight TM, Avery GS. Metoprolol: a review of its pharmacological

properties and therapeutic efficacy in hypertension and angina pectoris. Drugs 1977;14:321-48.

[109]

3. Thadani U, Davidson C, Singleton W, Taylor SH. Comparison of the immediate effects of

five β-adrenoceptorblocking drugs with different ancillary properties in angina pectoris. N Engl

J Med 1979;300(14):750-5. [110]

4. Egstrup K. Randomized double-blind comparison of metoprolol, nifedipine, and their

combination in chronic stable angina: effects on total ischemic activity and heart rate at onset of

ischemia. Am Heart J 1988;116(4):971-8. [114]

5. Portegies MCM, Sijbring P, Göbel EJAM, Viersma JW, Lie KI. Efficacy of metoprolol and

diltiazem in treating silent myocardial ischemia. Am J Cardiol 1994;74:1095-8. [211]

6. Olsson G, Ablad B, Rydén L. Long-term cardiovascular effects of metoprolol therapy: a

review article. J Clin Pharmacol 1990;30:S118-S23. [97]

7. Pearle DL. Pharmacologic management of ischemic heart disease with -blockers and

calcium channel blockers. Am Heart J 1990;120:739-42. [142]

8. Ablad B, Carlsson E, Johnsson G, Regàrdh CG. Metoprolol. In: Scriabine A, editor.

Pharmacology of antihypertensive drugs. New York: Raven Press, 1980;247-62. [4]

9. Hjalmarson A, Waagstein F, Waldenström A, editors. Günstige Wirkungen der Betablockade

bei experimentellem und klinischem Myokardinfarkt. In: Gross F, editor. Die Beeinflussung des

Sympathikotonus in der Behandlung kardiovaskulärer Krankheiten. Bern: Verlag Huber,

1980;129-42. [6]

10. Hjalmarson A, Herlitz J, Malek I, Ryden L, Vedin A, Waldenström A, et al. Effect on

mortality of metoprolol in acute myocardial infarction. Lancet 1981;II:823-7. [74]

11. Olsson G, Wikstrand J, Warnold I, Manger Cats M, McBoyle D, Herlitz J, et al. Metoprolol-

induced reduction in postinfarction mortality: pooled results from five double-blind randomized

trials. Eur Heart J 1992;13:28-32. [98]

12. Rydén L, Ariniego R, Arnman K, Herlitz J, Hjalmarson A, Holmberg S, et al. A double-

blind trial of metoprolol in acute myocardial infarction. Effects on ventricular tachyarrhythmias.

N Engl J Med 1983;308(11):614-8. [212]

13. Herlitz J, Waldenström J, Hjalmerson A. Infarct size limitation after early intervention with

metoprolol in the MIAMI trial. Cardiology 1988;75:117-22. [213]

14. Hanak T. Behandlung von funktionellen sympathikotonen Kreislaufregulationsstörungen

mit Metoprolol in Depot-Form. Med Welt 1983;34:742-47. [10]

15. Paulsen HF, Felder K. Wirkdauer von Beta-Blockern beim hyperkinetischen Herzsyndrom.

Z Allg Med 1983;59:1149-54. [11]

16. Kangasniemi P, Hedman C. Metoprolol and propranolol in the prophylactic treatment of

classical and common migraine. A double-blind study. Cephalalgia 1984;4:91-6. [16]

tartarato de metoprolol _BU 01_VPS 3

17. Langohr HD, Gerber WD, Koletzki E, Mayer K, Schroth G. Clomipramine and metoprolol

in migraine prophylaxis - a double-blind crossover study. Headache 1985;25:107-13. [51]

18. Cruickshank JM, Prichard BNC. Beta-blockers in clinical practice. Second edition. 2.

Pharmacodynamics 149-166,172-175. 4. Hypertension 424-426,432-433,449-455. 7. Angina

pectoris 653-654,672-677, 680-687. 9. Other indications for beta-blockers. Thyrotoxicosis 802-

816. Migraine 845-855. 10. Adverse reactions 912,918,923,924,928,935,944,950-956,968-

976,987. Edinburgh: Churchill Livingstone, 1994. [104]

19. Raveau Landon C, Bousser MG. Le métoprolol, nouvel antimigraineaux de fond. Presse

Med 1988;17(35):1805-9. [118]

20. Gerber WD, Diener HC, Scholz E, Niederberger U. Responders and non-responders to

metoprolol, propranolol and nifedipine treatment in migraine prophylaxis: a dose-range study

based on time-series analysis. Cephalalgia 1991;11:37-45. [119]

21. Hedman C, Andersen AR, Andersson PG, Gilhus NE, Kangasniemi P, Olsson JE, et al.

Symptoms of classic migraine attacks: modifications brought about by metoprolol. Cephalalgia

1988;8:279-84. [120]

22. Sørensen PS, Larsen BH, Rasmussen MJK, Kinge E, Iversen H, Alslev T, et al. Flunarizine

versus metoprolol in migraine prophylaxis: a double-blind, randomized parallel group study of

efficacy and tolerability. Headache 1991;31:650-7. [121]

23. Heyma P, Larkins RG, Higginbotham L, Kong Wah NG. D-propranolol and DL-propranolol

both decrease conversion of L-thyroxine to L-triiodothyronine. BMJ 1980;281:24-5. [12]

24. Beta-Blockers in thyrotoxicosis. Editorial. Lancet 1980;184-6. [13]

25. Turner P, Hill RC. A comparison of three beta-adrenergic receptor-blocking drugs in

thyrotoxic tachycardia. J Clin Pharmacol 1968;8:268-71. [14]

26. Murchison LE, How J, Bewsher PD. Comparison of propranolol and metoprolol in the

management of hyperthyroidism. Br J Clin Pharmacol 1979;8:581-7. [115]

27. Nilsson OR, Melander A, Tegler L. Effects and plasma levels of propranolol and metoprolol

in hyperthyroid patients. Eur J Clin Pharmacol 1980;18:315-20. [116]

28. Adlerberth A, Stenström G, Hasselgren PO. The selective β-blocking agent metoprolol

compared with antithyroid drug and thyroxine as preoperative treatment of patients with

hyperthyroidism. Results from a prospective, randomized study. Ann Surg 1987;205:182-8.

[117]

29. Jacob S, Rett K, Wicklmayr M, Agrawal B, Augustin HJ, Dietze GJ. Differential effect of

chronic treatment with two beta-blocking agents on insulin sensitivity: the carvedilol-metoprolol

study. J Hypertens 1996;14:489-94. [214]

30. Pollare T, Lithell H, Selinus I, Berne C. Sensitivity to insulin during treatment with atenolol

and metoprolol: a randomised, double-blind study of effects on carbohydrate and lipoprotein

metabolism in hypertensive patients. BMJ 1989;298:1152-7. [215]

31. Haenni A, Lithell H. Treatment with a β-blocker with β2-agonism improves glucose and

lipid metabolism in essential hypertension. Metabolism 1994;43(4):455-61. [216]

32. Koch G, Franz IW, Lohmann FW. Effects of short-term and long-term treatment with

cardio-selective and nonselective β-receptor blockade on carbohydrate and lipid metabolism and

on plasma catecholamines at rest and during exercise. Clin Sci 1981;61:433s-5s. [15]

33. Newman RJ. Comparison of propranolol, metoprolol, and acebutolol on insulin-induced

hypoglycaemia. BMJ 1976;2:447-9. [37]

34. Nadelmann J, Frishman WH. Clinical use of -adrenoceptor blockade in systemic

hypertension. Drugs 1990;39(6):862-76. [217]

35. Van Bortel LMAB, Ament AJHA. Selective versus nonselective adrenoceptor

antagonists in hypertension. Pharmaco Economics 1995;8(6):513-23. [218]

36. Wilhelmsen L, Berglund G, Elmfeldt D, Fitzsimons T, Holzgreve H, Hosie J, et al. Beta-

blockers versus diuretics in hypertensive men: Main results from the HAPPY trial. J Hypertens

1987;5:561-72. [86]

37. MacDonald TM, McDevitt DG. Antianginal and β-adrenoceptor blocking drugs. In: Dukes

MNG, editor. Meyler's Side Effects of Drugs. 12th ed. Amsterdam: Elsevier, 1992;431-69.

[134]

tartarato de metoprolol _BU 01_VPS 4

38. Roberts WC. Recent studies on the effects of beta blockers on blood lipid levels. Am Heart J

1989;117(3):709-14. [219]

39. Foss OP, Jensen EK. The effect of captopril and metoprolol as monotherapy or combined

with bendroflumethiazide on blood lipids. J Intern Med 1990;227:119-23. [220]

40. Monmany J, Domingo P, Gomez JA, Sanz F, Roca-Cusachs A, Nolla J, Jane F. Effects of

long-term treatment with metoprolol and hydrochlorothiazide on plasma lipids and lipoproteins.

J Intern Med 1990;228:323-31. [221]

41. Materson BJ, Vlachakis ND, Glasser SP, Lucas C, Ramanathan KB, Ahmad S, et al.

Influence of beta2 agonism and beta1 and beta2 antagonism on adverse effects and plasma

lipoproteins: results of a multicenter comparison of dilevalol and metoprolol. Am J Cardiol

1989;63:58 I-63 I. [222]

42. Lacourcière Y, Poirier L, Boucher S, Spenard J. Comparative effects of diltiazem sustained-

release formulation and metoprolol on ambulatory blood pressure and plasma lipoproteins. Clin

Pharmacol Ther 1990;48(3):318-24. [223]

43. Vyssoulis GP, Karpanou EA, Pitsavos CE, Skoumas JN, Paleologos AA, Toutouzas PK.

Differentiation of β-blocker effects on serum lipids and apolipoproteins in hypertensive patients

with normolipidaemic or dyslipidaemic profiles. Eur Heart J 1992;13:1506-13. [224]

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Grupo farmacoterapêutico: betabloqueadores cardiosseletivos, código ATC: C07A B02.

Mecanismo de ação

O metoprolol é um betabloqueador cardiosseletivo, o qual bloqueia os receptores adrenérgicos

beta1 (que estão localizados principalmente no coração) em doses menores do que as necessárias

para o bloqueio de receptores beta2, localizados principalmente nos brônquios e vasos

periféricos. O metoprolol não apresenta efeito estabilizador de membrana nem atividade

agonista parcial (simpatomimética intrínseca).

Farmacodinâmica

O efeito estimulante das catecolaminas no coração é reduzido ou inibido pelo metoprolol. Isto

leva ao decréscimo da frequência cardíaca, da contratilidade cardíaca e do débito cardíaco.

O metoprolol reduz a pressão arterial elevada, tanto em posição supina como na ortostática.

Também reduz o aumento de pressão arterial que ocorre em resposta a exercícios físicos. O

tratamento resulta, inicialmente, em aumentos na resistência vascular periférica, que durante a

administração em longo prazo é normalizada ou, em alguns casos, reduzida. Como para todos os

betabloqueadores, o mecanismo preciso do efeito anti-hipertensivo de metoprolol não está

completamente elucidado. No entanto, a redução da pressão arterial em longo prazo, observada

com metoprolol, parece ser paralela ao decréscimo gradual na resistência periférica total.

Nos pacientes com angina do peito, metoprolol reduz a frequência e a gravidade dos episódios

isquêmicos e aumenta a capacidade de trabalho físico. Esse efeito benéfico pode ser causado

pelo decréscimo na demanda de oxigênio do miocárdio que ocorre em resposta à redução da

frequência cardíaca e à contratilidade do miocárdio.

Em pacientes com taquicardia supraventricular, com fibrilação atrial, com extrassístoles

ventriculares ou outra arritmia ventricular, metoprolol tem efeito regulador sobre a frequência

cardíaca. Sua atividade antiarrítmica deve-se, principalmente, à inibição da automaticidade das

células marcapasso e ao prolongamento da condução atrioventricular.

Em pacientes com infarto do miocárdio suspeito ou confirmado, metoprolol diminui a

mortalidade. Esse efeito atribui-se, possivelmente, ao decréscimo na incidência de arritmias

ventriculares graves, bem como à limitação do tamanho do infarto. O metoprolol tem

demonstrado reduzir também a incidência de reinfartos do miocárdio não fatais.

Por seu efeito betabloqueador, o metoprolol é adequado para o tratamento de distúrbios

cardíacos funcionais com palpitação, para prevenção de enxaqueca e tratamento coadjuvante do

hipertireoidismo.

tartarato de metoprolol _BU 01_VPS 5

O tratamento em longo prazo com metoprolol pode reduzir a sensibilidade à insulina. No

entanto, metoprolol interfere em menor grau na liberação de insulina e no metabolismo dos

carboidratos, quando comparado aos betabloqueadores não seletivos.

Em estudos de curto prazo, demonstrou-se que o metoprolol pode alterar o perfil dos lipídios

sanguíneos. Ele pode levar ao aumento dos triglicérides e à diminuição dos ácidos graxos livres,

em alguns casos, um pequeno decréscimo na fração de lipoproteína de alta densidade (HDL)

tem sido observado, embora, em extensão menor do que o observado com betabloqueadores não

seletivos. Em um estudo de longo prazo com duração de muitos anos, encontrou-se redução

nos níveis de colesterol. Estudos farmacocinéticos e farmacodinâmicos indicam que 30% da

atividade máxima dos antagonistas dos receptores adrenérgicos beta1 é essencial para o efeito

farmacodinâmico mínimo, que é observado com cerca de 45 nmol/L de metoprolol no plasma.

Farmacocinética

- Absorção

Após administração oral de comprimidos convencionais, o metoprolol é rapidamente e quase

completamente absorvido no trato gastrintestinal. O fármaco é absorvido uniformemente através

do trato gastrintestinal. Picos de concentração plasmática são atingidos após cerca de 1,5 a 2

horas com comprimidos convencionais. As concentrações plasmáticas de metoprolol aumentam

aproximadamente em proporção à dose na faixa de 50 mg a 200 mg. Por seu extenso

metabolismo hepático de primeira passagem, aproximadamente 50% de uma dose oral única de

metoprolol atinge a circulação sistêmica. A extensão da eliminação pré-sistêmica difere entre os

indivíduos por causa das diferenças genéticas no metabolismo oxidativo. Embora os perfis

plasmáticos exibam grande variabilidade interindividuais, eles demonstram boa

reprodutibilidade no próprio indivíduo. Após administrações repetidas a porcentagem de dose

sistemicamente disponível é aproximadamente 40% maior do que após dose única (que é cerca

de 70%). Este fato pode ser causado pela saturação parcial do metabolismo de primeira

passagem ou por seu clearance (depuração) reduzido resultante do fluxo hepático reduzido. A

ingestão com alimentos pode aumentar a disponibilidade sistêmica da dose oral única em

aproximadamente 20% a 40%.

Após injeção intravenosa, o metoprolol é distribuído muito rapidamente com meia-vida de 5 a

15 minutos. No intervalo de dose de 10 a 20 mg, as concentrações plasmáticas aumentam

linearmente em relação à dose. Metoprolol exibe farmacocinética estéreo-específica.

- Distribuição

O metoprolol é extensivamente e rapidamente distribuído com um volume de distribuição

declarado de 3,2 a 5,6 L/kg.

O volume aparente de distribuição no estado de equilíbrio em metabolizadores extensos (4,84

L/kg) é relativamente maior do que em metabolizadores lentos (2,83 L/kg). A meia-vida não é

dose-dependente e não se altera em administrações repetidas. Aproximadamente 10% de

metoprolol no plasma encontra-se ligado às proteínas. O metoprolol atravessa a barreira

placentária e é encontrado no leite materno. Em pacientes com hipertensão, as concentrações de

metoprolol no líquor são similares àquelas no plasma. O metoprolol não é um substrato da P-

glicoproteína significativo, indicando que a variabilidade interindividual na farmacocinética do

metoprolol pode ser maior devido ao metabolismo do CYP2D6.

- Biotransformação / metabolismo

O metoprolol é extensivamente metabolizado por enzimas hepáticas do sistema citocromo P450.

As principais vias metabólicas de metoprolol são alfa-hidroxilação, O-demetilação e

desaminação oxidativa. Alfa-hidroxilação de metoprolol é estéreo-seletiva. O metabolismo

oxidativo de metoprolol está sob controle genético com uma maior contribuição do citocromo

P450 polimórfico isoforma 2D6 (CYP2D6).

No entanto, o metabolismo de metoprolol dependente do citocromo P450 2D6 parece ter pouco

ou nenhum efeito na segurança ou tolerabilidade do fármaco. Nenhum dos metabólitos de

metoprolol contribui significativamente para seu efeito betabloqueador.

- Eliminação

A meia-vida média de eliminação de metoprolol é de 3 a 4 horas. Nos metabolizadores lentos, a

meia-vida pode ser de 7 a 9 horas. Após administração oral única de 100 mg de metoprolol o

tartarato de metoprolol _BU 01_VPS 6

clearance (depuração) médio foi 31, 168 e 367 L/h em metabolizadores lentos, metabolizadores

extensos e metabolizadores ultrarrápidos, respectivamente. O clearance (depuração) renal dos

estéreos-isômeros não exibe estéreo-seletividade na excreção renal. Aproximadamente 95% da

dose pode ser recuperada na urina. Na maioria dos indivíduos (metabolizadores rápidos), menos

de 5% da dose oral são excretados na urina sob forma inalterada. Em metabolizadores lentos,

até 30% da dose oral pode ser excretada de forma inalterada.

Proporcionalidade de dose

O metoprolol apresenta metabolismo pré-sistêmico saturável, levando ao aumento não

proporcional da exposição com o aumento da dose. No entanto, a farmacocinética da dose de

propionato é esperada com formulações de liberação prolongada.

Efeito dos alimentos

Alimentos aparentam aumentar a taxa de absorção do metoprolol, levando a uma concentração

plasmática máxima um pouco maior mais rapidamente. No entanto, não tem impacto

significativo no clearance (depuração) ou no momento em que o pico de concentração máxima é

observado (Tmax).

A fim de minimizar as variações do efeito em cada indivíduo, recomenda-se que o horário da

ingestão de tartarato de metoprolol deve ser fixado com relação aos horários das refeições. Se o

médico pedir ao paciente para tomar tartarato de metoprolol antes do café da manhã ou com o

café da manhã, então o paciente deve continuar a tomar tartarato de metoprolol no mesmo

horário durante o curso da terapia.

População especial

- Pacientes geriátricos

A população geriátrica pode apresentar concentrações plasmáticas ligeiramente maiores de

metoprolol, como resultado combinado de uma redução do metabolismo do fármaco na

população idosa e uma diminuição do fluxo sanguíneo hepático. No entanto, este aumento não é

clinicamente significativo ou com relevância terapêutica. O metoprolol não se acumula em

administração repetida e não há necessidade de ajuste de dose em idosos.

- Paciente com insuficiência renal

A farmacocinética do metoprolol não é impactada em pacientes com insuficiência renal.

Entretanto, há a possibilidade de acúmulo de um dos seus metabólitos menos ativos em

pacientes com clearance (depuração) de creatinina abaixo de 5 mL/min e, este acúmulo, não

influencia nas propriedades betabloqueadoras de metoprolol. Pacientes com insuficiência

renal podem geralmente ser tratados com doses normais.

- Pacientes com insuficiência hepática

Uma vez que o fármaco é primariamente eliminado pelo metabolismo hepático, a insuficiência

hepática pode impactar na farmacocinética do metoprolol. A meia-vida de eliminação do

metoprolol é consideravelmente prolongada, dependendo da gravidade (até 7,2 h), em pacientes

com insuficiência hepática.

- Pacientes com anastomose portocava

Pacientes com anastomose portocava têm um clearance (depuração) sistêmico da dose

endovenosa de aproximadamente 0,3 L/min e valores de área sob a curva de concentração

plasmática até 6 vezes maiores do que os indivíduos sadios.

- Paciente com doenças inflamatórias

Doenças inflamatórias não têm efeito sobre a farmacocinética de metoprolol.

- Pacientes com hipertireoidismo

Hipertireoidismo pode aumentar o clearance (depuração) pré-sistêmico de metoprolol.

- Sensibilidade étnica

O metabolismo oxidativo do metoprolol está sob controle genético com uma maior contribuição

do citocromo P450 polimórfico isoforma 2D6 (CYP2D6). Existem diferenças étnicas marcadas

na prevalência dos fenótipos de metabolizadores lentos (ML). Aproximadamente 7% de

caucasianos e menos do que 1% de orientais são MLs.

tartarato de metoprolol _BU 01_VPS 7

Metabolizadores lentos CYP2D6 exibem concentrações plasmáticas muito mais altas de

metoprolol do que metabolizadores rápidos com atividade de CYP2D6 normal.

- Efeito do gênero

Não há nenhuma evidência significativa para sugerir uma possível diferença na eliminação entre

a população masculina e feminina, recomendações gênero-específicas para a dose de metoprolol

não são necessárias.

Estudos clínicos

Nenhum estudo clínico adicional foi realizado.

Dados de segurança pré-clínicos

- Toxicidade reprodutiva

Estudos de toxicidade reprodutiva em camundongos, ratos e coelhos não indicam potencial

teratogênico para o tartarato de metoprolol. Embriotoxicidade e/ou fetotoxicidade em ratos e

coelhos foram observados a partir de doses de 50 mg/kg e em ratos e 25 mg/kg em coelhos,

demonstrado por aumentos na perda de pré-implantação, diminuição do número de fetos viáveis

por fêmea e/ou diminuição na sobrevivência neonatal. Altas doses foram associadas com certa

toxicidade materna e retardo de crescimento da prole no útero, o que foi refletido em pesos

minimamente inferiores ao nascer. O tartarato de metoprolol tem sido associado a efeitos

adversos reversíveis sobre a espermatogênese a partir de níveis de dose oral de 3,5 mg/kg em

ratos, embora outros estudos não mostraram efeito do tartarato de metoprolol sobre o

desempenho reprodutivo em ratos machos.

- Mutagenicidade

O tartarato de metoprolol não apresentou potencial mutagênico/genotóxico em sistemas de

células bacterianas (teste de Ames) e em ensaios in vivo envolvendo células somáticas de

mamíferos ou células germinais de camundongos machos.

- Carcinogenicidade

O tartarato de metoprolol não apresentou carcinogenicidade em camundongos e ratos após

administração oral de doses de até 800 mg/kg durante 21 a 24 meses.

4. CONTRAINDICAÇÕES

Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com:

• Conhecida hipersensibilidade ao metoprolol e derivados relacionados, a qualquer

um dos componentes da formulação ou a outros betabloqueadores (pode ocorrer

sensibilidade cruzada entre betabloqueadores);

• Bloqueio atrioventricular de segundo ou terceiro graus;

• Insuficiência cardíaca descompensada;

• Bradicardia sinusal clinicamente relevante (frequência cardíaca menor que 45 a 50

batimentos por minuto);

• Doença do nó sinusal;

• Distúrbios circulatórios arteriais periféricos graves;

• Choque cardiogênico;

• Feocromocitoma não tratado (vide “Advertências e precauções”);

• Hipotensão;

• Asma brônquica grave ou história de broncoespasmo grave;

• Infarto do miocárdio com frequência cardíaca menor que 45 a 50 batimentos/min,

intervalo P-R maior que 0,24 segundos, pressão sistólica menor que 100 mmHg e/ou

insuficiência cardíaca grave.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Doenças broncoespásticas

tartarato de metoprolol _BU 01_VPS 8

Como regra geral, não se deve administrar betabloqueadores, incluindo tartarato de metoprolol,

a pacientes com doença broncoespástica. No entanto, em função de sua relativa

cardiosseletividade, tartarato de metoprolol oral pode ser administrado com cautela a pacientes

com doença broncoespástica de intensidade leve a moderada, que não respondam ou não

tolerem outros tratamentos adequados. Uma vez que a seletividade por receptores beta1 não é

absoluta, um agonista beta2 deve ser administrado concomitantemente e deve-se usar a menor

dose possível de tartarato de metoprolol.

Pacientes diabéticos

Tartarato de metoprolol deve ser usado com cautela em pacientes com diabetes mellitus,

especialmente nos que recebem insulina ou agentes hipoglicemiantes orais (vide “Interações

medicamentosas”). Os pacientes diabéticos devem ser alertados de que os betabloqueadores,

incluindo tartarato de metoprolol, podem mascarar a taquicardia que ocorre com a hipoglicemia,

porém, outras manifestações de hipoglicemia como tonturas e sudorese podem não ser

significativamente suprimidas e a sudorese pode ser aumentada.

Sistema cardiovascular

Os betabloqueadores, incluindo tartarato de metoprolol, não devem ser usados em pacientes

com insuficiência cardíaca congestiva não tratada (vide “Contraindicações”). Esta condição

deve primeiro ser estabilizada.

Em função de seu efeito negativo na condução atrioventricular, os betabloqueadores, incluindo

tartarato de metoprolol, devem ser administrados somente com cautela em pacientes com

bloqueio atrioventricular de primeiro grau (vide “Contraindicações”).

Se o paciente desenvolver aumento da bradicardia (frequência cardíaca menor que 50 a 55

batimentos por minuto), a dose deve ser gradualmente reduzida ou o tratamento gradualmente

descontinuado (vide “Contraindicações”).

Infarto do miocárdio

Em pacientes com infarto do miocárdio, se ocorrer hipotensão significativa, tartarato de

metoprolol deve ser descontinuado e o estado hemodinâmico do paciente e a extensão da

isquemia miocárdica devem ser cuidadosamente avaliados.

Monitoração intensiva da hemodinâmica pode ser necessária e as modalidades adequadas de

tratamento devem ser instituídas. Se a hipotensão estiver associada com bradicardia ou bloqueio

atrioventricular significativo, o tratamento deve ser direcionado para a reversão destes.

Distúrbios circulatórios periféricos

Tartarato de metoprolol deve ser usado com cautela em pacientes com distúrbios circulatórios

arteriais periféricos (por exemplo, doença ou fenômeno de Raynaud, claudicação intermitente),

pois o tratamento com betabloqueadores pode agravar tais condições (vide “Contraindicações”).

Feocromocitoma

Em pacientes com presença ou suspeita de feocromocitoma, tartarato de metoprolol deve

sempre ser administrado em associação com um alfabloqueador e apenas após que o

alfabloqueador tenha sido iniciado (vide “Contraindicações”).

Anestesia e cirurgia

A terapia crônica com betabloqueador não deve ser rotineiramente interrompida antes de

cirurgia de grande porte. A capacidade prejudicada do coração em responder a estímulos

adrenérgicos pode aumentar o risco de uma anestesia geral ou procedimento cirúrgico. Se o

paciente em tratamento com tartarato de metoprolol necessitar de anestesia geral, o anestesista

deve ser informado de que o paciente está recebendo um betabloqueador. Um agente anestésico

com o menor efeito cardiodepressor possível deve ser utilizado (vide “Interações

medicamentosas”). Se for extremamente necessária a interrupção da terapia com

betabloqueador, incluindo tartarato de metoprolol, isso deve ser feito gradualmente e se

completar cerca de 48 horas antes da anestesia geral.

tartarato de metoprolol _BU 01_VPS 9

Retirada abrupta

O tratamento com tartarato de metoprolol não deve ser interrompido repentinamente, sobretudo

em pacientes com doença cardíaca isquêmica. Para prevenir a exacerbação de angina pectoris, a

dosagem deve ser reduzida gradualmente em 1 a 3 semanas e, se necessário, terapia de

substituição deve ser iniciada ao mesmo tempo.

Reações anafiláticas

Reações anafiláticas precipitadas por outros agentes podem ser particularmente graves em

pacientes que recebem betabloqueadores e podem ser resistentes a doses normais de adrenalina.

Sempre que possível, deve-se evitar o uso de betabloqueadores, incluindo tartarato de

metoprolol, em pacientes que apresentam risco aumentado de anafilaxia.

Angina de Prinzmetal

Em pacientes com angina de Prinzmetal (angina do peito variante), os betabloqueadores podem

aumentar o número e a duração das crises de angina. Bloqueadores de receptor beta1

relativamente seletivos, como tartarato de metoprolol, podem ser utilizados nesses pacientes,

mas somente com a máxima cautela.

Tireotoxicose

Os betabloqueadores mascaram alguns dos sintomas clínicos de tireotoxicose. Portanto, quando

tartarato de metoprolol for administrado a pacientes que têm tireotoxicose ou são suspeitos de

desenvolvê-la, ambas as funções, tireoidiana e cardíaca, devem ser monitoradas

cuidadosamente.

Síndrome oculomucocutânea

A síndrome oculomucocutânea total, não foi relatada com tartarato de metoprolol. No entanto,

parte dessa síndrome [olhos secos isoladamente ou, ocasionalmente, com rash (erupção)

cutânea] tem ocorrido. Na maioria dos casos, os sintomas são revertidos quando o tratamento

com tartarato de metoprolol é suspenso. Os pacientes devem ser cuidadosamente observados em

relação a efeitos oculares potenciais. Se esses efeitos ocorrerem, deve-se considerar a

descontinuação do tratamento com tartarato de metoprolol.

Interações

Bloqueador dos canais de cálcio do tipo verapamil (fenilalquilamina) não deve ser administrado

por via intravenosa em pacientes recebendo tartarato de metoprolol, pois há risco de parada

cardíaca nesta situação (vide “Interações medicamentosas”).

Populações especiais

- Insuficiência hepática

O metoprolol passa por um extenso metabolismo de primeira passagem e é eliminado

principalmente via metabolismo hepático (vide “Farmacocinética”). Portanto, a insuficiência

hepática pode aumentar a biodisponibilidade sistêmica de metoprolol e reduzir seu clearance

(depuração) total, levando ao aumento da concentração plasmática.

- Pacientes geriátricos

Pacientes idosos devem ser tratados com cautela. Um decréscimo excessivo na pressão arterial

ou na frequência de pulso pode reduzir o suprimento de sangue aos órgãos vitais a níveis

inadequados.

Mulheres em idade fértil

Após a confirmação do diagnóstico de gravidez, as mulheres devem informar o médico

imediatamente.

Gravidez

tartarato de metoprolol _BU 01_VPS 10

Há uma quantia limitada de dados do uso de metoprolol em mulheres grávidas. A experiência

com metoprolol nos primeiros 3 meses de gestação é limitada, mas nenhuma má formação fetal

atribuível a metoprolol foi relatada. Porém, os betabloqueadores podem reduzir a perfusão

placentária.

Estudos limitados em animais não indicaram direta ou indiretamente efeitos prejudiciais no que

diz respeito à toxicidade reprodutiva (vide “Dados de segurança pré-clínicos”). O risco para o

feto/mãe é desconhecido.

Tartarato de metoprolol deve ser dado a mulheres grávidas apenas se claramente necessário.

No caso do tratamento com tartarato de metoprolol durante a gravidez, a menor dose possível

deve ser usada e a descontinuação do tratamento deve ser considerada 2 a 3 dias antes do parto

para evitar o aumento da contratilidade uterina e efeitos betabloqueadores no feto (por exemplo,

bradicardia, hipoglicemia).

Este medicamento pertence à categoria de risco na gravidez C.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou

do cirurgião-dentista.

Lactação

Pequenas quantidades de metoprolol são secretadas no leite materno: com doses terapêuticas,

um lactente que consuma 1 L de leite por dia, receberia uma dose menor que 1 mg de

metoprolol. Todavia, lactentes devem ser cuidadosamente observados em relação aos efeitos

betabloqueadores.

Fertilidade

Os efeitos de tartarato de metoprolol na fertilidade humana não foram estudados.

O tartarato de metoprolol mostrou efeitos na espermatogênese em ratos machos em doses

terapêuticas, mas não teve efeito sobre as taxas de concepção em doses muito mais elevadas em

estudos de fertilidade com animais (vide “Dados de segurança pré-clínicos”).

Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos e/ou operar máquinas

Tonturas, cansaço e deficiência visual podem ocorrer durante o tratamento com tartarato de

metoprolol (vide “Reações adversas”) e podem afetar adversamente a capacidade do paciente

para dirigir veículos e/ou operar máquinas.

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Interações observadas resultando em uso concomitante não recomendado

- Bloqueadores do canal de cálcio (uso IV)

Bloqueadores de canal de cálcio, como verapamil e diltiazem podem potencializar o efeito

depressivo dos betabloqueadores sobre a pressão arterial, frequência cardíaca, contratilidade

cardíaca e condução atrioventricular. Um bloqueador de canal de cálcio tipo verapamil

(fenilalquilamina) não deve ser administrado por via intravenosa a paciente recebendo tartarato

de metoprolol, porque existe risco de parada cardíaca nesta situação (vide “Advertências e

precauções”).

Interações a serem consideradas

Interações resultando em efeitos no metoprolol

- Outros fármacos anti-hipertensivos

Os efeitos de tartarato de metoprolol e outros anti-hipertensivos sobre a pressão arterial são

normalmente aditivos. Pacientes recebendo tratamento concomitante com fármacos depletores

de catecolaminas, outros betabloqueadores (incluindo gotas oftálmicas, como o timolol), ou

tartarato de metoprolol _BU 01_VPS 11

inibidores da monoamino oxidase (MAO), devem ser cuidadosamente monitorados. Além disso,

a hipertensão possivelmente significativa, pode, teoricamente, ocorrer em até 14 dias após a

descontinuação da administração concomitante com um inibidor irreversível da MAO.

- Bloqueadores do canal de cálcio (uso oral)

A administração concomitante de um antagonista beta-adrenérgico com um bloqueador dos

canais de cálcio pode produzir uma redução aditiva na contratilidade do miocárdio, devido aos

efeitos cronotrópicos e inotrópicos negativos.

Pacientes tomando bloqueador de canal de cálcio tipo verapamil oral associado ao tartarato de

metoprolol devem ser cuidadosamente monitorados.

- Medicamentos antiarrítmicos

Betabloqueadores podem potencializar o efeito inotrópico negativo dos agentes antiarrítmicos e

seus efeitos no tempo de condução atrial. Particularmente, em pacientes com disfunção do nodo

sinusal pré-existente, a administração concomitante de amiodarona pode resultar em efeito

eletrofisiológico aditivo, incluindo bradicardia, bloqueio atrioventricular e sinusal. Agentes

antiarrítmicos, como quinidina, tocainida, procainamida, ajmalina, amiodarona, flecainida e

disopiramida podem potencializar os efeitos de tartarato de metoprolol sobre a frequência

cardíaca e a condução atrioventricular.

- Nitroglicerina

Pode aumentar o efeito hipotensivo de tartarato de metoprolol.

- Anestésicos gerais

Alguns anestésicos de inalação podem aumentar o efeito cardiodepressivo dos betabloqueadores

(vide “Advertências e precauções”).

- Inibidores de CYP2D6

Potentes inibidores desta enzima podem aumentar a concentração plasmática de metoprolol.

Fortes inibições de CYP2D6 podem resultar na mudança de fenótipo para metabolizador lento

(fenocópia, vide “Farmacocinética”).

Portanto, deve-se ter cuidado quando coadministrar inibidores potentes de CYP2D6 com

metoprolol. Potentes inibidores conhecidos de CYP2D6 clinicamente significantes são

antidepressivos tais como fluvoxamina, fluoxetina, paroxetina, sertralina, bupropiona,

clomipramina, desipramina, antipsicóticos tais como clorpromazina, flufenazina, haloperidol,

tioridazina, antiarrítmicos tais como quinidina ou propafenona, antirretrovirais tais como

ritonavir, antihistamínicos tais como difenidramina, antimaláricos tais como hidroxicloroquina

ou quinidina, antifúngicos, tais como terbinafina.

- Hidralazina

A administração concomitante de hidralazina pode inibir o metabolismo pré-sistêmico do

metoprolol, levando a um aumento nas concentrações de metoprolol.

- Glicosídeos digitálicos

O uso concomitante de glicosídeos digitálicos pode resultar em bradicardia excessiva e/ou

aumento do tempo de condução atrioventricular. Monitoração da taxa cardíaca e intervalo PR é

recomendado.

- Simpatomiméticos

Administração concomitante de medicamentos simpatomiméticos, como adrenalina,

noradrenalina, isoprenalina, efedrina, fenilefrina, fenilpropanolamina e derivados da xantina

(incluindo gotas oftálmicas e nasais ou antitussígenos) com um betabloqueador podem aumentar

a resposta pressora resultando em hipertensão devido à inibição mútua dos efeitos terapêuticos.

Entretanto, isto é menos provável com doses terapêuticas de fármacos beta1 seletivos que com

betabloqueadores não-seletivos.

- Medicamentos anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs)

A administração concomitante de medicamentos anti-inflamatórios não-esteroidais, incluindo

inibidores da COX-2 com um betabloqueador, pode diminuir o efeito anti-hipertensivo do

metoprolol, possivelmente como resultado da inibição da síntese da prostaglandina renal e

retenção de sódio e fluido causados por medicamentos anti-inflamatórios nãoesteroidais.

- Indutores de enzima hepática

Podem afetar as concentrações plasmáticas de metoprolol. Por exemplo, a circulação plasmática

de metoprolol é reduzida pela rifampicina.

tartarato de metoprolol _BU 01_VPS 12

Interações resultando em efeitos em outros medicamentos

- Agentes antiadrenérgicos

O efeito anti-hipertensivo dos bloqueadores alfa-adrenérgicos, como guanetidina, betanidina,

reserpina, alfa-metildopa ou clonidina pode ser potencializado por betabloqueadores,

Bloqueadores beta-adrenégicos também podem potencializar o efeito hipotensor postural da

primeira dose de prazosina, provavelmente, impedindo taquicardia reflexa.

Pelo contrário, bloqueadores beta-adrenérgicos também podem potencializar a resposta

hipertensiva à retirada da clonidina, como pacientes recebendo concomitantemente clonidina e

bloqueadores beta-adrenérgicos. Se o paciente é tratado com clonidina e tartarato de metoprolol

concomitantemente, e o tratamento com clonidina vai ser descontinuado, o uso de tartarato de

metoprolol deve ser suspenso por vários dias antes que a clonidina seja retirada.

- Medicamentos antidiabéticos e insulina

Betabloqueadores podem interferir com a resposta hemodinâmica usual à hipoglicemia e

produzir um aumento da pressão arterial associada com bradicardia grave. Em pacientes

diabéticos que usam insulina, o tratamento com betabloqueadores pode estar associado com o

aumento ou com a hipoglicemia prolongada. Betabloqueadores podem também antagonizar o

efeito hipoglicemiante das sulfonilureias. O risco desses efeitos é menor com bloqueadores

seletivos do tipo beta1, tais como o tartarato de metoprolol, que com betabloqueadores não-

seletivos. Entretanto, pacientes diabéticos recebendo tartarato de metoprolol devem ser

monitorados para assegurar que o controle da diabetes está mantido (vide “Advertências e

- Lidocaína (xilocaína)

O metoprolol pode reduzir o clearance (depuração) da lidocaína, levando a um aumento dos

efeitos da lidocaína.

- Prazosina

A hipotensão postural aguda que pode ocorrer após a primeira dose de prazosina pode aumentar

em pacientes que já tomam um betabloqueador, incluindo tartarato de metoprolol.

- Alcaloides de Ergot

A administração concomitante com betabloqueadores pode aumentar a ação vasoconstritora dos

alcaloides de Ergot.

- Dipiridamol

Em geral, a administração de um betabloqueador deve ser retida antes do teste com dipiridamol,

com monitoração

cuidadosa da frequência cardíaca após a injeção de dipiridamol.

- Álcool

O metoprolol pode alterar os parâmetros farmacocinéticos do álcool.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Características físicas e organolépticas

Comprimido revestido, de cor azul, formato circular biconvexo e com vinco em um dos lados.

Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade.

Desde que respeitados os cuidados de armazenamento, o medicamento apresenta uma validade

de 24 meses a contar da data de sua fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem

original.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

tartarato de metoprolol _BU 01_VPS 13

Método de administração

Os comprimidos devem ser ingeridos com o auxílio de água sem mastigar.

O horário da ingestão de tartarato de metoprolol deve ser fixado com relação aos horários das

refeições. Se o médico pedir ao paciente para tomar tartarato de metoprolol antes do café da

manhã ou com o café da manhã, então o paciente deve continuar a tomar tartarato de metoprolol

no mesmo horário durante o curso da terapia.

Posologia

População alvo geral

A dose deve ser adaptada às necessidades individuais do paciente. As recomendações

posológicas a seguir podem ser tomadas como um guia:

- Distúrbios do ritmo cardíaco

A dose diária é de 100 a 150 mg administradas em 2 ou 3 doses divididas; se necessário, a dose

diária pode ser aumentada para 300 mg.

- Infarto do miocárdio

A dose recomendada pode ser reduzida dependendo do estado hemodinâmico do paciente.

Tratamento de manutenção - a dose oral de manutenção é de 200 mg/dia, administradas em 2

doses divididas. O tratamento deve continuar por no mínimo 3 meses.

- Hipertensão

A dose oral diária é de 100 a 200 mg, administradas tanto como dose única pela manhã ou em 2

doses divididas (manhã e noite). Se necessário, pode-se prescrever adicionalmente outro anti-

hipertensivo (vide “Indicações”).

- Angina do peito

A dose oral diária é de 100 a 200 mg, administradas em 2 doses divididas; se necessário, a dose

diária pode ser aumentada para até 400 mg.

- Hipertireoidismo

A dose oral diária é de 150 a 200 mg (pode ser aumentada até 400 mg), administradas em 3 a 4

doses divididas.

- Distúrbios da função cardíaca com palpitação; prevenção da enxaqueca

A dose diária é de 100 mg, administradas em dose única pela manhã; se necessário, a dose

diária pode ser aumentada para 200 mg, administradas em 2 doses divididas (manhã e noite).

Populações especiais

- Pacientes pediátricos

Estudos pediátricos não foram realizados. A segurança e a eficácia de tartarato de metoprolol

não estão estabelecidas em pacientes pediátricos.

- Insuficiência renal

Nenhum ajuste de dose de tartarato de metoprolol é necessário em pacientes com insuficiência

renal.

- Insuficiência hepática

Os níveis sanguíneos de tartarato de metoprolol são suscetíveis de aumentar substancialmente

em pacientes com insuficiência hepática. Portanto, tartarato de metoprolol deve ser iniciado em

doses baixas com cautelosa titulação gradual de dose de acordo com a resposta clínica.

- Pacientes geriátricos (> 65 anos)

Nenhum ajuste de dose de tartarato de metoprolol é necessário em pacientes geriátricos, mas

deve ser administrado com cautela devido ao aumento da probabilidade de eventos adversos.

Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Resumo tabulado com reações adversas a medicamento de estudos clínicos

As reações adversas de estudos clínicos (Tabela 1) são listadas pela classe de sistema de órgão

MedDRA. Em cada classe de sistema de órgão, as reações adversas a medicamento foram

classificadas por frequência, com a mais frequente primeiro. Dentro de cada grupo de

tartarato de metoprolol _BU 01_VPS 14

frequência, as reações adversas são classificadas em ordem decrescente de gravidade. Além

disso, a categoria de frequência correspondente a cada reação adversa a medicamento é baseada

na seguinte convenção (CIOMS III): muito comum (≥ 1/10); comum (≥ 1/100, < 1/10);

incomum (≥ 1/1.000, < 1/100); raro (≥ 1/10.000, < 1/1.000) muito raro (< 1/10.000).

Tabela 1: Reações adversas a medicamento de estudos clínicos

Distúrbios do sistema sanguíneo e linfático

Muito rara: trombocitopenia

Distúrbios psiquiátricos

Raras: depressão, pesadelos

Muito raras: distúrbios de personalidade, alucinações

Distúrbios do sistema nervoso

Comuns: tonturas, dor de cabeça

Raras: nível reduzido de consciência, sonolência, insônia, parestesia

Distúrbios oculares

Muito raras: deficiência visual (por ex.: visão borrada), olhos secos, olhos irritados

Distúrbios auditivos e do labirinto

Muito raras: zumbido, distúrbios auditivos1

(por ex.: hipoacusia ou surdez)

Distúrbios cardíacos

Comum: bradicardia

Raras: insuficiência cardíaca, arritmias, palpitações

Muito raras: distúrbios da condução, dor no peito

Distúrbios vasculares

Comum: hipotensão ortostática (ocasionalmente com síncope)

Raras: edema, fenômeno de Raynaud

Muito rara: gangrena2

Distúrbios respiratórios, torácicos e mediastinais

Comum: dispneia de exercício

Rara: broncoespasmo3

Muito rara: rinite

Distúrbios gastrintestinais

Comuns: náusea e vômito, dores abdominais

Raras: diarreia ou constipação

Muito raras: boca seca, fibrose retroperitonial4

Distúrbios hepatobiliares

Muito rara: hepatite

Distúrbios da pele e tecido subcutâneo

Rara: rash (erupção) (na forma de urticária, lesões cutâneas psoriasiformes e distróficas)

Muito raras: reação de fotossensibilidade, hiperidrose, alopecia, piora da psoríase

Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido conjuntivo

Raras: espasmos musculares

Muito raras: artrite

Distúrbios do sistema reprodutivo e das mamas

Muito raras: disfunção erétil, distúrbios da libido, doença de Peyronie4

Distúrbios gerais e das condições no local da administração

Comum: fadiga

Laboratorial

Muito raras: Aumento de peso, anormalidade em testes de função hepática

1

Em doses que excedam a recomendada

2

Em pacientes com distúrbios circulatórios periféricos graves pré-existentes

3

O qual pode ocorrer em pacientes sem história de doença pulmonar obstrutiva

4

A relação com tartarato de metoprolol não está definitivamente estabelecida

tartarato de metoprolol _BU 01_VPS 15

Reações adversas a medicamento de relatos espontâneos e casos de literatura (frequência

desconhecida)

As reações adversas a seguir foram derivadas de experiência pós-comercialização com tartarato

de metoprolol via relatos de caso espontâneos e casos de literatura. Devido a estas reações terem

sido relatadas voluntariamente a partir de uma população de tamanho incerto e sujeita a fatores

de confusão, por isso não é possível estimar suas frequências às quais são, portanto,

categorizadas como desconhecidas. Reações adversas a medicamento são listadas de acordo

com o sistema de classe de órgãos MedDRA. Dentro de cada sistema de classe de órgãos, as

reações adversas são classificadas em ordem decrescente de gravidade.

Tabela 2: Reações adversas a medicamento de relatos espontâneos e casos de literatura

(frequência desconhecida)

Estado de confusão

Aumento dos triglicérides sanguíneos e diminuição de lipoproteínas de alta densidade (HDL)

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância

Sanitária - NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou

para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.