Bula do Telmisartana produzido pelo laboratorio Nova Quimica Farmacêutica S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
TELMISARTANA
Nova Química Farmacêutica LTDA
Comprimidos
40 mg e 80 mg
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
telmisartana
"Medicamento Genérico, Lei nº. 9.787, de 1999".
APRESENTAÇÕES
Comprimidos de 40 mg e 80 mg: embalagens com 10, 14, 20, 28 e 30 comprimidos ou embalagem hospitalar com 60 e 100
comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
telmisartana 40 mg: cada comprimido contém 40 mg de telmisartana
telmisartana 80 mg: cada comprimido contém 80 mg de telmisartana
Cada comprimido contém os excipientes: meglumina, lactose monoidratada, celulose microcristalina, hidróxido de sódio, povidona,
crospovidona, dióxido de silício, estearato de magnésio, álcool etílico e água purificada.
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Tratamento da hipertensão arterial, como monoterapia ou em associação com outros agentes anti-hipertensivos.
Prevenção de mortalidade e lesão cardiovascular em pacientes com idade igual ou superior a 55 anos com alto risco de doença
cardiovascular.
Tratamento da hipertensão arterial
Em humanos, uma dose de 80 mg de telmisartana inibiu quase completamente os aumentos de pressão arterial induzidos pela
angiotensina II. Este efeito inibidor mantém-se durante 24 horas e pode ser detectado após 48 horas.
Após a administração da primeira dose de telmisartana, o início da atividade anti-hipertensiva gradualmente se torna evidente dentro
de 3 horas. A redução máxima da pressão arterial é normalmente obtida 4 semanas após o início da terapêutica, mantendo-se durante
o tratamento de longa duração1
.
O efeito anti-hipertensivo permanece constante durante 24 horas após a administração, incluindo as últimas 4 horas antes da
próxima dose, como foi demonstrado por medições ambulatoriais de pressão arterial. Este fato é confirmado pelas relações vale-pico
consistentemente acima de 80%, verificadas após doses de 40 e 80 mg de telmisartana em estudos clínicos controlados com
placebo1
Há uma aparente tendência para uma relação entre a dose e o tempo de restabelecimento da pressão arterial sistólica (PAS) basal.
Com relação à pressão arterial diastólica (PAD), os dados de referência são inconsistentes.
Em pacientes hipertensos, a telmisartana reduz a pressão arterial diastólica e sistólica, sem afetar a frequência cardíaca.
A eficácia anti-hipertensiva de telmisartana foi comparada a fármacos anti-hipertensivos1tais como anlodipino, atenolol, enalapril,
hidroclorotiazida, losartana, lisinopril, ramipril e valsartana2
Após a interrupção abrupta da administração de telmisartana, a pressão arterial retorna gradualmente aos valores anteriores ao
tratamento, ao fim de vários dias, sem evidências de efeito-rebote1
Demonstrou-se em estudos clínicos que o tratamento com telmisartana está associado a reduções estatisticamente significativas de
massa do ventrículo esquerdo e índice de massa do ventrículo esquerdo em pacientes hipertensos portadores de Hipertrofia
Ventricular Esquerda.
Demonstrou-se em estudos clínicos (incluindo comparações com losartana, ramipril e valsartana) que o tratamento com
telmisartana está associado a reduções estatisticamente significativas da proteinúria (incluindo microalbuminúria e
macroalbuminúria) em pacientes com hipertensão e nefropatia diabética.
A incidência de tosse seca foi significantemente menor em pacientes tratados com telmisartana do que naqueles tratados com
inibidores da ECA em estudos clínicos comparando diretamente os dois tratamentos anti-hipertensivos.
Prevenção de mortalidade e lesão cardiovascular
O estudo ONTARGET3
comparou os efeitos da telmisartana, ramipril e da combinação de telmisartana e ramipril sobre os desfechos
cardiovasculares em 25.620 pacientes com idade igual ou superior a 55 anos, com história de doença arterial coronariana, acidente
vascular cerebral, doença vascular periférica ou diabetes mellitus associada à evidência de dano a órgão-alvo (por exemplo,
retinopatia, hipertrofia ventricular esquerda, macro- ou microalbuminúria), que representam uma grande parte dos pacientes com
alto risco cardiovascular.
Os pacientes foram randomizados para um dos três seguintes grupos de tratamento: telmisartana 80 mg (n = 8542), ramipril 10 mg
(n = 8576), ou combinação de telmisartana 80 mg e ramipril 10 mg (n = 8502), seguidos de um tempo médio de observação de 4,5
anos. A população estudada era 73% masculina, 74% caucasiana, 14% asiática e 43% tinham idade igual ou superior a 65 anos.
Cerca de 83% dos pacientes randomizados apresentavam hipertensão: 69% tinham história de hipertensão na randomização e mais
14% tinham leituras reais de pressão arterial acima de 140/90 mmHg. No início, 38% do total de pacientes tinham história médica
de diabetes e mais 3% apresentavam glicemia de jejum elevada. A terapia de início incluía ácido acetilsalicílico (76%), estatinas
(62%), betabloqueadores (57%), bloqueadores dos canais de cálcio (34%), nitratos (29%) e diuréticos (28%).
O objetivo primário de avaliação (desfecho primário) foi uma composição de morte cardiovascular, infarto não-fatal do miocárdio,
acidente vascular cerebral não-fatal ou hospitalização por insuficiência cardíaca congestiva.
A adesão ao tratamento foi melhor para telmisartana do que para ramipril ou para a combinação de telmisartana e ramipril, embora a
população do estudo tenha sido pré-selecionada para tolerância ao tratamento com um inibidor da ECA. A análise dos eventos
adversos que levaram à descontinuação permanente do tratamento e dos eventos adversos sérios mostrou que tosse e angioedema
foram menos frequentemente relatados em pacientes tratados com telmisartana do que com ramipril, enquanto que hipotensão foi
mais frequentemente relatada com telmisartana.
A telmisartana teve eficácia similar ao ramipril na redução do objetivo primário de avaliação (desfecho primário), com ocorrências
similares nos braços com telmisartana (16,7%), ramipril (16,5%) e com a combinação de telmisartana e ramipril (16,3%). A
proporção de risco para telmisartana vs. ramipril foi de 1,01 [IC 97,5% 0,93 – 1,10, p (nãoinferioridade) = 0,0019]. O efeito do
tratamento mostrou persistir após correções para diferenças na pressão arterial sistólica de início e ao longo do tempo. Não houve
diferença nos resultados do objetivo primário de avaliação (desfecho primário) com base na idade, sexo, raça, terapia basal ou
doença subjacente.
A telmisartana mostrou-se também similarmente eficaz ao ramipril em vários objetivos secundários de avaliação préespecificados
(desfecho secundário), incluindo uma composição de morte cardiovascular, infarto não-fatal do miocárdio e acidente vascular
cerebral não-fatal, objetivo primário de avaliação (desfecho primário) no estudo de referência HOPE, que havia investigado o efeito
do ramipril vs. Placebo4
. A proporção de risco da telmisartana vs. ramipril para este objetivo no ONTARGET foi de 0,99 [IC 97,5%
0,90 – 1,08, p (não-inferioridade) = 0,0004].
A combinação de telmisartana e ramipril não acrescentou benefício sobre a monoterapia com ramipril ou telmisartana. Além disso,
houve uma incidência significativamente maior de hipercalemia, insuficiência renal, hipotensão e síncope no grupo da combinação.
Portanto, o uso da combinação de telmisartana e ramipril não é recomendado nesta população.
Principais referências bibliográficas:
1. Gilbert J, Kempthorne-Rawson J. Integrated summary of efficacy;
2. White WB, Lacourciere Y, Davidai G. Effects of the angiotensin II receptor blockers telmisartan versus valsartan on the
circadian variation of blood pressure: impact on the early morning period. Am J Hypertens 17 (4), 347 - 353 (2004).
3. Yusuf S, Svaerd R, Rohr K, Hoesl C, Schumacher H. ONgoingTelmisartan Alone and in Combination with Ramipril
Global Endpoint Trial (ONTARGET)
4. Yusuf S, Sleight P, Pogue J, Bosch J, Davies R, Dagenais G, Heart Outcomes Prevention Evaluation Study Investigators.
Effects of an angiotensin-converting-enzyme inhibitor, ramipril, on cardiovascular events in highrisk patients.NEngl J
Med 342 (3), 145 – 153, (2000).
Farmacodinâmica
O fármaco telmisartana, um BRA (bloqueador específico dos receptores da angiotensina II, tipo AT1), eficaz por via oral. A
telmisartana desloca, com afinidade muito elevada, a angiotensina II de seus sítios de ligação no receptor AT1, o qual é responsável
pelas ações conhecidas da angiotensina II. A telmisartana não apresenta qualquer atividade agonista parcial no receptor AT1 e liga-
se seletivamente a esses receptores. Esta ligação é de longa duração.
A telmisartana não apresenta afinidade por outros receptores, incluindo AT2 e outros receptores AT menos caracterizados. A função
destes receptores não é conhecida, nem os efeitos da possível superestimulação pela angiotensina II, cujos níveis são aumentados
pela telmisartana. Os níveis de aldosterona plasmática são diminuídos pela telmisartana. A telmisartana não inibe a renina
plasmática humana nem bloqueia canais iônicos. A telmisartana não possui efeito inibitório sobre a ECA (quininase II), que também
degrada a bradicinina. Portanto não se espera uma potencialização de efeitos adversos mediados pela bradicinina.
Farmacocinética
A absorção da telmisartana é rápida, embora a quantidade absorvida varie. A biodisponibilidade absoluta média é de cerca de 50%.
Quando a telmisartana é administrada com alimentos, a redução da AUC varia entre aproximadamente 6% (dose de 40 mg) e 19%
(dose de 160 mg). Três horas após a administração, as concentrações plasmáticas são semelhantes, quer a telmisartana seja tomada
em jejum, quer com alimentos.
Não se espera que a pequena redução na AUC cause redução na eficácia terapêutica.
Foram observadas diferenças relacionadas ao sexo nas concentrações plasmáticas, Cmax e AUC, que são aproximadamente 3 e 2
vezes, respectivamente, maiores em mulheres que em homens, sem influência relevante na eficácia.
A telmisartana liga-se predominantemente às proteínas plasmáticas (99,5%), principalmente à albumina e à glicoproteína ácida alfa-
1. O volume de distribuição aparente no estado de equilíbrio (Vdss) é de cerca de 500L. O metabolismo se dá por conjugação para
glucuronídio. Não foi demonstrada qualquer atividade farmacológica da entidade conjugada.
A telmisartana caracteriza-se por uma cinética de declínio bi-exponencial, com um tempo de meia vida terminal superior a 20 horas.
A concentração plasmática máxima (Cmax) e, numa extensão menor, a AUC, aumentam na proporção inversa à dose. Não existe
evidência de acúmulo clinicamente relevante de telmisartana se esta for tomada na dose recomendada.
Após a administração oral e intravenosa, a telmisartana é quase exclusivamente excretada pelas fezes, principalmente na forma de
composto inalterado. A excreção urinária cumulativa é inferior a 2% da dose. A depuração plasmática total, (CLtot) é elevada (cerca
de 900 ml/min), em comparação com o fluxo sanguíneo hepático (cerca de 1500 ml/min).
A farmacocinética da telmisartana não difere entre pacientes jovens e idosos.
Em pacientes com insuficiência renal em diálise, foram observadas concentrações plasmáticas inferiores. Como a telmisartana se
liga predominantemente às proteínas plasmáticas, ela não pode ser removida por diálise nos pacientes com insuficiência renal. A
meia vida de eliminação não se altera em pacientes com lesão renal. Estudos farmacocinéticos em pacientes com lesão hepática
mostraram um aumento de cerca de 100% na biodisponibilidade. A meia vida de eliminação não é alterada nestes pacientes.
• Hipersensibilidade à telmisartana ou aos excipientes da fórmula
• Distúrbios biliares obstrutivos
• Disfunções hepáticas graves
• Intolerância hereditária rara à frutose
• Uso concomitante com alisquireno em pacientes com diabetes mellitus ou disfunção renal (taxa de filtração glomerular <
60 ml/min/1,73 m2)
• Segundo e terceiro trimestres de gravidez
• Lactação
A telmisartana está classificada na categoria de risco D para o segundo e terceiro trimestres de gravidez.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente
seu médico em caso de suspeita de gravidez.
• Hipertensão renovascular: há um risco aumentado de hipotensão grave e insuficiência renal quando pacientes com estenose
arterial renal bilateral ou estenose da artéria com um único rim funcionando são tratados com medicamentos que atuam no
sistema renina-angiotensina-aldosterona.
• Disfunção renal e transplante renal: quando telmisartana é usado em pacientes com função renal anormal, recomenda-se
monitoração periódica dos níveis séricos de potássio e creatinina. Não há experiência com relação à administração de
telmisartana em pacientes com transplante renal recente.
• Desidratação: pode ocorrer hipotensão sintomática, especialmente após a primeira dose, em pacientes com depleção volêmica
e/ou de sódio por vigorosa terapia diurética, dieta restrita de sal, diarreia ou vômito. Tais condições, especialmente depleção
volêmica e/ou de sódio, devem ser corrigidas antes do início da terapêutica com telmisartana.
• Duplo bloqueio do sistema renina-angiotensina-aldosterona: como consequência da inibição do sistema reninaangiotensina-
aldosterona, foram relatadas alterações da função renal (incluindo falência renal aguda) em pacientes susceptíveis,
especialmente quando foram combinados medicamentos que afetam esse sistema. Portanto, o duplo bloqueio do sistema
renina-angiotensina-aldosterona [por exemplo, combinando um inibidor da ECA ou o inibidor direto de renina (alisquireno) a
um BRA] deve ser limitado aos casos definidos individualmente, com estrita monitoração da função renal.
• Outras condições de estimulação do SRAA: em pacientes cujo tônus vascular e função renal dependem predominantemente da
atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona (p. ex. pacientes com insuficiência cardíaca congestiva grave ou doença
renal subjacente, inclusive estenose da artéria renal), o tratamento com medicamentos que afetam este sistema, tem sido
associado com hipotensão aguda, hiperazotemia, oligúria ou, raramente, insuficiência renal aguda.
• Hiperaldosteronismo primário: pacientes com aldosteronismo primário geralmente não respondem a medicações
antihipertensivas que agem inibindo o sistema renina-angiotensina. Portanto, não se recomenda o uso de telmisartana.
• Estenose da valva aórtica ou mitral e cardiomiopatia obstrutiva hipertrófica: a exemplo do que ocorre com o uso de outros
fármacos vasodilatadores, recomenda-se precaução especial aos pacientes que sofrem de estenose aórtica ou mitral ou
cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva.
• Hiperpotassemia: na vigência do tratamento com medicamentos que atuam no sistema renina-angiotensina-aldosterona,
especialmente na presença de insuficiência renal e/ou insuficiência cardíaca, pode ocorrer hiperpotassemia. Recomendase
monitoração dos níveis séricos de potássio em pacientes de risco. A experiência com o uso de medicamentos que atuam no
sistema renina-angiotensina mostra que o uso concomitante de diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio,
substitutos do sal comum por outro que contenha potássio ou outros medicamentos que podem aumentar os níveis de potássio,
como a heparina, podem levar a um aumento da potassemia. Portanto, nestas situações telmisartana deve ser administrado com
cautela.
• Distúrbios hepatobiliares: uma vez que a maior parte da telmisartana é eliminada pela bile, pode-se esperar redução da
depuração em pacientes com disfunções obstrutivas do sistema biliar ou insuficiência hepática. A telmisartana deve ser
utilizado com cautela nestes pacientes.
• Sorbitol: este produto contém 338 mg de sorbitol por dose máxima diária recomendada. Pacientes com intolerância hereditária
rara à frutose (distúrbios do metabolismo da frutose) não devem tomar este medicamento.
• Diabetes mellitus: pacientes diabéticos com risco cardiovascular adicional [por exemplo, diabéticos com Doença Arterial
Coronariana (DAC) coexistente] devem passar por uma adequada avaliação diagnóstica (por exemplo, teste ergométrico de
esforço) para detecção e tratamento adequado da DAC antes do início do tratamento com telmisartana, pois o não diagnóstico
da DAC assintomática nestes pacientes pode apresentar maior risco de infarto do miocárdio fatal e morte de causa
cardiovascular inesperada quando tratados com anti-hipertensivos como BRAs ou inibidores da ECA.
• Outras: como observado para os inibidores da ECA, bloqueadores de receptores de angiotensina, incluindo telmisartana, são
aparentemente menos eficazes na redução da pressão arterial na população negra do que na população não-negra,
possivelmente devido à prevalência de baixas taxas de renina na população hipertensa negra. Assim como com outros agentes
anti-hipertensivos, a redução excessiva da pressão arterial em pacientes com cardiopatia isquêmica ou doença cardiovascular
isquêmica pode resultar em infarto do miocárdio ou AVC. Ainda não se realizaram estudos sobre o efeito na habilidade de
dirigir e utilizar máquinas. Contudo, ao dirigir ou operar máquinas, deve-se levar em conta que na vigência do tratamento anti-
hipertensivo, pode ocasionalmente ocorrer tontura ou sonolência.
Fertilidade, Gravidez e Lactação
O tratamento com BRAs não é recomendado no primeiro trimestre da gravidez e não deve ser iniciado durante a gravidez. Quando a
gravidez for diagnosticada, o tratamento com BRAs deve ser interrompido imediatamente e, se conveniente, deve ser iniciada
terapia alternativa. Pacientes que planejam engravidar devem ter o tratamento substituído por outros anti-hipertensivos alternativos,
que tenham o perfil de segurança estabelecido para uso durante a gestação, a menos que o tratamento com BRAs seja absolutamente
necessário. Estudos pré-clínicos com telmisartana não indicaram efeito teratogênico, mas em doses tóxicas demonstraram
fetotoxicidade e risco ao desenvolvimento pós-natal da prole.
Em humanos, sabe-se que a exposição aos BRAs no segundo e terceiro trimestres da gestação induz fetotoxicidade (diminuição da
função renal, oligodrâmnio, retardo da ossificação) e toxicidade neonatal (falência renal, hipotensão, hipercalemia).
Caso tenha ocorrido exposição aos BRAs a partir do segundo trimestre de gestação, recomenda-se verificar a função renal e os ossos
por ultrassom. Bebês cujas mães utilizaram BRAs devem ser monitorados de perto quanto à hipotensão.
Não se sabe se telmisartana é excretado no leite materno em humanos. Estudos pré-clínicos demonstraram excreção de telmisartana
no leite materno.
Não foram realizados estudos sobre a fertilidade em humanos. Não foram observados efeitos de telmisartana sobre a fertilidade em
fêmeas e machos durante os estudos pré-clínicos.
A telmisartana está classificada na categoria de risco C para o primeiro trimestre de gravidez.
A telmisartana pode aumentar o efeito hipotensor de outros agentes anti-hipertensivos. Não se observaram outras interações
com significado clínico.
A coadministração de telmisartana não resultou em interações clinicamente significativas com digoxina, varfarina, hidroclorotiazida,
glibenclamida, ibuprofeno, paracetamol, sinvastatina e anlodipino. No caso da digoxina, observou-se um aumento de 20% (num
único caso, de 39%) das concentrações plasmáticas de digoxina; portanto, deve-se considerar a monitoração dos seus níveis
plasmáticos.
Em um estudo, a coadministração de telmisartana e ramipril levou a um aumento de até 2,5 vezes na AUC0-24 e Cmax de ramipril e
ramiprilato. Desconhece-se a relevância clínica desta observação.
Relataram-se aumentos reversíveis das concentrações séricas de lítio e toxicidade durante administração concomitante de lítio com
inibidores da ECA. Relataram-se também casos de interação com BRAs, incluindo telmisartana. Portanto, é aconselhável monitorar
os níveis séricos de lítio durante o uso concomitante.
Em pacientes com desidratação, o tratamento com AINEs (por exemploAAS como anti-inflamatório, inibidores da COX-2 e AINEs
não seletivos) está associado com um aumento do potencial para o desenvolvimento de insuficiência renal aguda. Fármacos que
atuam no sistema renina-angiotensina, como telmisartana, podem ter efeitos sinérgicos. Pacientes em tratamento com AINEs e
telmisartana devem ser adequadamente hidratados e ter sua função renal monitorada no início do tratamento combinado.
Foi relatada uma redução do efeito de drogas anti-hipertensivas, como telmisartana, pela inibição de prostaglandinas
vasodilatadoras, durante tratamento combinado com AINEs.
Manter o medicamento em temperatura ambiente (15ºC a 30ºC) e protegido da luz. O produto é sensível à umidade, por isso só
deve ser retirado da embalagem na hora de tomá-lo. O prazo de validade é de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Para sua segurança, mantenha o medicamento na embalagem
original.
O comprimido de telmisartana tem cor branca à levemente amarelada, circular e biconvexo.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Os comprimidos de telmisartana devem ser ingeridos com um pouco de água ou outro líquido, por via oral, com ou sem alimentos.
A telmisartana é um medicamento de uso contínuo e deve ser tomado diariamente na dose prescrita.
• Tratamento da hipertensão arterial: a dose recomendada é de 40 mg uma vez ao dia. Caso a pressão arterial pretendida não seja
atingida, a dose de telmisartana pode ser aumentada para 80 mg uma vez ao dia. Alternativamente, telmisartana pode ser usado
em combinação com diuréticos tiazídicos, como a hidroclorotiazida, para se obter uma redução maior da pressão arterial.
Quando se considerar um aumento da dose, deve-se levar em conta que o máximo efeito anti-hipertensivo é geralmente
atingido quatro a oito semanas após o início do tratamento.
• Prevenção da mortalidade e lesão cardiovascular: a dose recomendada é de 80 mg uma vez ao dia. Não se sabe se doses
inferiores a 80 mg de telmisartana são eficazes na prevenção da mortalidade e lesão cardiovascular. Ao iniciar a terapia com
telmisartana para a prevenção da mortalidade e lesão cardiovascular, recomenda-se monitoração da pressão arterial, e se
conveniente, pode ser necessário o ajuste de medicamentos que reduzem a pressão arterial.
• Insuficiência renal: não há necessidade de ajustes de dose, nem mesmo nos pacientes que fazem hemodiálise. A telmisartana
não é removida do sangue por hemofiltração.
• Insuficiência hepática: não se deve exceder a dose diária de 40 mg nos pacientes portadores de insuficiência hepática leve a
moderada.
• Pacientes idosos: não são necessários ajustes de doses.
• Crianças e adolescentes: o uso de telmisartana em crianças e adolescentes menores de 18 anos não é recomendado, pois há
dados limitados sobre segurança e eficácia nesta faixa etária.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
Nos estudos clínicos controlados em pacientes tratados para controle da hipertensão, a incidência total dos eventos adversos
relatados com telmisartana (41,4%) foi, em geral, comparável ao placebo (43,9%). A incidência dos eventos adversos não foi
relacionada à dose nem demonstrou correlação com sexo, idade ou raça dos pacientes.
O perfil de segurança de telmisartana em pacientes tratados para a prevenção da mortalidade e lesão cardiovascular foi consistente
com o obtido em pacientes hipertensos.
As reações adversas ao fármaco listadas abaixo foram acumuladas a partir de estudos clínicos controlados em pacientes tratados
para controle da hipertensão e a partir de relatos pós-comercialização. A lista também leva em conta eventos adversos sérios e
eventos adversos levando à descontinuação relatados em três estudos clínicos de longa duração, incluindo 21.642 pacientes tratados
com telmisartana para prevenção da mortalidade e lesão cardiovascular por até seis anos.
Reações incomuns (>1/1000 e <1/100): infecções do trato urinário incluindo cistite, infecções do trato respiratório superior, anemia,
hipercalemia, insônia, depressão, síncope, vertigem, bradicardia, hipotensão, hipotensão ortostática, dispneia, dor abdominal,
diarreia, dispepsia, flatulência, vômitos, prurido, hiperidrose, rash, dor nas costas, espasmos musculares, mialgia, disfunção renal
incluindo insuficiência renal aguda, dor no peito, astenia, aumento dos níveis plasmáticos de creatinina.
Reações raras (>1/10000 e <1/1000): sepse incluindo desfecho fatal, eosinofilia, trombocitopenia, reação anafilática,
hipersensibilidade, hipoglicemia (em pacientes diabéticos), ansiedade, distúrbios visuais, taquicardia, boca seca, desconforto
estomacal, disfunção hepática (a maioria dos casos observados em experiência pós-comercialização ocorreram em pacientes do
Japão, que são mais propensos a apresentar este tipo de reação adversa), angioedema (com desfecho fatal), eczema, eritema,
urticária, erupção induzida pelo medicamento, erupção relacionada à toxicidade pelo medicamento, artralgia, dor nas extremidades,
dor nos tendões, mal-estar semelhante à gripe, diminuição da hemoglobina, aumento dos níveis plasmáticos de ácido úrico,
creatinina fosfoquinase e enzimas hepáticas.
Atenção: este produto é um medicamento que possui nova indicação terapêutica no país e, embora as pesquisas tenham
indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos
imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária - NOTIVISA disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual
ou Municipal.