Bula do Tess produzido pelo laboratorio Biolab Sanus Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
TESS®
Biolab Sanus Farmacêutica Ltda.
Comprimido revestido
acetato de ciproterona + etinilestradiol
2 mg + 0,035 mg
MODELO DE BULA
DO PROFISSIONAL DE SAÚDE
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
APRESENTAÇÕES
Comprimido revestido – Caixa com 21 comprimidos revestidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido contém:
acetato de ciproterona...............................................................................................2,0 mg
etinilestradiol........................................................................................................ 0,035 mg
Excipientes: dióxido de titânio, estearato de magnésio, lactose, celulose microcristalina, talco, opadry,
croscarmelose sódica, amido, laurilsulfato de sódio, dióxido de silício coloidal, óxido de ferro vermelho.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Para o tratamento de distúrbios andrógeno-dependentes na mulher, tais como a acne, principalmente nas
formas pronunciadas e naquelas acompanhadas de seborreia, inflamações ou formações de nódulos (acne
papulopustulosa, acne nodulocística); casos leves de hirsutismo; síndrome de ovários policísticos (SOP).
Para o tratamento da acne, Tess deve ser usado quando terapia tópica ou tratamentos com antibióticos
sistêmicos não forem considerados adequados.
Embora o medicamento Tess também funcione como um contraceptivo oral, ele não deve ser utilizado
exclusivamente em mulheres para contracepção, mas sim reservado apenas para mulheres que necessitam
de tratamento para as condições andrógeno dependentes descritas.
Recomenda-se ainda, que o tratamento seja retirado de 3 a 4 ciclos após a condição indicada ter sido
resolvida e que o Tess não seja continuado unicamente para fornecer contracepção oral.
Dados de eficácia de 3 estudos pivotais com 2 mg de acetato de ciproterona + 0,035 mg de etinilestradiol
incluíram resultados de 1462 mulheres com sintomas de androgenização (como acne, seborreia e
hirsutismo) durante um período de 23.549 ciclos de tratamento. Casos de acne facial apresentaram uma
taxa de melhora/cura de 38% ou mais com acetato de ciproterona + etinilestradiol após 3 meses de
tratamento. Ocorreu uma melhora continua durante o período de tratamento, resultando em melhoria ou
normalização dos sinais e sintomas, na maioria das pacientes após 9 meses. A avaliação após 12 ciclos de
terapia demonstrou uma taxa de melhora/cura de 91% de melhora/cura com uma taxa de cura completa de
68%. Durante o ciclo 36, todos os casos de acne facial foram completamente curados.
Um perfil de eficácia similar foi observado nos casos de acne localizada na área das costas e do tórax.
Novamente, 35% a 55% dos pacientes apresentaram melhora ou cura dos sinais e sintomas após 3 meses
de tratamento com acetato de ciproterona + etinilestradiol. A melhoria das condições foi notada mesmo
antes do término do tratamento, quando 83% a 100% dos pacientes apresentaram melhora/cura após 9 a
12 meses de terapia.
Os sintomas associados à androgenização (seborreia e hirsutismo) também apresentaram melhora ao
longo dos 3 estudos clínicos. No ciclo 9, a melhora na oleosidade da pele foi notada em 61% a 87% das
mulheres que usaram acetato de ciproterona + etinilestradiol. Uma melhora significativa no hirsutismo
ocorreu mais lentamente, entretanto a tendência de melhoria foi observada consistentemente durante o
período de tratamento, sem sinais de estabilização. Após 36 ciclos de tratamento com acetato de
ciproterona + etinilestradiol, o hirsutismo na face, tórax e abdômen regrediram em 60%, 95% e 82% dos
pacientes, respectivamente.
Uma dose diária de 1 mg de acetato de ciproterona foi considerada a dose para a inibição da ovulação. A
supressão ovariana com 2 mg de acetato de ciproterona combinado com 0,035 mg de etinilestradiol foi
demostrada em dois estudos clínicos. Um grande estudo internacional de fase 3 com uso estendido de
acetato de ciproterona + etinilestradiol até 36 meses em 1.165 paciente com sinais clínicos de
hiperandrogenização (resultando em 21.196 ciclos) revelou um índice de Pearl de 0,1. O índice de Pearl
de um grande estudo clínico observacional foi de 0,37 com limite de confiança superior 95% de 0,65.
Farmacodinâmica
A unidade pilossebácea, constituída pela glândula sebácea e pelo folículo piloso, é um componente da
pele sensível à ação de andrógenos. Acne, seborreia e hirsutismo são condições clínicas resultantes de
alterações neste órgão alvo que podem ser causadas pelo aumento da sensibilidade ou níveis elevados de
andrógeno no plasma. Ambas as substâncias contidas em acetato de ciproterona+etinilestradiol
influenciam, beneficamente, o estado hiperandrogênico: o acetato de ciproterona, um antagonista
competitivo do receptor de andrógeno, apresenta efeito inibitório nas células alvo e produz diminuição da
concentração de andrógeno no sangue através de um efeito antigonadotrópico. Este efeito
antigonadotrópico é ampliado pelo etinilestradiol que regula o aumento e a síntese de globulinas de
ligação aos hormônios sexuais (SHBG) no plasma. Desse modo, reduz o andrógeno livre biologicamente
presente na circulação sanguínea.
Um grande estudo de coorte prospectivo, de 3 braços demonstrou que a frequência de diagnóstico de TEV
(Tromboembolismo Venoso) varia entre 8 e 10 por 10.000 mulheres por ano que utilizam COC com baixa
dose de estrogênio (< 0,05 mg de etinilestradiol).
Dados mais recentes sugerem que a frequência de diagnóstico de TEV é de aproximadamente 4,4 por
10.000 mulheres por ano não usuárias de COCs e não grávidas.
Essa faixa está entre 20 a 30 por 10.000 mulheres grávidas ou no pós-parto.
O tratamento com acetato de ciproterona + etinilestradiol leva, geralmente após 3 a 4 meses de terapia, à
resolução das erupções da acne preexistente. A oleosidade excessiva da pele geralmente desaparece mais
cedo. Em mulheres que exibem formas leves de hirsutismo e, em particular, nos casos de leve aumento de
pelos faciais, os resultados apenas tornam-se aparentes após vários meses de tratamento.
O efeito contraceptivo de acetato de ciproterona + etinilestradiol baseia-se na interação de diversos
fatores, sendo que os mais importantes são inibição da ovulação e alterações na secreção cervical. Além
da ação contraceptiva, as combinações estrogênio/progestógeno apresentam diversas propriedades
positivas. O ciclo menstrual torna-se mais regular, a menstruação apresenta-se frequentemente menos
dolorosa e o sangramento menos intenso, o que, neste último caso, pode reduzir a possibilidade de
ocorrência de deficiência de ferro.
Farmacocinética
- acetato de ciproterona
Absorção:
O acetato de ciproterona, administrado por via oral, é rápida e completamente absorvido.
Os níveis séricos máximos de 15 ng/ml são alcançados em cerca de 1,6 h após administração de dose
única. A biodisponibilidade é de cerca de 88%.
Distribuição:
O acetato de ciproterona liga-se quase que exclusivamente à albumina sérica. Cerca de 3,5 a 4,0% das
concentrações séricas totais do acetato de ciproterona apresentam-se sob a forma livre. O aumento nos
níveis de SHBG (globulinas de ligação aos hormônios sexuais) induzido pelo etinilestradiol não afeta à
ligação do acetato de ciproterona à proteína sérica. O volume aparente de distribuição do acetato de
ciproterona é de cerca de 986 ± 437 L.
Metabolismo:
O acetato de ciproterona é quase que completamente metabolizado. O metabólito principal no plasma foi
identificado como 15-beta-OH-CPA, o qual é formado via enzima CYP3A4 do citocromo P450. A taxa
de depuração a partir do soro é de cerca de 3,6 ml/min/kg.
Eliminação:
Os níveis séricos do acetato de ciproterona diminuem em duas fases, caracterizadas por meias-vidas de
cerca de 0,8 horas e 2,3 – 3,3 dias. O acetato de ciproterona é parcialmente excretado na forma inalterada.
Seus metabólitos são excretados pelas vias urinária e biliar na proporção de 1:2. A meia-vida de excreção
dos metabólitos é de cerca de 1,8 dias.
Condições no estado de equilíbrio:
A farmacocinética do acetato de ciproterona não é influenciada pelos níveis de SHBG.
Após ingestão diária, os níveis séricos do acetato de ciproterona aumentam cerca de 2,5 vezes, atingindo
as condições do estado de equilíbrio durante a segunda metade de um ciclo de tratamento.
- etinilestradiol
O etinilestradiol, administrado por via oral, é rápida e completamente absorvido. Níveis séricos máximos
de cerca de 71 pg/ml são alcançados em 1,6 horas. Durante a absorção e metabolismo de primeira
passagem, o etinilestradiol é metabolizado extensivamente, resultando em biodisponibilidade oral média
de aproximadamente 45%, com ampla variação interindividual de cerca de 20 a 65%.
O etinilestradiol liga-se alta e inespecíficamente à albumina sérica (aproximadamente 98%) e induz
aumento das concentrações séricas de SHBG. Foi determinado o volume aparente de distribuição de cerca
de 2,8 a 8,6 L/kg.
O etinilestradiol está sujeito à conjugação pré-sistêmica, tanto na mucosa do intestino delgado como no
fígado. É metabolizado principalmente por hidroxilação aromática, mas com formação de diversos
metabólitos hidroxilados e metilados que estão presentes nas formas livre e conjugada com glicuronídios
e sulfato. A taxa de depuração do etinilestradiol é de cerca de 2,3 a 7 ml/min/kg.
Os níveis séricos de etinilestradiol diminuem em duas fases de disposição, caracterizadas por meias-vidas
de cerca de 1 hora e 10 a 20 horas, respectivamente. O etinilestradiol não é eliminado na forma inalterada;
seus metabólitos são eliminados com meia-vida de aproximadamente um dia. A proporção de excreção é
de 4 (urina): 6 (bile).
As condições no estado de equilíbrio são alcançadas durante a segunda metade de um ciclo de tratamento,
quando os níveis séricos de etinilestradiol elevam-se em 60%, comparados com dose única.
Dados de segurança pré-clínica
O perfil de toxicidade do etinilestradiol é bem conhecido. Não há dados de relevância pré-clínica, que
forneçam informações adicionais de segurança, além daquelas mencionadas em outros itens desta bula.
Toxicidade sistêmica
Dados pré-clínicos não demonstram risco específico para humanos, baseados em estudos convencionais
de toxicidade de dose repetida.
Embriotoxicidade/teratogenicidade
Investigações sobre a embriotoxicidade, utilizando a associação das duas substâncias ativas, não
mostraram sinais indicativos de efeitos teratogênicos, seguindo o tratamento durante a organogênese,
antes do desenvolvimento dos órgãos genitais externos. A administração de doses elevadas de acetato de
ciproterona durante a fase de diferenciação sexual, que é dependente de hormônios, promoveu sinais de
feminilização em fetos masculinos. A observação do recém-nascido do sexo masculino, exposto ao
acetato de ciproterona no útero, não mostrou quaisquer sinais de feminilização. Entretanto, a gravidez é
uma contraindicação ao uso de Tess.
Genotoxicidade e carcinogenicidade
Reconhecidos testes de primeira linha para genotoxicidade apresentaram resultados negativos, quando
conduzidos com acetato de ciproterona. No entanto, testes posteriores mostraram que o acetato de
ciproterona foi capaz de produzir aductos com DNA (e um aumento da atividade reparadora do DNA) em
células hepáticas de ratos e macacos e também em hepatócitos humanos recém-isolados; o nível de
aducto-DNA em células hepáticas de cães foi extremamente baixo.
Esta formação de aducto-DNA ocorreu em exposições sistêmicas que poderiam ser esperadas de ocorrer
em regimes de dose recomendada de acetato de ciproterona. As consequências in vivo, do tratamento com
acetato de ciproterona, foram o aumento da incidência de lesões hepáticas focais, possivelmente pré-
neoplásicas, nas quais as enzimas celulares foram alteradas em ratas e um aumento da frequência de
mutação em ratas transgênicas, portadoras de um gene bacteriano como alvo para mutações.
A experiência clínica e ensaios epidemiológicos bem conduzidos até o momento não apoiariam uma
incidência aumentada de tumores hepáticos no homem. Investigações sobre a tumorigenicidade do acetato
de ciproterona em roedores não revelaram qualquer sinal indicativo de potencial tumorigênico específico.
Entretanto, deve-se ter em mente que esteroides sexuais podem estimular o crescimento de certos tecidos
e tumores dependentes de hormônio.
Em geral, os achados disponíveis não mostram qualquer objeção ao uso de acetato de ciproterona +
etinilestradiol em humanos, se utilizado de acordo com as instruções para a indicação e na dose
recomendada.
Medicamentos contendo combinações de estrogênio/progestógeno não devem ser utilizados na presença
das seguintes condições:
- presença ou histórico de processos trombóticos/tromboembólicos arteriais ou venosos, (por exemplo,
trombose venosa profunda, embolia pulmonar, infarto do miocárdio) ou de acidente vascular cerebral;
- presença ou histórico de sintomas e/ou sinais prodrômicos de trombose (por exemplo, ataque isquêmico
transitório, angina pectoris);
- um alto risco de trombose arterial ou venosa (veja item “Advertências e Precauções”);
- histórico de enxaqueca com sintomas neurológicos focais;
- diabetes mellitus com comprometimento vascular;
- hepatopatia grave, enquanto os valores da função hepática não retornarem ao normal;
- presença ou histórico de tumores hepáticos (benignos ou malignos);
- diagnóstico ou suspeita de neoplasias influenciadas por esteroides sexuais (por exemplo, dos órgãos
genitais ou das mamas);
- sangramento vaginal não-diagnosticado;
- uso concomitante com contraceptivo hormonal;
- suspeita ou diagnóstico de gravidez;
- lactação;
- hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos excipientes.
Se qualquer uma das condições citadas anteriormente ocorrer pela primeira vez durante o uso de
medicamentos contendo combinações de estrogênio/progestógeno, a sua utilização deve ser
descontinuada imediatamente.
O produto não está indicado para pacientes do sexo masculino.
Tess® é composto pelo progestógeno acetato de ciproterona e pelo estrogênio etinilestradiol e é
administrado por 21 dias do ciclo mensal. Sua composição é similar a de um contraceptivo oral
combinado (COC).
A experiência clínica e epidemiológica com medicamentos contendo combinações de
estrogênio/progestógeno, como no caso de Tess®, baseia-se, predominantemente, nos contraceptivos
orais combinados (COCs). Portanto, as advertências abaixo relacionadas ao uso de COC também se
aplicam a Tess®.
Advertências
Em caso de ocorrência de qualquer uma das condições ou fatores de risco mencionados a seguir, os
benefícios da utilização de Tess® devem ser avaliados frente aos possíveis riscos para cada paciente
individualmente e discutidos com a mesma antes de optar pelo início de sua utilização. Em caso de
agravamento, exacerbação ou aparecimento pela primeira vez de qualquer uma dessas condições ou
fatores de risco, a paciente deve entrar em contato com seu médico. Nesses casos, a continuação do uso
de Tess® deve ficar a critério médico.
Distúrbios circulatórios
Estudos epidemiológicos sugerem associação entre a utilização de COCs e um aumento do risco de
distúrbios tromboembólicos e trombóticos arteriais e venosos, tais como infarto do miocárdio, trombose
venosa profunda, embolia pulmonar e acidentes vasculares cerebrais. A ocorrência destes eventos é rara.
O risco de ocorrência de tromboembolismo venoso (TEV) é mais elevado durante o primeiro ano de uso
do contraceptivo hormonal. Este risco aumentado está presente após iniciar pela primeira vez o uso de
COC ou ao reiniciar o uso (após um intervalo de 4 semanas ou mais sem uso de pílula) do mesmo COC
ou de outro COC. Dados de um grande estudo coorte prospectivo, de 3 braços, sugerem que este risco
aumentado está presente principalmente durante os 3 primeiros meses. Em geral, o risco de TEV em
usuárias de contraceptivos orais contendo estrogênio em baixa dose (< 0,05 mg de etinilestradiol) é duas a
três vezes maior que em não usuárias de COCs que não estejam grávidas e continua a ser menor do que o
risco associado à gravidez e ao parto.
O TEV pode provocar risco para a vida da paciente ou pode ser fatal (em 1 a 2% dos casos).
O tromboembolismo venoso (TEV) que se manifesta como trombose venosa profunda e/ou embolia
pulmonar pode ocorrer durante o uso de qualquer COC.
Em casos extremamente raros, tem sido observada a ocorrência de trombose em outros vasos sanguíneos
como, por exemplo, em veias e artérias hepáticas, mesentéricas, renais, cerebrais ou retinianas em
usuárias de COCs. Não há consenso sobre a associação da ocorrência destes eventos e o uso de COCs.
Sintomas de trombose venosa profunda (TVP) podem incluir: inchaço unilateral em membro inferior ou
ao longo de uma veia da perna; dor ou sensibilidade na perna que pode ser sentida apenas quando se está
em pé ou andando, calor aumentado na perna afetada; descoloração ou vermelhidão da pele da perna.
Sintomas de embolia pulmonar (EP) podem incluir: início súbito e inexplicável de dispneia ou taquipneia;
tosse de início abrupto que pode levar a hemoptise; dor torácica aguda que pode aumentar com a
respiração profunda; ansiedade, tontura severa ou vertigem; taquicardia ou arritmia cardíaca. Alguns
destes sintomas (por exemplo, dispneia, tosse) não são específicos e podem ser erroneamente
interpretados como eventos mais comuns ou menos graves (por exemplo, infecções do trato respiratório).
Um evento tromboembólico arterial pode incluir acidente vascular cerebral, oclusão vascular ou infarto
do miocárdio (IM). Sintomas de um acidente vascular cerebral podem incluir: diminuição da
sensibilidade ou da força motora afetando, de forma súbita a face, braço ou perna, especialmente em um
lado do corpo; confusão súbita, disfasia ou dificuldade para compreender; dificuldade repentina para
enxergar com um ou ambos os olhos; súbita dificuldade para caminhar, tontura; perda de equilíbrio ou de
coordenação, cefaleia repentina, intensa ou prolongada, sem causa conhecida; perda de consciência ou
desmaio, com ou sem convulsão. Outros sinais de oclusão vascular podem incluir: dor súbita, inchaço e
cianose de uma extremidade; abdome agudo.
Sintomas de infarto do miocárdio (IM) podem incluir: dor, desconforto, pressão, peso, sensação de aperto
ou estufamento no tórax, braço ou região sub-esternal; desconforto que se irradia para o dorso,
mandíbula, garganta, braços, estômago; saciedade, indigestão ou sensação de asfixia; sudorese, náuseas,
vômitos ou tontura; fraqueza extrema, ansiedade ou dispneia; taquicardia ou arritmia cardíaca.
Eventos tromboembólicos arteriais podem provocar risco para a vida da paciente ou podem ser fatais.
O potencial para um risco sinérgico aumentado de trombose deve ser considerado em mulheres que
possuem uma combinação de fatores de risco ou apresentem fator de risco individual de maior gravidade.
Este risco aumentado pode ser maior que o simples risco cumulativo de fatores. Tess® não deve ser
prescrito quando uma avaliação risco-benefício for negativa (veja item “Contraindicações”).
O risco de processos trombóticos/tromboembólicos arteriais ou venosos, ou de acidente vascular cerebral,
aumenta com:
- idade;
- obesidade (índice de massa corpórea superior a 30 Kg/m2
);
- histórico familiar positivo (isto é, tromboembolismo venoso ou arterial detectado em um(a) irmão(ã) ou
em um dos progenitores em idade relativamente jovem) – se houver suspeita ou conhecimento de
predisposição hereditária, a usuária deverá ser encaminhada a um especialista antes de decidir pelo uso de
qualquer COC;
- imobilização prolongada, cirurgia de grande porte, qualquer intervenção cirúrgica em membros
inferiores ou trauma extenso. Nestes casos, é aconselhável descontinuar o uso do COC - em casos de
cirurgia eletiva com pelo menos 4 semanas de antecedência - e não reiniciá-lo até que sejam decorridas
duas semanas após o restabelecimento completo;
- tabagismo (com consumo elevado de cigarros e aumento da idade, o risco torna-se ainda maior,
especialmente em mulheres com idade superior a 35 anos);
- dislipoproteinemia;
- hipertensão;
- enxaqueca;
- valvopatia;
- fibrilação atrial.
Não há consenso quanto a possível influência de veias varicosas e de tromboflebite superficial no
tromboembolismo venoso.
Deve-se considerar o aumento do risco de tromboembolismo no puerpério (para informações sobre
gravidez e lactação veja item “Gravidez e lactação”).
O grupo de usuárias de Tess® provavelmente inclui pacientes que podem ter um aumento inerente de
risco cardiovascular tais como os associados à síndrome do ovário policístico.
Outras condições clínicas que também têm sido associadas aos eventos adversos circulatórios são:
diabetes mellitus, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome hemolítico-urêmica, doença inflamatória
intestinal crônica (por exemplo, doença de Crohn ou colite ulcerativa) e anemia falciforme.
O aumento da frequência ou gravidade da enxaqueca durante o uso de Tess® COCs pode ser motivo para
a suspensão imediata do mesmo, dada a possibilidade deste quadro representar o início de um evento
vascular cerebral.
Os fatores bioquímicos que podem indicar predisposição hereditária ou adquirida para trombose arterial
ou venosa incluem: resistência à proteína C ativada (PCA), hiper-homocisteinemia, deficiências de
antitrombina III, de proteína C e de proteína S, anticorpos antifosfolipídios (anticorpos anticardiolipina,
anticoagulante lúpico).
Na avaliação da relação risco-benefício, o médico deve considerar que o tratamento adequado de uma
condição clínica pode reduzir o risco associado de trombose e que o risco associado à gestação é mais
elevado do que aquele associado ao uso de COCs de baixa dose (< 0,05 mg de etinilestradiol).
Tumores
O fator de risco mais importante para o câncer cervical é a infecção persistente por HPV (papilomavírus
humano). Alguns estudos epidemiológicos indicaram que o uso de COCs por período prolongado pode
contribuir para este risco aumentado, mas continua existindo controvérsia sobre a extensão em que esta
ocorrência possa ser atribuída aos efeitos concorrentes, por exemplo, da realização de citologia cervical e
do comportamento sexual, incluindo a utilização de contraceptivos de barreira. Uma meta-análise de 54
estudos epidemiológicos demonstrou que existe pequeno aumento do risco relativo (RR = 1,24) para
câncer de mama diagnosticado em mulheres que estejam usando COCs. Este aumento desaparece
gradualmente nos 10 anos subsequentes à suspensão do uso do COC. Uma vez que o câncer de mama é
raro em mulheres com idade inferior a 40 anos, o aumento no número de diagnósticos de câncer de mama
em usuárias atuais e recentes de COCs é pequeno, se comparado ao risco total de câncer de mama. Estes
estudos não fornecem evidências de causalidade. O padrão observado de aumento do risco pode ser
devido ao diagnóstico precoce de câncer de mama em usuárias de COCs, aos efeitos biológicos dos COCs
ou à combinação de ambos. Os casos de câncer de mama diagnosticados em usuárias de alguma vez de
COCs tendem a ser clinicamente menos avançados do que os diagnosticados em mulheres que nunca
utilizaram COCs.
Foram observados, em casos raros, tumores hepáticos benignos e, mais raramente, malignos em usuárias
de COCs. Em casos isolados, estes tumores provocaram hemorragias intra-abdominais com risco para a
vida da paciente. A possibilidade de tumor hepático deve ser considerada no diagnóstico diferencial de
usuárias de COCs que apresentarem dor intensa em abdome superior, hepatomegalia ou sinais de
hemorragia intra-abdominal.
Tumores malignos podem provocar risco para a vida da paciente ou podem ser fatais.
Outras condições
Mulheres com hipertrigliceridemia, ou histórico familiar da mesma, podem apresentar risco aumentado de
desenvolver pancreatite durante o uso de COCs.
Embora tenham sido relatados discretos aumentos da pressão arterial em muitas usuárias de COCs, os
casos de relevância clínica são raros. Entretanto, no caso de desenvolvimento e manutenção de
hipertensão clinicamente significativa, durante o uso de COCs é prudente que o médico descontinue o uso
do COC e trate a hipertensão. Se for considerado apropriado, o uso do COC pode ser reiniciado, caso os
níveis pressóricos se normalizem com o uso de terapia anti-hipertensiva.
Foi relatada ocorrência ou agravamento das seguintes condições, tanto durante a gestação quanto durante
o uso de COC, no entanto, a evidência de uma associação com o uso de COC é inconclusiva: icterícia
e/ou prurido relacionados à colestase; formação de cálculos biliares; porfiria; lúpus eritematoso sistêmico;
síndrome hemolítico-urêmica; coreia de Sydenham; herpes gestacional; perda auditiva relacionada com a
otosclerose. Em mulheres com angioedema hereditário, estrogênios exógenos podem induzir ou
intensificar os sintomas de angioedema.
Distúrbios agudos ou crônicos da função hepática podem requerer a descontinuação do uso de COC, até
que os marcadores da função hepática retornem aos valores normais. A recorrência de icterícia colestática
que tenha ocorrido pela primeira vez durante a gestação, ou durante o uso prévio de esteroides sexuais,
requer a descontinuação do uso de COCs.
Embora os COCs possam exercer efeito na resistência periférica à insulina e na tolerância à glicose, não
há qualquer evidência da necessidade de alteração do regime terapêutico em usuárias de COCs de baixa
dose (< 0,05 mg de etinilestradiol) que sejam diabéticas. Entretanto, deve-se manter cuidadosa vigilância
enquanto estas pacientes estiverem utilizando COCs.
O uso de COCs tem sido associado à doença de Crohn e à colite ulcerativa. Ocasionalmente, pode ocorrer
cloasma, sobretudo em usuárias com histórico de cloasma gravídico. Mulheres predispostas ao
desenvolvimento de cloasma devem evitar exposição ao sol ou à radiação ultravioleta enquanto estiverem
usando COCs.
Caso as pacientes que sofrem de hirsutismo tenham os sintomas desenvolvidos ou aumentados
substancialmente, as causas (tumor produtor de andrógeno, defeito da enzima adrenal) devem ser
esclarecidas através de diagnósticos diferenciais.
Este medicamento requer uso cuidadoso, sob vigilância médica estrita e acompanhado por
controles periódicos da função hepática (bilirrubinas e transaminases) por causar hepatotoxicidade
(tóxico para o fígado) aos 8, 15, 30 e 90 dias de tratamento. Este medicamento não é aprovado para
uso exclusivo como anticoncepcional.
Consultas/exames médicos
Antes de iniciar ou retomar o tratamento com Tess®, são necessários anamnese e exame clínico
completo, considerando os itens descritos em “Contraindicações” e “Advertências e Precauções”, que
deverão ser repetidos periodicamente durante a terapia com Tess®. A avaliação médica periódica é
igualmente importante porque as contraindicações (por exemplo, ataque isquêmico transitório, etc.) ou
fatores de risco (por exemplo, histórico familiar de trombose arterial ou venosa) podem aparecer pela
primeira vez durante a utilização de Tess®. A frequência e a natureza destas avaliações devem ser
baseadas nas condutas médicas estabelecidas e adaptadas a cada paciente, mas devem, em geral, incluir
atenção especial à pressão arterial, mamas, abdome e órgãos pélvicos, incluindo citologia cervical.
As pacientes devem ser informadas que medicamentos do tipo de Tess® não protegem contra infecções
causadas pelo HIV (AIDS) e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Redução da eficácia
O efeito contraceptivo de Tess® pode ser reduzido nos casos de esquecimento de tomada de drágeas (veja
subitem “Drágeas esquecidas”), distúrbios gastrintestinais (veja subitem “Procedimento em caso de
distúrbios gastrintestinais”) ou tratamento concomitante com outros medicamentos (veja itens “Posologia
e modo de usar” e “Interações medicamentosas”).
Redução do controle do ciclo
Como ocorre com todos os medicamentos contendo combinações de estrogênio/progestógeno, pode
ocorrer sangramento irregular (gotejamento ou sangramento de escape), especialmente durante os
primeiros meses de uso. Portanto, a avaliação de qualquer sangramento irregular somente será
significativa após um intervalo de adaptação de cerca de três ciclos.
Se o sangramento irregular persistir ou ocorrer após ciclos anteriormente regulares, devem ser
consideradas causas não-hormonais e, nestes casos, são indicados procedimentos diagnósticos
apropriados para exclusão de neoplasia ou gestação.
Estas medidas podem incluir a realização de curetagem.
É possível que em algumas usuárias não ocorra o sangramento por privação durante o intervalo de pausa.
Se a paciente ingeriu as drágeas segundo as instruções descritas no item “Posologia e modo de usar”, é
pouco provável que esteja grávida.
Porém, se o COC não tiver sido ingerido corretamente no ciclo em que houve ausência de sangramento
por privação ou se não ocorrer sangramento por privação em dois ciclos consecutivos, deve-se excluir a
possibilidade de gestação antes de continuar a utilização do COC.
Gravidez e lactação
Este medicamento causa malformação ao bebe durante a gravidez.
Tess® não é indicado durante a gravidez.
Caso a usuária engravide durante o uso de Tess®, deve-se descontinuar o seu uso (veja item “Dados de
segurança pré-clínica”).
A administração de Tess® também é contraindicada durante a lactação. O acetato de ciproterona é
excretado com o leite materno. Cerca de 0,2% da dose materna irá atingir o neonato através do leite, em
uma proporção de cerca de 1 mcg/kg. Durante o período de lactação, 0,02% da dose materna diária de
etinilestradiol poderia ser transferida ao neonato através do leite materno.
Alterações em exames laboratoriais:
O uso de esteroides presentes em Tess® pode influenciar os resultados de certos exames laboratoriais,
incluindo parâmetros bioquímicos das funções hepática, tiroidiana, adrenal e renal; níveis plasmáticos de
proteínas (transportadoras), por exemplo, globulina de ligação a corticosteroides e frações
lipídicas/lipoproteicas; parâmetros do metabolismo de carboidratos e parâmetros da coagulação e
fibrinólise. As alterações geralmente permanecem dentro do intervalo laboratorial considerado normal.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas
Não foram conduzidos estudos e não foram observados efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos ou
operar máquinas.
Efeitos de outros medicamentos em Tess®
Podem ocorrer interações com fármacos indutores das enzimas microssomais o que pode resultar em
aumento da depuração dos hormônios sexuais e causar sangramento de escape e/ou diminuição da
eficácia do contraceptivo oral. Pacientes sob tratamento com qualquer uma das substâncias acima citadas
devem utilizar temporária e adicionalmente um método contraceptivo de barreira ou escolher um outro
método contraceptivo. O método de barreira deve ser usado concomitantemente durante o período de
administração concomitante da substância, assim como nos 28 dias posteriores à sua descontinuação. Se o
período de utilização do método de barreira estender-se além do final da cartela de Tess®, a cartela
seguinte deverá ser iniciada imediatamente após o término da cartela em uso, sem proceder ao intervalo
de pausa habitual.
- Substâncias que aumentam a depuração de Tess® (diminuição da eficácia de Tess® por indução
enzimática), por exemplo fenitoína, barbitúricos, primidona, carbamazepina, rifampicina e possivelmente,
também com oxcarbazepina, topiramato, felbamato, griseofulvina e produtos contendo Erva de São João.
- Substâncias com efeitos variáveis na depuração de Tess®, por exemplo: Quando coadministrados com
Tess®, muitos inibidores de protease do HIV/HCV e inibidores da transcriptase reversa não nucleosídicos
podem aumentar ou diminuir as concentrações plasmáticas de estrogênios ou progestógenos. Estas
alterações podem ser clinicamente relevantes em alguns casos.
Efeitos de medicamentos contendo combinações estrogênio/progestógeno em outros medicamentos:
Medicamentos contendo combinações estrogênio/progestógeno, como a contida em Tess®, podem afetar
o metabolismo de alguns outros fármacos.
Consequentemente, as concentrações plasmática e tecidual podem aumentar (por exemplo, ciclosporina)
ou diminuir (por exemplo, lamotrigina).
Deve-se avaliar também as informações contidas na bula do medicamento utilizado concomitantemente a
fim de identificar interações em potencial
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C), protegido da luz e da umidade.
Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Aspecto
Tess: Comprimido revestido vermelho, circular, biconvexo, liso, com núcleo branco a quase branco.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Tess deve ser tomado regularmente, a fim de alcançar a eficácia terapêutica e o efeito contraceptivo. O
uso de contracepção hormonal deve ser descontinuado antes do uso de Tess. O regime posológico de Tess
é similar ao da maioria dos contraceptivos orais combinados. Portanto, as mesmas regras de
administração devem ser seguidas. Contraceptivos orais combinados, quando usados corretamente, o
índice de falha é de aproximadamente 1% ao ano.
A ingestão irregular pode levar a sangramentos intermenstruais, além de reduzir a eficácia terapêutica e o
efeito contraceptivo de Tess.
Como tomar os comprimidos
Os comprimidos devem ser ingeridos na ordem indicada na cartela, por 21 dias consecutivos, mantendo-
se aproximadamente o mesmo horário e, se necessário, com pequena quantidade de líquido. Cada nova
cartela é iniciada após um intervalo de pausa de 7 dias sem a ingestão de comprimidos, durante o qual
deve ocorrer sangramento por privação hormonal (em 2-3 dias após a ingestão do último comprimido).
Este sangramento pode não haver cessado antes do início de uma nova cartela.
Início do uso de Tess
- Quando nenhum outro contraceptivo hormonal foi utilizado no mês anterior:
No caso da paciente não ter utilizado contraceptivo hormonal no mês anterior, a ingestão deve ser iniciada
no 1º dia do ciclo (1º dia de sangramento menstrual).
- Mudando de outro contraceptivo oral combinado, anel vaginal ou adesivo transdérmico (contraceptivo)
para Tess:
A paciente deve começar o uso de Tess preferencialmente no dia posterior à ingestão do último
comprimido ativo (último comprimido contendo hormônio) do contraceptivo usado anteriormente ou, no
máximo, no dia seguinte ao último dia de pausa ou de tomada de comprimidos inativos (sem hormônio).
Se estiver mudando de anel vaginal ou adesivo transdérmico, deve começar preferencialmente no dia da
retirada ou, no máximo, no dia previsto para a próxima aplicação.
- Mudando de um método contraceptivo contendo somente progestógeno (minipílula, injeção, implante)
ou Sistema Intra-Uterino (SIU) com liberação de progestógeno para Tess:
A paciente poderá iniciar o uso de Tess em qualquer dia no caso da minipílula, ou no dia da retirada do
implante ou do SIU, ou no dia previsto para a próxima injeção. Em todos esses casos (uso anterior de
minipílula, injeção, implante ou Sistema Intra-Uterino com liberação de progestógeno), recomenda-se
usar adicionalmente um método de barreira nos 7 primeiros dias da ingestão de Tess.
- Após abortamento de primeiro trimestre:
Pode-se iniciar o uso de Tess imediatamente, sem necessidade de adotar medidas contraceptivas
adicionais.
- Após parto ou abortamento no segundo trimestre:
Para amamentação, veja o item “Gravidez e lactação”.
Após parto ou abortamento no segundo trimestre, a usuária deve ser aconselhada a iniciar o uso de Tess
no período entre o 21º e o 28º dia após o procedimento. Se começar em período posterior, deve-se
aconselhar o uso adicional de um método de barreira nos 7 dias iniciais de ingestão. Se já tiver ocorrido
relação sexual, deve-se certificar de que a mulher não esteja grávida antes de iniciar o uso de Tess ou,
então, aguardar a primeira menstruação.
Comprimidos esquecidos
Se houver transcorrido menos de 12 horas do horário habitual de ingestão, a proteção contraceptiva não
será reduzida. A usuária deve tomar imediatamente o comprimido esquecido e continuar o restante da
cartela no horário habitual.
Se houver transcorrido mais de 12 horas, a proteção contraceptiva pode estar reduzida neste ciclo. Neste
caso, deve-se ter em mente duas regras básicas: 1) a ingestão dos comprimidos nunca deve ser
interrompida por mais de 7 dias; 2) são necessários 7 dias de ingestão contínua dos comprimidos para
conseguir supressão adequada do eixo hipotálamohipófise-ovário. Consequentemente, na prática diária,
pode-se usar a seguinte orientação:
- Esquecimento na 1ª semana:
A usuária deve ingerir imediatamente o último comprimido esquecido, mesmo que isto signifique a
ingestão simultânea de dois comprimidos. Os comprimidos restantes devem ser tomados no horário
habitual. Adicionalmente, deve-se adotar um método de barreira (por exemplo, preservativo) durante os 7
dias subsequentes. Se tiver ocorrido relação sexual nos 7 dias anteriores, deve-se considerar a
possibilidade de gravidez. Quanto mais comprimidos forem esquecidos e mais perto estiverem do
intervalo normal sem tomada de comprimidos (pausa), maior será o risco de gravidez.
- Esquecimento na 2ª semana:
ingestão simultânea de dois comprimidos e deve continuar tomando o restante da cartela no horário
habitual. Se nos 7 dias precedentes ao primeiro comprimido esquecida, todas os comprimidos tiverem
sido tomados conforme as instruções, não é necessária qualquer medida contraceptiva adicional. Porém,
se isto não tiver ocorrido, ou se mais do que um comprimido tiver sido esquecido, deve-se aconselhar a
adoção de precauções adicionais (por exemplo, uso de preservativo) por 7 dias.
- Esquecimento na 3ª semana:
O risco de redução da eficácia é iminente pela proximidade do intervalo sem ingestão de comprimidos
(pausa). No entanto, ainda se pode minimizar a redução da proteção contraceptiva ajustando o esquema
de ingestão dos comprimidos. Se nos 7 dias anteriores ao primeiro comprimido esquecido a ingestão foi
feita corretamente, a usuária poderá seguir qualquer uma das duas opções abaixo, sem precisar usar
métodos contraceptivos adicionais. Se não for este o caso, ela deve seguir a primeira opção e usar
medidas contraceptivas adicionais (por exemplo, uso de preservativo) durante os 7 dias seguintes.
1) Tomar o último comprimido esquecido imediatamente, mesmo que isto signifique a ingestão
simultânea de dois comprimidos e continuar tomando os comprimidos seguintes no horário habitual. A
nova cartela deve ser iniciada assim que acabar a cartela atual, isto é, sem o intervalo de pausa habitual
entre elas. É pouco provável que ocorra sangramento por privação até o final da segunda cartela, mas
pode ocorrer gotejamento ou sangramento de escape durante os dias de ingestão dos comprimidos.
2) Suspender a ingestão dos comprimidos da cartela atual, fazer um intervalo de até 7 dias sem ingestão
de comprimidos (incluindo os dias em que se esqueceu de tomá-las) e, a seguir, iniciar uma nova cartela.
Se não ocorrer sangramento por privação no primeiro intervalo normal sem ingestão de comprimido
(pausa), deve-se considerar a possibilidade de gravidez.
Procedimento em caso de distúrbios gastrintestinais
No caso de distúrbios gastrintestinais graves, a absorção pode não ser completa e medidas contraceptivas
adicionais devem ser tomadas.
Se ocorrerem vômitos dentro de 3 a 4 horas após a ingestão de um comprimido, deve-se seguir o mesmo
procedimento usado no item “Comprimidos esquecidas”. Se a usuária não quiser alterar seu esquema
habitual de ingestão, deve retirar o(s) comprimido(s) adicional (is) de outra cartela.
Duração do tratamento
O tempo para início da eficácia é de pelo menos 3 meses para acne, e os efeitos são mais pronunciados
com maior duração do tratamento (no máximo após 12 meses de tratamento).
O tempo para início da eficácia para o tratamento do hirsutismo é mais longo quando comparado ao da
acne (6-12 meses). A necessidade da continuação do tratamento deve ser avaliada periodicamente pelo
médico.
O tempo para início da eficácia para síndrome dos ovários policísticos também é mais longo e depende da
gravidade dos sintomas. O tratamento deve ser realizado por vários meses e a necessidade da continuação
do tratamento deve ser avaliada pelo médico.
Caso o uso de Tess seja reiniciado (após 4 semanas ou mais de intervalo sem pílula) deve-se considerar
risco aumentado de tromboembolismo venoso (TEV) (ver “Advertências e Precauções”).
Tess não deve ser utilizado exclusivamente como contraceptivo.
Informações adicionais para populações especiais
- Crianças e adolescentes
Tess é indicado apenas para uso após a menarca.
- Pacientes idosas
Não aplicável. Tess não é indicado para uso após a menopausa.
- Pacientes com insuficiência hepática
Tess é contraindicado em mulheres com doença hepática grave enquanto os valores da função hepática
não retornarem ao normal. Veja item “Contraindicações”.
- Pacientes com insuficiência renal
Tess não foi estudado especificamente em pacientes com insuficiência renal. Dados disponíveis não
sugerem alteração no tratamento desta população de pacientes.
Foram observadas as seguintes reações adversas em usuárias de acetato de ciproterona + etinilestradiol,
sem que a exata relação de causalidade tenha sido estabelecida*:
Classificação por
sistema corpóreo
Frequente
(≥ 1/100)
Pouco frequente
(≥ 1/1.000 e <
1/100)
Raro (< 1/1.000)
Distúrbios nos olhos intolerância a lentes
de contato
Distúrbios
gastrintestinais
náuseas, dor abdominal vômitos, diarreia
Distúrbios no sistema
imunológico
hipersensibilidade
Investigações aumento de peso
corporal
diminuição de peso
Distúrbios metabólicos
e nutricionais
retenção de líquido
nervoso
cefaleia enxaqueca
Distúrbios psiquiátricos estados depressivos,
alterações de humor
diminuição da
libido
aumento da libido
reprodutivo e nas
mamas
dor e
dolorosa nas mamas
Hipertrofia mamária secreção vaginal,
secreção das mamas
Distúrbios cutâneos e
nos tecidos subcutâneos
erupção cutânea,
urticária
eritema nodoso,
eritema multiforme
*Foi utilizado o termo MedDRA (versão 12.0) mais apropriado para descrever uma determinada reação.
Sinônimos ou condições relacionadas não foram listados, mas também devem ser considerados.
As seguintes reações adversas graves, que estão descritas no item “Advertências e precauções” foram
reportadas em mulheres que utilizam COCs:
- distúrbios tromboembólicos venosos;
- distúrbios tromboembólicos arteriais;
- acidentes vasculares cerebrais;
- hipertensão;
- hipertrigliceridemia;
- alterações na tolerância à glicose ou efeitos sobre a resistência periférica a insulina;
- tumores hepáticos (benignos e malignos);
- distúrbios das funções hepáticas;
- cloasma;
- em mulheres com angioedema hereditário, estrogênios exógenos podem induzir ou intensificar sintomas
de angioedema;
- ocorrência ou piora de condições para as quais a associação com o uso de COC não é conclusiva:
icterícia e/ou prurido relacionado à colestase; formação de cálculos biliares, porfiria, lúpus eritematoso
sistêmico, síndrome hemolítico urêmica, corea de Sydenham, herpes gestacional, otosclerose –
relacionada à perda de audição, doença de Crohn, colite ulcerativa, câncer cervical.
A frequência de diagnóstico de câncer de mama é ligeiramente maior em usuárias de CO. Como o câncer
de mama é raro em mulheres abaixo de 40 anos o aumento do risco é pequeno em relação ao risco geral
de câncer de mama. A causalidade com uso de COC é desconhecida. Para mais informações veja os itens
“Contraindicações” e “Advertências e precauções”.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.
Não há relatos de efeitos deletérios graves decorrentes da superdose. Os sintomas que podem ocorrer
nestes casos são: náuseas, vômitos e, em usuárias jovens, sangramento vaginal discreto. Não existe
antídoto e o tratamento deve ser sintomático.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.