Bula do Tobramina produzido pelo laboratorio Antibióticos do Brasil Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
TOBRAMINA®
(sulfato de tobramicina)
Antibióticos do Brasil Ltda
Solução injetável
75 mg/ 1,5 mL
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sulfato de tobramicina
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Nome genérico: sulfato de tobramicina
APRESENTAÇÃO
75 mg/1,5 mL: cada ampola contém sulfato de tobramicina equivalente a 75 mg de tobramicina na forma de solução injetável. Embalagem com
2 ampolas de 1,5 mL cada.
USO INTRAVENOSO OU INTRAMUSCULAR
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
75 mg/1,5 mL: cada 1 mL de solução contém 152,45 mg de sulfato de tobramicina equivalente a 50 mg de tobramicina.
Excipientes: bissulfito de sódio, edetato dissódico, fenol e água para injetáveis.
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
TOBRAMINA®
está indicada no tratamento de infecções bacterianas graves causadas por cepas suscetíveis dos microrganismos descritos no item Microbiologia
e mencionados abaixo:
1. Septicemia em pacientes pediátricos e adultos causada por: Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli e Klebsiella spp.
2. Infecções do trato respiratório inferior causadas por: Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella spp., Enterobacter spp., Serratia spp., Escherichia coli, e
Staphylococcus aureus (cepas produtoras e não produtoras de penicilinase).
3. Meningites causadas por: microrganismos suscetíveis.
4. Infecções intra-abdominais, incluindo peritonite causadas por: Escherichia coli, Klebsiella spp. e Enterobacter spp.
5. Infecções ósseas, da pele e de estruturas da pele causadas por: Pseudomonas aeruginosa, Proteus spp., Escherichia coli, Klebsiella spp., Enterobacter spp. e
Staphylococcus aureus.
6. Infecções urinárias recorrentes e complicadas causadas por: Pseudomonas aeruginosa, Proteus spp. (indol positivo e indol negativo), Escherichia coli,
Klebsiella spp., Enterobacter spp., Serratia spp., Providencia spp., Staphylococcus aureus e Citrobacter spp.
Os aminoglicosídeos, incluindo a tobramicina, não estão indicados em episódios iniciais não complicados de infecções do trato urinário, a menos que o
microrganismo causal não seja suscetível a outros antibacterianos com menor potencial de toxicidade.
A tobramicina deve ser considerada em infecções estafilocócicas graves quando a penicilina ou outros medicamentos potencialmente menos tóxicos estão
contraindicados, ou quando os testes de suscetibilidade bacteriana ou o julgamento clínico indicarem seu uso.
Culturas bacterianas devem ser realizadas antes e durante o tratamento. Se os testes de suscetibilidade demonstrarem que os microrganismos causais são resistentes
à tobramicina, outro tratamento deve ser instituído.
Nos pacientes em que houver suspeita de infecção grave com risco de morte causada por Gram-negativo, incluindo aqueles em que o tratamento conjunto com
penicilina ou cefalosporina e um aminoglicosídeo estiver indicado, o tratamento com tobramicina pode ser iniciado antes que os resultados dos testes de
suscetibilidade estejam disponíveis. A decisão de continuar o tratamento com a tobramicina deve ser baseada nos resultados dos testes de suscetibilidade,
gravidade da infecção e nas advertências e precauções para o uso do produto (ver item 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).
Em estudos clínicos8
a tobramicina demonstrou boa ação contra infecções envolvendo microrganismos descritos no item 1. INDICAÇÕES:
• Trato respiratório inferior
Em estudos clínicos, dos 110 pacientes inclusos nesta categoria, 95 (85%) responderam ao tratamento com tobramicina.
• Pele, ossos e tecidos moles, incluindo queimaduras
Em estudos clínicos, dos 95 pacientes inclusos nesta categoria, 82 (86%) responderam ao tratamento com tobramicina.
• Infecções urinárias recorrentes e complicadas
Em estudos clínicos, dos 348 pacientes diagnosticados com pielonefrite, cistite e infecção urinária inespecífica, 333 (96%) responderam ao tratamento com
tobramicina. Dos pacientes que responderem ao tratamento, 265 não tiveram recorrência após eliminação do patógeno. Os outros 65 pacientes, que responderam
ao tratamento, apresentaram recorrência da infecção pelo mesmo patógeno (32 pacientes) ou por patógenos diferentes (36 pacientes).
A tobramicina também apresentou ação no combate à bacteriúria. Em estudo com 34 pacientes que responderam ao tratamento com tobramicina, 26 não
apresentaram recorrência, 7 apresentaram recorrência do mesmo patógeno e 1 apresentou recorrência de patógeno diferente.
• Infecção gastrintestinal, incluindo peritonite
Em estudos clínicos, dos 35 pacientes inclusos nesta categoria, 29 (83%) responderam ao tratamento com tobramicina.
• Infecções do Sistema Nervoso Central, incluindo meningite
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Em estudos clínicos, 9 pacientes (8 deles crianças com pelo menos 1 doença grave de base, como hidrocefalia e mielomeningocele) diagnosticados com infecção
no sistema nervoso central foram tratados com tobramicina por no mínimo 10 dias seguidos e 7 (78%) pacientes responderam satisfatoriamente.
• Septicemia
Em estudos clínicos, dos 55 pacientes (46 recém-nascidos ou lactentes e 8 pacientes mais velhos) diagnosticados com septicemia, 50 (93%) responderam ao
tratamento com tobramicina.
Descrição: o sulfato de tobramicina é um antibacteriano do grupo dos aminoglicosídeos, derivado do actinomiceto Streptomyces tenebrarius, solúvel em água, e
apresenta-se como uma solução aquosa estéril, clara e incolor, para administração parenteral. A fórmula química do sulfato de tobramicina é (C18H37N5O9)2 • 5
H2SO4. O peso molecular é 1425,45.
Farmacocinética
Absorção: a tobramicina é pouco absorvida pelo trato gastrintestinal. Após administração intramuscular, no entanto, é rapidamente absorvida. As concentrações
séricas de pico ocorrem entre 30 e 90 minutos após administração intramuscular. Após uma dose intramuscular de 1 mg/kg de peso corpóreo, as concentrações
séricas máximas alcançam cerca de 4 mcg/mL, e níveis mensuráveis persistem por até 8 horas. Os níveis séricos terapêuticos geralmente variam de 4 a 6 mcg/mL.
Quando a tobramicina é administrada por infusão intravenosa, durante um período de 1 hora, as concentrações séricas são similares às obtidas com a administração
intramuscular.
Distribuição: em pacientes com a função renal normal, com exceção de neonatos, a tobramicina administrada a cada 8 horas não acumula no soro. Entretanto, nos
pacientes com função renal reduzida e em neonatos, a concentração sérica é normalmente mais alta e pode ser detectada por períodos de tempo mais longos que
em adultos normais. Portanto, a posologia para tais pacientes deve ser ajustada. (veja 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR).
A tobramicina pode ser detectada nos tecidos e nos fluidos corpóreos após administração parenteral. Concentrações na bile e nas fezes geralmente são baixas,
sugerindo uma excreção biliar mínima. A tobramicina apareceu em baixas concentrações no líquido cefalorraquidiano, após administração parenteral, e as
concentrações são dependentes da dose, taxa de penetração e grau de inflamação meníngea. Também foi encontrada no escarro, líquido peritoneal, líquido sinovial
e fluidos de abscessos. A tobramicina cruza a membrana placentária. As concentrações no córtex renal são muitas vezes superiores aos níveis séricos usuais.
Eliminação: após administração parenteral, ocorre pouca ou nenhuma transformação metabólica, e a tobramicina é eliminada quase que exclusivamente por
filtração glomerular. O clearance renal é similar ao da creatinina endógena. Estudos de ultrafiltração demonstram que praticamente não ocorre ligação às proteínas
séricas. Em pacientes com função renal normal, até 84% da dose são recuperáveis na urina em 8 horas e até 93% em 24 horas.
Concentrações urinárias de pico variando de 75 a 100 mcg/mL foram observadas após a administração intramuscular de uma dose única de 1 mg/kg. Após diversos
dias de tratamento, a quantidade de tobramicina excretada na urina se aproxima da dose diária administrada. Quando a função renal está prejudicada, a excreção da
tobramicina é mais lenta, podendo ocorrer níveis sanguíneos tóxicos.
A meia-vida sérica, em indivíduos normais, é de 2 horas. Existe uma relação inversa entre a meia-vida sérica e o clearance de creatinina, e o esquema posológico
deve ser ajustado de acordo com o grau de diminuição da função renal (veja 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR).
Em pacientes submetidos à diálise, 25% a 70% da dose administrada podem ser removidos dependendo da duração e do tipo de diálise.
A probenecida não afeta o transporte tubular renal da tobramicina.
Farmacodinâmica
A tobramicina age na inibição da síntese de proteínas nas células bacterianas por ligação irreversível às subunidades 30S dos ribossomos. Testes in vitro
demonstraram que a tobramicina é bactericida.
Microbiologia
A tobramicina demonstrou ser ativa contra a maior parte das cepas dos seguintes microrganismos, tanto in vitro como em infecções clínicas, como descrito no item
Aeróbicos Gram-positivos:
Staphylococcus aureus
Aeróbicos Gram-negativos:
Citrobacter spp.
Enterobacter spp.
Escherichia coli
Klebsiella spp.
Morganella morganii
Pseudomonas aeruginosa
Proteus mirabilis
Proteus vulgaris
Providencia spp.
Serratia spp.
Os aminoglicosídeos têm baixo grau de atividade contra a maioria dos microrganismos Gram-positivos, incluindo Streptococcus pyogenes, Streptococcus
pneumoniae e enterococos.
Embora a maioria das cepas de enterococos demonstre resistência in vitro, algumas cepas deste grupo são suscetíveis. Estudos in vitro demonstraram que um
aminoglicosídeo combinado com um antibiótico que interfere na síntese da parede celular, afeta sinergicamente algumas cepas de enterococos. A penicilina G e a
tobramicina, associadas, apresentam um efeito bactericida sinérgico in vitro contra algumas cepas de Enterococcus faecalis. Entretanto, essa combinação não é
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sinérgica contra outros microrganismos com relação próxima, como o Enterococcus faecium. Não basta apenas classificar o enterococo por espécie para predizer a
suscetibilidade. É necessário realizar testes de suscetibilidade e testes de sinergismo antibiótico.
Resistência cruzada entre aminoglicosídeos pode ocorrer.
Testes de Suscetibilidade
Técnicas de Difusão:
Métodos quantitativos baseados na medição dos diâmetros dos halos proporcionam uma estimativa de suscetibilidade ao antibacteriano. O método recomendado
pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) para testar a suscetibilidade dos microrganismos à tobramicina emprega discos com 10 mcg de
tobramicina. Os resultados dos testes de suscetibilidade devem ser interpretados de acordo com os seguintes critérios:
Diâmetro do Halo (mm) Interpretação
≥ 15 (S) Suscetível
13 – 14 (I) Intermediário
≤ 12 (R) Resistente
Um resultado “suscetível” indica que o patógeno provavelmente será inibido pelos níveis sanguíneos normalmente alcançados. Um resultado “intermediário”
sugere que o microrganismo deve ser suscetível se for usada alta dose ou se a infecção estiver confinada nos tecidos e líquidos onde altos níveis do
antibacteriano são atingidos. Um resultado “resistente” indica que as concentrações alcançadas não serão suficientes para inibir o microrganismo e outra
terapia deve ser selecionada.
Cepas-Controle:
Procedimentos padronizados pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) requerem o uso de cepas-controle de microrganismos (cepas ATCC). Os
discos de 10 mcg de tobramicina devem produzir o seguinte halo de inibição:
Microrganismo Diâmetro do Halo (mm)
ATCC 25922
18 – 26
ATCC 27853
19 – 25
ATCC 25923
19 – 29
Técnicas de Diluição:
Usar o método de diluição padronizado pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI), em caldo, ágar ou equivalente. Os valores de concentração
inibitória mínima (CIM) para tobramicina obtidos devem ser interpretados de acordo com os seguintes critérios:
CIM (mcg/mL) Interpretação
≤ 4 (S) Suscetível
8 (I) Intermediário
≥ 16 (R) Resistente
Os procedimentos de diluição também requerem o uso de cepas-controle de microrganismos (cepas ATCC). A tobramicina padrão deve dar os seguintes valores de
CIM com o método de diluição padronizado pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI):
Microrganismos Variação de CIMs (mcg/mL)
Enterococcus faecalis
ATCC 29212
8 – 32
0,25 – 1
ATCC 29213
0,12 – 1
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TOBRAMINA®
é contraindicada para pacientes com hipersensibilidade a qualquer aminoglicosídeo, principalmente à tobramicina. História de hipersensibilidade
ou reação tóxica grave aos aminoglicosídeos, pode também contraindicar o uso de qualquer outro aminoglicosídeo devido à conhecida hipersensibilidade cruzada a
medicamentos desta classe.
Uso na Gravidez – categoria de risco D.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Os aminoglicosídeos podem causar dano fetal quando administrados a mulheres grávidas. Se a tobramicina for usada durante a gravidez, ou se a paciente
engravidar enquanto estiver sob tratamento com a tobramicina, deve-se notificar a mãe sobre o potencial dano para o feto.
Os antibacterianos aminoglicosídeos cruzam a placenta e há diversos relatos de surdez congênita bilateral total e irreversível em crianças cujas mães receberam
estreptomicina durante a gravidez. Não foram relatados efeitos colaterais graves para a mãe, para o feto ou para o recém-nascido, no tratamento de mulheres
grávidas com outro aminoglicosídeo.
Sensibilidade ao sulfito: TOBRAMINA®
contém bissulfito de sódio, um sulfito que pode causar reações do tipo alérgicas, incluindo sintomas anafiláticos e
episódios asmáticos menos graves ou com risco de morte em indivíduos sensíveis. A prevalência total de hipersensibilidade ao sulfito na população geral é
desconhecida e é provavelmente baixa. A sensibilidade ao sulfito tem sido observada mais frequentemente em pessoas asmáticas do que em não asmáticas.
Reações de hipersensibilidade: raramente foram relatadas reações alérgicas graves incluindo anafilaxia e reações dermatológicas incluindo dermatite esfoliativa,
necrólise epidérmica tóxica e Síndrome de Stevens-Johnson. Apesar de raras, algumas fatalidades foram reportadas. Se uma reação alérgica ocorrer, a droga deve ser
descontinuada e uma terapia adequada deve ser instituída.
Ototoxicidade: a tobramicina, assim como os aminoglicosídeos em geral, possui potencial inerente para causar ototoxicidade. Pacientes tratados com esses
medicamentos devem ficar sob observação clínica rigorosa.
O risco de ototoxicidade (coclear ou vestibular) induzida por aminoglicosídeos aumenta com o grau de exposição a altos picos de concentração sérica ou
concentrações séricas elevadas constantes. Pacientes que desenvolvem dano coclear podem não apresentar sintomas, durante o tratamento, que os alertem sobre a
toxicidade ao oitavo par craniano. A surdez bilateral, irreversível, parcial ou total, pode continuar a se desenvolver mesmo após a medicação ter sido interrompida.
Quando possível, recomenda-se a realização de audiometrias seriadas, particularmente em pacientes de alto risco.
Nefrotoxicidade: a nefrotoxicidade induzida por aminoglicosídeos é geralmente reversível. Em casos raros, a nefrotoxicidade se manifestou alguns dias após o
término do tratamento.
Podem ocorrer danos em pacientes apresentando dano renal pré-existente e em pacientes com função renal normal para os quais os aminoglicosídeos são
administrados por períodos mais longos ou em doses mais altas do que as recomendadas. Também há maior chance de nefrotoxicidade quando se associa um
aminoglicosídeo a outra droga nefrotóxica (ver 6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS).
A função renal deve ser monitorada em pacientes com diminuição da função renal suspeita ou conhecida e em pacientes com função renal inicialmente normal que
desenvolveram sinais de disfunção renal durante o tratamento.
A urina deve ser examinada para detectar diminuição da densidade específica e aumento da excreção de proteínas, células e cilindros. Devem ser avaliados
periodicamente a uremia, a creatinina sérica e o clearance de creatinina.
Evidências de prejuízos renais, vestibulares ou das funções auditivas requerem a interrupção do tratamento com o medicamento ou ajuste na posologia.
Neurotoxicidade: a neurotoxicidade pode ser manifestada tanto por ototoxicidade auditiva como vestibular. As alterações auditivas são irreversíveis, geralmente
bilaterais, podendo ser parciais ou totais. Podem ocorrer danos no oitavo par craniano (nervo vestibulococlear) principalmente em pacientes apresentando dano
renal pré-existente e em pacientes com função renal normal para os quais os aminoglicosídeos são administrados por períodos mais longos ou em doses mais altas
do que as recomendadas.
Outras manifestações de neurotoxicidade podem incluir: entorpecimento, sensação de picadas na pele, contrações musculares e convulsões.
Desidratação e hipovolemia: são fatores de risco para neurotoxicidade, ototoxicidade e nefrotoxicidade induzidas por tobramicina. Amostras do soro e da urina
devem ser colhidas para exame para monitoramento de cálcio, magnésio e sódio séricos.
Deve-se corrigir a desidratação, a hipovolemia, a diminuição da perfusão renal e a insuficiência cardíaca congestiva antes da utilização de aminoglicosídeos.
Uso concomitante com outro medicamento nefrotóxico e/ou neurotóxico: o uso concomitante ou sequencial de outro antibacteriano nefrotóxico e/ou
neurotóxico, particularmente outros aminoglicosídeos (amicacina, estreptomicina, neomicina, canamicina, gentamicina ou paramomicina), cefaloridina, viomicina,
polimixina B, colistina, cisplatina e vancomicina deve ser evitado.
Uso concomitante com diuréticos potentes: a tobramicina não deve ser administrada concomitantemente a diuréticos potentes, tais como o ácido etacrínico e a
furosemida. Alguns diuréticos por si só causam ototoxicidade, e diuréticos administrados por via intravenosa aumentam a toxicidade dos aminoglicosídeos,
incluindo a tobramicina, alterando sua concentração sérica e tecidual.
Uso concomitante com cefalosporina: foi relatado um aumento na incidência de nefrotoxicidade quando da administração concomitante de antibacterianos
aminoglicosídeos e cefalosporinas (ex.: cefazolina e cefalotina).
Bloqueio neuromuscular e paralisia respiratória: bloqueio neuromuscular e paralisia respiratória foram relatados em gatos recebendo doses muito altas de
tobramicina (40 mg/kg). A possibilidade de apneia prolongada ou secundária deve ser considerada se a tobramicina for administrada a pacientes anestesiados que
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também estejam recebendo agentes bloqueadores neuromusculares (succinilcolina, tubocurarina ou decametônio), ou a pacientes recebendo volumosas transfusões
de sangue com citrato.
Se ocorrer o bloqueio neuromuscular, o mesmo pode ser revertido pela administração de sais de cálcio.
Pacientes com distúrbios musculares, tais como a miastenia gravis ou parkinsonismo: a tobramicina deve ser usada com cautela, uma vez que os
aminoglicosídeos podem agravar a fraqueza muscular devido seu potencial efeito tipo curare na função neuromuscular.
Pacientes com extensas queimaduras ou fibrose cística: a alteração da farmacocinética pode resultar em concentrações séricas reduzidas de aminoglicosídeos.
Em tais pacientes, tratados com tobramicina, a determinação da concentração sérica é extremamente importante como base para a determinação da posologia
adequada.
Absorção pela superfície corporal: aminoglicosídeos, incluindo a tobramicina, podem ser absorvidos em quantidades significativas pela superfície corpórea após
irrigação ou aplicação, podendo causar neurotoxicidade e nefrotoxicidade.
Uso intraocular e/ou subconjuntival: aminoglicosídeos não foram aprovados para uso intraocular e/ou subconjuntival. Existem relatos de necrose macular após
administração de aminoglicosídeos, incluindo a tobramicina, por essas vias.
Hipersensibilidade cruzada: foi demonstrada hipersensibilidade cruzada entre os aminoglicosídeos. História de hipersensibilidade ou reação tóxica grave aos
aminoglicosídeos pode contraindicar o uso de qualquer outro aminoglicosídeo devido à conhecida alergia cruzada a medicamentos desta classe.
Inativação da tobramicina por antibacterianos betalactâmicos: a inativação da tobramicina e outros aminoglicosídeos por antibacterianos betalactâmicos
(penicilinas ou cefalosporinas) foi demonstrada in vitro e em pacientes com insuficiência renal grave.
Esta inativação não foi identificada em pacientes com função renal normal aos quais se administraram antibacterianos aminoglicosídeo e betalactâmico em locais
separados.
Superinfecção: o tratamento com tobramicina pode resultar em crescimento exagerado de microrganismos não suscetíveis. Nesses casos, tratamento adequado
deve ser iniciado.
Monitoramento de níveis séricos de tobramicina: os níveis séricos devem ser medidos periodicamente durante o tratamento para assegurar níveis adequados e
evitar níveis potencialmente tóxicos. Concentrações prolongadas acima de 12 mcg/mL devem ser evitadas. Níveis ascendentes (acima de 2 mcg/mL) podem
indicar acumulação tecidual. Este acúmulo, idade avançada e doses acumulativas podem contribuir para a ototoxicidade e a nefrotoxicidade. É de particular
importância monitorizar de perto os níveis séricos de pacientes com conhecida diminuição da função renal.
Estas avaliações de níveis séricos podem ser especialmente úteis para monitorar o tratamento de pacientes gravemente doentes com alterações de função renal,
pacientes infectados com microrganismos menos suscetíveis e pacientes recebendo doses máximas. Realizar a primeira coleta de material para avaliação do nível
sérico de tobramicina 2 ou 3 doses após início do tratamento, assim a posologia poderá ser ajustada se necessário. Após a primeira avaliação do nível sérico,
realizar coletas a intervalos de 3 a 4 dias durante o tratamento com tobramicina.
Para determinar o nível sérico de pico, retirar as amostras de soro cerca de 30 minutos após o término da infusão intravenosa ou 1 hora após uma injeção
intramuscular.
Para determinar o nível sérico de vale, retirar as amostras de soro cerca de 8 horas após administração de tobramicina ou logo antes da aplicação da próxima dose
de tobramicina. Estes intervalos de tempo sugeridos devem ser entendidos apenas como orientação e podem variar de acordo com a conduta da instituição. É
importante, porém, que haja consistência com o esquema individual do paciente, a menos que programas computadorizados de dosagem farmacocinética estejam
disponíveis na instituição.
Na eventualidade de alteração na função renal, aumentar a frequência de avalição dos níveis séricos e ajustar as doses ou o intervalo entre as doses de acordo com
as instruções do item 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR.
Uso na Gravidez – categoria de risco D.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Os aminoglicosídeos podem causar dano fetal quando administrados a mulheres grávidas. Se a tobramicina for usada durante a gravidez, ou se a paciente
engravidar enquanto estiver sob tratamento com a tobramicina, deve-se notificar a mãe sobre o potencial dano para o feto.
Os antibacterianos aminoglicosídeos cruzam a placenta e há diversos relatos de surdez congênita bilateral total e irreversível em crianças cujas mães receberam
estreptomicina durante a gravidez. Não foram relatados efeitos colaterais graves para a mãe, para o feto ou para o recém-nascido, no tratamento de mulheres
grávidas com outros aminoglicosídeos diferentes da estreptomicina.
Uso na Lactação: a tobramicina é excretada no leite humano em baixas concentrações, contudo, os aminoglicosídeos são fracamente absorvidos pelo trato
gastrintestinal. Não há relatos de problemas.
Uso em crianças: a tobramicina deve ser usada com cautela em crianças prematuras e neonatas devido a sua imaturidade renal e consequente prolongamento da
meia-vida sérica do medicamento.
Uso em idosos: idade avançada é um fator de risco para neurotoxicidade, ototoxicidade e nefrotoxicidade induzidas por tobramicina.
Os pacientes idosos podem ter função renal reduzida não detectada pelos exames de rotina, tais como uremia e creatinina sérica. A determinação do clearance de
creatinina pode ser mais útil. O monitoramento da função renal nesses pacientes é particularmente importante.
A tobramicina:
• pode ter toxicidade aditiva com: outros medicamentos ototóxicos, nefrotóxicos e/ou neurotóxicos como outros aminoglicosídeos (ex.: amicacina, estreptomicina,
neomicina, canamicina, gentamicina ou paramomicina), aciclovir, anfotericina B, bacitracina, capreomicina, algumas cefalosporinas (ex.: cefalotina,
cefaloridina), viomicina, polimixinas injetáveis (ex.: polimixina B), colistina, cisplatina, e vancomicina. Se possível, evitar o uso concomitante e/ou sequencial.
• pode ter sua ação diminuída (em pacientes com insuficiência renal importante) por: penicilina, cefalosporina.
• pode antagonizar os efeitos de: antimiastênicos.
• pode ter o risco de ototoxicidade aumentado com: diuréticos potentes como a furosemida ou ácido etacrínico.
• pode aumentar o bloqueio neuromuscular e causar paralisia respiratória com: medicamentos bloqueadores neuromusculares (ex.: succinilcolina, tubocurarina e
decametônio) e anestésicos gerais (ex.: cetamina e etomidato).
TOBRAMINA®
deve ser armazenada em sua embalagem original, em temperatura ambiente (15°C a 30°C). Este medicamento tem validade de 24 meses a partir
da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Após diluição manter em temperatura ambiente (15°C a 30°C) por até 24 horas (ver 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR).
Características físicas e organolépticas
Características da solução antes e após diluição: solução clara e incolor.
pode apresentar odor característico de formol.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Posologia
ATENÇÃO: as doses são dadas em termos de tobramicina.
Crianças
Recém-nascidos até 1 semana de vida: até 2 mg por kg de peso cada 12 a 24 horas, administrados por via intramuscular ou por infusão intravenosa.
Crianças acima de 1 semana de vida: 2 a 2,5 mg por kg de peso a cada 8 horas ou 1,5 a 1,9 mg por kg de peso a cada 6 horas, administrados por via
intramuscular ou por infusão intravenosa.
Adultos com função renal normal
Infecção grave: 1 mg por kg de peso a cada 8 horas, administrados por via intramuscular ou por infusão intravenosa.
Infecção com risco de morte: 1,66 mg por kg de peso a cada 8 horas, administrados por via intramuscular ou por infusão intravenosa. A dose não deve
ultrapassar 5 mg por kg de peso ao dia, a menos que os níveis séricos sejam monitorados.
Idosos
Costumam ser mais sensíveis aos aminoglicosídeos; não exceder as doses (e mesmo baixá-las em função de idade muito avançada, condição renal ou perda de
peso); monitorar função renal e auditiva (pode haver perda auditiva mesmo com função renal normal).
Duração do tratamento: é desejável limitar o tratamento a um período de tempo curto. A duração usual de tratamento é de 7 a 10 dias. Caso um tratamento mais
longo seja necessário (infecções difíceis e complicadas), a monitorização das funções renais, auditivas e vestibulares é aconselhável, uma vez que a
neurotoxicidade ocorre mais frequentemente quando o tratamento se estende por mais de 10 dias.
Instruções Posológicas Especiais
Pacientes com fibrose cística
Em pacientes com fibrose cística, alterações farmacocinéticas podem resultar em concentrações séricas reduzidas de aminoglicosídeos. A avaliação das
concentrações séricas de tobramicina durante o tratamento é especialmente importante para a determinação de uma dose adequada. Em pacientes com fibrose
cística grave, sugere-se um esquema posológico inicial de 2,5 mg /kg a cada 6 horas. Este esquema posológico é sugerido apenas como uma orientação. Os níveis
séricos de tobramicina devem ser medidos diretamente durante o tratamento devido à ampla variabilidade entre os pacientes.
Pacientes com função renal diminuída
Sempre que possível as concentrações séricas de tobramicina devem ser determinadas durante o tratamento.
Após uma dose de ataque inicial de 1 mg/kg, a posologia deve ser ajustada, reduzindo-se as doses administradas a cada 8 horas (ver subitem Posologia reduzida,
em intervalos de 8 horas) ou aumentando os intervalos entre as doses administradas (ver subitem Posologia normal em intervalos prolongados).
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Ambos métodos são sugeridos como orientação para serem usados quando os níveis séricos de tobramicina não puderem ser medidos diretamente. Eles são
baseados ou no clearance de creatinina ou no nível sérico de creatinina do paciente, uma vez que estes valores se correlacionam com a meia-vida da tobramicina.
Os esquemas posológicos derivados de ambos métodos devem ser usados conjuntamente com cuidadosas observações clínicas e laboratoriais do paciente e devem
ser modificados segundo as necessidades. Nenhum desses métodos deve ser usado quando diálise estiver sendo realizada.
Posologia reduzida, em intervalos de 8 horas
Para calcular a dose reduzida a ser administrada deve-se conhecer o clearance de creatinina ou o valor da creatinina sérica e consultar o NOMOGRAMA DA
POSOLOGIA REDUZIDA abaixo.
Quando o clearance de creatinina for menor ou igual a 70 mL por minuto, ou quando o valor da creatinina sérica for conhecido, a dose reduzida pode ser calculada
multiplicando-se a dose normalmente recomendada (indicada no item 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR – subitem ADULTOS COM FUNÇÃO RENAL
NORMAL) pelo percentual da dose normal encontrada no nomograma. A dose reduzida deve ser administrada a cada 8 horas.
NOMOGRAMA DA POSOLOGIA REDUZIDA*
*As escalas foram ajustadas para facilitar os cálculos da dose.
Uma orientação alternativa aproximada para calcular a dose reduzida em pacientes cujos valores de creatinina sérica são conhecidos, é dividir a dose normalmente
recomendada (indicada no item 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR – subitem adultos com função renal normal) pela creatinina sérica do paciente. A dose
reduzida deve ser administrada a cada 8 horas.
Posologia normal em intervalos prolongados
Se o clearance de creatinina não estiver disponível e as condições do paciente forem estáveis, calcular a nova frequência das doses (em horas) multiplicando a
creatinina sérica do paciente por 6.
Pacientes Obesos
A dose pode ser calculada estimando-se um peso ideal para o paciente, acrescido de 40% do excesso de peso. Por exemplo: um paciente com 120 kg, cujo peso
ideal fosse 80 kg, terá o cálculo de dose como se tivesse 96 kg.
[80 kg + 40% de (120 kg – 80 kg)]
[80 kg + 16 kg = 96 kg]
Modo de Usar
ATENÇÃO: medicamentos injetáveis devem ser bem inspecionados antes da administração. Se houver partículas, a solução deve ser descartada.
O produto preparado em capela de fluxo unidirecional (laminar) qualificado pode ser armazenado pelos tempos descritos a seguir. Para produtos preparados fora
desta condição, recomenda-se o uso imediato.
TOBRAMINA®
75 mg/1,5 mL – VIA INTRAMUSCULAR
Retirar a dose adequada diretamente da ampola.
Administração: injetar imediatamente em uma grande massa muscular, em adultos, nas nádegas (quadrante superior externo); em crianças, na face lateral da coxa.
A aspiração é necessária para evitar injetar inadvertidamente dentro de um vaso sanguíneo.
75 mg/1,5 mL –INFUSÃO INTRAVENOSA
Retirar a dose adequada diretamente da ampola e realizar a diluição.
Diluição
Diluente: Cloreto de Sódio 0,9% ou Glicose 5%. Volume: 50 – 100 mL.
O volume e a concentração final da solução dependem da dose a ser administrada e o volume de diluente utilizado para a diluição.
Aspecto da solução após diluição: solução incolor.
Estabilidade após diluição com Cloreto de Sódio 0,9% ou Glicose 5%:
8
Temperatura ambiente (15ºC a 30ºC): 24 horas.
Tempo de infusão: 20 a 60 minutos.
Incompatibilidades: se clinicamente necessários, aminoglicosídeos e cefalosporinas devem ser administrados em locais separados para evitar uma possível
inativação de ambas as substâncias. Não devem ser misturados na mesma seringa ou na mesma solução.
Reações comuns (>1% e <10%):
Ototoxicidade - efeitos adversos sobre os ramos auditivo e vestibular do oitavo par craniano (nervo vestibulococlear) foram observados, especialmente em
pacientes recebendo altas doses, em tratamentos prolongados, em pacientes que receberam tratamento prévio com um medicamento ototóxico ou em casos de
desidratação. Os sintomas incluem: tontura, vertigem, zumbidos, rumor nos ouvidos e perda da audição.
A perda da audição geralmente é irreversível e se manifesta inicialmente por diminuição da acuidade para tons altos. A tobramicina e a gentamicina são bastante
similares em relação ao potencial ototóxico.
Se um paciente desenvolver perda auditiva, tinido, vertigem ou nistagmo, deve-se interromper a administração do aminoglicosídeo.
Nefrotoxicidade - alterações da função renal, evidenciadas por elevação da uremia, do nitrogênio não proteico, da creatinina sérica e por oligúria, cilindrúria, e
aumento da proteinúria, têm sido relatadas, especialmente em pacientes com história de insuficiência renal que foram tratados por períodos longos ou com doses
mais altas que as recomendadas.
Efeitos adversos renais podem, entretanto, ocorrer mesmo em pacientes que antes tinham função renal normal. Estudos clínicos e com animais foram realizados,
comparando os potenciais nefrotóxicos da tobramicina e da gentamicina. Em alguns estudos a tobramicina causou menos nefrotoxicidade que a gentamicina. Em
outros estudos não foi encontrada diferença significativa entre a tobramicina e a gentamicina.
Reações incomuns (>0,1% e <1%): anemia, granulocitopenia, trombocitopenia, leucopenia, leucocitose, eosinofilia, febre, erupção na pele, dermatite esfoliativa,
coceira, urticária, náusea, vômitos, diarreia, cefaleia, letargia, dor no local da injeção, confusão mental e desorientação, aumento das transaminases séricas
(AST/TGO, ALT/TGP), aumento da desidrogenase láctica sérica e bilirrubinas, diminuição de cálcio, magnésio, sódio e potássio séricos.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.