Bula do Torval cr produzido pelo laboratorio Torrent do Brasil Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
TORVAL®
CR
valproato de sódio + ácido valproico
Comprimidos revestidos de liberação prolongada – 300
mg
Comprimidos revestidos de liberação prolongada – 500
Indrad
BULA PARA PROFISSIONAL DE SAÚDE
Bula de acordo com a Resolução-RDC nº 47/2009
I- IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
APRESENTAÇÕES
Comprimidos revestidos de liberação prolongada 300 mg: embalagens com 30 comprimidos.
Comprimidos revestidos de liberação prolongada 500 mg: embalagens com 30 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido de liberação prolongada de TORVAL®
CR 300 mg contém:
valproato de sódio ......................................................................................................... 199,80 mg
ácido valproico .................................................................................................................. 87,0 mg
Excipientes: dióxido de silício (coloidal), hipromelose, etilcelulose, sílica hidratada, sacarina
sódica, glicerol, dióxido de titânio, eudragit E100, eudragit NE 30D, macrogol e talco.
CR 500 mg contém:
valproato de sódio ......................................................................................................... 333,00 mg
ácido valproico ................................................................................................................ 145,0 mg
II- INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
TORVAL®
CR é indicado no tratamento de epilepsia parcial, generalizada ou outros tipos de
epilepsia, particularmente com os seguintes tipos de crises: ausência complexa (ou atípica),
mioclônicas, tônico-clônicas, atônicas, mistas, assim como epilepsia parcial: crises simples ou
complexas, secundárias generalizadas, síndromes específicas (West, Lennox-Gastaut).
A eficácia do valproato na redução da incidência de epilepsias parciais complexas que ocorrem
individualmente ou em associação com outros tipos de epilepsias foi estabelecido em 2 estudos
clínicos controlados.
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Em um estudo, multiclínico, placebo-controlado empregando o desenho de terapia combinada
em 144 pacientes, os quais continuavam a sofrer 8 ou mais crises parciais complexas por 8
semanas durante a monoterapia de 8 semanas de carbamazepina ou fenitoína, em doses
suficientes para assegurar as concentrações plasmáticas dentro da “faixa terapêutica”, foram
randomizados para receber, em adição ao seu tratamento anticonvulsivante original, valproato
ou placebo. Os pacientes randomizados foram acompanhados por 16 semanas. Segue a tabela
com os achados:
Incidência mediana do estudo de terapia combinada para epilepsia parcial complexa por 8
semanas
Tratamento
combinado
No. de pacientes Incidência basal Incidência
experimental
Valproato 75 16,0 8,9*
Placebo 69 14,5 11,5
* a redução a partir do limite basal foi estatisticamente maior para valproato do que para o
placebo a p ≤ 0,05.
O segundo estudo avaliou a capacidade do valproato em reduzir a incidência de epilepsia parcial
complexa quando administrado isoladamente. O estudo comparou a incidência de epilepsia
parcial complexa dentre os pacientes randomizados para os braços de tratamento de alta ou
baixa dosagem. Os pacientes foram considerados qualificados para participarem da fase
comparativa randomizada do estudo apenas se: 1) continuarem a ter 2 ou mais crises epiléptica
parcial complexa por 4 semanas durante um período longo de 8-12 semanas de monoterapia
com doses adequadas de anticonvulsivante (ou seja, fenitoína, carbamazepina, fenobarbital ou
primidona) e 2) passarem por uma transição satisfatória, após 2 semanas de intervalo, para o
valproato. Pacientes que participaram desta fase do estudo foram levados a sua dose alvo e
descontinuaram gradualmente seu anticonvulsivante concomitante que se prosseguiu por um
período de 22 semanas. Entretanto, menos de 50% dos pacientes randomizados completaram o
estudo. Os pacientes que converteram seu tratamento para a monoterapia com valproato,
tiveram a concentração total média de valproato durante a monoterapia de 71 e 123 mcg/ mL
nos grupos de baixa-dose e de alta-dose, respectivamente.
A tabela a seguir apresenta os achados de todos os pacientes randomizados que tiveram no
mínimo uma avaliação pós-randomização.
Incidência mediana do Estudo de monoterapia de epilepsia parcial complexa por 8
Tratamento No. de pacientes Incidência basal Incidência
Alta dose de
valproato
131 13,2 10,7*
Baixa dose de
134 14,2 13,8
* a redução a partir do limite basal foi estatisticamente maior para a maior dose de valproato do
que para a menor dose de valproato a p ≤ 0,05.
Farmacodinâmica:
Valproato de sódio e ácido valproico são anticonvulsivos.
O modo mais provável de ação do valproato de sódio é a potencialização da ação inibitória de
ácido gama aminobutírico (GABA) através de uma ação sobre o aumento da síntese ou
metabolismo de GABA.
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Em certos estudos in vitro foi relatado que o valproato de sódio poderia estimular a replicação
de HIV, mas estudos em células sanguíneas periféricas mononucleadas de pacientes infectados
com HIV mostram que o valproato de sódio não possui um efeito mitogênico na indução da
replicação de HIV. Na realidade, o efeito do valproato de sódio sobre a replicação de HIV ex
vivo é muito variável, moderado em quantidade, aparentemente não relacionado à dose e não foi
documentado no homem.
Farmacocinética:
Relatos normalmente mostram que a meia-vida do valproato de sódio é entre 8 e 20 horas. Esse
período é normalmente menor em crianças.
Em pacientes com grave insuficiência renal, pode ser necessário alterar a dosagem conforme os
níveis plasmáticos de ácido valproico livre.
A faixa de eficácia terapêutica relatada para o nível plasmático de ácido valproico é de 40-100
mg/litro (278-694 micromol/litro). Essa faixa relatada pode depender do momento de
amostragem e da presença de medicamentos concomitantes. O percentual do fármaco livre (não-
ligado) é geralmente entre 6 e 15% do nível plasmático total. Um maior número de efeitos
adversos pode ocorrer com níveis plasmáticos acima da faixa de eficácia terapêutica.
Os efeitos farmacológicos (ou terapêuticos) de TORVAL®
CR podem não ser claramente
correlacionados aos níveis plasmáticos de ácido valproico totais ou livres (não-ligado).
A formulação de TORVAL®
CR é de efeito prolongado e em estudos farmacocinéticos
apresenta menor flutuação na concentração plasmática em comparação com outras formulações
já existentes de liberação convencional ou modificada de valproato de sódio.
Em casos onde se considera necessária a verificação de níveis plasmáticos, a farmacocinética de
TORVAL®
CR torna a doseamento dos níveis plasmáticos menos dependente do momento de
amostragem.
Dados pré-clínicos de segurança
Não há dados pré-clínicos relevantes para o prescritor que sejam adicionais aos já mencionados
em outras sessões desta bula.
TORVAL®
CR é contraindicado no caso de doença hepática ativa, histórico pessoal ou familiar
de disfunção hepática grave, especialmente relacionada a drogas, hipersensibilidade ao
valproato de sódio e porfiria.
Este medicamento é contraindicado para o uso por crianças com peso menor que 20 kg.
Gerais: ainda que não haja evidência específica de recorrência súbita de sintomas subjacentes
após a interrupção de tratamento com valproato, a interrupção deve normalmente ser feita
apenas sob a supervisão de um médico e de forma gradual. O motivo é a possibilidade de
alterações súbitas em concentrações plasmáticas dando lugar a recorrência de sintomas.
Disfunção hepática: graves danos hepáticos, incluindo insuficiência hepática por vezes
resultando em fatalidade, foram relatados raramente. A experiência com epilepsia indicou que
os pacientes com maior risco, especialmente em casos de tratamento anticonvulsivante múltiplo,
são bebês e em particular crianças com menos de 3 anos de idade e aquelas com graves
distúrbios convulsivos, doenças orgânicas do cérebro e/ou doença metabólica congênita ou
degenerativa associada com retardamento mental (vide item Pediatria).
Na maioria dos casos, tal dano hepático ocorreu nos primeiros 6 meses de tratamento, sendo o
período de máximo risco entre 2ª e 12ª semana. - Sinais sugestivos: sintomas clínicos são
essenciais para o diagnóstico precoce. Em particular as condições a seguir, que podem anteceder
a icterícia, devem ser consideradas, especialmente para pacientes em risco: - Sintomas não-
específicos, em geral de início súbito, tais como astenia, mal estar, anorexia, letargia, edemas e
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sonolência, algumas vezes associados ao vômito recorrente e à dor abdominal. - Em pacientes
com epilepsia pode ocorrer recorrência de convulsões.
Esses são indicativos da interrupção imediata de tratamento com o medicamento.
Os pacientes (ou suas famílias, no caso de crianças) devem ser instruídos a relatar
imediatamente esses sinais ao médico. Uma investigação incluindo exame clínico e a avaliação
biológica da função hepática deve ser realizada imediatamente. – Detecção: a função hepática
deve ser avaliada antes do tratamento e monitorada periodicamente durante os primeiros 6
meses do tratamento, especialmente em pacientes de maior risco e naqueles com histórico de
doenças hepáticas.
Entre as investigações mais comuns, os testes que refletem a síntese de proteína, especialmente
a taxa de protrombina, são os mais relevantes. A confirmação de taxa de protrombina abaixo do
normal, especialmente associada a outras anomalias biológicas (diminuição significativa de
fibrinogênio e fatores de coagulação; aumento de bilirrubina e transaminases) exige a
interrupção do tratamento com TORVAL®
CR.
Como precaução e no caso de administração concomitante, o tratamento com salicilatos também
deve ser interrompido, pois estes utilizam a mesma via metabólica.
Como ocorre com a maioria dos medicamentos antiepilépticos, é comum observar-se aumento
das enzimas hepáticas, especialmente no início do tratamento; isso também é transitório.
Investigações biológicas mais extensas (incluindo taxa de protrombina) são recomendadas para
esses pacientes; a redução na dosagem pode ser considerada quando apropriado e os testes
devem ser repetidos conforme necessário.
Pancreatite: a pancreatite grave resultando em fatalidade foi relatada muito raramente.
Pacientes apresentando náusea, vômito ou dor abdominal aguda devem submeter-se à avaliação
médica imediatamente (incluindo verificação do nível de amilase sérica). O risco é maior para
crianças mais jovens e diminui com o avanço da idade. Fatores de risco podem incluir
convulsões graves e grave debilidade neurológica com tratamento anticonvulsivo combinado. A
insuficiência hepática aliada à pancreatite aumenta o risco de fatalidade. No caso de pancreatite,
o tratamento com TORVAL®
CR deve ser interrompido.
Ideação e comportamento suicidas: a ideação e comportamento suicidas foram relatados em
pacientes tratados com agentes antiepilépticos em várias indicações. Uma metanálise de ensaios
clínicos randomizados placebo-controlados de medicamentos antiepilépticos também mostrou
um risco pequeno do aumento de ideação e comportamento suicidas. O mecanismo desse risco
não é conhecido e os dados disponíveis não excluem a possibilidade de risco aumentado para o
valproato de sódio. Portanto, sinais de ideação e comportamento suicidas devem ser
monitorados nos pacientes e tratamento apropriado deverá ser considerado. Os pacientes (ou
seus responsáveis) devem ser aconselhados a buscar auxílio médico caso surjam sinais de
ideação ou comportamento suicidas.
Hematológicas: exames de sangue (contagem celular, incluindo contagem de plaquetas, tempo
de sangramento e testes de coagulação) são recomendados antes do início do tratamento ou
antes de cirurgia em casos de hematoma ou sangramento espontâneos (vide item REAÇÕES
ADVERSAS).
Insuficiência renal: em pacientes com insuficiência renal, pode ser necessária a diminuição da
dose. Como o monitoramento de concentrações plasmáticas pode levar a uma conclusão
equivocada, a dosagem deve ser ajustada de acordo com o monitoramento clínico (vide item
POSOLOGIA E MODO DE USAR e CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS).
Lúpus eritematoso sistêmico: embora distúrbios imunológicos tenham sido observados apenas
raramente durante o uso da combinação valproato de sódio/ ácido valproico, o benefício
potencial do medicamento deve ser avaliado contra o risco potencial em pacientes com lúpus
eritematoso sistêmico (vide item REAÇÕES ADVERSAS).
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Hiperamonemia: quando suspeitar-se de uma deficiência enzimática no ciclo da ureia,
investigações metabólicas devem ser realizadas antes do tratamento devido ao risco de
hiperamonemia com TORVAL®
Ganho de peso: TORVAL®
CR causa comumente ganho de peso, que pode ser acentuado e
progressivo. Os pacientes devem ser alertados quanto ao risco de ganho de peso no início do
tratamento e estratégias apropriadas devem ser adotadas para minimizar esse efeito (vide item
REAÇÕES ADVERSAS).
Pacientes diabéticos: TORVAL®
CR é eliminado principalmente pelos rins, parcialmente na
forma de corpos cetônicos; isso pode acarretar em resultados falso-positivos nos testes de urina
para a identificação de possíveis diabéticos.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir e utilizar equipamentos
O controle de convulsões proporcionado por TORVAL®
CR pode permitir que o paciente
obtenha habilitação para dirigir.
Os pacientes devem ser alertados quanto ao risco de sonolência transitória, especialmente em
casos de politerapia anticonvulsiva ou quando associado com benzodiazepinas (vide item
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS).
Gravidez: mulheres em idade fértil não devem ser tratadas com TORVAL®
CR sem
aconselhamento neurológico especializado.
Mulheres tomando TORVAL®
CR e que engravidarem devem receber aconselhamento
neurológico especializado e os benefícios do uso de TORVAL®
CR devem ser avaliados contra
os riscos.
Categoria de risco na gravidez: D.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
TORVAL®
CR é o antiepiléptico indicado para pacientes com certos tipos de epilepsia, tais
como epilepsia generalizada ± mioclônica/fotossensível. Para epilepsia parcial, TORVAL®
CR
só deve ser usado em pacientes que apresentem resistência a outros tratamentos.
Caso uma gravidez esteja sendo planejada, deve-se considerar a interrupção do tratamento com
CR. Quando o tratamento com TORVAL®
CR é julgado necessário, deve-se tomar
precauções para minimizar o risco teratogênico.
Com base na experiência no tratamento de mães com epilepsia, o risco associado ao uso da
combinação de valproato de sódio/ ácido valproico durante a gravidez foi descrito da seguinte
forma:
- Risco associado à epilepsia e antiepilépticos
Em crianças nascidas de mães epilépticas sob qualquer tratamento antiepiléptico, a taxa geral de
malformações foi demonstrada como sendo 2 a 3 vezes maior do que a taxa relatada
(aproximadamente 3%) na população em geral. Um aumento no número de crianças com
malformações foi relatado em casos de tratamento com medicamentos múltiplos. As
malformações encontradas com maior frequência são lábio leporino e malformações
cardiovasculares.
Estudos epidemiológicos sugeriram uma associação entre a exposição in utero da combinação
valproato de sódio/ ácido valproico e o risco de retardo de desenvolvimento. Retardo de
desenvolvimento já foi relatado em crianças nascidas de mães com epilepsia. Não é possível
diferenciar a causa, que pode ser devido a fatores genéticos, sociais, ambientais, à epilepsia
materna ou ao tratamento antiepiléptico. Apesar desses riscos em potencial, não se deve
interromper subitamente a terapia antiepiléptica, pois isso pode levar a convulsões repentinas
que podem ter sérias consequências tanto para a mãe quanto para o feto.
- Risco associado ao valproato
Em animais: efeitos teratogênicos foram demonstrados em camundongos, ratos e coelhos. Há
evidência experimental com animais de que altos níveis plasmáticos e o tamanho de uma dose
individual são associados com defeitos do tubo neural.
BU-02 5
Em humanos: o uso de valproato é associado a defeitos do tubo neural tais como
mielomenigocele e espinha bífida. A frequência desse efeito é estimada em 1 a 2%. Uma maior
incidência de pequenas ou grandes malformações incluindo defeitos do tubo neural, anomalias
craniofaciais, malformação dos membros, malformações cardiovasculares, hipospádias e
anomalias múltiplas envolvendo vários sistemas do corpo foi relatada em crianças nascidas de
mães epilépticas tratadas com valproato.
Alguns dados de estudos com mulheres epilépticas sugeriram uma associação entre exposição in
utero a valproato e o risco de retardo de desenvolvimento (frequentemente associado a
anomalias craniofaciais), e particularmente de QI verbal.
Quando uma mulher planeja a gravidez, existe a oportunidade de reavaliar a necessidade do
tratamento antiepiléptico. Mulheres com idade para engravidar devem ser informadas dos riscos
e benefícios de continuar com o tratamento antiepiléptico durante a gravidez.
Foi demonstrado que a suplementação com folato antes da gravidez reduz a incidência de
defeitos do tubo neural em crianças nascidas de mulheres de alto risco. Apesar de não haver
evidência direta de tais efeitos em mulheres tratadas com medicamentos antiepilépticos, elas
devem ser aconselhadas a iniciar a suplementação com ácido fólico (5mg) tão logo seja
interrompida a contracepção.
A evidência disponível sugere que a monoterapia anticonvulsivante é preferível. A dosagem
deve ser reavaliada antes da concepção e a menor dose efetiva deve ser usada em doses
divididas, pois a gravidez anormal tende a ser associada a uma maior dose total diária e ao
tamanho de uma dose individual. A incidência de defeitos do tubo neural aumenta com a dose,
principalmente acima de 1000 mg por dia. A administração em várias doses divididas ao longo
do dia e o uso de uma formulação de liberação prolongada é preferível para evitar altos picos de
nível plasmático.
Durante a gravidez, o tratamento antiepiléptico com TORVAL®
CR não deve ser interrompido
após mostrar-se efetivo.
Ainda assim, o monitoramento pré-natal especializado deve ser realizado para detectar a
possível ocorrência de defeitos do tubo neural ou qualquer outra malformação. A gravidez deve
ser cuidadosamente avaliada por ultrassom e outras técnicas quando apropriado.
- Risco em neonatos
Casos muito raros de síndrome hemorrágica foram relatados em neonatos cujas mães tomaram a
combinação valproato de sódio/ ácido valproico durante a gravidez. Essa síndrome hemorrágica
é relacionada à hipofibrinogenemia; afibrinogenemia também foi relatada e pode ser fatal. Elas
são possivelmente relacionadas a uma diminuição dos fatores de coagulação. Entretanto, essa
síndrome não deve ser confundida com a diminuição dos fatores de vitamina K induzida por
fenobarbital e outros medicamentos antiepilépticos de indução enzimática.
Portanto, a contagem de plaquetas, o nível de fibrinogênio plasmático, testes de coagulação e
fatores de coagulação, devem ser investigados em neonatos.
Lactação: a excreção do medicamento no leite materno é baixo, com concentração entre 1 e
10% do nível sérico materno total; até o momento crianças alimentadas com o leite materno
monitoradas durante o período neonatal não apresentaram efeitos clínicos. Aparentemente não
há contraindicações ao aleitamento materno por pacientes tratadas com valproato de sódio.
Uso em crianças: graves danos hepáticos, incluindo insuficiência hepática por vezes resultando
em fatalidade, foram relatados raramente. A experiência com epilepsia indicou que os pacientes
com maior risco, especialmente em casos de tratamento anticonvulsivante múltiplo, são bebês e
em particular crianças com menos de 3 anos de idade e aquelas com graves distúrbios
convulsivos, doenças orgânicas do cérebro e/ou doença metabólica congênita ou degenerativa
associada com retardamento mental.
Após os 3 anos de idade, a incidência de ocorrência é significativamente reduzida e reduz
progressivamente com a idade.
O uso concomitante de salicilatos deve ser evitado em crianças com menos de 3 anos de idade
devido ao risco de toxicidade hepática. Além disso, salicilatos não devem ser usados em
crianças com menos de 16 anos de idade (vide item INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS).
BU-02 6
A monoterapia é recomendada em crianças com menos de 3 anos de idade na prescrição de
valproato de sódio, mas antes do início do tratamento deve ser avaliado o benefício potencial do
medicamento contra risco de danos hepáticos ou pancreatite nestes pacientes.
Uso em idosos: apesar da farmacocinética do valproato de sódio ser alterada em idosos sua
significância clínica é limitada e a dose deverá ser determinada pelo controle das convulsões. O
volume de distribuição é aumentado nos idosos e devido a reduzida ligação a albumina sérica, a
proporção de fármaco livre aumenta. Isso influi na interpretação clínica de níveis plasmáticos de
Efeitos de TORVAL®
CR em outros medicamentos
- Antipsicóticos, inibidores de MAO, antidepressivos e benzodiazepinas: TORVAL®
CR pode
potencializar o efeito de outros psicotrópicos como antipsicóticos, inibidores de MAO,
antidepressivos e benzodiazepinas; portanto, o acompanhamento clínico é aconselhado e a dose
dos outros psicotrópicos deve ser ajustada quando necessário.
Em particular, um estudo clínico sugeriu que adicionar olanzapina ao tratamento com valproato
ou lítio pode aumentar significativamente o risco de certos eventos adversos associados à
olanzapina, como neutropenia, tremores, boca seca, aumento de apetite e ganho de peso,
disfunção da fala e sonolência.
- Fenobarbital: TORVAL®
CR aumenta a concentração plasmática de fenobarbital, devido à
inibição do catabolismo hepático, e pode ocorrer sedação, especialmente em crianças. Portanto,
o acompanhamento clínico é recomendado durante os primeiros 15 dias de tratamento
combinado, com redução imediata da dose de fenobarbital se ocorrer sedação, e determinação
do nível plasmático de fenobarbital quando apropriado.
- Primidona: TORVAL®
CR aumenta o nível plasmático de primidona com exacerbação de seus
efeitos adversos (como sedação); esses sinais desaparecem com tratamento a longo prazo. O
acompanhamento clínico é recomendado, especialmente no início da terapia combinada, com
ajustes na dose quando apropriado.
- Fenitoína: TORVAL®
CR diminui a concentração plasmática total de fenitoína. Além disso,
TORVAL®
CR aumenta a forma livre de fenitoína com possíveis sintomas de superdosagem (o
ácido valproico desloca a fenitoína de seus sítios de ligação proteica no plasma e reduz seu
catabolismo hepático). Portanto, acompanhamento clínico é recomendado. A forma livre de
fenitoína deve ser avaliada, quando o nível plasmático for determinado.
- Carbamazepina: foi relatada toxicidade clínica na coadministração de TORVAL®
CR e
carbamazepina, pois TORVAL®
CR pode potencializar os efeitos tóxicos de carbamazepina. O
- Lamotrigina: TORVAL®
CR pode reduzir o metabolismo de lamotrigina e aumentar sua meia-
vida média; a dose deve ser ajustada (reduzindo-se a dose de lamotrigina) quando apropriado. A
coadministração de lamotrigina e TORVAL®
CR pode aumentar o risco de irritação cutânea.
- Zidovudina: TORVAL®
CR pode aumentar a concentração plasmática de zidovudina, levando
a um aumento de toxicidade de zidovudina.
- Anticoagulantes dependentes de vitamina K: o efeito anticoagulante da varfarina e de outros
anticoagulantes de cumarina pode ser aumentado após serem deslocados dos sítios de ligação
proteica no plasma pelo ácido valproico. O tempo de protrombina deve ser cuidadosamente
monitorado.
-Temozolomida: a coadministração de temozolomida e TORVAL®
CR pode causar uma
pequena diminuição na depuração de temozolomida, considerada como não relevante
clinicamente.
Efeitos de outros medicamentos em TORVAL®
CR
Antiepilépticos com efeitos de indução enzimática (incluindo fenitoína, fenobarbital,
carbamazepina) diminuem a concentração plasmática de ácido valproico. As dosagens devem
ser ajustadas conforme os níveis sanguíneos em caso de terapia combinada.
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Por outro lado, a combinação de felbamato e TORVAL®
CR pode aumentar a concentração
plasmática de ácido valproico. A dosagem de TORVAL®
CR deve ser monitorada.
Mefloquina e cloroquina aumentam o metabolismo do ácido valproico e podem baixar o limite
de convulsão; portanto, convulsões epilépticas podem ocorrer em casos de terapia combinada.
Pode ser necessário ajustar a dosagem de TORVAL®
CR.
O uso concomitante de TORVAL®
CR e agentes fortemente ligados a proteína (ex. ácido
acetilsalicílico), pode elevar os níveis plasmáticos de ácido valproico livre.
Níveis plasmáticos de ácido valproico podem aumentar (como resultado de metabolismo
hepático reduzido) em casos de uso concomitante com cimetidina ou eritromicina.
Antibióticos carbapenêmicos, como imipeném, panipenem e meropeném: diminuição no nível
sanguíneo de ácido valproico, por vezes acompanhado de convulsões, foi observado no uso
combinado de imipeném ou meropeném. Caso esses antibióticos precisarem ser administrados,
recomenda-se monitorar cuidadosamente o nível sanguíneo de ácido valproico.
Colestiramina pode diminuir a absorção de TORVAL®
Outras Interações
Recomenda-se cautela ao utilizar TORVAL®
CR em combinação com antiepilépticos mais
novos cuja farmacodinâmica não esteja bem estabelecida.
CR em geral não tem efeito de indução enzimática; como consequência, TORVAL®
CR não reduz a eficácia de agentes estroprogestativos em mulheres recebendo contracepção
hormonal, incluindo a pílula contraceptiva oral.
Conservar em temperatura ambiente (15 a 30°C). Proteger da umidade.
Desde que respeitados os cuidados de armazenamento, o medicamento apresenta uma validade
de 36 meses a contar da data de sua fabricação.
TORVAL®
CR 300 mg: comprimido revestido, de coloração branca, redondo e biconvexo.
CR 500 mg: comprimido revestido, de coloração branca, de formato oblongo e
sulcado.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Os comprimidos de TORVAL®
CR devem ser administrados oralmente.
TORVAL®
CR pode ser administrado uma ou duas vezes por dia. Os comprimidos devem ser
ingeridos inteiros, não devem ser triturados ou mastigados.
Para o correto manuseio do blister, favor seguir as Instruções de abertura do blister no final
deste item.
A dose diária necessária varia de acordo com idade e peso.
BU-02 8
Para pacientes que atingiram um controle adequado, formulações de TORVAL®
CR podem ser
utilizadas no lugar de outras formulações, convencionais ou de liberação prolongadas, com base
na dose diária equivalente.
Dosagem
Adultos: a dose deve iniciar com 600 mg/ dia, com aumento de 200 mg em intervalos de 3 dias
até que o controle seja atingido. O controle é atingido geralmente com a dose de 1000 mg a
2000 mg por dia, ou seja, 20-30mg/ kg de peso corpóreo/ dia. Se o controle adequado não for
atingido nessa faixa de dose, ela poderá ser aumentada para 2500 mg/ dia.
Crianças acima de 20 kg: a dose inicial deve ser de 400 mg/dia (independente do peso), e
aumentada em intervalos até que o controle seja atingido, o que geralmente ocorre com a dose
de 20-30mg/ kg de peso corpóreo/ dia. Se o controle adequado não for atingido nessa faixa de
dose, ela poderá ser aumentada para 35mg/ kg de peso corpóreo/ dia.
Crianças abaixo de 20 kg: uma formulação alternativa a TORVAL®
CR deve ser usada para
esse grupo de pacientes, devido ao tamanho do comprimido e à necessidade de titulação da
dose.
Idosos: apesar da farmacocinética do valproato de sódio ser alterada em idosos sua significância
clínica é limitada e a dose deverá ser determinada pelo controle das convulsões. O volume de
distribuição é aumentado nos idosos e devido a reduzida ligação a albumina sérica, a proporção
de fármaco livre aumenta. Isso influi na interpretação clínica de níveis plasmáticos de ácido
valproico.
Pacientes com insuficiência renal: pode ser necessário diminuir a dose. A dose deve ser
ajustada de acordo com o monitoramento clínico, pois o monitoramento das concentrações
plasmáticas pode ser enganoso (vide item CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS).
Pacientes com insuficiência hepática: os salicilatos não devem ser utilizados
concomitantemente com TORVAL®
CR, pois se utilizam a mesma via metabólica (vide item
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).
Disfunção hepática, incluindo insuficiência hepática resultando em fatalidades, ocorreu em
pacientes cujo tratamento incluía ácido valproico (vide item ADVERTÊNCIAS E
PRECAUÇÕES).
Os salicilatos não devem ser usados em crianças com menos de 16 anos de idade (vide item
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS). Além disso, o uso concomitante de TORVAL®
CR em
crianças com menos de 3 anos de idade pode aumentar o risco de toxicidade hepática (vide item
Tratamento Combinado
Ao iniciar TORVAL®
CR em pacientes que estão sendo tratados com outros anticonvulsivantes,
estes devem ser reduzidos lentamente; o tratamento com TORVAL®
CR deve iniciar-se
gradualmente, com a dose alvo sendo alcançada após cerca de 2 semanas. Em alguns casos
pode ser necessário aumentar a dose entre 5 e 10 mg/kg/dia quando combinado com
anticonvulsivantes que induzem atividade enzimática hepática, como fenitoína, fenobarbital e
carbamazepina. Uma vez que os inibidores enzimáticos são interrompidos, pode ser possível
manter o controle sobre as convulsões com uma dose reduzida de TORVAL®
CR. Quando
barbituratos são administrados concomitantemente e particularmente se for observada sedação
(especialmente em crianças), a dose de barbiturato deverá ser reduzida.
Nota: em crianças que necessitem doses maiores que 40 mg/kg/dia, os parâmetros
hematológicos e a bioquímicos clínicos devem ser monitorados.
BU-02 9
A dose ideal é determinada principalmente pelo controle das convulsões, sendo desnecessária a
monitorização de rotina dos níveis plasmáticos. Entretanto, em casos de baixo controle ou de
suspeita de efeitos colaterais (vide item CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS), a
monitorização dos níveis plasmáticos está disponível e pode ser útil.
Instruções de manuseio e abertura do blister
(2) Dobrar o blister para cima no picote vertical
(3) Dobrar novamente para baixo no picote vertical
(4) Dobrar o blister para cima e para baixo no picote
horizontal
(5) Destacar um casulo do blister, primeiro no sentido horizontal e
depois no sentido vertical, separando-o do conjunto.
Casulo
Picote vertical
Picote horizontal
(1) Blister com picote
BU-02 10
(6) Casulo separado do blister.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Distúrbios familiar/genético e congênito: (vide item ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES -
Gravidez e Lactação).
Distúrbios hepato-biliares: casos raros de disfunção hepática (vide item ADVERTÊNCIAS E
PRECAUÇÕES), danos hepáticos graves, incluindo insuficiência hepática por vezes resultando
em fatalidade, foram relatados. O aumento de enzimas hepáticas é comum, especialmente no
início do tratamento, e pode ser transitório.
Distúrbios gastrintestinais: náusea, gastralgia e diarreia. Ocorrem com frequência no início do
tratamento, mas normalmente desaparecem após alguns dias sem a interrupção do tratamento.
Esses problemas em geral podem ser resolvidos ingerindo TORVAL®
CR juntamente ou após a
alimentação.
Foram relatados casos muito raros de pancreatite, por vezes letal (vide item ADVERTÊNCIAS
E PRECAUÇÕES).
Distúrbios do sistema nervoso: sedação foi ocasionalmente relatada, em geral quando em
combinação com outros anticonvulsivos. Na monoterapia a sedação ocorreu no início do
tratamento ou em raras ocasiões e geralmente é transitório. Foram relatados casos raros de
letargia e confusão, ocasionalmente progredindo ao estupor e algumas vezes associados a
alucinações ou convulsões. Encefalopatia e coma foram observados apenas muito raramente.
Esses casos foram muitas vezes associados a uma dose inicial muito alta ou a um aumento
muito rápido da dose, ou ainda ao uso concomitante de outros anticonvulsivantes, especialmente
o fenobarbital. Em geral foram reversíveis com a interrupção do tratamento ou redução da
dosagem.
Foram relatados casos muito raros de sintomas extrapiramidais reversíveis incluindo mal de
Parkinson ou demência reversível associada à atrofia cerebral reversível. Ataxia e tremor
postural fino relacionado à dose também foram relatados.
Pode ocorrer um aumento do estado de alerta; isso em geral é benéfico, mas ocasionalmente
foram relatadas agressão, hiperatividade e deterioração comportamental.
Distúrbios metabólicos: casos de hiperamonemia isolada e moderada sem alteração em testes
de função hepática podem ocorrer com frequência; estes são geralmente transitórios e não
devem levar à interrupção do tratamento. Entretanto, podem se manifestar clinicamente como
vômito, ataxia e diminuição gradual de consciência. Caso esses sintomas ocorram, o tratamento
com TORVAL®
CR deve ser suspenso. Casos muito raros de hiponatremia foram relatados.
Hiperamonemia associada a sintomas neurológicos também foi relatada (vide item
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES). Em tais casos maiores investigações devem ser
consideradas.
Distúrbios sistema linfático e sanguíneo: ocorrência frequente de trombocitopenia, casos raros
de anemia, leucopenia ou pancitopenia. O quadro sanguíneo retornou ao normal quando o uso
do medicamento foi interrompido.
Reduções isoladas de fibrinogênio ou aumentos reversíveis de tempo de sangramento foram
relatadas, em geral sem sinais clínicos associados e especialmente com doses altas (TORVAL®
BU-02 11
CR tem um efeito inibitório sobre a segunda fase da agregação de plaquetas). Contusões ou
sangramentos espontâneos são indicações de que o uso do medicamento deve ser suspenso até
que se realizem maiores investigações.
Distúrbios da pele e de tecidos subcutâneos: reações cutâneas como irritação com exantema
raramente ocorrem com TORVAL®
CR. Em casos muito raros, foram relatados necrólise
epidérmica tóxica, síndrome de Stevens-Johnson e eritema multiforme.
Perda capilar transitória, que pode algumas vezes ser relacionada à dosagem, foi relatada com
frequência. O cabelo torna a crescer normalmente em seis meses, ainda que possa se tornar mais
enrolado que anteriormente. Hirsutismo e acne foram relatados apenas muito raramente.
Distúrbios do sistema reprodutor e dos seios: amenorreia e menstruação irregular foram
relatadas. Muito raramente ocorreu ginecomastia.
Distúrbios vasculares: a ocorrência de vasculite foi relatada ocasionalmente.
Distúrbios do sistema auditivo: perda de audição, reversível ou irreversível, foi raramente
relatada; entretanto uma relação de causa e efeito não foi estabelecida.
Distúrbios urinários e renais: houve relatos isolados de síndrome de Fanconi reversível
(síndrome caracterizada pelo defeito na função tubular renal proximal levando a glicosúria,
amino acidúria, fosfatúria e uricosúria) associada à terapia com TORVAL®
CR, porém o modo
de ação ainda não foi elucidado.
Casos muito raros de enurese foram relatados.
Distúrbios do sistema imunológico: reações alérgicas foram relatadas variando de irritação
cutânea a hipersensibilidade.
Distúrbios gerais: casos muito raros de edemas periféricos não-graves foram relatados.
Também pode ocorrer aumento de peso. Como o aumento de peso é um fator de risco para a
síndrome de ovário policístico, deve ser cuidadosamente monitorado (vide item
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária - NOTIVISA, disponível em
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária
Estadual ou Municipal.