Bula do Travatan produzido pelo laboratorio Novartis Biociencias S.a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Bula Profissional da Saúde _Travatan®
TRAVATAN®
travoprosta 0,04 mg/ml
APRESENTAÇÃO:
Solução oftálmica estéril
Frasco plástico conta-gotas contendo 2,5 ml ou 5 ml de solução oftálmica
VIA DE ADMINISTRAÇÃO TÓPICA OCULAR
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada ml (38 gotas) contém:
0,04 mg de travoprosta, ou seja, 1,06 µmg de travoprosta por gota.
Excipientes: óleo de rícino polioxil 40 hidrogenado, propilenoglicol, cloreto de sódio, ácido bórico, manitol,
ácido clorídrico e/ou hidróxido de sódio, poliquaternium-1 como conservante e água purificada q.s.p. 1 ml.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
TRAVATAN®
Solução Oftálmica está indicado para a redução da pressão intra-ocular em pacientes com
glaucoma de ângulo aberto, glaucoma de ângulo fechado em pacientes submetidos previamente a iridotomia e
hipertensão ocular.
Em estudos clínicos, pacientes com glaucoma de ângulo aberto ou hipertensão ocular com pressão intra-ocular
basal de 25 a 27 mmHg, tratados com TRAVATAN®
Solução Oftálmica uma vez por dia à noite, demonstraram
reduções da pressão intra-ocular de 7 a 8 mmHg. Em análises de subgrupos destes estudos a redução média da
PIO em pacientes da raça negra foi maior em até 1,8 mmHg em relação à pacientes de outras raças. Ainda não se
sabe se esta diferença está relacionada à raça ou à íris fortemente pigmentada.
Em um ensaio multicêntrico, aleatório e controlado, pacientes com pressão intra-ocular basal média de 24 a 26
mmHg, em tratamento com TIMOPTIC*
(solução oftálmica de maleato de timolol 0,5%), duas vezes por dia,
que foram tratados com TRAVATAN®
Solução Oftálmica, em dose única diária adjuntivamente ao TIMOPTIC*
0,5%, demonstraram reduções da PIO de 6 a 7 mmHg.
Em um estudo controlado de 3 meses, comparando TRAVATAN®
Solução Oftálmica e a Solução Oftálmica de
latanoprosta 0,005%, em pacientes diagnosticados com glaucoma crônico de ângulo fechado, que tiveram uma
iridotomia periférica prévia no olho em estudo, foram atingidas reduções estáveis da PIO diurna dentro de dois
dias após o início da terapia e mantidas por um período de 3 meses de tratamento. As reduções médias da PIO
variaram de 7,4 a 9,1 mmHg para TRAVATAN®
Solução Oftálmica e 6,6 a 7,9 mmHg para Solução Oftálmica
de latanoprosta. Uma resposta clínica relevante ao tratamento foi definida como uma PIO média 18 mmHg.
Setenta e um por cento (71%) dos pacientes tratados com TRAVATAN®
Solução Oftálmica atingiram este alvo,
comparado com 63% dos pacientes tratados com a Solução Oftálmica de latanoprosta 0,005%.
TRAVATAN®
Solução Oftálmica foi estudado em pacientes com insuficiência hepática e também em pacientes
com insuficiência renal. Nenhuma alteração hematológica clinicamente relevante ou na análise laboratorial da
urina foi observada nestes pacientes.
TRAVATAN®
Solução Oftálmica é uma solução aquosa oftálmica, tamponada e estéril de Travoprosta, com um
pH em torno de 6,0 e osmolalidade de aproximadamente 290 mOsm/kg.
Mecanismo de ação: A Travoprosta ácido livre é um agonista seletivo para o receptor prostanóide FP. O
mecanismo de ação exato ainda não é conhecido. Acredita-se que os agonistas para o receptor FP reduzem a
pressão intra-ocular através do aumento do escoamento uveoescleral.
Absorção: A Travoprosta é absorvida através da córnea e hidrolisada para o ácido livre ativo. Dados de 4 estudos
farmacocinéticos de dose múltipla (total de 107 pacientes) mostraram que as concentrações plasmáticas do ácido
livre ficaram abaixo de 0,01 ng/ml (limite de quantificação do ensaio) em 2/3 dos pacientes. Nos indivíduos com
concentrações plasmáticas quantificáveis (N=38) a Cmax média foi de 0,018 0,007 (variando 0,01 a 0,052
ng/ml) e foi alcançada dentro de 30 minutos. A partir destes estudos a meia-vida plasmática da travoprosta foi
Bula Profissional da Saúde _Travatan®
estimada em 45 minutos. Não houve diferenças nas concentrações plasmáticas entre os dias 1 e 7, indicando que
o estado de equilíbrio foi logo alcançado e que não há acúmulo significante.
Metabolismo: A travoprosta (pró-droga de éster isopropil) é hidrolisada pelas esterases na córnea para o ácido
livre biologicamente ativo. Sistemicamente, a travoprosta ácido livre é metabolizada para metabólitos inativos
através da beta-oxidação da cadeia alfa do ácido carboxílico resultando nos análogos 1,2-dinor e 1,2,3,4-tetranor
por oxidação do grupo 15-hidroxil, bem como pela redução da dupla ligação 13,14.
Excreção: A eliminação da travoprosta ácido livre do plasma humano é rápida resultando em concentrações
abaixo do limite de quantificação dentro de 1 hora após a instilação ocular. A meia-vida de eliminação final da
travoprosta ácido livre foi estimada a partir de 14 indivíduos e variou de 17 minutos a 86 minutos com a meia-
vida média de 45 minutos. Menos de 2% da dose tópica ocular de travoprosta foi excretada na urina dentro de 4
horas como travoprosta ácido livre.
Este medicamento é contraindicado para pessoas que tenham sensibilidade conhecida a travoprosta, ou a
qualquer componente da fórmula.
Gravidez: Categoria C: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
médica ou do cirurgião-dentista.
ADVERTÊNCIAS:
Foi relatado que TRAVATAN®
Solução Oftálmica causa alterações nos tecidos pigmentados. As alterações
relatadas com maior freqüência foram aumento na pigmentação da íris e tecido periorbital (pálpebra) e aumento
na pigmentação e crescimento de cílios. Estas alterações podem ser permanentes.
TRAVATAN®
Solução Oftálmica pode alterar gradualmente a coloração dos olhos, aumentando a quantidade de
pigmento castanho na íris através do aumento do número de melanossomas (grânulos de pigmento) nos
melanócitos. Os efeitos a longo prazo nos melanócitos e as conseqüências de um dano potencial aos melanócitos
e/ou depósito de grânulos de pigmento em outras áreas dos olhos não são atualmente conhecidos. A alteração da
coloração da íris ocorre lentamente e pode não ser perceptível por meses ou anos.
Os pacientes devem estar cientes da possibilidade de alteração da cor da íris. O escurecimento da pele palpebral
tem sido relatado em associação ao uso de TRAVATAN®
Solução Oftálmica.
Solução Oftálmica pode alterar gradualmente os cílios dos olhos tratados. As alterações incluem
o aumento do comprimento, espessura, pigmentação e/ou número de cílios.
Os pacientes tratados em apenas um dos olhos devem estar cientes da possibilidade de aumento da pigmentação
castanha da íris, do tecido periorbitário e/ou palpebral e dos cílios, no olho tratado, ocorrendo assim
heterocromia entre os olhos. Pode ocorrer disparidade entre os olhos no comprimento, espessura e/ou número de
cílios.
PRECAUÇÕES:
GERAIS: Casos de ceratite bacteriana têm sido associados com o uso de frascos dose-múltipla de produtos
oftálmicos tópicos. Estes frascos foram inadvertidamente contaminados pelos pacientes, os quais, na maioria dos
casos, tinham uma doença corneana intercorrente ou uma ruptura na superfície epitelial.
Os pacientes podem sofrer um aumento lento da pigmentação castanha da íris. Esta alteração pode não ser
perceptível por meses ou anos, ocorrendo predominantemente em pacientes com íris de cores misturadas, tais
como castanha azulada, castanha acinzentada, castanha amarelada, castanha esverdeada, mas também foi
observada em pacientes de olhos castanhos. Acredita-se que a alteração de cor seja devida ao aumento do
conteúdo de melanina dos melanócitos estromais da íris. O mecanismo de ação exato ainda não é conhecido.
Tipicamente, a pigmentação castanha ao redor da pupila se espalha concentricamente em direção à periferia nos
olhos afetados, porém a íris inteira ou partes dela podem tornar-se acastanhadas. Até que mais informações sobre
o aumento da pigmentação castanha estejam disponíveis, os pacientes devem ser examinados regularmente e,
dependendo da situação, o tratamento deve ser interrompido se o aumento da pigmentação ocorrer.
Solução Oftálmica deve ser usado com precaução em pacientes com história de inflamação intra-
ocular (irite/uveíte) e não deve ser usado em paciente com inflamação intra-ocular ativa.
Edema macular, incluindo edema macular cistóide, tem sido relatado com análogos da prostaglandina F2. Estes
relatos ocorreram principalmente em pacientes afácicos, pseudofácicos com ruptura de cápsula posterior ou em
pacientes com fatores de risco conhecidos para edema macular. TRAVATAN®
Solução Oftálmica deve ser usado
com precaução nestes pacientes.
Solução Oftálmica não foi avaliado no glaucoma inflamatório ou neovascular.
Bula Profissional da Saúde _Travatan®
CARCINOGÊNESE, MUTAGÊNESE E DIMINUIÇÃO DA FERTILIDADE: Estudos de
carcinogenicidade de 2 anos em camundongos e ratos com doses subcutâneas de 10, 30 ou 100 µg/kg/dia, não
evidenciaram potencial carcinogênico. Entretanto, com doses de 100 µg/kg/dia, ratos machos foram tratados
somente por 82 semanas e a máxima dose tolerada não foi alcançada no estudo em camundongos. A maior dose
(100 µg/kg) corresponde a níveis de exposição acima de 400 vezes a exposição humana na máxima dose ocular
humana recomendada (MDOHR) de 0,04 µg/kg, com base nos níveis plasmáticos ativos da droga. A travoprosta
não foi mutagênica no teste de Ames, nos testes de micronúcleos em camundongos e nos ensaios de aberração de
cromossomos em ratos. Um leve aumento na freqüência mutagênica foi observado em um de dois ensaios de
linfoma de camundongo na presença de enzimas de ativação S-9 de ratos.
A travoprosta não afetou o índice de reprodução ou fertilidade de ratos machos e fêmeas em doses subcutâneas
de até 10 µg/kg/dia (250 vezes a máxima dose ocular humana recomendada de 0,04µg/kg/dia). O número médio
de corpos lúteos foi reduzido e as perdas na pós-implantação foram aumentadas nessa dose. Estes efeitos não
foram observados na dose de 3 µg/kg/dia (75 vezes a máxima dose ocular humana recomendada).
GRAVIDEZ CATEGORIA C: EFEITOS TERATOGÊNICOS: travoprosta foi teratogênica em ratas, em
doses intravenosas de até 10 µg/kg/dia (250 vezes a máxima dose humana ocular recomendada), o que foi
evidenciado pelo aumento da incidência de malformação esquelética bem como malformação visceral e externa,
tais como esternebras fundidas, cabeça abobadada e hidrocefalia. A travoprosta não foi teratogênica em ratas em
doses intravenosas de até 3 µg/kg/dia (75 vezes a máxima dose humana ocular recomendada) ou em
camundongos em doses subcutâneas de 1,0 µg/kg/dia (25 vezes a máxima dose humana ocular recomendada). A
travoprosta produziu aumento de perdas na pós-implantação e diminuição da viabilidade fetal em ratas com
doses intravenosas >3 µg/kg/dia (75 vezes a máxima dose humana ocular recomendada) e em camundongos com
doses subcutâneas >0,3 µg/kg/dia (7,5 vezes a máxima dose humana ocular recomendada).
A incidência de mortalidade pós-natal foi aumentada e o ganho de peso corpóreo do neonatal foi reduzido, na
prole de ratas tratadas com travoprosta por via subcutânea, desde o sétimo dia de gravidez até o vigésimo
primeiro dia de lactação, com doses 0,12 µg/kg/dia (3 vezes a máxima dose humana ocular recomendada). O
desenvolvimento do neonatal foi também afetado, o que foi evidenciado pela demora na abertura dos olhos,
descolamento auricular, separação prepucial e diminuição da atividade motora.
Estudos adequados e bem controlados não foram realizados em mulheres grávidas. TRAVATAN®
Solução
Oftálmica deve ser usado na gravidez somente se o beneficio potencial justificar o risco potencial para o feto.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-
dentista.
MÃES LACTANTES: Um estudo em ratas lactantes demonstrou que a travoprosta marcada radioativamente
e/ou seus metabólitos são excretados no leite. Não se sabe se esta droga ou seus metabólitos são excretados no
leite humano. Devido ao fato de muitas drogas serem excretadas no leite materno, devem ser tomadas
precauções quando TRAVATAN®
Solução Oftálmica for administrado à mulheres lactantes
CRIANÇAS: A segurança e a eficácia não foram estabelecidas para pacientes pediátricos.
IDOSOS: Não foram observadas diferenças na eficácia e segurança entre pacientes idosos e outros pacientes
Não foram descritas interações medicamentosas.
Armazene o frasco de TRAVATAN®
Solução Oftálmica em temperatura ambiente entre 15º e 30ºC. A validade
do produto é de 18 meses. Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem. Não use
medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original. Após aberto, a
apresentação de 2,5ml é válida por 60 dias, e a apresentação de 5ml é válida por 120 dias. TRAVATAN®
Solução Oftálmica é uma solução de aparência incolor a amarelo clara. Antes de usar, observe o aspecto do
medicamento. Todo o medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Para evitar possível contaminação do frasco, mantenha a ponta do frasco longe do contato com qualquer
superfície. Pingue uma gota no(s) olho(s) afetado(s) uma vez por dia à noite. Não pingue mais que uma vez por
dia, pois o uso com maior freqüência pode diminuir o efeito de redução da pressão intra-ocular.
Você pode usar TRAVATAN®
Solução Oftálmica junto com outros medicamentos oftálmicos para diminuir a
pressão intra-ocular. Se você estiver usando mais de um produto oftálmico, deve usá-los com intervalo mínimo
de 5 minutos.
Bula Profissional da Saúde _Travatan®
O evento adverso ocular mais comum que foi observado em estudos clínicos controlados com TRAVATAN®
Solução Oftálmica foi hiperemia, relatada em 35 a 50 % dos pacientes. Aproximadamente 3% dos pacientes
interromperam a terapia devido à hiperemia conjuntival.
Os eventos adversos oculares relatados com incidência de 5 a 10 % incluíram diminuição da acuidade visual,
desconforto ocular, sensação de corpo estranho, dor e prurido.
Os eventos adversos oculares relatados com incidência de 1 a 4% incluíram visão anormal, blefarite, visão
borrada, catarata, conjuntivite, olho seco, distúrbio ocular, “flare”, alteração de cor da íris, ceratite, crosta na
borda da pálpebra, fotofobia, hemorragia subconjuntival e lacrimejamento.
Os eventos adversos não oculares relatados com incidência de 1 a 5 % foram: lesão acidental, angina de peito,
ansiedade, artrite, dor nas costas, bradicardia, bronquite, dor no peito, síndrome do resfriado, depressão,
dispepsia, distúrbio gastrintestinal, dor de cabeça, hipercolesterolemia, hipertensão, hipotensão, infecção, dor,
distúrbios da próstata, sinusite, incontinência urinária e infecção do trato urinário.
ATENÇÃO: Este é um medicamento novo no país e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e
segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos
imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos, pelo Sistema de Notificações em
Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm , ou para a
Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.