Bula do Vasodipina produzido pelo laboratorio Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
VASODIPINA
(nimodipino)
Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.A.
Comprimido revestido
30mg
Vasodipina – comprimido revestido - Bula para o profissional da saúde 1
I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO:
nimodipino
APRESENTAÇÕES
Comprimido revestido com 30mg
Embalagem com 30 comprimidos revestidos.
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido de 30mg é composto por:
nimodipino............................................................................................................................. 30mg
Excipientes q.s.p....................................................................................................... 1 comprimido revestido
(lactose monoidratada, celulose microcristalina, amido, amidoglicolato de sódio, manitol, povidona,
estearato de magnésio, croscarmelose sódica, dióxido de silício, hipromelose, macrogol, dióxido de
titânio, corante laca amarelo FD&C n°6).
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II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE:
É um medicamento que age nas células nervosas (é um agente terapêutico cerebral antagonista do
cálcio), utilizado para profilaxia e tratamento das deficiências neurológicas isquêmicas causadas por
espasmos dos vasos cerebrais, após hemorragia subaracnóidea consequente a aneurisma.
Tratamento das alterações orgânicas cerebrais decorrentes do envelhecimento, como alterações de
memória, comportamento e concentrações e da labilidade emocional.
Antes de iniciar o uso de Vasodipina estabelecer se os sintomas não são causados por doença que
necessite de tratamento especifico.
REDUÇÃO DO VASO ESPASMO NA HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA (HSA) E
DEFICIÊNCIAS NEUROLÓGICAS ISQUÊMICAS CAUSADAS POR ESPASMOS DOS VASOS
CEREBRAIS:
Meta-análise envolvendo 8 estudos com um total de 1514 pacientes avaliou a eficácia e a segurança
do nimodipino na prevenção do vasoespasmo cerebral em pacientes com hemorragia subaracnóide
aneurismática. Comparado com o grupo placebo, o uso de nimodipino resultou aumento de 64% na
recuperação clínica total dos pacientes, aumento de 79% na recuperação clínica parcial, diminuição
de 74% dos óbitos e redução de 46% de vasoespasmo cerebral sintomático, além da diminuição de
48% na ocorrência de infarto cerebral. As diferenças entre hemorragia recorrente e reações adversas
entre os grupos placebo e nimodipino não foram estatisticamente significativas. A conclusão da
meta-analise foi que nimodipino pode melhorar significativamente os critérios clínicos de avaliação,
assim como reduzir a ocorrência de vasoespasmo cerebral sintomático, déficits de função neurológica
tardia (todos os casos), bem como infarto cerebral. Outro estudo defende resultados semelhantes,
favoráveis ao uso de nimodipino em HSA.
O aumento de cálcio intracelular livre é relacionado à mediação de morte neuronal durante o
envelhecimento normal e na doença de Alzheimer. Provavelmente o processo de morte celular se dá
através da ativação de sistemas enzimáticos destrutivos e da interrupção de processos intracelulares
vitais. Estudos têm demonstrado o efeito do nimodipino na melhoria dos sintomas cognitivos e
comportamentais em pacientes com síndromes cerebrais orgânicas crônicas ou na doença de
Alzheimer.
A melhora clínica na memória e na atenção foi observada em cerca de 70% de pacientes com
demência em estudos de vigilância após comercialização do produto na Europa.
DEMÊNCIAS DEGENERATIVAS:
Em pacientes com Demência de Alzheimer (DA) mais severa, com pontuação total no Mini Exame
do Estado Mental (MEEM) entre 12 e 18, o uso de nimodipino 180mg por dia foi significativamente
maior que o placebo em 13 dos 17 estudos avaliados em relação à pontuação total da escala ADAS
(Alzheimer´s Disease Assessment Scale) (p=0,01) e escores de cognição (p=0,035), bem como para
pontuação total do MEEM (p=0,006).
Em 12 desses estudos de demência, principalmente relacionadas a processos cerebrais degenerativos,
envolvendo cerca de 400 pacientes em cada grupo de tratamento, 58% dos doentes tratados com
nimodipino foram classificados como "muito a melhorou muito, 20% como melhorou ligeiramente, e
22% não apresentaram alteração”. Os resultados do placebo foram de 17%, 11% e 72%,
respectivamente. Esses resultados sugerem que um subconjunto específico de pacientes com DA
moderada a grave apresentam uma diminuição da deterioração cognitiva durante o tratamento
sintomático com Vasodipina 180mg por dia medido pelo teste de memória seletiva de Buschke
(Buschke Selective Reminding test). Apesar de não alterar a progressão da DA, esse estudo
demonstrou eficácia do Vasodipina para casos moderado a grave de DA em relação a desempenho
cognitivo. Além da eficácia, Vasodipina foi bem tolerado nas doses de 90mg e 180mg por dia.
Seis estudos que utilizaram a escala “Sandoz Clinical Assessment Geriatric” (SCAG) demonstraram
maior benefício do uso de nimodipino sobre o placebo. Outro estudo que comparou nimodipino com
um derivado de ergot (co-dergocrine; ergoloid mesylates) também sugeriu superioridade do
nimodipino. O efeito adverso potencial mais preocupante com o uso de longo prazo do nimodipino
seria sintomas extrapiramidais induzidos pela utilização do antagonista do cálcio, o que mais
comumente ocorre com o uso de flunarizina ou cinarizina, mas também com verapamil. Evidências
em animais sugerem que esses efeitos são menos prováveis com Vasodipina, um bloqueador de canal
de cálcio tipo L desprovido da atividade bloqueadora do receptor D-2.
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Estudo com 30 pacientes e um grupo-controle com placebo com síndromes cerebrais orgânicas
mostrou superioridade do nimodipino. A resposta ao tratamento com nimodipino não foi afetada pela
etiologia da degeneração cerebral. O nimodipino foi bem tolerado até a dose de 180mg por dia. Outro
estudo com 352 pacientes com síndromes cerebrais orgânicas demonstrou resultado semelhante a
favor do uso de nimodipino.
DEMÊNCIAS VASCULARES:
O uso de nimodipino associado a outros tratamentos anti-hipertensivos resultou em melhora na
função cognitiva em um pequeno (n = 25) ensaio aberto de nimodipino. A amostra foi composta por
pacientes ambulatoriais com idade de 70 a 80 anos, com doença vascular cerebral crônica,
deterioração cognitiva leve, leve a moderada hipertensão arterial (sistólica maior que 160 mmHg,
diastólica superior a 95mmHg), e aterosclerose vaso cerebral. Após 24 semanas verificou-se melhora
da função neuropsicológica em 72% dos pacientes.
Outro estudo demonstrou eficácia do nimodipino no tratamento de demência degenerativa primária
ou demência multi-infarto em 178 pacientes idosos com declínio cognitivo leve a moderado. Os
indivíduos que receberam Vasodipina apresentaram melhora estatisticamente significativa em todas
as medidas de resultados. O número e a gravidade de efeitos adversos eram insignificantes.
DEPRESSÃO:
Pacientes que apresentam doença cerebrovascular ou fatores de risco vascular, associados ao início
tardio de depressão, se beneficiam da terapia adjuvante com Vasodipina oral, 90 mg por dia a longo
prazo, podendo otimizar o tratamento com antidepressivos dos episódios de depressão maior e
diminuir recaídas. (DSM- IV).
REFERÊNCIAS:
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3. Tomassoni D, Lanari A, Silvestrelli G, Traini E and Amenta F. Nimodipine and Its Use in
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Vasodipina – comprimido revestido - Bula para o profissional da saúde 4
O nimodipino, princípio ativo de Vasodipina, tem efeito fundamentalmente antivasoconstritor e
antiisquêmico cerebral. As vasoconstrições provocadas in vitro por várias substâncias vasoativas (p.
ex.serotonina, prostaglandinas e histamina) ou por sangue ou produtos da degradação sanguínea
podem ser evitadas ou eliminadas com nimodipino.
Os estudos realizados em pacientes com transtornos agudos da perfusão cerebral mostraram que o
nimodipino dilata os vasos sanguíneos cerebrais, aumentando o fluxo sanguíneo cerebral. Em geral, o
aumento na perfusão é mais acentuado na região cerebral lesada ou subperfundida do que nas regiões
sadias. O nimodipino reduz significativamente a lesão neurológica isquêmica e a mortalidade em
pacientes com hemorragia subaracnóidea.
O nimodipino protege os neurônios e estabiliza suas funções, promove o fluxo sanguíneo cerebral e
amplia a tolerabilidade isquêmica agindo nos receptores neuronais e vasculares cerebrais ligados ao
canal de cálcio. Outros pesquisadores demonstram que isso não leva a fenômeno de roubo.
Demonstrou-se clinicamente que o nimodipino melhora os transtornos de memória e a concentração
em pacientes com comprometimento da função cerebral.
Outros sintomas típicos também foram favoravelmente influenciados, tendo-se demonstrado os
efeitos benéficos na avaliação da impressão clínica global e dos transtornos individuais, pela
observação do comportamento e por testes psicométricos de desempenho.
O Vasodipina deve ser utilizado desde que os benefícios em potencial sejam maiores que os riscos
em potencial causados pelo medicamento.
Para uma cuidadosa avaliação de possíveis contraindicações, o médico deve estar informado de todas
as enfermidades e tratamentos anteriores e simultâneos, assim como das circunstâncias especificas e
hábitos.
Contraindicações podem ocorrer somente após o inicio do uso da droga, devendo o médico ser
informado.
Para o tratamento de alteração orgânicas cerebral de idosos, Vasodipina comprimido revestido não
deve ser administrado àqueles com insuficiência hepática grave (cirrose) para hemorragia
subaracnóidea, vide posologia.
Não se recomenda o uso concomitante de Vasodipina via oral com fenobarbital, fenitoína ou
carbamazepina quando do uso anterior crônico desses antiepilépticos, por reduzirem acentuadamente
a biodisponibilidade da nimodipino administrada oralmente.
Este medicamento é contraindicado para crianças e adolescentes.
Recomenda-se muita cautela com pacientes idosos com insuficiência de múltiplos órgãos:
insuficiência renal grave (clearance < 20mL/min) e insuficiência cardíaca grave, considerando-se
cuidadosamente a necessidade do uso do Vasodipina e o posterior acompanhamento regular.
Nos casos de edema cerebral generalizado ou de nítido aumento da pressão intracraniana, o
Vasodipina deve ser utilizado com o cuidado necessário. Cuidado também no uso por pacientes com
hipotensão (pressão arterial sistólica < 100mm Hg).
Em princípio, a capacidade de conduzir veículos e utilizar máquinas pode ser alterada devido ao
aparecimento de tontura.
Gravidez: Vasodipina não é usado durante a gravidez ou a lactação, tendo-se em vista o tipo de
indicação.
Como a toxicidade de Vasodipina infusão durante a gravidez ainda não foi estudada, deve-se
ponderar rigorosamente seu emprego durante a gravidez, devendo ser bem avaliados os riscos e as
vantagens de uma eventual administração.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco:
Idosos
Recomendações especiais para a indicação em comprometimento cerebral em idosos.
Recomenda-se muita cautela com pacientes idosos com insuficiência múltipla de órgãos, ou seja, em
insuficiência renal grave (depuração inferior a 20 mL/min) a insuficiência cardíaca grave,
considerando-se cuidadosamente a necessidade do uso de Vasodipina e o posterior acompanhamento
regular.
Crianças e adolescentes
A experiência clínica referente ao uso de nimodipino em crianças e adolescentes é insuficiente,
portanto, não se recomenda o seu uso nessa faixa etária.
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Gravidez e lactação
O Vasodipina comprimido revestido não é usado durante a gravidez ou a lactação, tendo-se em vista
Neurolépticos e antidepressivos: houve um aumento de cerca de 50% da concentração plasmática do
nimodipino, quando administrado concomitantemente com fluoxetina. Houve redução acentuada da
fluoxetina, enquanto o seu metabólito ativo, a norfluoxetina, não foi afetado. A administração
concomitante de nortriptilina o nimodipino causou um leve aumento desta, sem afetar a concentração
plasmática de nortriptilina.
Não há indicação de interação quando da administração concomitante de nimodipino a pacientes em
tratamento de longo prazo com haloperidol.
A administração simultânea intravenosa de zidovudina e nimodipino em estudos resultou na elevação
das concentrações de zidovudina no sangue.
O nimodipino é metabolizado através do sistema citocromo P450 3A4; portanto, drogas que inibam
ou induzam este sistema enzimático podem alterar a primeira passagem (administração oral) ou o
clearance de nimodipino.
Nos pacientes em uso de drogas anti·hipertensivas, nimodipino pode potencializar o efeito
antihipertensivo.
Experiências relatadas com outro antagonista do cálcio análogo à nifedipina levam a crer que a
rifampicina deva acelerar o metabolismo de nimodipino comprimido revestido por indução
enzimática.
Portanto, a administração concomitante da rifampicina pode reduzir a eficácia de nimodipino
comprimido revestido.
O suco de toranja (grapefruit) inibe o metabolismo oxidativo das diidropiridinas. Portanto, a ingestão
concomitante de suco de toranja e nimodipino comprimido revestido não é recomendada, pois pode
resultar em aumento das concentrações plasmáticas de nimodipino.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30ºC). Proteger da luz e umidade.
Os comprimidos de nimodipino são circulares , semi-abaulados, revestidos e de cor alaranjada.
Validade do medicamento: 24 meses.
Número de lote, data de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Antes de usar, observar o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Recomenda-se tomar 1 comprimido revestido de nimodipino três vezes por dia.
Os comprimidos revestidos de nimodipino devem ser ingeridos com um pouco de líquido. O
intervalo entre as administrações ao longo do dia deve ser uniforme.
Os efeitos desejados e indesejados, por exemplo, reduções da pressão arterial, podem ser mais
acentuados em pacientes com disfunção renal grave. Nesses casos, seu médico decidirá se deve
reduzir a dose, dependendo do eletrocardiograma e da avaliação da pressão arterial.
Não é necessário tomar o medicamento junto às refeições.
A duração do tratamento é determinada pelo médico. Após alguns meses, o médico decidirá se deve
manter o tratamento com nimodipino.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Podem ocorrer os seguintes efeitos adversos:
Efeitos sobre o sistema gastrintestinal: desconforto gastrintestinal;
Efeitos sobre o sistema nervoso, tontura, cefaleia e sensação de fraqueza; em casos raros, podem
ocorrer sintomas de hiperatividade do SNC, tais como insônia, agitação motora, excitação,
agressividade e sudorese. Hipercinesia e depressão, em casos isolados;
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Efeitos sobre o sistema cardiovascular. Queda da pressão arterial (hipotensão), particularmente em
pacientes com níveis iniciais elevados, rubor facial, sudorese, sensação de calor, queda da frequência
cardíaca (bradicardia) ou, mais raramente, aumento da frequência cardíaca (taquicardia).
Efeitos sobre o sangue, muito raramente, trombocitopenia;
Outros efeitos: sensação de calor, avermelhado da pela e edema periférico.