Bula do Zemaira produzido pelo laboratorio Csl Behring Comércio de Produtos Farmacêuticos Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Zemaira®
(alfa1antitripsina)
CSL Behring Comércio de Produtos Farmacêuticos Ltda.
Pó liofilizado para solução injetável + solução diluente
1000 mg
___________ CSL Behring
alfa1antitripsina
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
APRESENTAÇÃO
: embalagem contendo 1 frasco-ampola com pó liofilizado para solução injetável, 1 frasco-
ampola de diluente com 20 mL de água para injetáveis e 1 dispositivo de transferência.
VIA INTRAVENOSA
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
A atividade específica de Zemaira®
é ≥ 0,7 mg de alfa1antitripsina funcional por miligrama de
proteína total. A pureza (alfa1antitripsina total/ proteína total) é ≥ 90%
Após a reconstituição com 20 mL de água para injetáveis, cada frasco-ampola contém
aproximadamente 1000 mg de alfa1antitripsina funcionalmente ativa, 81 mM de sódio, 38 mM de
cloreto, 17 mM de fosfato e 144 mM de manitol. Ácido clorídrico e/ou hidróxido de sódio pode ser
adicionado para ajustar o pH. Zemaira®
não contém conservantes.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Zemaira®
é indicado para a reposição crônica e terapia de manutenção em indivíduos com deficiência
de alfa1antitripsina e evidência clínica de enfisema.
aumenta os níveis de alfa1antitripsina funcionais e antigênicos no soro e no fluido de
revestimento epitelial do pulmão.
Não há dados clínicos que demonstrem os efeitos a longo prazo da terapia de reposição crônica em
indivíduos tratados com Zemaira®
.
O efeito da terapia de reposição com Zemaira®
ou qualquer outro produto com alfa1antitripsina em
agravações pulmonares e na progressão do enfisema na deficiência de alfa1antitripsina não foi
demonstrado em estudos clínicos controlados, randomizados. Zemaira®
não é indicado como
tratamento para pacientes com doença pulmonar nos quais a deficiência grave de alfa1antitripsina não
foi estabelecida.
Estudos clínicos foram realizados com Zemaira®
em 89 pacientes (59 homens e 30 mulheres). A
idade dos pacientes variou de 29 a 68 anos (idade mediana 49 anos). Noventa e sete por cento dos
pacientes tratados tinham o fenótipo PiZZ de deficiência de alfa1antitripsina (A1AT) e 3%
apresentavam o fenótipo MMALTON. Na triagem, os níveis de alfa1antitripsina no soro ficaram entre 3,2
e 10,1 μM (média de 5,6 μM). O objetivo dos estudos clínicos foi demonstrar que Zemaira®
aumenta
e mantém os níveis de alfa1antitripsina acima de 11 μM no soro e aumenta os níveis de A1T1 no
fluido de revestimento epitelial do pulmão.
Em um estudo clínico controlado, duplo-cego, para avaliar a segurança e eficácia de Zemaira®
, 44
pacientes foram randomizados para receber 60 mg/kg de Zemaira®
ou de Prolastin®
(produto
contendo alfa1antitripsina disponível comercialmente), uma vez por semana durante 10 semanas.
Após 10 semanas, todos os pacientes receberam Zemaira®
, por um período adicional de 14 semanas.
Todos os pacientes foram acompanhados durante um total de 24 semanas para completar a avaliação
da segurança. A média dos níveis séricos mínimos de alfa1antitripsina no estado estacionário (7-11
semanas), nos pacientes tratados com Zemaira®
, foi estatisticamente equivalente a dos pacientes
tratados com Prolastin®
. Ambos os grupos foram mantidos acima de 11 μM (80 mg/dL). A média
(variação e desvio padrão) dos níveis séricos mínimos de alfa1antitripsina antigênica no estado
estacionário, para os pacientes tratados com Zemaira®
, foi de 17,7 μM (variação de 13,9 a 23,2,
desvio padrão de 2,5) e, para os pacientes tratados com Prolastin®
, foi de 19,1 μM (variação de 14,7 a
23,1, desvio padrão de 2,2). A diferença entre os grupos tratados com Zemaira®
e com Prolastin®
não
foi considerada clinicamente significativa e pode estar relacionada à maior atividade específica de
Zemaira®
.
Em um subgrupo de pacientes incluídos no estudo (10 pacientes tratados com Zemaira®
e 5 pacientes
) foi realizada lavagem broncoalveolar no início e na 11ª semana. Quatro
analitos relacionados à alfa1antitripsina no fluido de revestimento epitelial do pulmão foram medidos:
A1AT antigênica, complexos A1AT:elastase neutrofílica, elastase neutrofílica livre e A1AT funcional
(capacidade antielastase neutrofílica, CAEN). Uma análise retrospectiva cega, que revisou os critérios
de aceitação estabelecidos prospectivamente, demonstrou, que dentro de cada grupo de tratamento, os
níveis de A1AT antigênica e complexos A1AT:elastase neutrofílica, do fluido de revestimento
epitelial do pulmão, aumentou desde o início até a 11ª semana. A elastase livre foi extremamente
baixa em todas as amostras. Os valores da capacidade antielastase neutrofílica pós-tratamento no
fluido de revestimento epitelial do pulmão não foram significativamente diferentes entre os pacientes
tratados com Zemaira®
(média de 1.725 nM contra 1.418 nM). Não foi possível
tirar conclusões sobre as mudanças de valores da capacidade antielastase neutrofílica no fluido de
revestimento epitelial do pulmão durante o período de estudo, visto que os valores basais nos
pacientes tratados com Zemaira®
foram inesperadamente elevados. Nenhum dos analitos da A1AT
mostrou qualquer diferença clinicamente significativa entre os grupos tratados com Zemaira®
e
Prolastin®
Analitos do fluido de revestimento epitelial do pulmão – Alteração do valor basal
Analito Tratamento
Alteração
média do valor
basal
IC 90%
A1AT (nM)
1.358,3 822,6 a 1.894,0
949,9 460,0 a 1.439,7
CAEN (nM)
-588,1 -2.032,3 a 856,1
497,5 -392,3 a 1.387,2
Complexos
A1AT:elastase
neutrofílica (nM)
118,0 39,9 a 196,1
287,1 49,8 a 524,5
A eficácia clínica de Zemaira®
ou de qualquer outro produto contendo A1AT sobre o curso do
enfisema pulmonar ou agravações pulmonares não foi demonstrada em estudos clínicos devidamente
controlados e randomizados com grande quantidade de pacientes.
Os pacientes também foram monitorados quanto à presença de anticorpos contra o HIV e marcadores
para hepatite viral (HAV, HBV e HCV). Os pacientes que apresentaram resultados negativos para o
antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg) na triagem foram vacinados contra a Hepatite B. Seis
meses após o término do tratamento com Zemaira®
, foram feitos exames para o HAV, HBV, HCV,
HIV e parvovírus B19 nos pacientes tratados e nenhuma evidência de transmissão viral foi observada.
Nenhum paciente desenvolveu anticorpos detectáveis contra Zemaira®
A deficiência de alfa1antitripsina (A1AT) é uma doença crônica, hereditária, autossômica,
codominante, que é geralmente fatal em sua forma grave. Baixos níveis sanguíneos de A1AT (ou seja,
abaixo de 11 µM) são mais comumente associados com enfisema progressivo grave, que se torna
clinicamente aparente da terceira até a quarta década de vida. Além disso, os indivíduos com fenótipo
PiSZ, cujos níveis séricos de A1AT variam de, aproximadamente, 9 a 23 µM, são considerados como
tendo risco moderadamente aumentado de desenvolver enfisema, independentemente de seus níveis
séricos de A1AT estarem acima ou abaixo de 11 μM.1
Nem todos os indivíduos com variações
genéticas graves da deficiência de A1AT apresentam enfisema. A terapia de reposição com
alfa1antitripsina (humana) é indicada apenas em pacientes com deficiência congênita de A1AT que
apresentam enfisema clinicamente evidente. Um estudo recente mostrou que 54% dos indivíduos com
deficiência de A1AT tinham enfisema.2
Outro estudo mostrou que 72% dos indivíduos com
deficiência de A1AT tinham sintomas pulmonares.3
O tabagismo é um fator de risco importante para
o desenvolvimento de enfisema em pacientes com deficiência de A1AT.
Cerca de 100 variações genéticas da deficiência de A1AT podem ser identificadas através de
eletroforese, estando apenas algumas destas variações associadas com a doença clínica.4, 5
Noventa e
cinco por cento dos indivíduos com deficiência de A1AT são do fenótipo PiZZ grave. Até 39% dos
pacientes com deficiência de A1AT podem ter um componente asmático na sua doença pulmonar,
evidenciado por sintomas e / ou hiper-reatividade brônquica.2
Infecções pulmonares, incluindo
pneumonia e bronquite aguda são comuns em pacientes com deficiência de A1AT e contribuem
significativamente para a morbidade da doença.
A reposição dos níveis de alfa1antitripsina funcional por infusão intravenosa é uma abordagem
terapêutica para os pacientes com deficiência de A1AT. Entretanto, a eficácia da terapia de reposição
sobre a progressão do enfisema não foi demonstrada em estudos clínicos randomizados, controlados.
O objetivo teórico pretendido é fornecer proteção ao trato respiratório inferior, corrigindo o
desequilíbrio entre a elastase neutrofílica e os inibidores de protease. Não foi avaliado se a terapia de
reposição com Zemaira®
ou qualquer outro produto contendo A1AT realmente protege o trato
respiratório inferior de progressivas alterações enfisematosas.
Os indivíduos com níveis endógenos de A1AT inferiores a 11 μM, em geral, manifestam um aumento
significativo do risco de desenvolvimento de enfisema, acima do risco da população em geral.5,6,7,8
Embora a manutenção dos níveis séricos de A1AT acima de 11 μM (medido antigenicamente) tenha
sido historicamente postulada para fornecer proteção antielastase neutrofílica terapeuticamente
relevante 9
, isso não foi comprovado. Foi demonstrado que indivíduos com deficiência grave de
A1AT apresentam aumento das concentrações de elastase neutrofílica e neutrófilos no fluido de
revestimento epitelial do pulmão em comparação com indivíduos normais PiMM, e alguns indivíduos
PiSZ com A1AT acima de 11 μM apresentam enfisema relacionado à deficiência de A1AT. 1
Estas
observações reforçam a incerteza quanto ao nível sérico terapêutico adequado de A1AT durante a
terapia de reposição.
Propriedades Farmacodinâmicas:
A doença pulmonar, particularmente o enfisema, é a manifestação mais frequente da deficiência de
alfa1antitripsina (A1AT)5
. Acredita-se que a patogênese do enfisema evolui conforme descrito no
modelo de "desequilíbrio entre protease e antiprotease". A alfa1antitripsina é considerada atualmente
a principal antiprotease no trato respiratório inferior, onde inibe a elastase neutrofílica (EN)10
.
Indivíduos normais saudáveis produzem quantidade de A1AT suficiente para controlar a EN
produzida por neutrófilos ativados e são, portanto, capazes de impedir a proteólise inadequada do
tecido pulmonar pela EN. Condições que aumentam o acúmulo de neutrófilos e a ativação no pulmão,
tais como infecções respiratórias e tabagismo aumentarão sucessivamente os níveis de EN. No
entanto, os indivíduos com deficiência endógena grave de A1AT são incapazes de manter uma defesa
antiprotease adequada e, por isso, ficam sujeitos à proteólise mais rápida das paredes dos alvéolos,
levando à doença pulmonar crônica. Zemaira®
funciona como terapia de reposição da A1AT nesta
população de pacientes, agindo para aumentar e manter os níveis de A1AT no soro e no fluido de
revestimento epitelial do pulmão.
Propriedades Farmacocinéticas:
Em 18 indivíduos tratados com uma dose única de Zemaira®
(60 mg/kg), a área média sob a curva
(ASC) e o desvio padrão (DP) foram 144 μM × dia (DP 27), a concentração sérica máxima foi de 44,1
μM (DP 10,8), a depuração foi de 603 mL por dia (DP 129) e a meia-vida terminal foi de 5,1 dias (DP
2,4).
Infusões semanais repetidas de A1AT, na dose de 60 mg/kg, resultaram em níveis séricos de A1AT
acima do valor histórico pretendido mínimo de 11 μM.
O benefício clínico do aumento nos níveis sanguíneos de A1AT na dose recomendada, para qualquer
produto contendo A1AT, não foi estabelecido.
Referências:
1. Turino GM, Barker AF, Brantly ML, et al: Clinical Features of Individuals with PI*SZ Phenotype
of α1 Antitrypsin Deficiency. Am J Respir Crit Care Med 154:1718-1725, 1996.
2. Stoller JK, Brantly M, et al. Formation and current results of a patient-organized registry for 1-
antitrypsin deficiency. Chest 118(3):843-848, 2000.
3. McElvaney NG, Stoller JK, et al. Baseline Characteristics of Enrollees in the National Heart, Lung,
and Blood Institute Registry of 1-Antitrypsin Deficiency. Chest 111:394-403, 1997.
4. Crystal RG. α1-Antitrypsin Deficiency, Emphysema, and Liver Disease; Genetic Basis and
Strategies for Therapy. J Clin Invest 85:1343-1352, 1990.
5. World Health Organization. Alpha-1-Antitrypsin Deficiency; Report of a WHO Meeting. Geneva.
18-20 March 1996.
6. Eriksson S. Pulmonary Emphysema and Alpha1-Antitrypsin Deficiency. ACTA Med Scand
175(2):197-205, 1964.
7. Eriksson S. Studies in α1-antitrypsin deficiency. ACTA Med Scan Suppl. 432:1-85, 1965.
8. Gadek JE, Crystal RG. α1-Antitrypsin Deficiency. In: The Metabolic Basis of Inherited Disease
5th ed. Stanbury JB, Wyngaarden JB, Frederickson DS, et al., eds: New York, McGraw-Hill. 1983;
pp. 1450-1467.
9. American Thoracic Society. Guidelines for the Approach to the Patient with Severe Hereditary
Alpha-1-Antitrypsin Deficiency. Am Rev Respir Dis 140:1494-1497, 1989.
10. Gadek JE, Fells GA, Zimmerman RL, Rennard SI, Crystal RG. Antielastases of the Human
Alveolar Structures; Implications for the Protease-Antiprotease Theory of Emphysema. J Clin Invest
68:889-898, 1981.
Zemaira®
é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida a qualquer um dos seus
componentes. Zemaira®
também é contraindicado em pacientes com histórico de anafilaxia ou
resposta sistêmica grave aos produtos contendo alfa1antitripsina.
é contraindicado em pacientes com deficiência de IgA com anticorpos contra IgA, devido
ao risco de hipersensibilidade grave.
Categoria C: este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
médica ou do cirurgião-dentista.
Zemaira®
pode conter traços de IgA. Os pacientes que conhecidamente apresentam anticorpos contra
IgA, os quais podem estar presentes em pacientes com deficiência seletiva ou grave de IgA, têm um
maior risco de desenvolvimento de hipersensibilidade potencialmente grave e reações anafiláticas.
é contraindicado em pacientes com anticorpos contra a IgA devido ao risco de
hipersensibilidade grave.
A velocidade de infusão de Zemaira®
e o estado clínico do paciente devem ser cuidadosamente
monitorizados durante a infusão. O paciente deve ser observado quanto aos sinais de reações
relacionadas à infusão.
Assim como ocorre com qualquer solução coloidal, pode haver um aumento do volume plasmático
após a administração intravenosa de Zemaira®
. Deve-se ter cuidado em pacientes sob risco de
sobrecarga circulatória.
Os pacientes devem ser informados sobre os sinais precoces das reações de hipersensibilidade,
incluindo urticária, urticária generalizada, aperto no peito, dispneia, sibilos, sensação de desmaio,
hipotensão e anafilaxia. Se estes sintomas ocorrerem, o uso do produto deve ser interrompido e o
paciente deverá consultar o seu médico e / ou procurar um pronto socorro, dependendo da gravidade
da reação.
Assim como ocorre com todos os produtos derivados do plasma, alguns vírus, como o parvovírus
B19, são particularmente difíceis de remover ou inativar. O parvovírus B19 pode afetar seriamente
mulheres grávidas e indivíduos imunocomprometidos. Os sintomas de parvovírus B19 incluem febre,
sonolência, calafrio, corrimento nasal seguidos, duas semanas depois, por uma erupção cutânea e dor
nas articulações. Os pacientes devem ser orientados a consultar seu médico se estes sintomas
ocorrerem.
Os pacientes devem ser informados de que foi demonstrado que a administração de Zemaira®
aumenta o nível plasmático de A1AT, mas que o efeito desse aumento sobre a frequência das
agravações pulmonares e sobre a velocidade de progressão do enfisema não foi estabelecido em
estudos clínicos.
Gravidez:
Categoria C de risco na gravidez: não foram realizados estudos de reprodução animal com Zemaira®
.
Também não se sabe se Zemaira®
pode causar danos ao feto quando administrado a mulheres
grávidas ou se pode afetar a capacidade reprodutiva. Zemaira®
deve ser administrado a mulheres
grávidas somente se claramente necessário.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
Lactação:
Não se sabe se Zemaira®
é excretado no leite humano. Uma vez que muitas drogas são excretadas no
leite humano, deve-se ter cuidado quando Zemaira®
for administrado a uma mulher lactante.
Uso pediátrico:
A segurança e a eficácia na população pediátrica não foram estabelecidas.
Uso geriátrico:
Os estudos clínicos de Zemaira®
não incluíram número suficiente de indivíduos com 65 anos de
idade ou mais para determinar se os pacientes idosos respondem diferentemente dos pacientes mais
jovens. Assim como ocorre para todos os pacientes, a dose para os pacientes geriátricos deve ser
adequada ao seu estado geral.
Segurança viral:
é fabricado a partir do plasma humano. Os produtos feitos a partir do plasma humano
podem conter agentes infecciosos, como vírus, que podem causar doenças. Uma vez que Zemaira®
é
fabricado a partir de sangue humano, pode apresentar o risco de transmissão de agentes infecciosos,
como vírus e, teoricamente, o agente da doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD). O risco de tais produtos
transmitirem um agente infeccioso é reduzido pela triagem dos doadores de plasma quanto à
exposição prévia a certos vírus, testando-se a presença de certas infecções virais atuais e pela
inativação e/ou remoção de certos vírus durante a fabricação.
Todo plasma utilizado na fabricação deste produto é testado pela Técnica de Amplificação de Ácido
Nucleico (NAT) para HCV e HIV-1 e confirmado como não reativo (negativo).
Um teste NAT para HBV também é realizado em todo plasma usado na fabricação deste produto e
confirmado como não reativo (negativo). O objetivo do teste de HBV é detectar baixos níveis de
material viral, no entanto, a importância de um resultado não reativo (negativo) não foi estabelecida.
Duas etapas de redução viral são empregadas na fabricação de Zemaira®
: a pasteurização a 60 ºC por
10 horas, em uma solução aquosa com estabilizantes e nanofiltração. Estas etapas de redução viral
foram validadas em uma série de experimentos in vitro quanto a sua capacidade de inativar ou
remover uma ampla gama de vírus de características físico-químicas diversas tais como: Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV), Vírus do Nilo Ocidental (WNV), Vírus da Hepatite A (HAV),
Parvovírus B19 e os seguintes modelos virais: Vírus da Diarréia Viral Bovina (BVDV) como um
modelo para o vírus HCV, Vírus Pseudorrábico (PRV) como um modelo viral não específico para
vírus de DNA grande, por exemplo, herpes, e Parvovírus Canino (CPV) como um modelo viral para o
Parvovírus B19. O total de reduções log10 varia de ≥ 6,4 a ≥ 16,7 log10, conforme demonstrado na
Tabela a seguir:
Fatores de Redução Viral
Fator de Redução da
Pasteurização*
[log10]
Nanofiltração
Fator de Redução
Cumulativo [log10]
HIV-1 ≥ 6,8 ≥ 5,5 ≥ 12,3
WNV ≥ 8,3 ≥ 8,4 ≥ 16,7
BVDV ≥ 5,2 ≥ 5,4 ≥ 10,6
PRV 4,4 ≥ 6,3 ≥ 10,7
HAV ≥ 5,4 ≥ 5,3 ≥ 10,7
CPV N.A. ≥ 6,4 ≥ 6,4
N.A.: Não se aplica
* Além disso, a depuração viral do Parvovírus B19 Humano pela etapa de pasteurização foi
investigada. O fator de redução log10 estimado foi de 1,9.
Apesar das medidas para reduzir o risco de transmissão viral, derivados do plasma humano ainda
podem potencialmente conter agentes patogênicos humanos, incluindo aqueles ainda não conhecidos
ou identificados. Assim, o risco de transmissão de agentes infecciosos não pode ser totalmente
eliminado. Qualquer infecção considerada por um profissional de saúde como possivelmente
transmitida por este produto deve ser comunicada à CSL Behring através do Serviço de Atendimento
ao Cliente. O médico deve discutir os riscos e benefícios deste produto com o paciente.
Indivíduos que recebem infusões de produtos derivados do sangue ou plasma podem desenvolver
sinais e / ou sintomas de algumas infecções virais.
Durante os estudos clínicos, nenhum caso de hepatite A, B, C ou infecção viral por HIV foi relatado
Os pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) tomam regularmente uma variedade
de medicamentos para aliviar os sintomas da doença pulmonar. Estes incluem frequentemente
broncodilatadores, corticoides e anti-infecciosos. Não foram observadas interações medicamentosas
com estas medicações concomitantes utilizadas durante os estudos clínicos.
Conservar sob refrigeração (temperatura entre 2 e 8°C). Evitar o congelamento, pois poderá danificar
o recipiente para o diluente. O prazo de validade é de 36 meses a partir da data de fabricação, quando
armazenado conforme recomendado.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
O produto reconstituído deve ser utilizado dentro de 3 horas.
Zemaira®
apresenta-se como um pó liofilizado branco a quase branco. Após reconstituição com água
para injetáveis, o produto apresenta-se como uma solução transparente, incolor a levemente
amarelada.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Cada frasco de Zemaira®
contém a quantidade de alfa1antitripsina funcionalmente ativa em
miligramas indicada no rótulo do produto, determinada conforme a capacidade de neutralizar a
elastase neutrofílica humana. A dose recomendada de Zemaira®
é de 60 mg/kg de peso corporal,
administrada uma vez por semana. Estudos de variação da dose utilizando parâmetros de eficácia não
foram realizados com qualquer produto contendo alfa1antitripsina.
Após a reconstituição conforme indicado, Zemaira®
pode ser administrado por via intravenosa a uma
velocidade de aproximadamente 0,08 mL/kg/min., de acordo com a resposta e o conforto do paciente.
A infusão da dose recomendada de 60 mg/kg de peso corporal leva aproximadamente 15 minutos.
Preparação:
Cada embalagem do produto contém um frasco de Zemaira®
de uso único, um frasco de diluente com
20 mL de água para injetáveis e um dispositivo de transferência codificado por cores com orifício de
entrada de ar com filtro. Administrar dentro de três horas após a reconstituição.
Reconstituição:
1. Deixar o frasco do produto (tampa verde) e o frasco do diluente (tampa branca) atingirem a
temperatura ambiente antes da reconstituição.
2. Retirar as tampas flip-top de plástico dos frascos. Limpar assepticamente as tampas de borracha
com uma solução antisséptica e deixar secar.
NOTA: O dispositivo de transferência (Fig. 1) fornecido na embalagem é composto por uma
extremidade branca (lado do diluente), que tem um orifício duplo e uma extremidade verde (lado do
produto), que tem um orifício único. O uso incorreto do dispositivo de transferência resultará em
perda de vácuo e impedirá a transferência do diluente e, consequentemente, a reconstituição do
produto.
O dispositivo de transferência é estéril. Não tocar nas extremidades pontiagudas expostas após a
remoção da tampa protetora.
3. Retirar a tampa protetora da extremidade branca do dispositivo de transferência (lado do diluente).
Inserir a extremidade branca do dispositivo de transferência no centro da tampa de borracha do frasco
do diluente na posição vertical, em primeiro lugar (Fig. 2).
4. Retirar a tampa protetora da extremidade verde do dispositivo de transferência (lado do produto).
Inverter o frasco do diluente com o dispositivo de transferência conectado e, usando o mínimo de
força, inserir a extremidade verde do dispositivo de transferência no centro da tampa de borracha do
frasco de Zemaira®
na posição vertical (Fig. 3). O flange do dispositivo de transferência deverá ficar
sobre a superfície da tampa de modo que o diluente flua para o frasco de Zemaira®
.
5. Permitir que o vácuo no frasco de Zemaira®
aspire o diluente para dentro do frasco do produto.
6. Durante a transferência do diluente, molhar completamente o produto liofilizado inclinando
levemente o frasco de Zemaira®
(Fig. 4). Não permitir que o filtro de entrada de ar fique virado para
baixo. Deve-se tomar cuidado para não perder o vácuo, pois isso irá prolongar a reconstituição do
7. Após o término da transferência do diluente, o dispositivo de transferência permitirá a entrada de ar
filtrado no frasco de Zemaira®
através do filtro de ar. Não é necessária a ventilação adicional do
frasco do produto após a transferência completa do diluente. Quando a transferência do diluente
estiver completa, retirar o dispositivo de transferência e o frasco do diluente e descartar
adequadamente em conformidade com os procedimentos de risco biológico.
8. Girar suavemente o frasco de Zemaira®
até o pó ficar completamente dissolvido (Fig. 5). NÃO
AGITAR.
9. Inspecionar os medicamentos de uso parenteral visualmente quanto a partículas e alteração da cor
antes da administração. Administrar à temperatura ambiente dentro de três horas após a
reconstituição.
Mistura de vários frascos do produto reconstituído:
Se mais de um frasco de Zemaira®
for necessário para atingir a dose requerida, usar uma técnica
asséptica para transferir as soluções reconstituídas dos frascos para dentro do recipiente de
administração (por exemplo, bolsa de infusão IV vazia ou frasco de vidro).
Administração:
As preparações de medicamentos de uso parenteral devem ser inspecionadas visualmente quanto a
partículas e alteração de cor antes da administração. Administrar à temperatura ambiente dentro de
três horas após a reconstituição.
Filtrar a solução reconstituída durante a administração. Para garantir a filtragem adequada de
Zemaira®
, usar um sistema de administração IV com um filtro de infusão adequado de 5 micra (não
fornecido com o produto). Seguir o procedimento adequado para a administração intravenosa.
Após a administração, qualquer solução não utilizada e os equipamentos de administração devem ser
descartados de acordo com os procedimentos de risco biológico.
Em estudos clínicos, as seguintes reações adversas, consideradas como relacionadas ao tratamento
pelo investigador, foram relatadas após a administração intravenosa semanal de Zemaira®
, 60 mg/kg:
astenia, dor no local da injeção, tonturas, dores de cabeça, parestesia e prurido. Cada um desses
eventos adversos relacionados ao tratamento foi observado em 1 de 89 pacientes (1%). As reações
adversas foram moderadas.
Caso seja observada evidência de uma reação de hipersensibilidade aguda, a infusão deve ser
interrompida imediatamente e medidas apropriadas para combater e tratar os sintomas devem ser
administradas.
A Tabela a seguir resume os dados de eventos adversos obtidos com doses únicas e múltiplas de
Zemaira®
e Prolastin®
, durante estudos clínicos. Não foram detectadas diferenças clinicamente
significativas entre os dois grupos de tratamento.
Resumo dos Eventos Adversos
Prolastin®
Nº de pacientes tratados 89 32
Nº de pacientes com eventos adversos
independentemente da causalidade (%)
69 (78%) 20 (63%)
relacionados ao tratamento (%)
5 (6%) 4 (13%)
Nº de pacientes com eventos adversos sérios
relacionados ao tratamento
0 0
Nº de infusões 1.296 160
Nº de eventos adversos independentemente da
causalidade (taxas por infusão)
298 (0,230) 83 (0,519)
N º de eventos adversos relacionados ao
tratamento (taxas por infusão)
6 (0,005) 5 (0,031)
As frequências de eventos adversos por infusão, que foram ≥ 0,4% nos pacientes tratados com
, independentemente da causalidade foram: cefaleia (33 eventos por 1.296 infusões, 2,5%),
infecção do trato respiratório superior (1,6%), sinusite (1,5%), hemorragia no local da injeção (0,9%),
dor de garganta (0,9%), bronquite (0,8%), astenia (0,6%), febre (0,6%), dor (0,5%), rinite (0,5%),
broncoespasmo (0,5%), dor no peito (0,5%), aumento da tosse (0,4%), erupção cutânea (0,4%) e
infecção (0,4%).
Os seguintes eventos adversos, independentemente da causalidade, ocorreram com uma frequência de
0,2% a <0,4%, por infusão: dor abdominal, diarreia, tonturas, equimose, mialgia, prurido,
vasodilatação, lesões acidentais, dor nas costas, dispepsia, dispneia, hemorragia, reação no local da
injeção, doença pulmonar, enxaqueca, náusea e parestesia.
Foi observada doença pulmonar intersticial difusa em um raio-x de tórax de rotina de um paciente na
24ª semana. A causalidade não pôde ser determinada.
Em uma análise retrospectiva, durante a parte cega da 10ª semana do estudo clínico de 24 semanas, 6
pacientes (20%) dos 30 tratados com Zemaira®
tiveram um total de 7 agravações da doença pulmonar
obstrutiva crônica (DPOC). Nove pacientes (64%) dos 14 tratados com Prolastin®
tiveram um total
de 11 agravações da DPOC. A diferença observada entre os grupos foi de 44% (intervalo de confiança
de 95%, de 8% a 70%). Durante todo o período de tratamento de 24 semanas, dos 30 pacientes no
grupo de tratamento com Zemaira®
, 7 (23%) tiveram um total de 11 agravações da DPOC.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.
Não foram relatados casos de superdose. Uma única dose de 120 mg/kg, duas vezes a dose
recomendada de 60 mg/kg, foi administrada de acordo com o protocolo a 6 indivíduos, sem
ocorrência de efeitos adversos relacionados com a droga.
Uma vez que Zemaira®
é um componente endógeno do sangue humano, os efeitos agudos mais
prováveis da superdose seriam uma reação no local da injeção, febre e reações imunológicas.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.