Bula do Angeliq produzido pelo laboratorio Bayer S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
1
Angeliq®
Bayer S.A.
Comprimidos revestidos
1 mg estradiol + 2 mg drospirenona
2
Angeliq
estradiol
drospirenona
APRESENTAÇÃO:
Cartucho contendo 1 blíster-calendário com 28 comprimidos revestidos
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido revestido de Angeliq
contém 1 mg de estradiol (correspondente a
1,033 mg de estradiol hemi-hidratado) e 2 mg de drospirenona.
Excipientes: lactose monoidratada, amido, povidona, estearato de magnésio, hipromelose,
macrogol, talco, dióxido de titânio, pigmento de óxido de ferro vermelho
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE:
Terapia de reposição hormonal (TRH) para sintomas de deficiência de estrogênio em
mulheres pós-menopausadas há mais de um ano; prevenção de osteoporose pós-
menopausal em mulheres com risco de fraturas por osteoporose aumentada.
Três estudos (96082, 97182 e 96097) mostraram superioridade de Angeliq®
em
comparação ao placebo na diminuição da frequência e da intensidade dos sintomas
climatéricos. O estudo fase II/III 96082 mostrou que placebo reduziu as ondas de calor
em 45% e Angeliq®
reduziu em 90%. O estudo 97182 mostrou que o uso de Angeliq®
diminuiu a prevalência de ondas de calor, de 70% na linha basal para menos de 30% na
semana 4 e para menos de 10% na semana 12, mantendo em cerca de 5% ao fim de dois
anos de tratamento.
Em um estudo clínico com 1.142 pacientes foi observada atrofia/inativação do
endométrio em 72% a 77% das mulheres após 12 meses de tratamento com Angeliq®
.
Angeliq®
opõe-se efetivamente ao desenvolvimento de hiperplasia endometrial induzida
por estrógeno. Em um subgrupo deste estudo foi demonstrada a diminuição do perfil
lipídico em todas as frações do colesterol.
Farmacodinâmica
Angeliq®
contém 17-beta-estradiol, que é química e biologicamente idêntico ao
estrogênio (E2) humano endógeno (natural), e o progestógeno sintético drospirenona
(DRSP). O 17-beta-estradiol propicia reposição hormonal durante e após o climatério. A
adição de drospirenona (DRSP) auxilia na promoção do controle de sangramento e
contrapõe-se ao desenvolvimento de hiperplasia endometrial causada por estrogênios.
3
- Efeitos do estradiol
A perda da função ovariana, acompanhada por depleção da produção de estrogênio e
progesterona, leva à síndrome menopausal caracterizada por sintomas vasomotores e
orgânicos. A terapia de reposição hormonal (TRH) é indicada para eliminar estes
sintomas.
De todos os estrogênios fisiológicos, o E2 é o mais potente e com maior afinidade ao
receptor de estrogênio. Órgãos-alvo do estrogênio incluem, particularmente, útero,
hipotálamo, hipófise, vagina, mamas e ossos (osteoclastos).
Outros efeitos dos estrogênios incluem redução das concentrações de insulina e glicose
sanguíneas, efeitos vasoativos locais mediados por receptores e efeitos independentes do
receptor sobre o músculo liso vascular. Receptores de estrogênio têm sido identificados
no coração e nas artérias coronarianas.
A administração oral de estrogênios naturais é vantajosa em certos casos de
hipercolesterolemia, com a finalidade de maximizar os efeitos benéficos do metabolismo
hepático sobre os lípides.
Após um ano de tratamento com Angeliq®
, as alterações médias nos níveis de HDL-
colesterol foram pequenas, com um leve aumento de 1,1% para a associação com 1 mg de
DRSP e uma leve diminuição de -1,6% e -3,4% para a associação com 2 mg e 3 mg de
DRSP, respectivamente. Os níveis séricos de LDL-colesterol diminuíram em média -11%
(1 mg DRSP), -14% (2 mg DRSP) e -13% (3 mg DRSP) quando comparados a uma
diminuição de -9% após um ano de tratamento com 1 mg de E2 isoladamente.
A associação com DRSP parece atenuar o aumento nos níveis de triglicérides promovido
pelo tratamento com 1 mg de E2 isoladamente. Após 1 ano de tratamento com 1 mg de
E2, os níveis de triglicérides das pacientes estavam, na média, aproximadamente 18%
acima dos valores basais, quando comparados aos aumentos médios de 9% (1 mg de
DRSP), 5% (2 mg DRSP) e 4% para as associações de 1 mg de E2 com DRSP.
O tratamento com Angeliq®
por 2 anos promoveu aumento médio na densidade mineral
óssea de aproximadamente 3 a 5%, enquanto que após a administração de placebo
observou-se diminuição média de aproximadamente 0,5%. Tanto nas pacientes
osteopênicas quanto nas não-osteopênicas verificou-se uma diferença estatisticamente
significativa na densidade mineral do osso ilíaco entre o tratamento com a substância
ativa e o tratamento com o placebo. Também foi observado aumento na densidade
mineral óssea da coluna lombar e no corpo todo nos grupos que receberam substância
ativa.
Em mulheres que não apresentam osteoporose na pós-menopausa, o uso de TRH por
períodos prolongados tem demonstrado diminuir o risco de ocorrência de fraturas
periféricas.
A TRH também exerce efeito positivo sobre o colágeno e a espessura da pele e pode
retardar o processo de enrugamento da pele.
Monoterapia com estrogênio exerce efeito estimulante dose-dependente sobre a mitose e
a proliferação do endométrio, aumentando, assim, a frequência de hiperplasia endometrial
e, consequentemente, o risco de carcinoma endometrial. Com a finalidade de evitar
hiperplasia endometrial, é necessária a associação com um progestógeno.
- Efeitos da drospirenona
4
A drospirenona exerce efeitos farmacodinâmicos muito semelhantes ao da progesterona
natural.
- Atividade progestogênica:
A drospirenona é um progestógeno potente com efeito inibidor central sobre o eixo
hipotálamo-hipófise-gônadas. Em mulheres férteis, a DRSP exerce efeito contraceptivo; a
ovulação é inibida quando a DRSP é administrada isoladamente. A dose mínima de
DRSP para inibição da ovulação é de 2 mg/dia. A transformação completa de um
endométrio estimulado por estrogênio ocorre após uma dose de 4 ou 6 mg/dia por 10 dias
(= 40 a 60 mg por ciclo).
é uma terapia de reposição hormonal combinada contínua administrada com a
intenção de evitar o sangramento regular por privação associado à TRH cíclica ou
sequencial. Durante os primeiros meses de tratamento, sangramento e gotejamento são
bastante comuns, mas diminuem com a continuação da terapia. Com Angeliq®
(2 mg de
DRSP), a taxa de amenorreia aumenta rapidamente para 81%, 86% e 91% nos ciclos 6, 12
e 24, respectivamente.
A drospirenona contida em Angeliq®
contrapõe-se efetivamente ao desenvolvimento de
hiperplasia endometrial induzida por estrogênio. Após 12 meses de tratamento com
(doses de 0,5, 1, 2 ou 3 mg de DRSP) foi observado endométrio atrófico /
inativo em 71 – 77% das mulheres.
- Atividade antimineralocorticoide:
A drospirenona tem propriedades antagonistas competitivas à aldosterona. Efeitos
hipotensores são mais pronunciados com altas doses de DRSP em mulheres hipertensas.
Pacientes hipertensas tratadas com Angeliq®
por 8 semanas demonstraram uma redução
significativa nos valores de pressão sistólica/diastólica (medição não-ambulatorial versus
valor basal -12/-9 mmHg, versus placebo -3/-4 mmHg; 24h de monitorização
ambulatorial da pressão arterial (MAPA) versus valor basal -5/-3 mmHg, versus placebo -
3/-2 mmHg). Os efeitos são aparentes dentro de 2 semanas com efeitos máximos
observados dentro de 6 semanas a partir do início da terapia.
Tabela: Alteração média ajustada da pressão arterial sistólica/diastólica com relação aos
valores basais, em mmHg:
- 1 mg E2/
2mg DRSP após 8
semanas
-1 mg E2/
3mg DRSP após 8
1 mg E2/
3mg DRSP após 12
Medição
não-
ambulatorial
MAPA Medição
MAPA
Variação
em
relação ao
valor
basal
-12 / -9 -5 / -3 -14 / -9 -6 / -4 -14 / -8 -8 / -4
Redução
observada
-3 / -4 -3 / -2 -5 / -4 -5 / -3 -7 / -4 -7 / -3
5
corrigida
para o
efeito
placebo
MAPA = Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial de 24h
Mulheres normotensas não apresentaram alterações relevantes na pressão arterial.
Em estudos clínicos com Angeliq®
, o peso corporal médio permaneceu inalterado (1 mg
de DRSP) ou diminuiu durante o período de tratamento de 12 meses em 1,1 a 1,2 kg (3 ou
2 mg de DRSP diariamente). Comparativamente, um aumento de 0,5 kg foi observado em
pacientes tratadas com E2 isoladamente.
Mulheres que receberam DRSP em associação com estradiol durante estudo clínico
relataram menos edema periférico do que as tratadas com E2 isolado.
Em mulheres com angina pectoris, a administração de Angeliq®
(2mg de drospirenona)
durante 6 semanas, melhorou a adaptação ao estresse do fluxo coronário de reserva
(alteração relativa de + 14% vs. -15% no grupo placebo).
- Atividade anti-androgênica:
Assim como a progesterona natural, a DRSP apresenta propriedades anti-androgênicas.
- Efeitos sobre metabolismo de carboidratos:
A drospirenona não apresenta atividade glicocorticoide ou antiglicocorticoide e nenhum
efeito sobre a tolerância à glicose e resistência à insulina. A tolerância à glicose não é
modificada pelo uso de Angeliq®
.
- Outras propriedades:
exerce efeito positivo sobre o bem-estar e a qualidade de vida. Os efeitos
benéficos avaliados pelo “Women's Health Questionnaire" foram significativamente
superiores ao tratamento com E2 isoladamente (escore total). Este aumento foi devido,
principalmente, à melhora em sintomas somáticos, ansiedade/medos e dificuldades
cognitivas.
Estudos observacionais e o estudo do “Women’s Health Initiative” (WHI) com
estrogênios equinos conjugados (EEC) associados ao acetato de medroxiprogesterona
(AMP) sugerem uma redução na morbidade do câncer de cólon em mulheres na pós-
menopausa que utilizam TRH. No estudo WHI com monoterapia de EEC não foi
observada uma redução no risco. Não se sabe se estes achados também se estendem a
outros medicamentos para TRH.
Farmacocinética
- Drospirenona
- Absorção:
A DRSP é rápida e quase que totalmente absorvida quando administrada por via oral. As
concentrações séricas máximas da drospirenona, conforme indicadas na tabela a seguir,
são alcançadas em cerca de 1 hora após a ingestão de dose única ou múltipla de Angeliq®
A farmacocinética da DRSP é proporcional à dose dentro do intervalo de dose de 0,25 a 4
6
mg. A biodisponibilidade está compreendida entre 76 e 85%. A ingestão de alimentos não
exerce qualquer influência sobre a biodisponibilidade da DRSP quando comparado à
ingestão da drospirenona em jejum.
Parâmetro farmacocinético Angeliq®
1 mg E2 / 2 mg
DRSP*
Cmáx, dose única [ng/ml] 21,9
Cmáx, estado de equilíbrio [ng/ml] 35,9
ASC (0 – 24 h), dose única [ng/ml] 161
ASC (0 – 24 h), estado de equilíbrio
[ng/ml]
408
* dados para Angeliq®
foram calculados por interpolação entre as doses investigadas de 1
mg de DRSP + 1 mg de E2 e 4 mg de DRSP + 1 mg de E2.
Cmáx: concentração máxima
- Distribuição:
Após administração oral, os níveis séricos da DRSP diminuem em duas fases, com meia-vida
terminal média de cerca de 35 a 39 horas. A drospirenona liga-se à albumina sérica, mas não
à globulina de ligação aos hormônios sexuais (SHBG) ou à globulina de ligação aos
corticoides (CBG). Somente 3 a 5% das concentrações séricas totais do fármaco estão
presentes na forma de esteroides livres. A média do volume aparente de distribuição da
DRSP é de 3,7 a 4,2 l/kg.
- Metabolismo:
A drospirenona é amplamente metabolizada após administração oral. Os principais
metabólitos no plasma são: a forma ácida da DRSP, formada pela abertura do anel de
lactona e o 4,5-diidro-drospirenona-3-sulfato, ambos formados sem o envolvimento do
sistema P450. Verifica-se, a partir de dados de estudo in vitro, que a drospirenona é
metabolizada em pequena proporção pelo citocromo P450 3A4.
- Eliminação:
A depuração total da DRSP do soro é de 1,2 a 1,5 ml/min/kg. A drospirenona é eliminada
na forma inalterada apenas em quantidades mínimas. Seus metabólitos são excretados nas
fezes e urina a uma razão de excreção de aproximadamente 1,2 a 1,4. A meia-vida de
excreção dos metabólitos na urina e nas fezes é de cerca de 40 horas.
- Condições no estado de equilíbrio:
Após administração repetida diária de Angeliq®
, a concentração sérica máxima da DRSP
no estado de equilíbrio é alcançada conforme indicado na tabela anterior. As condições no
estado de equilíbrio são alcançadas após cerca de 10 dias de tratamento diário com
. Os níveis séricos de DRSP acumulam-se por um fator de cerca de 2 a 3 como
consequência da proporção entre a meia-vida terminal e o intervalo de administração do
medicamento.
7
- Estradiol
O E2 é rápida e completamente absorvido quando administrado por via oral. Durante a
absorção e a primeira passagem pelo fígado, o E2 sofre extensa metabolização reduzindo,
desta forma, a biodisponibilidade absoluta após administração oral a cerca de 5% da dose.
Concentrações máximas de cerca de 16 ou 22 pg/ml foram geralmente obtidas em 2 a 8
horas após administração oral única de Angeliq®
contendo 0,5 ou 1 mg de E2,
respectivamente. A ingestão de alimentos não exerce qualquer influência sobre a
biodisponibilidade do E2 quando comparado à ingestão do fármaco em jejum.
Após administração oral de Angeliq®
, em intervalos de 24 horas, observou-se apenas
alteração gradual dos níveis séricos de E2. Devido ao grande número de sulfatos e
glicuronídios de estrogênio em circulação e também à recirculação êntero-hepática, a
meia-vida terminal do E2 representa um parâmetro composto que é dependente de todos
estes processos e encontra-se no intervalo de cerca de 13 a 20 horas, após administração
oral.
O estradiol liga-se de forma inespecífica à albumina sérica e de forma específica à SHBG.
Apenas cerca de 1 a 2% do E2 circulante está presente na forma de esteroide livre, 40 a
45% estão ligados à SHBG. O E2 administrado por via oral induz a formação de SHBG
que influencia a distribuição com referência às proteínas séricas, promovendo aumento da
fração ligada à SHBG e diminuição da fração ligada à albumina e da fração não-ligada,
indicando não-linearidade da farmacocinética do E2 após a ingestão de Angeliq®
. O
volume aparente de distribuição de E2 após administração de dose única por via
intravenosa é de cerca de 1 l/kg.
O estradiol é rapidamente metabolizado e além de estrona e sulfato de estrona, um grande
número de outros metabólitos e conjugados são formados. Estrona e estriol são
conhecidos como metabólitos farmacologicamente ativos do E2; apenas a estrona ocorre
em concentrações relevantes no plasma. A estrona alcança níveis séricos
aproximadamente 6 vezes mais elevados do que os do E2. Os níveis séricos dos
conjugados de estrona são aproximadamente 26 vezes mais altos do que as concentrações
correspondentes de estrona livre.
Observa-se que a depuração metabólica é de cerca de 30 ml/min/kg. Os metabólitos do
E2 são excretado na urina e na bile, com meia-vida de aproximadamente 1 dia.
Após administração oral diária de Angeliq®
, as concentrações de E2 atingem o estado de
equilíbrio após cerca de 5 dias. Os níveis de E2 sérico acumulam-se em aproximadamente
2 vezes. Com um intervalo de dose de 24 horas, os níveis séricos médios no estado de
equilíbrio do E2 variam dentro do intervalo de 12 a 29 ou 20 a 43 pg/ml após
administração de Angeliq®
contendo 0,5 ou 1 mg de E2, respectivamente.
8
Populações especiais:
- Insuficiência hepática:
A farmacocinética de uma dose oral única de 3 mg de DRSP associada a 1 mg de E2 foi
avaliada em 10 pacientes com insuficiência hepática moderada (Child Pugh B) e 10
voluntárias saudáveis comparáveis em termos de idade, peso e histórico de tabagismo. Os
perfis concentração de DRSP sérica média versus tempo foram comparáveis em ambos os
grupos de mulheres durante as fases de absorção/distribuição com valores de Cmáx e tmáx
similares, sugerindo que a taxa de absorção não foi afetada pela insuficiência hepática. A
meia-vida terminal média foi prolongada em torno de 1,8 vezes e a exposição sistêmica
aumentou cerca de 2 vezes, correspondendo a uma diminuição de aproximadamente 50%
na depuração oral aparente (CL/f) em voluntárias com insuficiência hepática moderada
quando comparadas àquelas com função hepática normal. O declínio observado na
depuração da DRSP em voluntárias com insuficiência hepática moderada comparado ao
de voluntárias com função hepática normal não apresentou qualquer diferença aparente
em relação às concentrações séricas de potássio entre os dois grupos de voluntárias.
Mesmo na presença de diabetes e tratamento concomitante com espironolactona (dois
fatores que podem predispor a paciente à hipercalemia), não foi observado aumento nas
concentrações séricas de potássio acima do limite superior do intervalo de normalidade.
Portanto, pode-se concluir que a DRSP é bem tolerada em pacientes com insuficiência
hepática leve ou moderada (Child Pugh B).
- Insuficiência renal:
O efeito da insuficiência renal sobre a farmacocinética da DRSP (3 mg diariamente por
14 dias) foi investigado em mulheres com função renal normal e com insuficiência renal
leve e moderada. No estado de equilíbrio do tratamento com DRSP, os níveis séricos de
DRSP no grupo com insuficiência renal leve (depuração de creatinina de 50 a 80 ml/min)
foram comparáveis aos do grupo com função renal normal (depuração de creatinina maior
do que 80 ml/min). Os níveis séricos de DRSP foram em média 37% mais elevados no
grupo com insuficiência renal moderada (depuração de creatinina de 30 a 50 ml/min)
quando comparados com o grupo que apresenta função renal normal. A análise de
regressão linear da área sob a curva (AUC) dos valores de DRSP (0 a 24 h) em relação à
depuração de creatinina revelou aumento de 3,5%, com uma redução da depuração de
creatinina de 10 ml/min. Não se espera que este leve aumento tenha relevância clínica.
- Grupos Étnicos:
O impacto de fatores étnicos sobre a farmacocinética da DRSP (1 – 6 mg) e etinilestradiol
(0,02mg) foi estudado após administração oral de doses única e repetida diariamente em
mulheres sadias, jovens, caucasianas e japonesas. Os resultados mostraram que as
diferenças étnicas entre as mulheres caucasianas e japonesas não tiveram influência
clinicamente relevante sobre a farmacocinética da DRSP e etinilestradiol.
Dados de segurança pré-clínicos
Os dados pré-clínicos baseados em estudos convencionais de toxicidade de dose repetida,
genotoxicidade, potencial carcinogênico e toxicidade para reprodução não indicaram
riscos relevantes para seres humanos.
No entanto, deve-se considerar que esteroides sexuais podem promover o crescimento de
9
certos tecidos e tumores dependentes de hormônios.
A terapia de reposição hormonal (TRH) não deve ser iniciada na presença de
qualquer condição listada a seguir:
- sangramento vaginal anormal não-diagnosticado;
- diagnóstico ou suspeita de câncer de mama;
- diagnóstico ou suspeita de condições pré-malignas ou malignas dependentes de
esteroides sexuais;
- presença ou histórico de tumores hepáticos (benignos ou malignos);
- doença hepática grave;
- presença ou histórico de doença renal grave enquanto os valores da função renal
não retornarem ao normal;
- tromboembolismo arterial agudo (por exemplo, infarto do miocárdio, acidente
vascular cerebral);
- presença de trombose venosa profunda, distúrbios tromboembólicos ou
antecedentes destas condições;
- alto risco de trombose venosa ou arterial;
- hipertrigliceridemia grave;
- gravidez ou lactação (vide item “Gravidez e lactação”);
- hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos componentes do
medicamento.
Se qualquer uma das condições citadas anteriormente ocorrer pela primeira vez
durante o uso da TRH, a sua utilização deve ser descontinuada imediatamente.
Angeliq®
não pode ser usado como contraceptivo.
Antes de iniciar a terapia, todas as condições/fatores de risco mencionados a seguir
devem ser considerados ao determinar o risco/benefício do tratamento para cada
paciente.
Durante o uso da TRH, a terapia deve ser descontinuada imediatamente caso ocorra
qualquer uma das condições citadas no item Contraindicações, assim como nas
seguintes situações:
- enxaqueca ou cefaleias frequentes com intensidade fora do habitual que ocorram
pela primeira vez ou se houver quaisquer outros sintomas que sejam possíveis sinais
prodrômicos de acidente cerebrovascular;
- recorrência de icterícia ou prurido colestáticos que tenham surgido pela primeira
vez durante gravidez ou uso prévio de esteroides sexuais;
- sintomas ou suspeita de um evento trombótico.
No caso de ocorrência ou agravamento das condições ou fatores de riscos descritos a
seguir, a análise individual do risco/benefício deve ser realizada novamente, levando-
se em consideração a possível necessidade de descontinuação da terapia.
O potencial para risco sinérgico aumentado de trombose deve ser considerado em
mulheres que apresentem uma combinação de fatores de risco ou um determinado
10
fator de risco de maior gravidade . Esse fator de risco pode ser maior que o simples
risco cumulativo dos fatores de risco. A TRH não deve ser prescrita quando a
avaliação risco/benefício for desfavorável.
Tromboembolismo venoso
Estudos epidemiológicos e estudos controlados randomizados sugerem um aumento
do risco relativo de desenvolvimento de tromboembolismo venoso (TEV), ou seja,
trombose venosa profunda ou embolia pulmonar. Portanto, a relação risco-benefício
deve ser cuidadosamente avaliada, em conjunto com a paciente, quando se
prescrever TRH para mulheres que apresentem fator de risco para TEV.
Os fatores de risco geralmente reconhecidos para TEV incluem história pessoal ou
familiar (a ocorrência de TEV em um familiar em primeiro grau, em idade
relativamente precoce, pode indicar predisposição genética) e obesidade grave. O
risco de TEV também aumenta com a idade. Não há consenso sobre a possível
influência de veias varicosas no desenvolvimento de TEV.
O risco de TEV pode estar temporariamente aumentado em casos de imobilização
prolongada, cirurgia eletiva ou pós-traumática de grande porte ou trauma extenso.
Dependendo da natureza da ocorrência e da duração da imobilização, deve-se
considerar a interrupção temporária da TRH.
Tromboembolismo arterial
Dois grandes estudos clínicos realizados com estrogênios equinos conjugados (EEC)
combinados com acetato de medroxiprogesterona (AMP), em esquema de
administração contínua, indicaram um possível aumento do risco de cardiopatia
coronariana no primeiro ano de uso e nenhum benefício após este período. Um
estudo clínico abrangente, realizado com EEC administrados isoladamente, indicou
um potencial para redução da taxa de cardiopatia coronariana em mulheres com
idade entre 50 e 59 anos e nenhum benefício geral na população total estudada.
Como desfecho secundário, verificou-se um aumento de 30 a 40% no risco de
acidente vascular cerebral em dois grandes estudos clínicos realizados com EEC
administrados isoladamente ou em combinação com AMP. Não se sabe se estes
achados também se aplicam a outros medicamentos para TRH ou para vias de
administração não-oral.
Doenças da vesícula biliar
O aumento da litogenicidade da bile provocado por estrogênios é conhecido.
Algumas mulheres são predispostas a desenvolver doenças da vesícula biliar durante
a terapia estrogênica.
Demência
Existe evidência limitada, observada em estudos clínicos realizados com produtos
contendo estrogênios equinos conjugados (EEC), de que a terapia hormonal pode
aumentar o risco de provável demência, se iniciada em mulheres com idade igual ou
superior a 65 anos. O risco pode diminuir se o tratamento for iniciado próximo da
menopausa, como observado em outros estudos. Não se sabe se estes achados
também se estendem a outros medicamentos para TRH.
11
Tumores
- Câncer de mama
Estudos clínicos e observacionais relataram aumento do risco de se ter diagnosticado
câncer de mama em mulheres que usaram TRH por vários anos. Estes achados
podem ser devido ao diagnóstico precoce, aos efeitos da promoção do crescimento de
tumores preexistentes ou à combinação de ambos.
A estimativa para o risco relativo global de diagnóstico de câncer de mama
fornecida em mais de 50 estudos epidemiológicos variou entre 1 e 2, na maioria dos
estudos.
O risco relativo aumenta com a duração do tratamento e pode ser menor ou
possivelmente neutro com medicamentos contendo somente estrogênios.
Dois grandes estudos clínicos randomizados, realizados com estrogênios equinos
conjugados (EEC) administrados isoladamente ou em combinação com AMP em uso
contínuo, apresentaram riscos estimados de 0,77 (IC 95%: 0,59 – 1,01) ou de 1,24
(IC 95%: 1,01 – 1,54) após aproximadamente 6 anos de uso de TRH. Não se sabe se
o risco aumentado também se aplica a outros medicamentos para TRH.
Aumentos similares em diagnóstico de câncer de mama são observados, por
exemplo, nos casos de atraso da menopausa natural, ingestão de bebida alcoólica ou
adiposidade.
O aumento no risco desaparece dentro de poucos anos após a descontinuação do uso
da TRH.
A TRH aumenta a densidade de imagens mamográficas, o que pode afetar
adversamente a detecção radiológica do câncer de mama em alguns casos.
- Câncer endometrial
A exposição prolongada a estrogênios administrados isoladamente aumenta o risco
de desenvolvimento de hiperplasia ou carcinoma endometrial. Estudos sugerem que
a adição apropriada de progestógeno na terapia elimina esse aumento no risco. A
adição de DRSP opõe-se ao desenvolvimento de hiperplasia endometrial promovida
por estrogênios.
- Tumor hepático
Após o uso de hormônios como os contidos em medicamentos destinados à TRH,
foram observados, em casos raros, tumores hepáticos benignos e, mais raramente,
tumores malignos que, em casos isolados, ocasionaram hemorragias intra-
abdominais com risco para a vida da paciente. Se ocorrer dor no abdome superior,
hepatomegalia ou sinais de hemorragia intra-abdominal deve-se incluir tumor
hepático nas considerações diagnóstico-diferenciais.
Outras condições
Não foi estabelecida uma associação geral entre o uso da TRH e o desenvolvimento
de hipertensão clínica. Foram relatados pequenos aumentos na pressão arterial em
usuárias de TRH; os aumentos clinicamente relevantes são raros. Entretanto, se em
12
determinada paciente se desenvolver hipertensão mantida, clinicamente
significativa, deve-se considerar a descontinuação da TRH.
apresenta potencial para diminuir a pressão arterial em mulheres
hipertensas. Não são esperadas alterações relevantes na pressão arterial em
mulheres normotensas.
A capacidade de excreção de potássio pode estar limitada em pacientes com
insuficiência renal. Em um estudo clínico, a ingestão de drospirenona (DRSP) não
apresentou efeito sobre a concentração sérica de potássio em pacientes com
insuficiência renal leve ou moderada. Pode existir risco teórico de hipercalemia
apenas em pacientes cujo nível de potássio sérico antes do início do uso de TRH
esteja no limite superior da normalidade e que, adicionalmente, estejam utilizando
medicamentos poupadores de potássio.
Distúrbios moderados da função hepática, incluindo hiperbilirrubinemias, tais como
as síndromes de Dubin-Johnson ou de Rotor, necessitam de supervisão rigorosa e
monitoramento periódico da, função hepática. Em caso de alteração dos
marcadores da função hepática, deve-se descontinuar a TRH.
Mulheres com níveis moderadamente elevados de triglicérides necessitam de
acompanhamento especial. A TRH, nestes casos, pode estar associada a um aumento
adicional no nível de triglicérides, levando ao risco de pancreatite aguda.
Embora a TRH possa ter efeito na resistência periférica à insulina e na tolerância à
glicose, geralmente não há necessidade de alterar o regime terapêutico para
pacientes com diabetes em uso de TRH. Entretanto, estas pacientes devem ser
cuidadosamente monitoradas durante a terapia.
Algumas pacientes podem desenvolver manifestações indesejáveis geradas pela
estimulação estrogênica durante a TRH, como sangramento uterino anormal. Se
durante a terapia ocorrer sangramento uterino anormal de forma frequente ou
persistente, recomenda-se avaliação endometrial.
Leiomiomas uterinos (miomas) podem aumentar de tamanho sob a influência de
estrogênios. Caso seja observado este aumento, o tratamento deve ser
descontinuado.
Se ocorrer reativação de endometriose durante a TRH, recomenda-se a
descontinuação do tratamento.
Se a paciente apresentar diagnóstico de prolactinoma, é necessário um
acompanhamento médico rigoroso, incluindo avaliação periódica dos níveis de
prolactina.
Ocasionalmente pode ocorrer cloasma, especialmente em mulheres com história de
cloasma gravídico. Mulheres com tendência a cloasma devem evitar exposição ao sol
ou à radiação ultravioleta enquanto estiverem em utilizando TRH.
Foi relatado que a TRH pode propiciar o desenvolvimento ou agravar as afecções
listadas a seguir. Embora não exista evidência conclusiva da associação com a TRH,
as mulheres que apresentarem alguma das condições abaixo e que estiverem em
terapia de reposição hormonal devem ser cuidadosamente monitoradas.
- epilepsia;
- doença benigna da mama;
- asma;
- enxaqueca;
13
- porfiria;
- otosclerose;
- lúpus eritematoso sistêmico;
- coreia menor.
Em mulheres com angioedema hereditário, o uso de estrogênios exógenos pode
induzir ou intensificar sintomas de angioedema.
Gravidez e lactação
Angeliq
não deve ser utilizado durante a gravidez e a lactação (vide item
“Contraindicações”). Caso a paciente engravide durante o uso de Angeliq
, o
tratamento deve ser descontinuado imediatamente. Não existem dados clínicos sobre
exposição ao Angeliq®
durante a gestação. Estudos com animais demonstraram
reações adversas durante a gestação e a lactação (vide item “Dados de segurança
pré-clíncos”). O risco potencial para humanos é desconhecido. Os resultados de
estudos epidemiológicos até o momento não indicaram efeito teratogênico
decorrente da ingestão inadvertida de associações de estrogênio/progestógeno
durante a gestação.
Pequenas quantidades de DRSP são excretadas com o leite materno.
Consultas / exames médicos
Antes de iniciar ou retomar o uso da TRH, é necessário obter o histórico clínico
detalhado e realizar exame clínico completo, considerando os itens descritos em
“Contraindicações” e “Advertências e Precauções”; estes acompanhamentos devem
ser repetidos periodicamente durante o uso da TRH. A frequência e a natureza
destas avaliações devem ser baseadas em condutas médicas estabelecidas e
adaptadas a cada usuária, mas, em geral, devem incluir pressão arterial, mamas,
abdome e órgãos pélvicos, incluindo citologia cervical.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas
Efeitos de outros medicamentos sobre Angeliq®
Um aumento da depuração de hormônios sexuais consequente à indução de enzimas
hepáticas pode resultar em concentrações plasmáticas mais baixas do estrógeno, do
progestógeno ou de ambos, o que pode reduzir a eficácia clínica do fármaco e
eventualmente causar sangramento irregular. A indução enzimática máxima
geralmente não é observada antes de duas ou três semanas, mas pode ser mantida
por, no mínimo, 4 semanas após o término da terapia com algum desses fármacos.
Substâncias que aumentam a depuração de TRHs (diminuição da eficácia de TRHs
consequente à indução enzimática), por exemplo:
fenitoína, barbitúricos, primidona, carbamazepina, rifampicina, e possivelmente
também oxcarbazepina, topiramato, felbamato, griseofulvina e produtos que
contenham erva-de-São-João.
14
Substâncias com efeito variável na depuração de TRHs, por exemplo:
Quando coadministrados com TRHs, muitos inibidores da protease HIV/HCV e
inibidores não-nucleosídicos da transcriptase reversa podem aumentar ou reduzir a
concentração plasmática do estrogênio ou do progestógeno ou de ambos. Estas
alterações podem ser clinicamente relevantes em alguns casos.
Substâncias que diminuem a depuração de TRHs (inibidores enzimáticos)
Inibidores fortes e moderados do CYP3A4, tais como antifúngicos azólicos (por
exemplo, itraconazol, voriconazol, fluconazol), verapamil, macrolídeos (por
exemplo, claritromicina, eritromicina), diltiazem e suco de toranja podem aumentar
as concentrações plasmáticas do progestógeno ou do estrogênio ou de ambos.
Em um estudo de dose múltipla com uma associação de drospirenona (3 mg/dia) /
estradiol (1,5 mg/dia), a coadministração do cetoconazol, forte inibidor do CYP3A4,
por 10 dias aumentou a ASC (0-24 h) da drospirenona em 2,30 vezes (IC 90%: 2,08;
2,54). Nenhuma alteração foi observada para estradiol, embora o ASC (0-24 h) da
estrona, seu metabólito menos potente, tenha aumentado 1,39 vezes (IC 90%: 1,27;
1,52).
Interação com bebidas alcoólicas
A ingestão aguda de bebidas alcoólicas durante a TRH pode ocasionar elevação nos
níveis de estradiol circulante.
Efeitos de Angeliq®
sobre outros medicamentos
In vitro, a drospirenona é capaz de inibir fraca a moderadamente as enzimas do
citocromo P450 CYP1A1, CYP2C9, CYP2C19 e CYP3A4.
Com base em estudos de interação in vivo, em voluntárias utilizando omeprazol,
sinvastatina, ou midazolam como substratos marcadores, que é improvável a
interação clinicamente relevante da drospirenona na dose de 3 mg com o
metabolismo de outros fármacos mediado pelo citocromo P450.
Interação farmacodinâmica com anti-hipertensivos e antiinflamatórios não-
esteroidais (AINEs)
Mulheres hipertensas que fazem uso de Angeliq®
e medicação anti-hipertensiva,
como por exemplo, inibidores da ECA, antagonistas dos receptores de angiotensina
II e hidroclorotiazida, podem apresentar diminuição adicional na pressão arterial.
É improvável o aumento no potássio sérico com o uso conjunto de Angeliq®
e
antiinflamatórios não-esteroidais ou medicamentos anti-hipertensivos. O uso
concomitante desses três tipos de medicação pode causar um pequeno aumento no
potássio sérico, mais pronunciado em mulheres diabéticas.
Alterações em exames laboratoriais
O uso de esteroides sexuais pode influenciar os resultados de certos exames
laboratoriais, incluindo parâmetros bioquímicos das funções hepática, tiroidiana,
adrenal e renal; níveis plasmáticos de proteínas (transportadoras), por exemplo,
15
globulina de ligação aos hormônios sexuais, frações lipídicas/lipoproteicas; e
parâmetros da coagulação e fibrinólise. As alterações geralmente permanecem
dentro do intervalo laboratorial considerado normal. A tolerância à glicose não foi
afetada pelo uso de Angeliq®
.
Angeliq®
deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15ºC e 30ºC). Proteger da
umidade.
O prazo de validade de Angeliq®
é de 36 meses a partir da data de sua fabricação.
“Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.”
“Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua
embalagem original.”
Características organolépticas
apresenta-se na forma de comprimidos revestidos de cor vermelho rosado sem
odor ou gosto característico.
“Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.”
“Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.”
Angeliq
deve ser administrado por via oral.
Início do tratamento:
No caso da paciente não ter utilizado estrogênio no mês anterior ou se estiver mudando de
um medicamento contendo associação de uso contínuo, pode iniciar o tratamento com
em qualquer dia.
Mulheres que estão mudando de uma TRH contínua sequencial ou cíclica devem
completar o ciclo atual de terapia antes de iniciar a terapia com Angeliq®
.
Dose:
A paciente deve ingerir um comprimido ao dia.
Administração:
Cada cartela contém 28 dias de tratamento. O tratamento é contínuo, isto é, cada cartela é
iniciada no dia seguinte à ingestão do último comprimido da cartela anterior, sem
intervalo de pausa.
Os comprimidos devem ser ingeridos inteiros com pequena quantidade de líquido,
independentemente da ingestão de alimentos.
Os comprimidos devem ser ingeridos, de preferência, mantendo-se aproximadamente o
mesmo horário de cada dia.
Comprimidos esquecidos
Se ocorrer esquecimento da ingestão de um comprimido, a paciente deve tomá-lo assim
que possível. Se houver transcorrido mais de 24 horas, não se deve ingerir o comprimido
esquecido. Se houver esquecimento de vários comprimidos, poderá ocorrer sangramento.
Informações adicionais para populações especiais:
16
- Crianças e adolescentes
Angeliq®
não é indicado para o uso em crianças e adolescentes.
- Pacientes idosas
Não existem dados que sugiram a necessidade de ajuste de dose em pacientes idosas. Para
mulheres com 65 anos ou mais vide item “Advertências e precauções”.
- Pacientes com insuficiência hepática
Em mulheres com insuficiência hepática leve ou moderada, a DRSP é bem tolerada (vide
item “Farmacocinética”). Angeliq®
é contraindicado em mulheres com doença hepática
grave (vide item “Contraindicações”).
- Pacientes com insuficiência renal
Em mulheres com insuficiência renal leve ou moderada, foi observado um pequeno
aumento na exposição da DRSP, no entanto não é esperado ser de relevância clínica (vide
é contraindicado em mulheres com doença renal
“Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.”
Resumo do perfil de segurança:
As reações adversas graves que estão associadas à utilização de terapia de reposição
hormonal estão também descritas no item “Advertências e Precauções”.
As reações adversas mais frequentemente relatadas com uso de Angeliq®
são
mastalgia, sangramento do trato genital feminino e dores abdominais e
gastrintestinais. Estas reações ocorrem em 6% ou mais das usuárias.
Sangramentos irregulares geralmente diminuem com a continuação do tratamento
(vide item “Farmacodinâmica - Efeitos da drospirenona”). A frequência de
sangramentos diminui com a duração do tratamento.
As reações adversas graves incluem eventos tromboembólicos arteriais e venosos e
câncer de mama.
Resumo tabulado das reações adversas:
As frequências das reações adversas relatadas nos estudos clínicos com Angeliq®
estão resumidas na tabela a seguir. Estas reações adversas foram registradas em 13
estudos clínicos fases II e III com Angeliq®
(1 mg E2/ 2 mg DRSP) e com outras
combinações contendo 1 mg E2/ 0,5 mg DRSP; 1 mg E2/ 1 mg DRSP; 1 mg E2/ 3 mg
DRSP (N = 2.842=100%).
As reações adversas estão representadas em ordem decrescente de gravidade,
separadas por grupo de frequência. As frequências foram definidas como: muito
comum (≥ 1/10), comum (≥ 1/100 a < 1/10), incomum (≥ 1/1.000 a < 1/100) e rara (≥
1/10.000 a < 1/1.000).
17
Tabela: Angeliq®
(1 mg E2/ 2 mg DRSP) e outras combinações contendo 1 mg E2/
0,5 mg DRSP; 1 mg E2/ 1 mg DRSP; 1 mg E2/ 3 mg DRSP
Classificação por
sistema corpóreo
Muito comum comum incomum
Distúrbios
psiquiátricos
Labilidade
emocional
Distúrbios no
sistema nervoso
Enxaqueca
vasculares
eventos
tromboembólicos
arteriais e venosos*
gastrintestinais
Dores abdominais e
sistema
reprodutivo e nas
mamas
Mastalgia***,
sangramento do
trato genital
feminino
Pólipo cervical Câncer de mama**
Foi utilizado o termo MedDRA (versão 13.0) para descrever as reações adversas dos
estudos clínicos. Os diferentes termos MedDRA que representam os mesmos
fenômenos clínicos foram agrupados como uma única reação adversa para evitar
diluir ou ocultar o verdadeiro efeito.
* a evidência relacionada ao grau de parentesco e a frequência estimada foram
derivadas de estudos epidemiológicos com Angeliq®
(EURAS HRT).
“Eventos tromboembólicos arteriais e venosos” resumem as seguintes entidades
médicas: oclusão venosa profunda periférica; trombose e embolia/ oclusão
vascular pulmonar; trombose, embolia e infarto/ infarto do miocárdio/ infarto
cerebral e acidente vascular cerebral não caracterizado como hemorrágico.
** a evidência relacionada ao grau de parentesco foi derivada dos dados da
experiência pós-comercialização, e a frequência estimada foi derivada de
estudos clínicos com Angeliq®
.
*** incluindo desconforto nas mamas.
Para informações adicionais sobre eventos tromboembólicos arteriais e venosos,
câncer de mama e enxaqueca vide item “Advertências e Precauções”.
Descrição das reações adversas selecionadas:
As reações adversas com frequência muito baixa ou aparecimento tardio de
sintomas considerados relacionadas ao grupo de medicamentos combinados de uso
contínuo para terapia de reposição hormonal estão listadas a seguir (vide item
“Advertências e precauções”):
Tumores:
- tumores hepáticos (benigno e maligno)
18
- condições malignas e pré-malignas influenciadas por esteroides sexuais (se uma
determinada condição é conhecida, constitui-se uma contraindicação para o uso de
Angeliq®
).
Outras condições:
- doença da vesícula biliar (sabe-se que os estrogênios aumentam a litogenicidade da
bile);
- demência (existe evidência limitada, a partir de estudos clínicos com produtos
contendo estrogênios equinos conjugados (EEC), de que a terapia hormonal pode
aumentar o risco de provável demência se iniciada em mulheres com idade igual ou
superior a 65 anos. O risco pode diminuir se o tratamento for iniciado próximo da
menopausa, como observado em outros estudos. Não se sabe se estes achados
também se estendem a outros medicamentos para TRH);
- câncer endometrial (estudos sugerem que a adição apropriada de progestógeno na
terapia elimina o aumento no risco resultante da terapia utilizando apenas
estrogênios);
- hipertensão (Angeliq®
tem potencial para diminuir a pressão arterial em mulheres
hipertensas);
- distúrbios da função hepática;
- hipertrigliceridemia (risco aumentado de pancreatite em usuárias de TRH);
- alterações na tolerância à glicose ou efeito na resistência periférica à insulina;
- aumento do tamanho de leiomiomas uterinos;
- reativação de endometriose;
- prolactinoma (risco de agravamento de hiperprolactinemia ou indução de
crescimento do tumor);
- cloasma;
- icterícia e/ou prurido relacionado à colestase;
- ocorrência ou agravamento de condições para as quais a associação com TRH não
é conclusiva: epilepsia, doença benigna da mama, asma, porfiria, lúpus eritematoso
sistêmico, otosclerose, coreia menor;
- em mulheres com angioedema hereditário, o uso de estrogênios exógenos pode
induzir ou intensificar os sintomas de angioedema;
- hipersensibilidade (incluindo erupção cutânea e urticária).
“Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br, ou para Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.”