Bula do Atlansil produzido pelo laboratorio Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda
para o Paciente com todas as informações sobre este medicamento
ATLANSIL
(cloridrato de amiodarona)
Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda.
Solução Injetável
150MG/3ML
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Esta bula sofreu aumento de tamanho para adequação à legislação vigente da ANVISA.
Esta bula é continuamente atualizada. Favor proceder a sua leitura antes de utilizar o medicamento.
ATLANSIL®
cloridrato de amiodarona
APRESENTAÇÃO
Solução injetável 150 mg/3mL: embalagem com 50 ampolas de 3 mL.
USO INTRAVENOSO (IV). USO ADULTO.
COMPOSIÇÃO
Cada ampola de 3 mL de ATLANSIL contém 150 mg de cloridrato de amiodarona
Excipientes: álcool benzílico, polissorbato 80, água para injetáveis.
ATLANSIL é indicado para os seguintes casos:
- distúrbios graves do ritmo cardíaco, inclusive aqueles resistentes a outras terapêuticas;
- taquicardia ventricular sintomática (aumento da frequência cardíaca que se origina nos ventrículos do coração);
- taquicardia supraventricular sintomática (aumento da frequência cardíaca que se origina nos átrios do coração);
- alterações do ritmo cardíaco associadas à síndrome de Wolff-Parkinson-White (uma forma de arritmia, que é
uma alteração na frequência ou no ritmo dos batimentos cardíacos).
Devido às propriedades farmacológicas da amiodarona, ATLANSIL é particularmente indicado quando os
distúrbios do ritmo forem capazes de agravar uma patologia clínica subjacente [insuficiência coronariana (dor no
peito é o sintoma mais comum), insuficiência cardíaca].
ATLANSIL é um produto que contém em sua fórmula o cloridrato de amiodarona. Esta substância tem a
finalidade de regularizar as alterações dos batimentos cardíacos (arritmias), que podem ocorrer em alguns tipos
de doença.
A ação inicial após administração oral varia de 2-3 dias até 3-6 semanas. O efeito terapêutico de ATLANSIL
deve-se ao acúmulo do cloridrato de amiodarona nos tecidos.
Você não deve utilizar ATLANSIL nos seguintes casos:
- bradicardia sinusal (diminuição da frequência cardíaca), bloqueio sinoatrial (bloqueio na propagação dos
impulsos elétricos nesta parte do coração) e doença do nó sinusal (estrutura do coração responsável pela função
de marcar o passo natural), devido ao risco de parada sinusal, distúrbios severos de condução atrioventricular
(na condução dos impulsos elétricos nesta parte do coração), a menos que você esteja com um marcapasso
implantado;
- associação com medicamentos que possam induzir torsade de pointes (alteração grave nos batimentos
cardíacos) (vide Interações Medicamentosas);
- disfunção da tireoide;
- alergia ao iodo, à amiodarona ou a quaisquer componentes da fórmula;
- gravidez, exceto em circunstâncias excepcionais;
- amamentação.
Todas estas contraindicações listadas não se aplicam quando a amiodarona é utilizada na sala de emergência, em
casos de fibrilação ventricular resistente a ressuscitação cardiopulmonar por choque.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe
imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
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ADVERTÊNCIAS
Distúrbios cardíacos (vide item 8. Quais os males que este medicamento pode me causar?)
Foi reportado o aparecimento de novas arritmias (alteração na frequência ou no ritmo dos batimentos cardíacos)
ou a piora de arritmias tratadas, algumas vezes de forma fatal. É importante, porém difícil, diferenciar uma falta
de efeito do medicamento de um efeito pró-arrítmico associado ou não a uma piora da condição cardíaca. Os
efeitos pró-arrítmicos são mais raramente reportados com amiodarona do que com outros agentes antiarrítmicos,
e geralmente ocorrem no contexto de fatores que prolongam o intervalo QT, tais como interações
medicamentosas e/ou distúrbios eletrolíticos (vide item 4. O que devo saber antes de usar este medicamento -
Interações Medicamentosas e item 8. Quais os males que este medicamento pode me causar?). Apesar do
prolongamento do intervalo QT, a amiodarona exibe baixa atividade torsadogênica (capacidade de provocar
alterações no eletrocardiograma chamadas torsade de pointes).
A ação farmacológica da amiodarona induz alterações no eletrocardiograma (exame que avalia a variação dos
potenciais elétricos gerados pela atividade elétrica do coração), tais como prolongamento do intervalo QT
(relacionado ao prolongamento da repolarização) com possível desenvolvimento de onda U (um dos eventos
avaliados no eletrocardiograma). Entretanto, estas alterações não indicam intoxicação.
Em pacientes idosos, a redução da frequência cardíaca pode ser mais pronunciada.
O tratamento deve ser descontinuado no caso de aparecimento de bloqueio atrioventricular (alteração
eletrocardiográfica) de 2º ou 3º grau, bloqueio sinoatrial ou de bloqueio bi-fascicular.
Distúrbios pulmonares (vide item 8. Quais os males que este medicamento pode me causar?)
O aparecimento de dispneia (falta de ar) ou tosse não produtiva pode estar relacionado à toxicidade pulmonar tal
como pneumonite intersticial (tipo de pneumonia). Casos muito raros de pneumonite intersticial têm sido
relatados com o uso intravenoso de amiodarona. Deve-se realizar raio-X de tórax, quando há suspeita de
pneumonite em pacientes que desenvolveram dispneia de esforço, isolada ou associada com piora do estado
geral (cansaço, perda de peso, febre). A terapia com amidarona deve ser reavaliada visto que a pneumonite
intersticial é geralmente reversível após a retirada precoce de amiodarona (sinais clínicos geralmente regridem
dentro de 3 a 4 semanas, seguido por lenta melhora da função pulmonar e radiológica dentro de alguns meses), e
deve ser considerado um tratamento com corticosteroides.
Foram observados casos muito raros de complicações respiratórias severas, às vezes fatais, geralmente no
período imediato após uma cirurgia (síndrome de angústia respiratória do adulto); isto pode estar relacionado
com altas concentrações de oxigênio (vide item 4. O que devo saber antes de usar este medicamento - Interações
Medicamentosas e item 8. Quais os males que este medicamento pode me causar?).
Distúrbios do fígado (vide item 8. Quais os males que este medicamento pode me causar?)
Um monitoramento cuidadoso dos testes de função hepática (transaminases - enzimas do fígado) é recomendável
assim que o uso da amiodarona for iniciado e regularmente durante o tratamento. Podem ocorrer distúrbios
hepáticos agudos (incluindo insuficiência hepatocelular severa ou insuficiência do fígado, algumas vezes fatal) e
crônicos, com o uso de amiodarona nas formas oral e intravenosa e nas primeiras 24 horas da administração por
via IV. Portanto, a dose de amiodarona deve ser reduzida ou o tratamento descontinuado se o aumento de
transaminases exceder três vezes o valor normal.
Os sinais clínicos e biológicos de insuficiência hepática crônica decorrentes do uso oral de amiodarona podem
ser mínimos (aumento do fígado, aumento das transaminases em até 5 vezes os valores normais) e reversíveis
após a suspensão do tratamento, contudo foram relatados casos fatais.
Reações bolhosas severas
Reações cutâneas com risco de morte ou até mesmo fatais Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e necrólise
epidérmica tóxica (NET) (vide item 8. Quais os males que este medicamento pode me causar?).
Se sinais ou sintomas de SSJ ou NET (rash cutâneo progressivo frequentemente com bolha ou lesão na mucosa)
aparecerem o tratamento com amiodarona deve ser descontinuado imediatamente.
Anestesia (vide item 4. O que devo saber antes de usar este medicamento - Interações Medicamentosas e item 8.
Quais os males que este medicamento pode me causar?)
Antes da cirurgia, o anestesista deve ser informado sobre o tratamento com amiodarona.
Hipertireoidismo (produção excessiva de hormônios tireoidianos - T3 e T4) (item 4. O que devo saber antes de
usar este medicamento - Interações Medicamentosas e item 8. Quais os males que este medicamento pode me
causar?)
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O hipertireoidismo pode ocorrer durante o tratamento com amiodarona ou em até alguns meses após a
descontinuação. As características clínicas, normalmente leves, como a perda de peso, princípio de arritmia,
angina e insuficiência cardíaca congestiva devem alertar o médico. O diagnóstico é sustentado por uma
diminuição clara nos níveis séricos de TSH ultrassensível (hormônio que induz a maior ou menor atividade da
tireoide) . Nesse caso, a administração de amiodarona deve ser suspensa. A recuperação geralmente ocorre
dentro de alguns meses após a suspensão do tratamento; a recuperação clínica antecede a normalização dos testes
da função tireoidiana. Casos graves, com presença clínica de tireotoxicose (disfunção da glândula tireoide), às
vezes fatais, requerem tratamento terapêutico de emergência. O tratamento deve ser ajustado individualmente:
medicamentos antitireoidianos (que nem sempre são efetivos), terapia com corticosteroides, betabloqueadores.
Distúrbios neuromusculares (dos músculos e nervos) (vide item 8. Quais os males que este medicamento pode
me causar?)
A amiodarona pode induzir a neuropatia (doença do sistema nervoso) sensitivo-motora periférica e/ou miopatia
(doença muscular). A recuperação após suspensão do tratamento geralmente ocorre dentro de alguns meses, mas
algumas vezes de forma incompleta.
Distúrbios oculares (dos olhos)
Se ocorrer diminuição da visão ou a mesma ficar embaçada, deve-se fazer prontamente um exame oftalmológico
completo, incluindo fundoscopia (avaliação do fundo do olho). O aparecimento de neuropatia óptica e/ou neurite
(inflamação do nervo) óptica que são distúrbios do nervo óptico (do olho) requer a suspensão do tratamento com
amiodarona, já que pode levar a cegueira.
PRECAUÇÕES
Uma vez que os efeitos adversos (vide item 8. Quais os males que este medicamento pode me causar?) são
geralmente dose-relacionados, deve ser administrada a dose mínima efetiva de manutenção.
Durante o tratamento com ATLANSIL, você deve evitar a exposição aos raios solares e utilizar medidas de
proteção (vide item 8. Quais os males que este medicamento pode me causar?).
Monitoramento (vide item 4. O que devo saber antes de usar este medicamento - Advertências e item 8. Quais
os males que este medicamento pode me causar?)
Antes do início do tratamento com amiodarona, é recomendada a realização de ECG (eletrocardiograma) e
avaliação de potássio sérico. O monitoramento das transaminases e ECG é recomendado durante o tratamento.
Além disso, como a amiodarona pode induzir o hipotireoidismo (produção insuficiente de hormônio tireoide) ou
hipertireoidismo (produção excessiva de hormônio tireoide), particularmente em pacientes com histórico de
distúrbios da tireoide, o monitoramento clínico e biológico (TSH ultrassensível) é recomendado antes de iniciar
o tratamento com amiodarona. Este monitoramento deve ser conduzido durante o tratamento e por vários meses
após a sua descontinuação. O nível sérico de TSH ultrassensível deve ser avaliado quando há suspeita de
disfunção da tireoide.
Em particular, no contexto da administração crônica de medicamentos antiarrítmicos, foram relatados casos de
aumento na desfibrilação ventricular e/ou limiar de estimulação do marcapasso ou do dispositivo cardioversor
desfibrilador implantável , afetando potencialmente sua eficácia. Portanto, verificações repetidas da função do
aparelho são recomendadas antes do início e durante o tratamento com amiodarona.
Anormalidades do hormônio tireoidiano (vide item 8. Quais os males que este medicamento pode me causar?)
A presença de iodo na molécula da amiodarona pode alterar o resultado de alguns testes tireoidianos (fixação do
iodo radioativo, PBI), mas isto não impede a avaliação da função da tireoide através de outros testes (T3 livre,
T4 livre e TSH ultrassensível).
A amiodarona inibe a conversão periférica de tiroxina (T4) em triiodotiroxina (T3) (hormônios produzidos pela
tireoide) e pode causar alterações bioquímicas isoladas (aumento do nível sérico de T4 livre, com leve redução
ou mesmo nível normal de T3 livre), em pacientes clinicamente eutireoidianos (função normal da tireoide).
Nesses casos, não há razão para a descontinuação do tratamento.
Deve-se suspeitar de hipotireoidismo se os seguintes sinais clínicos, geralmente leves, ocorrerem: ganho de peso,
intolerância ao frio, diminuição das atividades, bradicardia excessiva. O diagnóstico é comprovado pelo claro
aumento do nível sérico de TSH ultrassensível. O eutireoidismo é geralmente obtido dentro de 1 a 3 meses após
a descontinuação do tratamento. Em situações onde haja risco de vida, a terapia com amiodarona pode ser
continuada, em combinação com L-tiroxina. A dose de L-tiroxina deve ser ajustada de acordo com os níveis de
TSH.
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Gravidez e amamentação
A amiodarona é contraindicada durante a gravidez em virtude de seus efeitos na glândula tireoide do feto a
menos que, a critério médico, os benefícios superem os riscos ao feto.
A amiodarona é excretada no leite materno em quantidades significativas e por isso, é contraindicada em
lactantes.
Populações especiais
Pacientes idosos: em pacientes idosos, a redução da frequência cardíaca pode ser mais pronunciada com o uso
da amiodarona.
Crianças: a segurança e eficácia da amiodarona em pacientes pediátricos não foram estabelecidas, portanto a
sua utilização não é recomendada.
Alterações na capacidade de dirigir e operar máquinas
De acordo com os dados de segurança da amiodarona, não existem evidências de que a amiodarona prejudique a
habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Interações Farmacodinâmicas
Interações medicamento-medicamento
• Medicamentos que induzem torsade de pointes ou prolongamento QT
- Medicamentos que induzem torsade de pointes
As associações com medicamentos que podem induzir torsade de pointes são contraindicadas (vide Quando não
devo usar este medicamento?):
• Medicamentos antiarrítmicos tais como os da da Classe Ia, sotalol, bepridil
• Medicamentos não antiarrítmicos tais como: vincamina, alguns agentes neurolépticos, cisaprida,
eritromicina IV, pentamidina (quando administradas por via parenteral), uma vez que existe um
aumento no risco de ocorrer torsade de pointes potencialmente letal.
- Medicamentos que causam prolongamento QT
A administração concomitante de amiodarona com medicamentos conhecidos por prolongar o intervalo QT deve
estar baseada em uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios potenciais para cada paciente, pois o risco de
torsade de pointes pode aumentar (vide item 4. O que devo saber antes de usar este medicamento - Advertências)
e os pacientes devem ser monitorados quanto ao prolongamento do intervalo QT.
Fluoroquinolonas (classe de antibiótico) devem ser evitadas por pacientes recebendo amiodarona.
• Medicamentos que reduzem a frequência cardíaca ou que causam distúrbios de automatismo ou
condução
As associações com estes medicamentos não são recomendadas.
- Betabloqueadores e bloqueadores do canal de cálcio que reduzem a frequência cardíaca (verapamil,
diltiazem), uma vez que podem ocorrer distúrbios de automatismo (bradicardia excessiva) e de condução.
• Medicamentos que podem induzir hipocalemia:
As associações com os seguintes medicamentos não são recomendadas.
- Laxativos estimulantes podem levar a hipocalemia (diminuição da concentração de potássio no sangue) e
consequentemente, ao aumento do risco de torsade de pointes. Por isso, devem ser utilizados outros tipos de
laxantes.
Deve-se ter cautela quando os seguintes medicamentos são utilizados em associação com ATLANSIL:
- Alguns diuréticos indutores de hipocalemia, isolados ou combinados;
- Corticosteroides sistêmicos (gluco-, mineralo-), tetracosactida;
- Anfotericina B (IV).
Deve-se prevenir o início de hipocalemia (e corrigir a hipocalemia); o intervalo QT (intervalo específico do
eletrocardiograma) deve ser monitorado e, em caso de torsade de pointes, não administrar antiarrítmicos
(instituir marcapasso ventricular; pode ser administrado magnésio IV).
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• Anestesia geral (vide item 4. O que devo saber antes de usar este medicamento? e item 8. Quais os
males que este medicamento pode me causar?):
Foram relatadas complicações potencialmente severas em pacientes submetidos à anestesia geral: bradicardia
(irresponsiva à atropina), hipotensão, distúrbios da condução, redução do débito cardíaco (volume de sangue
bombeado pelo coração).
Foram observados casos muito raros de complicações respiratórias severas (síndrome de angústia respiratória
aguda do adulto), às vezes fatais, geralmente no período pós-cirúrgico imediato. Isto pode estar relacionado com
uma possível interação com altas concentrações de oxigênio.
Efeito de Atlansil sobre outros produtos
A amiodarona e/ou seu metabólito, a desetilamiodarona, inibem os CYP1A1, CYP1A2, CCYP3A4, CYP2C9,
CYP2D6 e a glicoproteína P e podem aumentar a exposição de seus substratos.
Devido à longa meia-vida da amiodarona, as interações podem ser observadas por vários meses após a
descontinuação do amiodarona.
• Substratos P-gp
A amiodarona é um inibidor da P-gp. A administração concomitante com substratos da P-gp deverá resultar em
aumento de suas exposições.
- Digitálicos
Pode ocorrer perturbação no automatismo (bradicardia excessiva) e na condução atrioventricular (ação
sinérgica). Além disso, um aumento na concentração plasmática da digoxina é possível devido à redução do
clearance de digoxina.
Devem ser monitorados os níveis de digoxina plasmática e ECG. Os pacientes devem ser observados quanto aos
sinais clínicos de toxicidade digitálica. Pode ser necessário ajuste posológico do digitálico.
- Dabigatrana
Deve-se ter cautela quando a amiodarona é administrada com dabigatrana devido ao risco de sangramento. Se
necessário, ajustar a dose de dabigatrana de acordo com as informações de sua bula.
• Substratos do CYP 2C9
A amiodarona aumenta as concentrações de substratos da CYP 2C9 tais como varfarina ou fenitoína através da
inibição do citocromo P450 2C9.
- Varfarina
A combinação de varfarina com amiodarona pode exacerbar o efeito do anticoagulante oral, elevando o risco de
sangramento. É necessário monitorar os níveis de protrombina (INR) regularmente e ajustar as doses orais de
anticoagulante durante e após o tratamento com amiodarona.
- Fenitoína:
A combinação de fenitoína com amiodarona pode resultar em superdose de fenitoína, resultando em sinais
neurológicos. Deve ser empregada monitoração clínica e a dose de fenitoína deve ser reduzida logo que
surgirem sinais de superdose. Devem ser determinados os níveis de fenitoína plasmática.
• Substratos do CYP 2D6
- Flecainida:
A amiodarona aumenta as concentrações plasmáticas da flecainida pela inibição do citocromo CYP 2D6.
Portanto, a dose de flecainida deve ser ajustada.
• Substâncias metabolizadas pelo citocromo P450 3A4 (enzimas do fígado):
Quando tais substâncias são administradas concomitantemente com amiodarona, um inibidor do CYP3A4, pode
ocorrer um aumento de suas concentrações no plasma, o que poderá acarretar num possível aumento de sua
toxicidade.
- Ciclosporina (medicamento imunossupressor): a combinação com amiodarona pode aumentar os níveis
plasmáticos de ciclosporina. A dose deve ser ajustada.
- Fentanila (analgésico e anestésico): a combinação com amiodarona pode acentuar os efeitos farmacológicos
da fentanila e aumentar o risco de toxicidade.
- Estatinas (utilizados no tratamento do colesterol elevado): o risco de toxicidade muscular [ex.: rabdomiólise
(lesão muscular que pode levar a insuficiência dos rins)] é aumentado pela administração concomitante de
amiodarona e estatinas metabolizadas pelo CYP3A4 tais como sinvastatina, atorvastatina e lovastatina.
Recomenda-se o uso de estatinas não metabolizadas pelo CYP3A4 quando administrado com amiodarona.
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- Outros medicamentos metabolizados pelo CYP3A4: lidocaína (anestésico local), tacrolimus
(imunossupressor), sildenafila (para tratamento da disfunção erétil), midazolam (para tratamento da
ansiedade), triazolam (sedativo, calmante), diidroergotamina e ergotamina (utilizados para tratamento da
enxaqueca).
Efeito de outros produtos sobre ATLANSIL
Os inibidores do CYP 3A4 e do CYP 2C8 podem ter um potencial para inibir o metabolismo da amiodarona e
aumentar a sua exposição.
Recomenda-se evitar inibidores do CYP 3A4 (por exemplo, suco de toranja e determinados medicamentos)
durante o tratamento com amiodarona.
Alimentos: evitar o consumo de suco de toranja
Testes laboratoriais: não há dados disponíveis até o momento sobre a interferência de ATLANSIL em exames
laboratoriais.
Informe ao seu médico se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
5. ONDE, COMO E POR QUANTO TEMPO DEVO GUARDAR ESTE MEDICAMENTO?
ATLANSIL deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30ºC), protegido da luz e umidade.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características do medicamento
Os comprimidos (100 e 200 mg) são brancos ou quase brancos, redondos, planos, com gravação A em uma das
faces e sulco transversal na outra.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe
alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Você deve tomar os comprimidos inteiros com quantidade suficiente de líquido, durante ou após as refeições,
por via oral.
Dose inicial de ataque: A dose de ataque usual varia de 600 a 1000 mg ao dia durante 8 a 10 dias.
Dose de manutenção: Determinar a dose mínima eficaz, que pode variar de 100 a 400 mg diários. Considerando
a longa meia-vida da amiodarona, o tratamento pode ser administrado em dias alternados (200 mg em dias
alternados quando a posologia recomendada é de 100 mg por dia). Também tem sido adotado o esquema de
“janela terapêutica”, administrando-se o medicamento durante 5 dias e instituindo intervalo de 2 dias sem
medicação.
Risco de uso por via de administração não recomendada
Não há estudos dos efeitos de ATLANSIL administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e
para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via oral, conforme
recomendado pelo seu médico.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Este medicamento não deve ser partido.
Caso esqueça de administrar uma dose, administre-a assim que possível. No entanto, se estiver próximo do
horário da dose seguinte, espere por este horário, respeitando sempre o intervalo determinado pela posologia.
Nunca devem ser administradas duas doses ao mesmo tempo.
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Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico.
As seguintes definições de frequência são usadas: muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes), comum
(ocorre entre 1 e 10% dos pacientes), incomum (ocorre entre 0,1 e 1% dos pacientes), rara (ocorre entre 0,01 e
0,1% dos pacientes), muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes) e desconhecida (não pode ser
estimada pelos dados disponíveis).
Distúrbios sanguíneos e do sistema linfático
- Reações muito raras: anemia hemolítica (anemia devido à a quebra anormal de hemácias nos vasos
sanguíneos), anemia aplástica (diminuição da produção de glóbulos vermelhos do sangue) e trombocitopenia
(diminuição do número de plaquetas).
- Frequência desconhecida: neutropenia (diminuição do número de neutrófilos no sangue) e agranulocitose
(diminuição acentuada na contagem de células brancas do sangue).
Distúrbios do coração
- Reações comuns: bradicardia (diminuição do número de batimentos cardíacos) geralmente moderada e dose
dependente;
- Reações incomuns: aparecimento ou piora da arritmia (distúrbios do ritmo cardíaco), seguida, às vezes, por
parada cardíaca; alterações da condução (bloqueio sinoatrial e atrioventricular de vários graus);
- Reações muito raras: bradicardia acentuada ou parada sinusal em pacientes com disfunção do nódulo sinusal
e/ou em pacientes idosos;
- Reações com frequência desconhecida: torsade de pointes (tipo de alteração grave nos batimentos cardíacos)
(vide item 4. O que devo saber antes de usar este medicamento?).
Distúrbios endócrinos (glandulares)
- Reações comuns: hipotireoidismo (diminuição da função da glândula tireoide); hipertireoidismo (aumento da
função da glândula tireoide), algumas vezes fatal.
- Reações muito raras: síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIADH)
Distúrbios oculares
- Reações muito comuns: microdepósitos na córnea (parte transparente do olho que está na frente da íris, que é a
“cor do olho”), geralmente limitados à área subpupilar. Eles podem ser associados com a percepção de halos
coloridos, sob luz intensa ou de visão turva. Os microdepósitos na córnea consistem em depósitos de complexos
lipídicos e são reversíveis algum tempo após a suspensão do tratamento.
- Reações muito raras: neuropatia ótica/ neurite (doença do sistema nervoso/lesão inflamatória ou degenerativa
dos nervos), que pode progredir para a cegueira (vide Advertências).
Distúrbios gastrintestinais (do aparelho digestivo)
- Reações muito comuns: Distúrbios gastrintestinais benignos (náuseas, vômitos, paladar fétido para alimentos
saudáveis) podem ocorrer em decorrência da dose de ataque e desaparecem com a redução da dose.
- Frequência desconhecida: pacreatite (inflamação do pâncreas)/pancreatite aguda , boca seca e constipação
(prisão de ventre).
Distúrbios gerais
- Reação de frequência desconhecida: Granuloma (pequeno nódulo inflamatório), incluindo granuloma de
medula óssea.
Distúrbios hepato-biliares (do fígado e da bile)
- Reações muito comuns: aumento isolado das transaminases séricas (enzimas do fígado), que são normalmente
moderadas (1,5 a 3 vezes o valor normal) no início da terapia. Os níveis podem retornar ao normal com redução
da dose ou mesmo espontaneamente;
- Reações comuns: distúrbios hepáticos agudos com aumento das transaminases séricas e/ou icterícia (coloração
amarelada da pele), incluindo insuficiência hepática, que às vezes pode ser fatal;
- Reações muito raras: doença hepática crônica (pseudo hepatite alcoólica, cirrose), às vezes fatal.
Distúrbios do sistema imunológico
- Frequência desconhecida: edema angioneurótico - Edema de Quincke (inchaço não-infamatório da pele,
mucosas, vísceras e cérebro, de início súbito e com duração de horas a dias, acompanhado de outros sintomas
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como por exemplo, febre), reações anafiláticas/anafilactoides (reação alérgica grave e imediata), incluindo
choque.
Investigação
- Reação muito rara: aumento do nível sérico de creatinina.
Distúrbios do metabolismo e nutrição
- Frequência desconhecida: diminuição do apetite.
Distúrbios do sistema nervoso
- Reações comuns: tremor extra-piramidal, pesadelos e distúrbios do sono;
- Reações incomuns: neuropatia periférica sensorimotor (distúrbio dos nervos periféricos) e/ou miopatia são
geralmente reversíveis com a descontinuação do tratamento;
- Reações muito raras: ataxia cerebelar (falta de controle sobre os músculos), hipertensão intracraniana benigna
(caracterizada por dor de cabeça, náusea, alteração dos campos visuais, obscurações visuais transitórias e
zumbido pulsátil), cefaleia (dor de cabeça).
- Frequência desconhecida: parkinsonismo, parosmia (distúrbio do olfato).
Distúrbios psiquiátricos
- Frequência desconhecida: delírio/estado confusional, alucinação.
Distúrbios do sistema reprodutivo
- Reações muito raras: epididimites (inflamação do epidídimo, uma estrutura do testículo), impotência.
- Frequência desconhecida: diminuição da libido.
Distúrbios respiratórios, torácicos e no mediastino
- Reações comuns: toxicidade pulmonar (pneumonite alveolar/ intersticial ou fibrose, pleurite, bronquiolite
obliterante com pneumonia em organização) às vezes fatal;
- Frequência desconhecida: hemorragia pulmonar.
- Reações muito raras: broncoespasmo (inflamação dos brônquios) em pacientes com insuficiência respiratória
severa, especialmente em pacientes asmáticos. Síndrome de angústia respiratória do adulto (tipo de insuficiência
pulmonar), algumas vezes fatal, geralmente no período pós cirúrgico imediato (vide Advertência e Interações
Medicamentosas)
Distúrbios da pele e tecidos subcutâneos
- Reação muito comum: fotossensibilidade (sensibilidade à luz);
- Reações comuns: pigmentação grisácea (coloração acinzentada) ou azulada da pele no caso de utilização
prolongada ou de altas doses diárias. Com a interrupção do tratamento essa pigmentação desaparece lentamente;
- Reações muito raras: eritema durante o uso de radioterapia, “rash” cutâneos, normalmente inespecíficos,
dermatite esfoliativa, alopecia (queda de cabelo).
- Frequência desconhecida: eczema (inflamação da pele na qual ela fica vermelha, escamosa e algumas vezes
com rachaduras ou pequenas bolhas), urticária (erupção na pele, geralmente de origem alérgica, que causa
coceira), reações de pele severas às vezes fatal incluindo necrólise epidérmica tóxica/síndrome de Stevens-
Johnson,dermatite bolhosa e reação medicamentosa com eosinofilia e sintomas sistêmicos.
Distúrbios vasculares
Reação muito rara: vasculite (inflamação do vaso sanguíneo).
Informe ao seu médico ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento.
Informe também a empresa através do seu serviço de atendimento.
MEDICAMENTO?
Sintomas
Não há muitos dados disponíveis sobre superdose de amiodarona oral. Foram relatados raros casos de
bradicardia sinusal (diminuição do número de batimentos cardíacos), bloqueio cardíaco, taquicardia ventricular
(aumento do número de batimentos cardíacos), torsade de pointes, insuficiência circulatória e disfunção hepática.
Tratamento
O tratamento deve ser sintomático. A amiodarona e seus metabólitos não são removidos em diálise.
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Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a
embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais
orientações.