Bula do Atlansil produzido pelo laboratorio Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
ATLANSIL
(cloridrato de amiodarona)
Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda.
Comprimido
100 MG e 200 MG
Esta bula sofreu aumento de tamanho para adequação à legislação vigente da ANVISA.
Esta bula é continuamente atualizada. Favor proceder a sua leitura antes de utilizar o medicamento.
ATLANSIL®
cloridrato de amiodarona
APRESENTAÇÕES
Comprimidos de 100 mg ou 200 mg: embalagem com 20.
USO ORAL. USO ADULTO.
COMPOSIÇÃO
ATLANSIL 100 mg:
Cada comprimido contém 100 mg de cloridrato de amiodarona.
Excipientes: amido de milho, lactose monoidratada, dióxido de silício, povidona K30, estearato de magnésio.
ATLANSIL 200 mg:
Cada comprimido contém 200 mg de cloridrato de amiodarona.
ATLANSIL é indicado para os seguintes casos:
- distúrbios graves do ritmo cardíaco, inclusive aqueles resistentes a outras terapêuticas;
- taquicardia ventricular sintomática;
- taquicardia supraventricular sintomática;
- alterações do ritmo associadas à síndrome de Wolff-Parkinson-White.
Devido às propriedades farmacológicas da amiodarona, ATLANSIL está particularmente indicado quando esses
distúrbios do ritmo forem capazes de agravar uma patologia clínica subjacente (insuficiência coronariana,
insuficiência cardíaca).
A amiodarona tem sido utilizada para suprimir um grande número de arritmias supraventricular e ventricular no
útero, em adultos e crianças incluindo AV nodal, taquicardia juncional, flutter e fibrilação atrial, taquicardia
ventricular e fibrilação ventricular associada com doença arterial coronária e cardiomiopatia hipertrófica.
Em geral a eficácia da amiodarona é igual ou superior aos outros agentes antiarrítmicos e pode ter alcance em
60% a 80% da maioria das taquiarritmias supraventriculares (incluindo aquelas associadas com a síndrome de
Wolff-Parkinson-White) e 40% a 60% para taquiarritmias ventriculares.
Além disso, considerando o uso da amiodarona em ressuscitação cardiopulmonar, segue abaixo os resultados de
eficácia:
A segurança e a eficácia da amiodarona IV em pacientes que tiveram parada cardíaca resistente a desfibrilação
ventricular fora do hospital foram avaliadas em 2 estudos duplo-cegos: o estudo ARREST (uma comparação de
amiodarona ao placebo) e o estudo ALIVE (uma comparação de amiodarona à lidocaína). O principal desfecho
primário de ambos os estudos foi a admissão dos sobreviventes no hospital.
No estudo ARREST, 504 pacientes com parada cardíaca fora do hospital, resultante de fibrilação ventricular ou
taquicardia ventricular sem pulso, resistente a 3 ou mais choques para desfibrilação e epinefrina, foram
randomizados para receber 300 mg de amiodarona diluída em 20mL de solução de glicose 5% rapidamente
injetada na veia periférica (246 pacientes) ou para receber placebo (258 pacientes). Dos 197 pacientes (39%)
que sobreviveram para serem admitidos no hospital, a amiodarona aumentou significativamente as chances de
ressuscitação e internação hospitalar: 44% no grupo recebendo amiodarona contra 34% no grupo recebendo
placebo, respectivamente (p= 0,03). Após ajuste de outros prognósticos de resultado independentes, a proporção
de admissão de sobreviventes ao hospital no grupo da amiodarona quando comparada ao grupo do placebo foi
1,6 (intervalo de confiança 95%, 1,1 a 2,4; p=0,02).
Um número maior de pacientes no grupo recebendo amiodarona do que no grupo recebendo placebo apresentou
hipotensão (59% contra 25%, p=0,04) ou bradicardia (41% contra 25%, p=0,004).
No estudo ALIVE, 347 pacientes com fibrilação ventricular resistentes a 3 tentativas de desfibrilação por
choque, epinefrina e um posterior choque para desfibrilação ou com recorrência de fibrilação ventricular após
desfibrilação inicialmente bem sucedida foram randomizados para receber amiodarona (5 mg/kg de peso
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corpóreo estimado, diluídos em 30 mL de solução de glicose a 5%) e lidocaína semelhante ao placebo ou
lidocaína (1,5 mg/kg na concentração de 10 mg/mL) e amiodarona semelhante ao placebo contendo o mesmo
diluente (polissorbato 80). Dos 347 pacientes incluídos no estudo, a amiodarona aumentou significativamente as
chances de ressuscitação para a admissão hospitalar: 22,8% no grupo recebendo amiodarona (41 pacientes dos
180) e 12% no grupo recebendo lidocaína (20 pacientes de 167) [p=0,009]. Após ajuste de outros fatores que
podem influenciar a probabilidade de sobrevivência, a proporção de sobreviventes para admissão hospitalar no
grupo recebendo amiodarona quando comparada ao grupo recebendo lidocaína foi 2,49 (intervalo de confiança
95%, 1,28 a 4,85; p=0,007). Não houve diferenças entre os grupos de tratamento na proporção de pacientes que
precisaram de tratamento para bradicardia com atropina ou tratamento pressor com dopamina ou nas proporções
dos pacientes recebendo lidocaína de maneira aberta no estudo.
A proporção de pacientes nos quais ocorreu assistolia após choque para desfibrilação, após administração da
droga inicial do estudo, foi significativamente maior no grupo recebendo lidocaína (28,9%) do que no grupo
recebendo amiodarona (18,4%), p=0,04.
REFERÊNCIAS
Chaitman BR. Exercise stress testing. In: Braunwald E, editor. Heart disease: a textbook of cardiovascular
medicine. 5th
ed. Philadelphia: WB Saunders; 1997. p.153-176.
Estudo ARREST:
Kudenchuk PJ, Cobb LA, Copass MK, Cummins RO, Doherty AM, Fahrenbruch CE, et al. Amiodarone for
resuscitation after out-of-hospital cardiac arrest due to shock-refractory ventricular fibrillation or tachycardia. N
Engl J Med 1999;341:871-8.
Estudo ALIVE:
Dorian P, Cass D, Schwartz B, Cooper R, Gelaznikas R, Barr A. Amiodarone as compared with lidocaine for
shock-resistant ventricular fibrillation. N Engl J Med. 2002 Mar 21;346(12):884-90.
Propriedades farmacodinâmicas
A amiodarona é um agente antiarrítmico com as seguintes propriedades:
Propriedade antiarrítmica
- prolongamento da fase 3 do potencial de ação da fibra cardíaca devido principalmente a redução da corrente
de potássio (classe III de Vaughan Williams); este prolongamento não está relacionado com a frequência
cardíaca;
- diminuição do automatismo sinusal levando a bradicardia que não responde à administração de atropina;
- inibição adrenérgica alfa e beta não competitiva;
- retardo da condução sino-atrial, atrial e nodal, mais nítido quando a frequência cardíaca é mais rápida;
- nenhuma alteração na condução intra-ventricular;
- aumento dos períodos refratários e diminuição da excitabilidade miocárdica em nível atrial, nodal e
ventricular;
- diminuição da condução e aumento dos períodos refratários nas vias acessórias atrioventriculares.
Propriedade anti-isquêmica
- diminuição do consumo de oxigênio por diminuição moderada da resistência periférica e redução da
frequência cardíaca;
- propriedades antagonistas não competitivas alfa e beta-adrenérgicas;
- aumento do débito coronário por efeito direto sobre a musculatura lisa das artérias miocárdicas;
- manutenção do débito cardíaco devido a diminuição da pressão aórtica e da resistência periférica.
Propriedades farmacocinéticas
A amiodarona é metabolizada principalmente pelo CYP 3A4, e também pelo CYP 2C8.
A amiodarona e seu metabólito, desetilamiodarona, apresentam in vitro um potencial de inibir os CYP 1A1, CYP
1A2, CYP 2C9, CYP 2C19, CYP 2D6, CYP 3A4, CYP 2A6, CYP 2B6 e 2C8. A amiodarona e a
desetilamiodarona tem também um potencial para inibir alguns transportadores, tais como a glicoproteína-P e o
transportador de cátions orgânicos - OCT2 (um estudo mostra um aumento de 1,1% na concentração de
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creatinina, um substrato de OCT2). Dados in vivo descrevem interações da amiodarona sobre substratos de CYP
3A4, CYP 2C9, CYP 2D6 e P-gp.
Após injeção, a concentração de amiodarona diminui rapidamente no sangue, enquanto ocorre uma impregnação
dos tecidos. A atividade atinge o máximo em cerca de 15 minutos e se esgota em 4 horas. Caso não haja nova
administração, o fármaco é eliminado progressivamente. A amiodarona se acumula nos tecidos caso haja nova
injeção ou administração oral.
A meia-vida da amiodarona é longa, incluindo variabilidade interpaciente considerável (20 a 100 dias). Durante
os primeiros dias de tratamento com ATLANSIL o produto se acumula em quase todos os tecidos,
particularmente no tecido adiposo. A eliminação ocorre após alguns dias e a concentração plasmática no estado
de equilíbrio é atingida entre o período de um a alguns meses dependendo de cada paciente.
Essas características justificam o emprego de doses de ataque, que visam criar rapidamente a impregnação
tissular necessária à atividade terapêutica.
A iodina é parcialmente removida da molécula e é encontrada na urina como ioduro; isto corresponde a 6 mg/24
horas quando uma dose de 200 mg de amiodarona é administrada diariamente. A parte remanescente da
molécula, portanto incluindo a maior parte de iodina, é eliminada nas fezes após excreção hepática. A
amiodarona é eliminada essencialmente por via biliar.
O clearance plasmático da amiodarona é baixo e a excreção renal insignificante o que permite o emprego de
ATLANSIL nas posologias habituais nos pacientes com insuficiência renal.
Após a interrupção do tratamento a eliminação continua durante muitos meses. A persistência de uma atividade
residual durante 10 dias a um mês deve ser levada em conta durante a condução do tratamento.
Dados de segurança pré-clínica
Em um estudo de carcinogenicidade de 2 anos em ratos, a amiodarona causou um aumento de tumores
foliculares de tireoide (adenoma e/ou carcinoma) em ambos os sexos com exposição clinicamente relevantes.
Como os sinais de mutagenicidade são negativos, é proposto um mecanismo epigênico em vez de genotóxico
para este tipo de indução de tumor.
No camundongo, os carcinomas não foram observados, mas foi observada uma hiperplasia folicular da tiroide,
dose-dependente.
Estes efeitos sobre a tiroide em ratos e camundongos são muito provavelmente devido a efeitos da amiodarona
na síntese e/ou liberação de hormônios da glândula tiroide. A relevância destes achados é considerada baixa.
ATLANSIL é contraindicado nos seguintes casos:
- bradicardia sinusal, bloqueio sino-atrial e doença do nó sinusal (risco de parada sinusal), distúrbios severos de
condução atrioventricular, a menos que o paciente esteja com um marcapasso implantado;
- distúrbios de condução bi ou tri-fasciculares, a menos que o paciente tenha um marcapasso implantado ou
esteja em uma unidade assistencial especial e amiodarona seja administrada mediante monitoramento;
- hipotensão arterial severa, colapso circulatório;
- a administração intravenosa é contraindicada em caso de hipotensão, insuficiência respiratória severa,
miocardiopatia ou insuficiência cardíaca (possível agravamento);
- associação com medicamentos que possam induzir torsade de pointes (vide Interações Medicamentosas);
- doença tireoidiana;
- hipersensibilidade ao iodo, à amiodarona ou a quaisquer componentes da fórmula;
- gestação, exceto em circunstâncias excepcionais (vide Gravidez);
- lactação (vide Lactação).
Categoria de risco na gravidez: D. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem
orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Todas estas contraindicações listadas não se aplicam quando a amiodarona é utilizada na sala de emergência em
casos de fibrilação ventricular resistente a ressuscitação cardiopulmonar por choque.
Advertências
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A injeção intravenosa é geralmente desaconselhada devido aos riscos hemodinâmicos (hipotensão severa,
colapso circulatório). Sempre que possível, utilize o medicamento por infusão intravenosa.
A injeção intravenosa deve ser realizada somente em emergência quando falharem as alternativas terapêuticas, e
somente em uma unidade de terapia intensiva sob monitoramento contínuo (ECG, pressão sanguínea).
A dosagem recomendada é de aproximadamente 5 mg/kg de peso corpóreo. Exceto nos casos de fibrilação
ventricular resistente à ressuscitação cardiopulmonar por choque, a amiodarona deve ser administrada por um
período mínimo de 3 minutos. A injeção intravenosa não deve ser repetida antes de 15 minutos após a primeira,
mesmo que tenha sido somente uma ampola (possível colapso irreversível).
Não misturar outras preparações na mesma seringa. Não injetar outras preparações na mesma linha de infusão.
Caso seja necessário continuar o tratamento com amiodarona, deve-se seguir com a administração por infusão
intravenosa (vide Posologia e Modo de Usar).
Distúrbios cardíacos (vide Reações Adversas)
Foi reportado o aparecimento de novas arritmias ou a piora de arritmias tratadas, algumas vezes de forma fatal. É
importante, porém difícil, diferenciar uma falta de efeito do medicamento de um efeito pró-arrítmico associado
ou não a uma piora da condição cardíaca. Os efeitos pró-arrítmicos são mais raramente reportados com
amiodarona do que com outros agentes antiarrítmicos, e geralmente ocorrem no contexto de fatores que
prolongam o intervalo QT, tais como interações medicamentosas e/ou distúrbios eletrolíticos (vide Interações
Medicamentosas e Reações Adversas). Apesar do prolongamento do intervalo QT, a amiodarona exibe baixa
atividade torsadogênica.
Distúrbios pulmonares (vide Reações Adversas)
O aparecimento de dispneia ou tosse não produtiva pode estar relacionado à toxicidade pulmonar tal como
pneumonite intersticial. Casos muito raros de pneumonite intersticial têm sido relatados com o uso intravenoso
de amiodarona. Deve-se realizar raio-X de tórax, quando há suspeita de pneumonite em pacientes que
desenvolveram dispneia de esforço, isolada ou associada com piora do estado geral (fadiga, perda de peso,
febre). A terapia com amiodarona deve ser reavaliada visto que a pneumonite intersticial é geralmente reversível
após a retirada precoce de amiodarona (sinais clínicos geralmente regridem dentro de 3 a 4 semanas, seguido por
lenta melhora da função pulmonar e radiológica dentro de alguns meses), e deve ser considerado um tratamento
com corticosteroides.
Foram observados casos muito raros de complicações respiratórias severas, às vezes fatais, geralmente no
período imediato após uma cirurgia (síndrome de angústia respiratória do adulto); isto pode estar relacionado
com altas concentrações de oxigênio (vide Interações Medicamentosas e Reações Adversas).
Distúrbios hepáticos (vide Reações Adversas)
Um monitoramento cuidadoso dos testes de função hepática (transaminases) é recomendável assim que o uso da
amiodarona for iniciado e regularmente durante o tratamento. Podem ocorrer distúrbios hepáticos agudos
(incluindo insuficiência hepatocelular severa ou insuficiência hepática, algumas vezes fatal) e crônicos, com o
uso de amiodarona nas formas oral e intravenosa e nas primeiras 24 horas da administração por via IV. Portanto,
a dose de amiodarona deve ser reduzida ou o tratamento descontinuado se o aumento de transaminases exceder
três vezes o valor normal.
Os sinais clínicos e biológicos de insuficiência hepática crônica decorrente do uso oral de amiodarona podem ser
mínimos (hepatomegalia, aumento das transaminases em até 5 vezes os valores normais) e reversíveis após a
suspensão do tratamento, contudo foram relatados casos fatais.
Reações bolhosas severas
Reações cutâneas com risco de morte ou até mesmo fatais, Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e necrólise
epidérmica tóxica (NET) (vide Reações Adversas).
Se sinais ou sintomas de SSJ, NET (ex.: rash cutâneo progressivo frequentemente com bolha ou lesão na
mucosa) aparecerem, o tratamento com amiodarona deve ser descontinuado imediatamente.
Precauções
A amiodarona injetável só deverá ser utilizada em meio hospitalar especializado sob monitoração contínua
(ECG, pressão sanguínea).
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Para evitar reações no local da injeção, ATLANSIL injetável deve, sempre que possível, ser administrado
através de uma via venosa central (vide Reações Adversas).
Deve-se ter cautela nos casos de hipotensão, insuficiência respiratória severa, e insuficiência cardíaca severa ou
descompensada.
Anestesia (vide Interações Medicamentosas e Reações Adversas)
Antes da cirurgia, o anestesista deve ser informado sobre o tratamento com amiodarona.
Gravidez e lactação
A amiodarona é contraindicada durante a gravidez em virtude de seus efeitos na glândula tireoide do feto, a
menos que os benefícios superem os riscos ao feto.
A amiodarona é excretada no leite materno em quantidades significativas e por isso, é contraindicada em
lactantes.
Populações especiais
Pacientes idosos: em pacientes idosos, a redução da frequência cardíaca pode ser mais pronunciada com o uso
da amiodarona.
Crianças: a segurança e eficácia da amiodarona em pacientes pediátricos não foram estabelecidas, portanto a
sua utilização não é recomendada.
A solução injetável de amiodarona contém álcool benzílico. Existem relatos de uma síndrome respiratória (“
gasping syndrome” ) fatal em neonatos (crianças com menos de 1 mês de vida) após a administração de soluções
que contêm este conservante. Os sintomas incluem desenvolvimento súbito de dificuldade respiratória,
hipotensão, bradicardia e colapso cardiovascular.
Alterações na capacidade de dirigir e operar máquinas
De acordo com os dados de segurança da amiodarona, não existem evidências de que a amiodarona prejudique a
Interações Farmacodinâmicas
• Medicamentos que induzem torsade de pointes ou prolongamento do QT
- Medicamentos que induzem torsade de pointes
As associações com medicamentos que podem induzir torsade de pointes são contraindicadas (vide
Contraindicações):
• Medicamentos antiarrítmicos tais como: da Classe Ia, sotalol, bepridil;
• Medicamentos não antiarrítmicos tais como: vincamina, alguns agentes neurolépticos, cisaprida,
eritromicina IV, pentamidina (quando administradas por via parenteral), uma vez que existe um
aumento no risco de ocorrer torsade de pointes potencialmente letal.
- Medicamentos que causam prolongamento QT
A administração concomitante de amiodarona com medicamentos conhecidos por prolongar o intervalo QT deve
estar baseada em uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios potenciais para cada paciente, pois o risco de
torsade de pointes pode aumentar (vide Advertências) e os pacientes devem ser monitorados quanto ao
prolongamento do intervalo QT.
Fluoroquinolonas devem ser evitadas por pacientes recebendo amiodarona.
• Medicamentos que reduzem a frequência cardíaca ou que causam distúrbios de automatismo ou
condução
As associações com estes medicamentos não são recomendadas.
- Betabloqueadores e bloqueadores do canal de cálcio que reduzem a frequência cardíaca (verapamil,
diltiazem), uma vez que podem ocorrer distúrbios de automatismo (bradicardia excessiva) e de condução;
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• Medicamentos que podem induzir hipocalemia:
As associações com os seguintes medicamentos não são recomendadas.
- Laxativos estimulantes podem levar a hipocalemia e consequentemente, aumento do risco de torsade de
pointes. Por isso, devem ser utilizados outros tipos de laxantes;
Deve-se ter cautela quando os seguintes medicamentos são utilizados em associação com ATLANSIL:
- Alguns diuréticos indutores de hipocalemia, isolados ou combinados;
- Corticosteroides sistêmicos (gluco-, mineralo-), tetracosactida;
- Anfotericina B (IV);
Deve-se prevenir o início de hipocalemia (e corrigir a hipocalemia); o intervalo QT deve ser monitorado e, em
caso de torsade de pointes, não administrar antiarrítmicos (instituir marcapasso ventricular; pode ser
administrado magnésio IV).
• Anestesia geral (vide Precauções e Reações adversas):
Foram relatadas complicações potencialmente severas em pacientes submetidos à anestesia geral: bradicardia
(irresponsiva à atropina), hipotensão, distúrbios da condução, redução do débito cardíaco.
Foram observados casos muito raros de complicações respiratórias severas (síndrome de angústia respiratória
aguda do adulto), às vezes fatais, geralmente no período pós-cirúrgico imediato. Isto pode estar relacionado com
uma possível interação com altas concentrações de oxigênio.
Efeito de ATLANSIL sobre outros produtos
A amiodarona e/ou seu metabólito, a desetilamiodarona, inibem os CYP1A1, CYP1A2, CYP3A4, CYP2C9,
CYP2D6 e a glicoproteína P e podem aumentar a exposição de seus substratos.
Devido à longa meia-vida da amiodarona, as interações podem ser observadas por vários meses após a
descontinuação da amiodarona.
• Substratos P-gp
A amiodarona é um inibidor da P-gp. A administração concomitante com substratos da P-gp deverá resultar em
aumento de suas exposições.
- Digitálicos
Pode ocorrer perturbação no automatismo (bradicardia excessiva) e na condução atrioventricular (ação
sinérgica). Além disso, um aumento na concentração plasmática da digoxina é possível devido à redução do
clearance de digoxina.
Devem ser monitorados os níveis de digoxina plasmática e ECG. Os pacientes devem ser observados quanto aos
sinais clínicos de toxicidade digitálica. Pode ser necessário ajuste posológico do digitálico.
- Dabigatrana
Deve-se ter cautela quando a amiodarona é administrada com dabigatrana devido ao risco de sangramento. Se
necessário, ajustar a dose de dabigatrana de acordo com as informações de sua bula.
• Substratos do CYP 2C9
A amiodarona aumenta as concentrações de substratos da CYP 2C9 tais como varfarina ou fenitoína através da
inibição do citocromo P450 2C9.
- Varfarina
A combinação de varfarina com amiodarona pode exacerbar o efeito do anticoagulante oral, elevando o risco de
sangramento. É necessário monitorar os níveis de protrombina (INR) regularmente e ajustar as doses orais do
anticoagulante durante e após o tratamento com amiodarona.
- Fenitoína:
A combinação de fenitoína com amiodarona pode resultar em superdose de fenitoína, resultando em sinais
neurológicos. Deve ser empregada monitoração clínica e a dose de fenitoína deve ser reduzida logo que surgirem
sinais de superdose. Devem ser determinados os níveis de fenitoína plasmática.
• Substratos do CYP 2D6
- Flecainida:
A amiodarona aumenta as concentrações plasmáticas da flecainida, pela inibição do citocromo CYP2D6.
Portanto, a dose de flecainida deve ser ajustada.
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• Substratos do CYP P450 3A4:
Quando tais substâncias são administradas concomitantemente com amiodarona, um inibidor do CYP3A4, pode
ocorrer um aumento de suas concentrações no plasma, o que poderá acarretar num possível aumento de sua
toxicidade.
- Ciclosporina: a combinação com amiodarona pode aumentar os níveis plasmáticos de ciclosporina. A dose
deve ser ajustada.
- Fentanila: a combinação com amiodarona pode acentuar os efeitos farmacológicos da fentanila e aumentar
o risco de toxicidade.
- Estatinas: o risco de toxicidade muscular (ex.: rabdomiólise) é aumentado pela administração concomitante
de amiodarona e estatinas metabolizadas pelo CYP3A4, tais como sinvastatina, atorvastatina e lovastatina.
Recomenda-se o uso de estatinas não metabolizadas pelo CYP3A4 quando administradas com amiodarona.
- Outros medicamentos metabolizados pelo CYP3A4: lidocaína, tacrolimus, sildenafila, midazolam,
triazolam, diidroergotamina, ergotamina e colchicina.
Efeito de outros produtos sobre ATLANSIL
Os inibidores do CYP 3A4 e do CYP 2C8 podem ter um potencial para inibir o metabolismo da amiodarona e
aumentar a sua exposição.
Recomenda-se evitar inibidores do CYP 3A4 (por exemplo, suco de toranja e determinados medicamentos)
durante o tratamento com amiodarona.
Alimentos: evitar o consumo de suco de toranja.
Interferência em exames laboratoriais: não há dados disponíveis até o momento sobre a interferência de
ATLANSIL em exames laboratoriais.
ATLANSIL injetável deve ser conservado em temperatura abaixo de 25ºC e protegido da luz.
Depois de aberto, ATLANSIL injetável deve ser mantido dentro da embalagem original. O produto deve ser
protegido da luz e de locais quentes (temperatura entre 30-40ºC).
Prazo de validade: 18 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas
ATLANSIL injetável é um líquido límpido, amarelo palha, praticamente livre de partículas em suspensão.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Devido às características farmacêuticas, não se deve utilizar concentrações inferiores a 600 mg/L. Utilizar
exclusivamente solução de glicose 5% para diluição. Não misturar qualquer outro produto no líquido de infusão.
Incompatibilidades: na presença de amiodarona, equipamentos que contenham plasticizante (massa modelada
acrescentada ao material plástico para obter as características necessárias) tais como DEHP (di-2-etilhexil
ftalato) podem liberar o plasticizante dentro da solução de infusão. Com objetivo de minimizar a exposição do
paciente ao DEHP, a diluição final de amiodarona para infusão deve ser preferencialmente administrada através
de sistemas que não contenham DEHP.
- Infusão intravenosa
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A dose de ataque usual é de 5 mg/kg em 250 mL de solução de glicose a 5%, administrados por um período de
20 minutos a 2 horas. Isto pode ser repetido de 2 a 3 vezes por um período de 24 horas. A velocidade de infusão
deve ser ajustada à evolução clínica.
O efeito terapêutico aparece dentro dos primeiros minutos e então decresce progressivamente, por este motivo
uma infusão contínua deve ser instituída.
Dose de manutenção: 10 a 20 mg/kg/dia (geralmente 600 a 800 mg/24 h, até 1200 mg/24 h) em 250 mL de
solução de glicose a 5% durante alguns dias. O tratamento de manutenção por via oral deve ser iniciado no
primeiro dia da infusão.
- Administração em bolus IV (vide Advertências)
Dose de 5mg/kg, a duração da injeção jamais deverá ser inferior a 3 minutos. A preparação não deve ser
misturada com outra preparação na mesma seringa.
No caso específico de fibrilação ventricular resistente a ressuscitação cardiopulmonar por choque, a primeira
dose de amiodarona 300 mg (ou 5 mg/kg) diluída em 20 mL de solução de glicose a 5% é administrada por
injeção IV em bolus. Uma dose adicional de 150 mg (ou 2,5 mg/kg) IV pode ser considerada se a fibrilação
ventricular persistir.
Risco de uso por via de administração não recomendada
Não há estudos dos efeitos de ATLANSIL administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e
para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via intravenosa.
Conduta necessária caso haja esquecimento de administração
Caso o paciente esqueça de administrar uma dose, ele deverá administrá-la assim que possível. No entanto, se
estiver próximo do horário da dose seguinte, esperar por este horário, respeitando sempre o intervalo
determinado pela posologia. Nunca devem ser administradas duas doses ao mesmo tempo.
As seguintes definições de frequência são usadas: muito comum (≥10%), comum (≥ 1 < 10%), incomum (≥ 0,1 <
1%), raro (≥ 0,01 < 0,1%), muito raro (<0,01%) e frequência desconhecida (não pode ser estimada pelos dados
disponíveis).
Reação Adversa Frequência
Distúrbios sanguíneos e do sistema linfático
Anemia hemolítica, anemia aplástica e trombocitopenia Muito raro
Neutropenia, agranulocitose Desconhecida
Distúrbios cardíacos
Bradicardia geralmente moderada e dose dependente Comum
Aparecimento ou piora da arritmia, seguida, às vezes, por parada cardíaca (vide item
5.Advertências e item 6.Interações Medicamentosas)
Incomum
Alterações da condução (bloqueio sinoatrial e atrio-ventricular de vários graus) (vide item
5.Advertências)
Bradicardia acentuada ou parada sinusal em pacientes com disfunção do nódulo sinusal e/ou em
pacientes idosos
Muito raro
Torsade de pointes (vide item 5.Advertências e item 6.Interações medicamentosas) Desconhecida
Distúrbios endócrinos
Hipotireoidismo Comum
Hipertireoidismo, algumas vezes fatal Comum
Síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIADH) Muito raro
Distúrbios oftálmicos
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Microdepósitos na córnea, geralmente limitados à área subpupilar. Eles podem ser associados
com a percepção de halos coloridos, sob luz intensa ou de visão turva. Os microdepósitos na
córnea consistem em depósitos de complexos lipídicos e são reversíveis algum tempo após a
suspensão do tratamento
Muito comum
Neuropatia ótica/ neurite, que pode progredir para a cegueira (vide item 5.Advertências). Muito raro
Distúrbios gastrintestinais
Distúrbios gastrintestinais benignos (náuseas, vômitos, disgeusia) podem ocorrer em
decorrência da dose de ataque e desaparecem com a redução da dose
Pancreatite/pancreatite aguda, boca seca, constipação Desconhecida
Distúrbios gerais
Granuloma, incluindo granuloma de medula óssea. Desconhecida
Distúrbios hepato-biliares
Aumento isolado das transaminases séricas, que são normalmente moderadas (1,5 a 3 vezes o
valor normal) no início da terapia. Os níveis podem retornar ao normal com redução da dose ou
mesmo espontaneamente
Distúrbios hepáticos agudos com aumento das transaminases séricas e/ou icterícia, incluindo
insuficiência hepática, que às vezes pode ser fatal
Comum
Doença hepática crônica (pseudo hepatite alcoólica, cirrose), às vezes fatal Muito raro
Distúrbios do sistema imunológico
Edema angioneurótico (Edema de Quincke), reações anafiláticas/anafilactoides incluindo
choque.
Desconhecida
Investigação
Aumento do nível sérico de creatinina Muito raro
Distúrbios do metabolismo e nutrição
Diminuição do apetite Desconhecida
Distúrbios do sistema nervoso
Tremor extra-piramidal, pesadelos e distúrbios do sono Comum
Neuropatia periférica sensorimotor e/ou miopatia são geralmente reversíveis com a
descontinuação do tratamento
Ataxia cerebelar, hipertensão intracraniana benigna (pseudo tumor cerebral), cefaleia Muito raro
Parkinsonismo, parosmia Desconhecida
Distúrbios psiquiátricos
Estado confusional/delírio, alucinação Desconhecida
Distúrbios do sistema reprodutivo
Epididimites, disfunção erétil Muito raro
Diminuição da libido Desconhecida
Distúrbios respiratórios, torácicos e no mediastino
Toxicidade pulmonar (pneumonite alveolar/ intersticial ou fibrose, pleurite, bronquiolite
obliterante com pneumonia em organização) às vezes fatal (vide item 5.Advertências)
Hemorragia pulmonar Desconhecida
Broncoespasmo em pacientes com insuficiência respiratória severa, especialmente em pacientes
asmáticos. Síndrome de angústia respiratória do adulto, algumas vezes fatal, geralmente no
período pós cirúrgico imediato (possível interação com elevadas concentrações de oxigênio)
(vide item 5.Advertência e item 6.Interações Medicamentosas)
Distúrbios da pele e tecidos subcutâneos
Fotossensibilidade Muito comum
Pigmentação grisácea ou azulada da pele no caso de utilização prolongada ou de altas doses
diárias. Com a interrupção do tratamento essa pigmentação desaparece lentamente
Eritema durante o uso de radioterapia, “rash” cutâneos, normalmente inespecíficos, dermatite
esfoliativa, alopecia
Eczema, urticária, reações cutâneas severas às vezes fatal incluindo necrólise epidérmica
tóxica/síndrome de Stevens-Johnson, dermatite bolhosa e reação medicamentosa com
eosinofilia e sintomas sistêmicos
Distúrbios vasculares
Vasculite Muito raro
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.
9
Sintomas
Não há dados disponíveis sobre superdose de amiodarona intravenosa. Após superdose oral de amiodarona,
foram relatados alguns casos de bradicardia sinusal, bloqueio cardíaco, taquicardia ventricular, torsade de
pointes, insuficiência circulatória e disfunção hepática.
Tratamento
O tratamento deve ser sintomático. A amiodarona e seus metabólitos não são removidos por diálise.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
10
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
MS 1.1300.1068
Farm. Resp.: Silvia Regina Brollo
CRF-SP nº 9.815
Registrado por:
Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda.
Av. Mj. Sylvio de M. Padilha, 5200 – São Paulo – SP
CNPJ 02.685.377/0001-57
Fabricado por:
Rua Conde Domingos Papaiz, 413 – Suzano – SP
CNPJ 02.685.377/0008-23
Indústria Brasileira
®
Marca Registrada
IB310315
Esta bula foi aprovada pela Anvisa em 30/04/2015.
Anexo B
Histórico de Alteração para a Bula
Dados da submissão eletrônica Dados da petição/notificação que altera bula Dados das alterações de bulas
Data do
expediente
No.
Assunto Data do
Assunto Data da
aprovação
Itens de
bula
Vers
ões
(VP/
VPS)
Apresentaçõe
s relacionadas
26/03/2014 0224517/14-5 (10458)-
MEDICAMENT
O NOVO –
InclusãoInicial
deTextode
Bula–RDC
60/12
de Textode
26/03/2014 DIZERES
LEGAIS
VP e
VPS
150 MG SOL
INJ CX 50 AMP
VD INC X 3 ML
25/09/2014 0799400/14-1 (10451)-
Notificação de
Alteração de
Texto debula
– RDC60/12
–RDC60/12
25/09/2014 4.O QUE
DEVO
SABER
ANTES DE
USARESTE
MEDICAM
ENTO?
8.QUAIS
OSMALES
QUEESTE
ENTO
PODEME
CAUSAR?
3.
CARACTER
ÍSTICAS
FARMACO
LÓGICAS
5.
ADVERTÊN
CIAS E
PRECAUÇ
ÕES
9.
REAÇÕES
ADVERSAS
A
ENTOS
27/10/2014 0974935/14-
7
(10451)-
16/10/2014 0939320/14-0 (10210)–
Redução do
prazo de
validadecom
manutenção
doscuidados
de
conservação
16/10/2014 7.
CUIDADO
S DE
ARMAZEN
AMENTO
DO
MEDICA
MENTO
VPS 150 MG SOL
VD AMB X 3
ML
08/01/2014 0013226/15-
8
08/01/2014 8.QUAIS
Texto de bula
30/04/2015 (10451)-
30/04/2015 5.
ÕES/ 4.O
QUEDEVO
/ 8.QUAIS
VPS/